domingo, 7 de maio de 2006

Sabiá lá na gaiola

Carmélia Alves
Sabiá lá na Gaiola (baião, 1950) - Hervé Cordovil e Mário Vieira

Disco 78 rpm / Título da música: Sabiá na gaiola / Autoria: Cordovil, Hervé (Compositor) / Vieira, Mário (Compositor) / Carmélia Alves (Intérprete) / Conjunto Continental (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Continental, 1949-1950 / Nº Álbum 16226 / Lado A / Lançamento: 1950 / Gênero musical: Baião


Sabiá lá na gaiola / fez um buraquinho
Voou, voou, voou, voou / E a menina que gostava
Tanto do bichinho / Chorou, chorou, chorou, chorou

Sabiá fugiu pro terreiro / Foi cantar lá no abacateiro
E a menina vive a chamar / Vem cá sabiá, vem cá

Sabiá lá na gaiola...

A menina diz soluçando / Sabiá estou te esperando
Sabiá responde de lá / Não chores que eu vou voltar

Qui nem jiló

Luiz Gonzaga
Em 1950, vivia-se o auge do ciclo do baião, com vários compositores (Klecius Caldas, Armando Cavalcanti, Hervé Cordovil) e intérpretes (Marlene, Emilinha Borba, Ivon Curi) de outras áreas aderindo ao ritmo nordestino.

Incansável na renovação de seu repertório, Luiz Gonzaga chegaria a gravar durante o ano nada menos de vinte composições, sendo oito delas com Humberto teixeira e sete com o novo parceiro, Zé Dantas. De todas essas músicas, mereceu destaque especial o baião "Qui Nem Jiló", um dos melhores da dupla Gonzaga-Teixeira.

Refletindo sinais da integração do gênero ao meio urbano, "Qui Nem Jiló" tem melodia mais elaborada do que a maioria dos baiões, em nada lembrando as primitivas cantigas sertanejas.

Qui nem jiló (baião, 1950) - Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira - Intérprete: Marlene

Disco 78 rpm / Título da música: Qui nem jiló / Autoria: Teixeira, Humberto, 1916-1979 (Compositor) / Gonzaga, Luiz (Compositor) / Marlene (Intérprete) / Os Cariocas (Intérprete) / Orquestra Tabajara (Acompanhante) / Araújo, Severino (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Continental, Setembro/1949-Dezembro/1949 / Nº Álbum 16125 / Gênero musical: Baião

Introdução: G - C# - F#m - B7 - Em - G - A - D
   
     D                C# 
Se a gente lembrar só por 
    F#m     A7 
Lembrar 
  D                   E 
O amor que agente um dia
   A     A7 
Perdeu 
   G                    C#      F#m 
Saudade inté que assim é bom 
     B7           Em 
Pro cabra se convencer 
   A                D 
Que é feliz sem saber 
            A 
Pois não sofreu 
   D           C#            F#m    A 
Porém se a gente vive a sonhar 
    D                E 
Com alguém que se deseja 
    A     A7 
Rever 
    G          C#       F#m 
Saudade intonce aí é ruim 
    B7          Em 
Eu tiro isso por mim 
          G        A    D
Que vivo doido a sofrer 
             A 
Ai quem me dera voltar 
         D 
Pros braços do meu xodó 
             A 
Saudade assim faz roer 
         D 
E amarga que nem jiló 
         A 
Mas ninguém pode dizer 
 D                    D7 
Que me viu triste a chorar 
  G                 A 
Saudade, o meu remédio é 
     D   D7 
Cantar 
      G             A 
Saudade, o meu remédio é 
   D 
Cantar


Fontes: Instituto Moreira Salles - Acervo musical; A Canção no Tempo - Volume 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.

Que será

Dalva de Oliveira
A separação do casal Herivelto Martins-Dalva de Oliveira deu motivo a uma polêmica musical, que se estendeu por mais de dois anos. Dela participaram não apenas os protagonistas do caso, mas diversos compositores que abasteciam o repertório de Dalva.

Uma peça importante desse repertório é o bolero "Que Será", sucesso maior que, juntamente com o samba "Tudo acabado", marca o início da melhor fase da cantora: "Que será / da minha vida sem o teu amor / da minha boca sem os beijos teus/ da minha alma sem o teu calor/ que será / da luz difusa do abajur lilás / se nunca mais vier a iluminar / outras noites iguais...". E por aí seguem os versos de Mário Rossi, terminando com uma confissão de culpa, que se justifica como gesto extremo de ciúme: "Eu errei / mas se me ouvires me darás razão / foi o ciúme que se debruçou sobre o meu coração".

Em que pese o sensacionalismo extra-musical despertado pela polêmica, grande parte de seu sucesso se deveu às interpretações de Dalva de Oliveira, que soube imprimir às canções a dose de sentimentalismo que elas exigiam. Provavelmente, esse sucesso não seria tão forte se a contenda tivesse acontecido dez ou quinze anos depois.

Que será (bolero, 1950) - Marino Pinto e Mário Rossi

Disco 78 rpm / Título da música: Que será / Autoria: Pinto, Marino (Compositor) / Rossi, Mário, 1911-1981 (Compositor) / Dalva de Oliveira (Intérprete) / Orquestra (Acompanhante) / Borba, Osvaldo (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1950 / Nº Álbum 13022 / Lado B / Gênero: Bolero



A--------- B7 --------------------E----------- Dbm
Que será / Da minha vida sem o teu amor
------------------------Gbm------- B7
Da minha boca sem os beijos teus
-----------------------E ----------E7
Da minha alma sem o teu calor?

A---------- B7---------------------- E------ Dbm
Que será / Da luz difusa do abajour lilás
---------------------Gbm------- B7
Se nunca mais vier a iluminar
-----------------------E
Outras noites iguais?

--------E7---------------------- A
Procurar / Uma nova ilusão, não sei ...
------Gb7-------------------------------- B7
Outro lar / Não quero ter além daquele que sonhei,

A----------- B7 --------------------E--------- Dbm
Meu amor / Ninguém seria mais feliz que eu
-------------------Gbm--------- B7
Se tu voltasses a gostar de mim
-------------------------E ------------E7
Se o teu carinho se juntasse ao meu.

A---------- B7 ----------------------------E----- Dbm
Eu errei / Mas se me ouvires me darás razão
------------------Gbm------- B7
Foi o ciúme que se debruçou
-------------E --------Am----- E
Sobre o meu coração.



Fontes: Instituto Moreira Salles - Acervo musical; A Canção no Tempo - Volume 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.

Pé de manacá

Isaura Garcia
Pé de manacá (baião, 1950) - Hervé Cordovil e Mariza Pinto Coelho

Disco 78 rpm / Título da música: Pé de manacá / Autoria: Cordovil, Hervé (Compositor) / Coelho, Mariza Pinto (Compositor) / Cordovil, Hervé (Intérprete) / Isaura Garcia (Intérprete) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, 1950 / Nº Álbum 800686 / Gênero musical: Baião


--------------------------C --------------F -----------C
Lá de trás daquele morro / tem um pé de manacá.
--------------G7---------- C -------G7
Nóis vai casá e vai prá lá / Cê qué?
-------------------E7 -------------------Am
Eu quero te beijá / eu quero te agradá,
-------------------G-------------- C -------G7
eu quero me casá e te levá prá lá / Cê vai?
----------------------E7--------------- Am
Eu panho toda a flor do pé de manacá
------------------G-------------- C -------G7---- C
e faço uma coroa prá te enfeitá / Cê qué?

Paraíba

Emilinha Borba
Em 1929, a Aliança Liberal - coligação oposicionista formada por políticos do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba - lançou as candidaturas de Getúlio Vargas, presidente do Rio Grande do Sul, à presidência da República e de João Pessoa de Queiroz, presidente da Paraíba, a vice-presidente (na época, os governadores de estado eram chamados presidentes).

Essa coligação, derrotada nas urnas pelo situacionista Júlio Prestes, seria o embrião das forças que deflagrariam a Revolução de 30, movimento vitorioso que mudou o curso de nossa história. O atrevimento da pequena Paraíba, participando valentemente desses acontecimentos, inspirou a expressão "Paraíba mulher macho, sim senhor", aproveitada vinte anos depois por Luiz Gonzaga e Humberto teixeira num jingle político, logo transformado no baião "Paraíba".

Só que, esquecida a origem, a expressão foi tomada ao pé-da-letra pela malícia popular, que a vinculou ao homossexualismo feminino - "Quando lama virou pedra / e mandacaru secou / quando ribaçã de sede / bateu asas e voou / foi aí que eu vim-me embora / carregando a minha dô / hoje eu mando um abraço pra ti pequenina / Paraíba masculina, muié macho, sim Sinhô".

Na segunda parte, o verso "Eta, pau Pereira em Princesa já roncou" é uma referência ao coronel José Pereira e à Revolta de Princesa, uma rebelião por ele comandada, em junho de 1930, contra o governo de João Pessoa. Zé Pereira chegou a proclamar a independência do município de Princesa no Decreto n° 1 de seu governo... Lançada por Emilinha Borba em março de 50 (Luiz Gonzaga só a gravaria em 52), "Paraíba" é um dos maiores sucessos de sua carreira.

Paraíba (baião, 1950) - Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira

Disco 78 rpm / Título da música: Paraíba / Autoria: Teixeira, Humberto, 1916-1979 (Compositor) / Gonzaga, Luiz (Compositor) / Borba, Emilinha (Intérprete) / Canhoto (Tramontano, Waldiro), 1908-1987 (Acompanhante) / Coro (Acompanhante) / Os Boêmios (Acompanhante) / Regional (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Continental, 1950 / Nº Álbum 16187 / Gênero musical: Baião

G
Quando a lama virou pedra
              Am
E Mandacaru secou
                    D7
Quando o Ribação de sede 
             G
Bateu asa e voou
Foi aí que eu vim me embora
                    C
Carregando a minha dor
         Cm
Hoje eu mando um abraço 
    G
Pra ti pequenina
             Am
Paraíba masculina,
    D7             G
Muié macho, sim sinhô
G
Eita pau pereira
                        Am
Que em princesa já roncou
        D7
Eita Paraíba
                  G
Muié macho sim sinhô 
Eita pau pereira
                    C
Meu bodoque não quebrou

         Cm
Hoje eu mando 
               G
Um abraço pra ti pequenina
             Am
Paraíba masculina,
    D7             G
Muié macho, sim sinhô
         G
Quando a lama virou pedra
               Am
E Mandacaru secou
                    D7
Quando arribação de sede 
             G
Bateu asa e voou
Foi aí que eu vim me embora
                   C
Carregando a minha dor
        Cm
Hoje eu mando um abraço 
    G
Pra ti pequenina 
              Am
Paraíba masculina,
      D7           G
Muié macho, sim sinhô

Eita, eita
C7
Muié macho sim sinhô


Fontes: Instituto Moreira Salles - Acervo musical; A Canção no Tempo - Volume 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.

Olhos verdes

Dalva de Oliveira
Olhos verdes (samba, 1950) - Vicente Paiva

Disco 78 rpm / Título da música: Olhos verdes / Autoria: Paiva, Vicente, 1908-1964 (Compositor) / Dalva de Oliveira (Intérprete) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1950 / Nº Álbum 13002 / Lançamento: 1950 / Lado A / Gênero musical: Samba


D7+ --------------------------Gbm7
Vem de uma remota batucada
------------A7 ----------------D7+
Uma cadência bem marcada
---------------Gbm7/-5---- B7/-9-----Em7 ----B7/-9
Que uma baiana--------- tem no andar


Em7 --------------B7/-9 ---------Em7
E nos seus requebros e maneiras
---------------B7/-9--------- E7/9
Na graça toda das palmeiras
---------------------------------A7
Esguias e altaneiras a balançar

Gbm7/-5 -----B7/-9---- Gbm7/-5--- B7/-9------ Gbm7/-5
São --da --cor --do-- mar, --da-- cor-- da-- mata
-----------B7/-9--------- Gbm7/-5
Os olhos verdes da mulata
B7/-9 ----------------Em7
Tão cismadores, fatais, fatais

Gm7 ------------A7------------ D7+
E no beijo ardente e perfumado
-----------------Bm7 --------E7
Conserva o travo do pecado
-------------Em7 --A7 ----D7+
Dos saborosos cambucais

No Ceará não tem disso não

Luiz Gonzaga
No Ceará não tem disso não (baião, 1950) - Guio de Morais

Disco 78 rpm / Título da música: No Ceará não tem disso não / Autoria: Morais, Guio de (Compositor) / Luiz Gonzaga (Intérprete) / Acompanhamento (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, 10/07/1950 / Nº Álbum 800695 / Lado B / Lançamento: Setembro/1950 / Gênero musical: Baião

Tom: D 
      D7
Tenho visto tanta coisa
Nesse mundo de meu Deus
Coisas que prum cearense
Não existe explicação
Qualquer pinguinho de chuva
Fazer uma inundação
Moça se vestir de cobra
E dizer que é distração
                G
Vocês cá da capital
       A7               D
Me adesculpe esta expressão

Refrão:

No Ceará não tem disso não,
              A7                 D
Não tem disso não, não tem disso não
No Ceará não tem disso não,
              A7                 D
Não tem disso não, não tem disso não
G         D
Não, não, não,
      A7               D
No Ceará não tem disso não,
Não, não, não,
No Ceará não tem disso não,

                          D7
Nem que eu fique aqui dez anos
Eu não me acostumo não
Tudo aqui é diferente
Dos costumes do sertão
Num se pode comprar nada
Sem topar com tubarão
Vou voltar pra minha terra
No primeiro caminhão
                    G
Vocês vão me adesculpar
        A7              D
Mas arrepito essa expressão:

Refrão

Nega maluca

Evaldo Rui
Fernando Lobo e Evaldo Rui eram amigos de todos os dias, ou melhor, de todas as noites. Uma ocasião, no final dos anos quarenta, Rui descreveu para Fernando uma cena curiosa que presenciara num bar, entre um jogador de sinuca e uma crioula, com uma criança nos braços: a mulher insistia desesperadamente em entregar a criança ao sujeito, aos berros de "Toma que o filho é seu", enquanto ele se limitava a dizer que a mulher estava maluca, pois o filho não podia ser dele...

Daí nasceu um baião, com a primeira parte do Rui ("Tava jogando sinuca / uma nega maluca me apareceu / vinha com um filho no colo / e dizia pro povo que o filho era meu / não senhor! / toma que o filho e seu / não senhor! / guarde o que Deus lhe deu") e a segunda de Rui e Fernando. Então, os dois procuraram Luiz Gonzaga que não se interessou em gravá-lo.

Tempos depois, na boate Casablanca, mostraram a música a Francisco Alves. O cantor achou o baião divertido, mas fora de seu estilo. Colaborou, porém, com uma preciosa sugestão: "Por que vocês não transformam esse baião num samba de carnaval?". Naquela mesma noite Fernando e Rui estariam mostrando o samba "Nega Maluca" para a cantora Linda Batista, que prometeu gravá-lo no dia seguinte.

Sucesso total no carnaval de 1950, premiado pela prefeitura e o jornal A Noite, "Nega Maluca" ainda rendeu um dinheiro extra para os autores: a loja A Exposição propôs-lhe a exploração de uma fantasia de "nega maluca" e Fernando, lembrando-se da personagem Topsy de A Cabana do Pai Tomás, desenhou o modelo que se tornaria um recordista de venda - um espalhafatoso vestido vermelho, com bolas brancas, que poderia ser completado com uma carapinha de tranças e o rosto da usuária pintado de preto, se necessário.

Nega maluca (samba/carnaval, 1950) - Evaldo Rui e Fernando Lobo

Disco 78 rpm / Título: Nega maluca / Autoria: Rui, Evaldo, 1913-1954 (Compositor) / Lobo, Fernando, 1915-1996 (Compositor) / Batista, Linda, 1919-1988 (Intérprete) / Regional (Acompanhante) / Imprenta[S.l.]: RCA Victor, 1949 / Nº Álbum 800631 / Lado B / Lançamento: 1950 / Gênero: Samba



Tava jogando sinuca
Uma nega maluca me apareceu
Vinha com um filho no colo
E dizia pro povo
que o filho era meu (bis)

Toma que o filho é seu
Não senhor ....
Guarda o que Deus lhe deu
Não senhor ......


Há tanta gente no mundo
Mas meu azar é profundo
Veja você, meu irmão,
A bomba estourou na minha mão
Tudo acontece comigo
Eu que nem sou do amor
Até parece castigo
Ou então é influência da cor (bis)

Tava jogando sinuca ....
Não senhor ...


Fonte: A Canção no Tempo - Vol. 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.

Meu brotinho

Francisco Carlos
Meu brotinho (marcha/carnaval, 1950) - Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira

Disco 78 rpm / Título da música: Meu brotinho / Autoria: Teixeira, Humberto, 1916-1979 (Compositor) / Gonzaga, Luiz (Compositor) / Francisco Carlos (Intérprete) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, 1949 / Nº Álbum 800627 / Lado A / Lançamento: 1950 / Gênero musical: Marcha


--------------A
Ai, ai, brotinho / Não cresça meu brotinho
-------------------------E7
E nem murche como a flor / Ai, ai, brotinho
---------------------------------------------A
Eu sou um galho velho mas, / Quero seu amor.
Meu brotinho, por favor, não cresça
--------------------------------------------Bm
Por favor, não cresça / Já é grande o cipoal
---------------------------E7 -----------------------------------A
Ta sobrando galharia seca / Ta pegando fogo no meu carnaval.

Maria Rosa

Alcides Gonçalves
Maria Rosa (samba, 1950) - Lupicínio Rodrigues e Alcides Gonçalves

Disco 78 rpm / Título: Maria Rosa / Autoria: Gonçalves, Alcides (Compositor) / Rodrigues, Lupicínio, 1914-1974 (Compositor) / Francisco Alves (Intérprete) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 02/12/1949 / Nº Álbum 13001 / Lado B / Lançamento: 03/1950 / Gênero musical: Samba

D                 Fo
Vocês estão vendo aquela mulher 
                              Em
                  de cabelos brancos
            B7                 Em
Vestindo farrapos calçando tamancos
              A7               D
Pedindo nas portas pedaços de pão ?
 F#m                          C#7        F#m
A conheci quando moça era um anjo de formosa
     E7           A    E7              A7
Seu nome: Maria Rosa, seu sobrenome: Paixão
   D                Fo         Em       B7
Os trapos de suas vestes não é só necessidade
               Em                    F#7
Cada um, para ela, representa uma saudade
G                     Gm     D                    B7
Ou de um vestido de baile, ou de um presente , talvez
      Em                 A7          D     A7
Que algum dos seus apaixonados lhe fez
 D                             F#m
Quis certo dia Maria por a fantasia de tempos passados
 B7                      Em
Por em sua galeria uns novos apaixonados
                   F#7
Esta mulher que outrora a tanta gente encantou
  C#7                      F#m              A7
Nenhum olhar teve agora, nenhum sorriso encontrou
   D                                     F#m
E então dos velhos vestidos que foram outrora sua predileção
  B7                    Em            D7
Mandou fazer essa capa de recordação
  G                 A7   D               B7
Vocês Marias de agora, amem somente uma vez
 Em                      A7                 D    Gm D7
Prá que mais tarde esta capa não sirva em vocês.  (bis)

Marcha do gago

Oscarito
Marcha do gago (marcha/carnaval, 1950) - Armando Cavalcanti e Klécius Caldas

Disco 78 rpm / Título da música: Marcha do gago / Autoria: Cavalcanti, Armando, 1914-1964 (Compositor) / Caldas, Klecius, 1919-2002 (Compositor) / Oscarito (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Star, 1947-1949 / Nº Álbum 177 / Lado A / Lançamento: 1949 / Gênero musical: Marcha


Tá, tá, tá, tá, tá, na hora,
Va, va, va, vale tudo agora,
Sou mo-mole, pra fa-falar,
Mas um Pintacuda pra beijar.

(bis)

Eu fico ga, ga, ga, ga, gago,
Dentro do salão,
E até pa, pa, pa, pa, pago,
Pra não ver canhão,
Mas se, se, se, se, a dona é boa,
A minha língua, se destrava atoa.