sexta-feira, 28 de abril de 2006

Voltei pro morro

Voltei pro morro (samba) - 1940 - Vicente Paiva e Luiz Peixoto - Intérprete: Carmen Miranda

Disco 78 rpm / Título da música: Voltei pro morro / Luiz Peixoto (Compositor) / Vicente Paiva, 1908-1964 (Compositor) / Carmen Miranda, 1909-1955 (Intérprete) / Vicente Paiva [Piano], Simon Bountman [Direção], Conjunto Odeon (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Gravação: 02/09/1940 / Lançamento: 10/1940 / Nº do Álbum: 11902 / Nº da Matriz: 6457 / Gênero musical: Samba

G7+
Voltei pro morro
C7/9           G7+
Onde está o meu cachorro
C7/9        Bm
Meu cachorro viralata
Bb°         Am
Minha cuíca e meu ganzá
E7         Am
Voltei pro morro
E7          Am
Onde está o meu moreno
D7
Chamei ele pro sereno
G7+   E7   Am
Porque se eu não me esbaldar eu morro
D7        G7+
Voltei pro morro
C7/9          G7+
Onde estão minhas chinelas
C7/9             G7+
Eu quero sambar com elas
G7                  C
Vendo as luzes da cidade
C#°     G7+
Voltei, voltei, voltei
E7
Ai se eu não mato essa saudade eu morro
A7         D7     G7+
Voltei pro morro, voltei
G/B         Bb°       Am
Voltando ao berço do samba
E/G#           C/G
Que em outras terras cantei
D/F#         G7+
Pela luz que me alumia
E7   Am D7
Eu juro
G/B     Bb°      Am
Que sem a nossa melodia
E/G#        C/G
E o swing dos pandeiros
D/F#       G7+
Muitas vezes eu chorei, chorei
C7+                Bm
Eu também senti saudade
E7      Am
Quando esse morro deixei
D7                    G7+
É por isso que eu voltei, voltei


Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Velho realejo

Velho realejo (valsa, 1940) - Custódio Mesquita e Sadi Cabral - Intérprete: Sílvio Caldas

Disco 78 rpm / Título da música: Velho realejo / Custódio Mesquita, 1910-1945 (Compositor) / Sadi Cabral (Compositor) / Sílvio Caldas (Intérprete) / Orquestra (Acomp.) / Gravadora: Victor / Gravadora: 24/01/1940 / Lançamento: 03/1940 / Nº do Álbum: 34583 / Nº da Matriz: 33316-1 / Gênero musical: Valsa


Dm-------------------- E7 -------A7 ---------------Dm
Naquele bairro afasta - do / Onde em criança vivi - as
D7--------------- G7 --------C7 ----------F ---A7
A remoer melodias / De uma ternura sem par,
------Dm ------------E7 ---------A7 ----------Dm
Passava todas as tar - des / Um realejo risonho . . .
-------D7--------------- Gm ---Dm ----A7----- Dm
Passava como num sonho / O realejo a cantar . . .


------D ----G7 --------D---- G7 -----------D---------- D0------- A7
Depois ------tu partiste / ----- Ficou triste------- a rua deserta
------------Em------------ A7 --Em ---- ----A7 ----------------D
Na tarde------fria e calma / ---------Ouço ainda o realejo a tocar.


-----B7------- Em------------- Gm------- D
Ficou a saudade--------- comigo a morar
----------------------------A7
Tu cantas alegre e o realejo
------G---------- D ------A7----- D---- Gm---- D
Parece que chora com pena de ti.



Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Upa, upa (Meu trolinho)

Dircinha Batista
Upa, upa - Meu Trolinho (marcha/carnaval, 1940) - Ary Barroso - Intérprete: Dircinha Batista

Disco 78 rpm / Título da música: Upa upa! (Meu trolinho) / Ary Barroso (Compositor) / Dircinha Batista, 1922-1999 (Intérprete) / Orquestra Odeon sob Direção de Simon Bountman (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Gravação: 08/11/1939 / Lançamento: 01/1940 / Nº do Álbum: 11812 / Nº da Matriz: 6249 / Gênero musical: Marcha


------------------C
Lá vai o meu trolinho / Vai rodando de mansinho
-----------C#º-- G7 -------------------------Dm
Pela estrada além / Vai levando pro seu ninho
--------------------------G7------------------------------- C
Meu amor, o meu carinho / Que eu não troco por ninguém


-------------------------------------G7
Upa! Upa! Upa! / Cavalinho alazão / Hê! Hê! Hê! Hê!
-----------------------------C ------------Bb7------ A7
Não erre esse caminho não / Vai assim
-------------------Dm --------------G7
Vai assim / ----------Sempre assim, pra minha sorte
-------------C
Não ter fim



Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Última Inspiração

João P. de Barros
Última inspiração (valsa/canção, 1940) - Peterpan - Intérprete: João Petra de Barros

Disco 78 rpm / Título da música: Última inspiração / Peterpan, 1911-1983 (Compositor) / João Petra de Barros, 1915-1948 (Intérprete) / Orquestra (Acomp.) / Gravadora: Victor / Gravação: 16/04/1940 / Lançamento: 06/1940 / Nº do Álbum: 34615 / Nº da Matriz: 33382-1 / Gênero musical: Valsa


Eu sempre fui feliz, vivendo só sem ter amor,
Mas o destino quis roubar-me a paz de sonhador,
E pôs no sonho meu um olhar de ternura,
De alguém que, mesmo em sonho, roubou minha ventura.


Sonhei com este alguém noites e noites sem cessar,
Por fim, alucinado, fui pelo mundo a procurar,
Aquele olhar tristonho da cor do luar,
Mas tudo foi um sonho, pois não pude alcançar.


Mas na espinhosa estrada desta vida, sem querer, um dia,
Encontrei com este alguém que tanto eu queria
E este alguém que, mesmo em sonho,
eu amei com tanto ardor não compreendeu a minha dor.


Foi inspirado então na ingratidão de quem amava tanto
que fiz esta triste valsa, triste como o pranto
que me mata de aflição, bem sei que esta valsa será
a minha última inspiração.



Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Súplica

O cantor Deo
Homem de intensa atividade na imprensa e no rádio paulistanos dos anos trinta, Otávio Gabus Mendes (pai do telenovelista Cassiano Gabus Mendes) ainda arranjou tempo para uma vitoriosa incursão na música popular, compondo com José Marcílio e o cantor Deo a valsa "Súplica".

Sem demérito para os parceiros, o ponto alto desta valsa é a letra de Gabus Mendes, que, além de muito bem construída, não possui rimas, uma característica incomum nas canções da época: "Aço frio de um punhal / foi teu adeus pra mim/ não crendo na verdade / implorei, pedi / as súplicas morreram sem eco, em vão / batendo nas paredes frias do apartamento...".

O curioso é que esse detalhe não é percebido pela maioria dos ouvintes, graças, talvez, à integração perfeita entre letra e melodia. Composta em 1938, "Súplica" permanecia inédita em disco quase dois anos depois, quando foi descoberta e gravada por Orlando Silva.

Súplica (valsa, 1940) - Octávio Gabus Mendes, José Marcílio e Déo - Intérprete: Orlando Silva

Disco 78 rpm / Título da música: Súplica / Déo (Compositor) / José Marcílio (Compositor) / Otávio G Mendes (Compositor) / Orlando Silva (Intérprete) / Orquestra (Acomp.) / Gravadora: Victor / Gravação: 15/02/1940 / Lançamento: 04/1940 / Nº do Álbum: 34587 / Nº da Matriz: 33327-1 / Gênero: Valsa


Bm -----------------------------------Em
Aço frio de um punhal / Foi seu adeus para mim
-----------------------------------Bm--------- B7
Não crendo na verdade / Implorei, pedi
----------------------------------Em----- A7
As súplicas morreram / Sem eco, em vão
-----------------------D --------------Gb7
Batendo nas paredes frias do apartamento
Bm
Torpor tomou-me todo
------------------Em-------------- Gb7
E eu fiquei sem ser mais nada
---------------------Bm-------------- B7 ------Em
Envelhecido tenha / Talvez, quem sabe
------------------------Bm
Pela janela, aberta, a fria madrugada
-----------------------G7 ---------------Gb7---- Bm
Amortalhou-me a dor / Com o manto da garoa
----------Gb7------------------- Bm
Esperança morreste muito cedo
----------B7 -------------------Em
Saudade cedo demais chegaste
-----------------------------------------Bm
Uma quando chega / A outra sempre parte
-------Db7------------ G7--- Gb7
Chorar já lágrimas não tenho
-----------------------------Bm
Coração, porque é que tu não paras
---------B7-------------------- Em
As taças do meu sofrer findaste / É inútil prosseguir
-----------------------Bm
Se forças já não tenho
----------------------------------G7
Tu sabes bem que ela era minha vida
-----------------Gb7 -----Bm
Meu doce e grande amor.



Fontes: A Canção no Tempo - Vol. 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34; Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Romance de uma Caveira

Romance de uma caveira (valsa humorística, 1940) - Alvarenga, Ranchinho e Chiquinho Sales - Interpretação: Alvarenga e Ranchinho

Disco 78 rpm / Título da música: Romance de uma caveira / Alvarenga (Compositor) / Ranchinho (Compositor) / Chiquinho Sales (Compositor) / Alvarenga e Ranchinho (Intérprete) / Rogério Guimarães e Seu Conjunto (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Gravação: 02/02/1940 / Lançamento: 03/1940 / Nº do Álbum: 11831 / Nº da Matriz: 6301 / Gênero: Valsa humorística / Coleção de origem: Nirez

Tom: C  

Intro: Em

Em            B7            Em
Eram duas caveiras que se amava
E7                     Am
E a meia-noite se encontrava
           B7             Em
Pelo cemitério os dois passeava
  F#7                      C   B7
E juras de amor então trocava.

Em               B7           Em
Sentado os dois em riba da lousa fria
     E7                      Am
A caveira apaixonada assim dizia
            B7              Em
Que pelo caveiro de amor morria
   F#7                    B7
E ele de amores por ela vivia.

 Em        B7          Em
Ao longe uma coruja cantava alegre
    E7                          Am
De ver os dois caveiro assim feliz
               B7             Em
E quando se beijavam em tom fúnebre
    F#7          B7          Em
A coruja batendo asas, pedia bis.
 
 D7               G
Mas um dia chegou de "pé junto"
     B7                  F   E7
Um cadáver novo de um defunto
      Am     Em               Em7
E a caveira p'ra ele se apaixonou
      F#7                 B7
E o caveiro antigo, abandonou.

 D7                    G
O caveiro tomou uma bebedeira
     B7                  F   E7
E matou-se de um modo romanesco
    Am             Em      Em7
Por causa dessa ingrata caveira
         F#7            B7     Em
Que trocou ele por um defunto fresco.


Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Haroldo Lobo

Haroldo Lobo, compositor, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 22/7/1910 e faleceu em 20/7/1965. Filho de Quirino Lobo, que tocava flauta e violão, e irmão de Osvaldo Lobo (Badu), compositor e baterista, fez seus primeiros estudos na escola da América Fabril, onde também estudou teoria e solfejo. Aos 13 anos já compunha samba para o Bloco do Urso.


Seu primeiro emprego foi como guarda na polícia de vigilância, passando depois a trabalhar na tecelagem da América Fabril. Conhecido como Clarineta nos cafés frequentados por artistas, por cantar num tom que só a clarineta podia alcançar, lançou com Aurora Miranda, em 1934, Metralhadora (com Donga e Luís Meneses), música alusiva à revolução constitucionalista, e sua primeira gravação; no mesmo ano compôs o samba De madrugada (com Vicente Paiva), gravado por Aurora Miranda na Odeon. Juro (com Mílton de Oliveira, seu parceiro mais constante de sambas), obteve sucesso e o prêmio da prefeitura do antigo Distrito Federal no Carnaval de 1938, gravada por J. B. de Carvalho.

Desde os tempos do Bloco do Urso, os animais foram uma constante em suas composições, destacando-se nesse seu gênero Passarinho do relógio (Cuco) e Passo do canguru (ambas com Mílton de Oliveira), que foram sucesso respectivamente nos Carnavais de 1940 e 1941, cantadas por Araci de Almeida, sendo que a segunda chegou a ser gravada nos E.U.A. com o título de Brazilian Willy, e também por Carmen Miranda em 1942.

Ainda em 1941 foi destaque com as músicas Allah-la-ô (com Nássara), gravada por Carlos Galhardo; O bonde do horário já passou (com Milton de Oliveira), gravada por Patrício Teixeira; e Essa vida não é sopa (com Wilson Batista), gravada por Patrício Teixeira. Lançou, no ano seguinte, Emília (com Wilson Batista), gravada por Vassourinha, e A mulher do leiteiro (com Milton de Oliveira), gravada por Araci de Almeida.

Muitas de suas composições alcançaram sucesso popular, por se referirem a fatos do cotidiano ou de repercussão nacional ou internacional, como Oito em pé, marcha de 1942, gravada por Araci de Almeida, que comentava a autorização pública para que oito passageiros viajassem em pé nos coletivos, por racionamento de gasolina; Tem galinha no bonde, marcha gravada por Araci de Almeida, também de 1942, sobre regulamentação do transporte de galinhas em bondes; Que passo é esse, Adolfo? (com Roberto Roberti) e As ruas do Japão (com Cristóvão de Alencar), gravada por Linda Batista, sátiras à Alemanha e ao Japão, respectivamente, de 1943 e 1944.

Nesse ano obteve o primeiro lugar no concurso de músicas de Carnaval da prefeitura do Distrito Federal, a marcha gravada por Francisco Alves e Dalva de Oliveira Verão do Havaí (com Benedito Lacerda), o mesmo parceiro em Coitado do Edgar (gravação de Linda Batista), um dos seus sucessos em 1945, ao lado do samba Rosalina (com Wilson Batista), gravado por Jorge Veiga.

Em 1946 venceu novamente o concurso de Carnaval com a marcha Espanhola (com Benedito Lacerda), gravada por Nelson Gonçalves, e lançou com destaque o samba Vou sambar em Madureira (com Milton de Oliveira), gravado por Jorge Veiga.

Duas músicas suas que alcançaram grande popularidade marcaram o ano de 1947: a marcha antes censurada Eu quero é rosetar (com Mílton de Oliveira), gravada por Jorge Veiga, e Odalisca (com Geraldo Gomes), lançada por Nelson Gonçalves.

Folião dos mais animados, não perdia um Carnaval e preparava suas músicas com um ano de antecedência, aproveitando a inspiração da folia. Dessa forma, conseguiu destacar-se praticamente a cada Carnaval, estando suas músicas quase sempre entre as mais tocadas e popularizadas.

Exemplos dos seus sucessos foram O passo da girafa (com Milton de Oliveira), de 1949, gravado por Araci de Almeida; Pra seu governo (com Milton de Oliveira), gravado por Gilberto Milfont, e Retrato do velho (com Marino Pinto), gravado por Francisco Alves, ambos de 1951; Eva (com Milton de Oliveira), gravado por Gilberto Milfont, e Acho-te uma graça (com Benedito Lacerda e Carvalhinho), de 1952; História da maçã (com Milton de Oliveira), gravado por Jorge Veiga, de 1954; Índio quer apito (com Mílton de Oliveira), gravado por Walter Levita, de 1961, uma das composições que mais renderam em direitos autorais, e Pistoleira (com Milton de Oliveira), gravado por Ari Cordovil, de 1964.

Seu último sucesso foi Tristeza, feito com Niltinho e lançado em 1965 por Jair Rodrigues, cujo sucesso no Carnaval de 1966 não chegaria a testemunhar.

Algumas músicas



Fontes: História do Samba - Editora Globo; Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

Passarinho do relógio (Cuco)

Passarinho do relógio (Cuco) (marcha/carnaval, 1940) - Haroldo Lobo e Mílton de Oliveira - Intérprete: Araci de Almeida

Disco 78 rpm / Título da música: Passarinho do relógio (Cuco) / Haroldo Lobo (Compositor) / Milton de Oliveira, 1919-1986 (Compositor) / Araci de Almeida, 1914-1988 (Intérprete) / Orquestra (Acomp.) / Gravadora: Victor / Gravação: 20/10/1939 / Lançamento: 12/1939 / Nº do Álbum: 34532 / Nº da Matriz: 33195-1 / Gênero musical: Marcha


----C
Cuco-cuco-cuco!
O passarinho do relógio
--------------G7
Está maluco
Ainda não é hora do batente
Ele fica impertinente
------------------------C
Acordando toda gente

--------------G7----------------- C
Eu pego às oito e quarenta e cinco
------------------G7
E levanto às sete,
--------------------------C------ C7
Pra tomar banho e café
-----------------F
Mas quando são mais ou menos
-----------C
Três e cinco, ele começa:
Cuco-cuco-cuco!
-------------Dm
E só termina
--------------G7---- C
Quando estou de pé



Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Ò seu Oscar

Wilson Batista
Dizia Roberto Martins que o nome "Oscar" era muito usado na gíria do pessoal que freqüentava o Café Nice como designativo de indivíduo tolo, paspalhão. Daí o seu aproveitamento por Ataulfo Alves para batizar o marido enganado, personagem deste samba.

Mas, se pertence a Ataulfo o título e a segunda parte, é de Wilson Batista a idéia e o estribilho original da composição: "Cheguei cansado do trabalho / quando a vizinha me chamou / tá fazendo meia hora / que sua mulher foi embora / e um bilhete lhe deixou / o bilhete assim dizia / Não posso mais / eu quero é viver na orgia...".

Foi com estes versos, já musicados, que Wilson convidou Ataulfo para fazer a segunda parte.

Conta Bruno Ferreira Gomes (no livro Wilson Batista e sua época) que Ataulfo, notando um "buraco" entre o segundo e o terceiro verso, sugeriu a inclusão desse "Ó Seu Oscar" que, além de preencher o claro, acabou substituindo o título, que deveria ser "Está Fazendo Meia Hora".

Apesar da importante participação de Ataulfo, "Ó Seu Oscar" é uma composição bem típica de Wilson Batista, um perspicaz cronista dos pequenos dramas do cotidiano. Vencedor do concurso de sambas para o carnaval de 40, é cronologicamente o segundo sucesso de seu lançador, Ciro Monteiro.

Ó Seu Oscar (samba, 1940) - Wilson Batista e Ataulfo Alves - Intérprete: Ciro Monteiro

Disco 78 rpm / Título da música: Oh! seu Oscar / Ataulfo Alves, 1909-1969 (Compositor) / Wilson Batista, 1913-1968 (Compositor) / Ciro Monteiro (Intérprete) / Gravadora: Victor / Gravação: 12/09/1939 / Lançamento: 11/1939 / Nº do Álbum: 34515 / Nº da Matriz: 33157-1 / Gênero musical: Samba


--------G -------------------B7 ----Em-------------------------- B7
Cheguei cansado do trabalho /------ Logo a vizinha me chamou:
--------------C ---------D7 -----------G
Ò Seu Oscar / Tá fazendo meia hora
------------------E7---------- A7 -------------------D7
Que a sua mulher foi embora / E um bilhete deixou
----------------------------C --------------D7 ---------G
(Meu Deus que horror!) / --------O bilhete assim dizia:
-------------------------E7----- A7 --D7 ---G
Não posso mais. eu quero é viver na orgia!

--------D7---------------------- G
Fiz tudo para ver seu bem-estar
----B7--------------------------- E7
Até no cais do porto eu fui parar
------------Am -----------------------G
Martirizando o meu corpo noite e dia
-------------------A7 ------------D7---- G
Mas tudo em vão: ela é da orgia. (Parei!)



Fonte: A Canção no Tempo - Vol. 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34; Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Samba da minha terra

Bando da Lua - Foto: Revista CARIOCA, Abril/1936

Conta Dorival Caymmi que "'O Samba de Minha Terra' foi inspirado nos sambas de roda da Bahia, onde se cantam versos referentes ao 'bole-bole' e ao 'requebrado', sugestões nascidas do movimento sensual das ancas das sambistas". São de sua segunda-parte os famosos versos: "Quem não gosta de samba / bom sujeito não é / é ruim da cabeça/ ou doente do pé".

Pertencente à fase inicial da carreira do autor, seria lançado pelo Bando da Lua em sua visita ao Brasil em 1940. Foi, aliás, o último fonograma registrado pelo Bando no Brasil. "O Samba de Minha Terra" foi regravado por João Gilberto em seu elepê de 1961, com o conjunto de Valter Wanderley, num arranjo que se inicia com uma marcante introdução de João, imitando um tamborim, numa demonstração inequívoca de que a bossa nova era fortemente enraizada no balanço do samba. João ainda gravaria "O Samba de Minha Terra", ao vivo, no Carnegie Hall, em 1964.

Samba da minha terra (samba, 1940) - Dorival Caymmi - Interpretação: Bando da Lua

Disco 78 rpm / Título da música: Samba da minha terra / Dorival Caymmi, 1914-2008 (Compositor) / Bando da Lua (Intérprete) / Gravadora: Columbia / Gravação: 23/09/1940 / Lançamento: 11/1940 / Nº do Álbum: 55245 / Nº da Matriz: 325 / Gênero: Samba / Coleções de origem: Nirez, José Ramos Tinhorão, Humberto Franceschi

Tom: G
Introdução: D7/9+

Em              Am
Samba da minha terra
D7    Bm
Deixa a gente mole
Em       Am
Quando se dança
D7    Bm
Todo mundo bole
C7+        Bm
Quem não gosta de samba
E7/9-          A7/13
Bom sujeito não é
Am5-/7
É ruim da cabeça
D7           G7+
Ou doente do pé
C7+         Bm
Eu nasci com o samba
E7/9-         A7/13
No samba me criei
Am5-/7
E do danado do samba
D7           G7+
Nunca me separei


Fontes: A Canção no Tempo - Vol. 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34; Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Naná

Orlando Silva
Naná (fox-blue, 1940) - Geysa Bôscoli e Custódio Mesquita - Intérprete: Orlando Silva

Disco 78 rpm / Título da música: Naná / Custódio Mesquita, 1910-1945 (Compositor) / Geysa Bôscoli, 1907-1978 (Compositor) / Orlando Silva (Intérprete) / Orquestra (Acomp.) / Gravadora: Victor / Gravação: 14/08/1940 / Lançamento: 10/1940 / Nº do Álbum: 34667 / Nº da Matriz: 33489-1 / Gênero: Fox


Naná
És sonho que se fez mulher
És dia em pleno amanhecer

Naná, Naná, !...
Igual a ti,
No mundo, outra não há,

Vem, aos meus braços,
Vem, vem cá,
Nasceste para mim


Naná. Tens,
Da lua a própria luz no olhar,
Quem te vê,
Deseja logo te beijar

Naná,
Primavera, sonho em flor
Nosso amor
Deslumbramento cheio de esplendor,
Teu, querida,
Serei, por toda vida !



Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Mulher

Considerado avançado para a sua época, Custódio Mesquita (foto) tem em "Mulher" uma de suas composições mais elaboradas. Talvez se possa considerar que este seria um prenúncio da melhor fase de sua carreira (1943-1945), que o credenciou como um precursor da moderna música brasileira, principalmente por seu sofisticado jogo harmônico.

Em "Mulher" as modulações, os surpreendentes acordes menores e o final fora da tônica são bem representativos de suas concepções musicais. Apoiado por um arranjo sóbrio e elegante, este fox foi gravado por Sílvio Caldas em disco que traz na outra face a valsa "Velho Realejo", também de Custódio e Sadi Cabral.

Mulher (fox-canção, 1940) - Custódio Mesquita e Sadi Cabral - Intérprete: Sílvio Caldas

Disco 78 rpm / Título da música: Mulher / Custódio Mesquita, 1910-1945 (Compositor) / Sadi Cabral (Compositor) / Sílvio Caldas (Intérprete) / Orquestra (Acomp.) / Gravadora: Victor / Gravação: 24/01/1940 / Lançamento: 03/1940 / Nº do Álbum: 34583 / Nº da Matriz: 33315-1 / Gênero musical: Fox canção


---------D ------F0
Não sei
-------------------D------ F0
Que intensa magia
------------------D
Teu corpo irradia
-------------------Bb7---- A7 ------------C7------ B7
Que me deixa louco assim / Mulher

-----Em
Não sei
---------------C0----- Em--------- C0
Teus olhos castanhos
---------------------Em
Profundos, estranhos
----------------Gm-- A7-- D
Que mistérios ocul-ta-rão / --- Mulher
--------------A7/5M
Não sei dizer

---------D------- F0
Mulher
---------------------D-------- F0
Só sei que sem alma
-----------------------D
Roubaste-me a calma
------------------Am7 ---D7--- G
E a teus pés eu fico a implorar

Gm
O teu amor tem um gosto amargo . . .
--------Gbm7 ----------------------B7
Eu fico sempre a chorar nesta dor
----------Em
Por teu amor
---------A7/5M ----------D
Por teu amor . . . .mulher



Fontes: A Canção no Tempo - Vol. 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34; Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Mal-me-quer

Cristóvão de Alencar
Embora gravada originalmente no andamento normal de marcha, "Malmequer" tem letra e melodia que a identificam com a marcha-rancho, o mais lírico dos gêneros carnavalescos - "Eu perguntei a um malmequer / se meu bem ainda me quer / e ele então me respondeu que não / chorei, mas depois eu me lembrei / que a flor também é uma mulher / que nunca teve coração...".

Essa temática florística estava em alta na época, estimulada pelo sucesso recente de "Florisbela" e "A Jardineira". Assim, concorrendo ao prêmio de melhor marcha para o carnaval de 1940, "Malmequer" iria encontrar como forte adversária a também florística "Dama das Camélias" (de João de Barro e Alcir Pires Vermelho).

Realizado em 27.01.40, no estádio do América, o concurso teve na comissão julgadora os jornalistas Eduardo Brown e Caribé da Rocha e as figuras ilustres de Luís Peixoto, Pixinguinha e Villa-Lobos, sendo este último quem a presidia. Apesar de receber o voto de Pixinguinha, "Malmequer" acabou em 3° lugar, precedida de "Pele Vermelha" (de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira) e da campeã "Dama das Camélias", cuja melodia foi muito elogiada por Villa-Lobos.

Mal-me-quer (marcha/carnaval, 1940) - Cristóvão de Alencar e Newton Teixeira - Orlando Silva

Disco 78 rpm / Título da música: Malmequer / Autoria: Alencar, Cristovão de Alencar, 1910-1983 (Compositor) / Newton Teixeira (Compositor) / Orlando Silva (Intérprete) / Orquestra e Coro (Acomp.) / Gravadora: Victor / Gravação: 04/11/1939 / Lançamento: 01/1940 / Nº do Álbum: 34544 / Nº da Matriz: 33248-1 / Gênero musical: Marcha

Dm Gm                     Dm    Gm                   Dm
Eu perguntei a um mal-me-quer / Se meu bem ainda me quer
                    A7    
Ela então me respondeu que não / Chorei, mas depois 

Eu me lembrei / Que a flor também é uma mulher
                   Dm  A7  D
Que nunca teve coração...........

           Em A7              D               B7
A flor mulher iludiu meu coração / Mas, meu amor
                       Em           Gm
É uma flor ainda em botão / O seu olhar
                 D   B7             E7    A7
Diz que ela me quer bem   /  O seu amor / É só meu
             D
De mais ninguém....   


Fontes A Canção no Tempo - Vol. 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34; Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Despedida de Mangueira

Benedito Lacerda
Despedida de Mangueira (samba/carnaval, 1940) - Benedito Lacerda e Aldo Cabral - Intérprete: Francisco Alves

Disco 78 rpm / Título: Despedida de Mangueira / Aldo Cabral (Compositor) / Benedito Lacerda, 1903-1958 (Compositor) / Francisco Alves (Intérprete) / Radamés Gnattali e Sua Orquestra (Acomp.) / Gravadora: Columbia / Gravação: 21/11/1939 / Lançamento: 01/1940 / Nº do Álbum: 55196 / Nº da Matriz: 233-2 / Gênero: Samba / Coleções de origem: Robespierre Martins Teixeira, Nirez, José Ramos Tinhorão, Humberto Franceschi


---------------G ------------------------------A7
Em Mangueira / Na hora da minha despedida
--------------D7 --------------------G
Todo mundo chorou / Todo mundo chorou
-------------------------------G7-------------- C
Foi pra mim a maior emoção / Da minha vida
---------Cm ----------G -------------D7-------- G
Porque em Mangueira / O meu coração ficou
-----------D7
Quis falar aos amigos / Que me abraçaram
-----------G -------------------------------------F7---- E7
Os soluços porém / Minha voz embargaram
---------------Am ----------D7 ---------G
E os meus olhos / Na minha tristeza sem fim
--------------A7 ---------D7----------- G
No meu silêncio / Falaram por mim

------------------D7
A maior emoção / Que se tem nesta vida
---------G -------------------------------------F7------ E7
É a dor que assinala / Uma triste partida
-----------Am ---------------D7------ G
E foi esta emoção / Que eu também já senti
----------------A7--------- D7 -----------G
E nunca mais / De Mangueira esqueci



Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Dama das Camélias

Francisco Alves
Dama das Camélias (marcha/carnaval, 1940) - João de Barro e Alcir Pires Vermelho - Intérprete: Francisco Alves

Disco 78 rpm / Título da música: Dama das camélias / Alcir Pires Vermelho, 1906-1994 (Compositor) / João de Barro, 1907-2006 (Compositor) / Francisco Alves (Intérprete) / Orquestra (Acomp.) / Radamés Gnattali (Acomp.) / Gravadora: Columbia / Gravação: 26/09/1939 / Lançamento: 10/1939 / Nº do Álbum 55169 / Nº da Matriz: 202-1 / Gênero: Marcha

(A)                 Dbm 
A sorrir você me apareceu
                           D
E as flores que você me deu
                            A  
Guardei no cofre da recordação
                      C
Porém depois você partiu
                        Em   
Prá muito longe e não voltou
                  F
E a saudade que ficou
                          E7   
Não quis abandonar meu coração
Am                 Dm
A minha vida se resume
     E7          Am  
Oh! Dama das Camélias
                      Dm
Em duas flores sem perfume
        E7         Am
Oh! Dama das Camélias.

Curare

"Curare" é o segundo sucesso de Alberto de Castro Simoens da Silva, o afamado boêmio carioca Bororó, violonista e compositor nas horas vagas, cuja obra praticamente se resume a duas músicas, ambas clássicos.

Bororó foi o padrinho da carreira artística de Orlando Silva, que em 1939 ficou enciumado por não ter gravado "Da cor do pecado", o outro clássico, lançado por Sílvio Caldas. Então o compositor deu-lhe "Curare", como compensação.

Além da letra brejeira, a construção harmônica da segunda parte, especialmente a frase final, uma sequência avançada para época, tornam este samba atraente para intérpretes, como João Gilberto, interessados em músicas de concepção mais elaborada.

Curare (samba, 1940) - Bororó - Intérprete: Orlando Silva

Disco 78 rpm / Título da música: Curare / Bororó, 1898-1986 (Compositor) / Orlando Silva (Intérprete) / Orquestra (Acomp.) / Gravadora: Victor / Gravação: 14/08/1940 / Lançamento: 10/1940 / Nº do Álbum: 34667 / Nº da Matriz: 33488-1 / Gênero: Choro estilizado

(A7)          D
Você tem buniteza,
Fo       Em    A7         Dm7   A7
E a natureza, foi quem agiu...
                   D
Com estes óio de índia,
  E7        A                 E7       A7    E7
Curare no corpo,  que é bem Brasil.

     A7      D
Tu é toda Bahia
     Fo         Em
É a fulô do mucambo,
    A7          Gb6  B7
Da gente de cô
                 Em      A7
Faz do amô confusão,
         D      B7        E7    A7
Nesta misturação bem banzeira,
     D    G7       Gb7         Bm    A7
Insoneira, que tem raça e tradição

                       D
Quebra, machuca minha dô
         A7             D
Nêga, neguinha tudo-tudinho
         A7
Meu amôzinho, com esta boquinha
       D
Vermelhinha, rasgadinha
 Gb      Db7          Gb       A7
Qui tem veneno, cumo que...

                     D                   
Conta tristeza e alegria
         A7                     D    B7
Pru seu bem, que tudo vive a dizê
       E7   A7   D    G       D
Que você é diferente desta gente
     A7       D
Que finge querê !


Fontes: A Canção no Tempo - Vol. 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34; Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Cai, cai

Cai, Cai (batuque / carnaval, 1940) - Roberto Martins - Intérpretação: Joel e Gaúcho

Disco 78 rpm / Título da música: Cai cai / Roberto Martins (Compositor) / Joel (Intérprete) / Gaúcho (Intérprete) / Fon-Fon e Sua Orquestra (Acomp.) / Gravadora: Columbia / Gravação: 04/11/1939 / Lançamento: 01/1940 / Nº do Álbum: 55191 / Nº da Matriz: 226-2 / Gênero musical: Batucada / Coleções de origem: Nirez, José Ramos Tinhorão, Humberto Franceschi


-----------------D -----------------------Em
Cai, cai, cai, cai / Eu não vou te levantar
-----------------A7---------------------------- D
Cai, cai, cai, cai / Quem mandou escorregar


---------------------------------------------------A7
Cai a chuva no telhado / Teu olhar caiu no meu
-------------------------------------------------------D
Cai a cinza do passado / Sobre o sonho que morreu
----------------------------------------------------A7
Muita gente cai à toa / Outros caem com razão
------------------------------------------------ D
A saudade é uma garoa / Caindo no coração



Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Acertei no milhar

Um pobretão sonha ter ganho 500 contos de réis no jogo do bicho, quantia fabulosa em 1940, suficiente para comprar três apartamentos de luxo ou cinco casas de dois pavimentos no bairro carioca de Copacabana. Este é o tema de "Acertei no Milhar", um samba-de-breque feito sob medida para o repertório de Moreira da Silva (foto).

Numa letra original e espirituosa, Wilson Batista (na foto ao lado) descreve a alegria do premiado, ressaltando seus planos mirabolantes ( "Eu vou comprar um avião azul / para percorrer a América do Sul"), suas expectativas de ascensão social ("Vou comprar um nome, não sei onde / vou ser barão..."), sem esquecer, porém, os compromissos cotidianos ("Me telefone pro Mané do armazém / porque não quero ficar devendo nada a ninguém"). Mas, como alegria de pobre dura pouco, logo o sonhador volta à realidade, acordado pela mulher.

"Acertei no Milhar" tem letra e melodia de Wilson Batista, figurando Geraldo Pereira como parceiro - a pedido de Moreira da Silva - para "trabalhar" a música nas rádios. Na ocasião, Geraldo era um compositor iniciante com apenas um samba gravado

Acertei no milhar (samba, 1940) - Wilson Batista e Geraldo Pereira - Intérprete: Moreira da Silva

Disco 78 rpm / Título da música: Acertei no milhar / Geraldo Pereira (Compositor) / Wilson Batista, 1913-1968 (Compositor) / Moreira da Silva (Intérprete) / Boêmios da Cidade (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Gravação: 04/04/1940 / Lançamento: 08/1940 / Nº do Álbum: 11883 / Nº da Matriz: 6332 / Gênero musical: Samba choro / Coleções de origem: IMS, Nirez

Etelvina (o que é, Morengueira?)
                A
Acertei no milhar!
    F#7            Bm                
Ganhei quinhentos contos (milhas), 
      D          C#7   
 não vou mais trabalhar
     Bm7         E7        A   F#7     
você dê toda roupa velha aos pobres
      B7        E7    
e a mobília podemos quebrar

(breque) 

"Isso é pra já, vamos quebrar. Pam, pam, bum, etc..."
     D                   A    
Etelvina vai ter outra lua-de-mel
   F#7       Bm        
você vai ser madame
E7            A       F#7         
vai morar num grande hotel
  D          D#O          A       F#7        
eu vou comprar um nome não sei onde
     Bm7      E7         A         
de Marquês Morengueira de Visconde
    Bm7         E7         A     
um professor de francês mon amour
             B7        E7        A    
eu vou mudar seu nome pra Madame Pompadour
      C#7            F#m            
Até que enfim agora sou feliz
         C#7            F#m
vou passear a Europa toda até Paris
      C#7                   F#m
e nossos filhos, oh, que inferno
          G#7           C#7            
eu vou pô-los num colégio interno
               F#m 
me telefone pro Mané do armazém
       C#7             F#m    
porque não quero ficar devendo nada a ninguém
        D7      D#O    A     
e vou comprar um avião azul
  F#m        Bm7      E7         A        
para percorrer a América do Sul
   D                D#O       A    
mas de repente, derrepenguente
     F#7        Bm7        E7     A        
Etelvina me acordou está na hora do batente
          D              D#O  
mas de repente, derrepenguente
(breque)
- Se acorda, vargulino! 
  Saia pela porta de trás que na frente tem gente.
       E7            A      
Foi um sonho, minha gente!               ESTRIBILHO


Fontes: Instituto Moreira Salles - Acervo musical; A Canção no Tempo - Volume 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.

A primeira vez

Alcebíades Barcelos
A Primeira vez (samba/carnaval, 1940) - Alcebíades Barcelos e Armando Marçal - Intérprete: Orlando Silva

Disco 78 rpm / Título da música: A primeira vez / Armando Marçal (Compositor) / Alcebíades Barcelos "Bide", 1902-1975 (Compositor) / Orlando Silva (Intérprete) / Orquestra (Acomp.) / Gravadora: Victor / Gravação: 04/11/1939 / Lançamento: 01/1940 / Nº do Álbum: 34544 / Nº da Matriz: 33249-1 / Gênero musical: Samba

Tom: D 

D                     E7
A primeira vez que eu te encontrei
 A7                    D
Alimentei a ilusão de ser feliz
Eu era triste e sorri
F#m
Peguei no pinho e cantei
C#7/F             C#7
Muitos versos eu fiz
A7
Em meu peito guardei
    D    C7     B7
Um dia você partiu
  Em           Gm
Meu pinho emudeceu
    E7              A7        D...
E a minha voz na garganta morreu 

 ...D        C7     B7
Procuro esquecer a dor
     Em
Não sou capaz
    A7          D
Meu violão não toca mais
  Em            A7/E     D       C7  B7
Eu vivo triste       a meditar
     E7
Não canto mais
        A7
Meu consolo é chorar
A interpretação de de João Gilberto:
Introdução:
Bmaj7  G#7/+5  G#m6  F#7/13  Bmaj7  F#7/13

Bmaj7      G#7/+5     C#7/9
A primeira vez que eu te encontrei,
C#m7/G#       F#7/+5 B6/9
Alimentei a ilusão de ser feliz
G#m7              A#7/+5
Eu era triste, sorri
D#m7                 F(b6)/C#
Peguei no pinho e cantei
F7/C             Bdim
Tantos versos eu fiz
C#m7             Em6  Bbdim
Em meu peito guardei
Bmaj7       G#7/+5
Um dia você partiu,
C#m7       Em6
Meu pinho emudeceu
Bbdim   Bmaj7 G#m6      C#7/G#  Gdim B6/9
E a     minha voz na gargan.....ta morreu
Bmaj7              G#7/+5
Procuro esquecer a dor,
C#m7
Não sou capaz,
F#7        F#9/+5     Bmaj7 G#7
Meu violão        não toca  mais
C#m7           Bb7   Ebm7      G#7
Eu vivo triste       a meditar,
C#7/G#       Em6       F#7/+5
Não canto mais, meu consolo é chorar


Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.