domingo, 22 de outubro de 2006

Lourival Faissal

Lourival Faissal, compositor, radialista, nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 17/11/1922. Como radialista atuou durante longos anos na Rádio Nacional e foi chefe do Departamento de sonoplastia nessa emissora.

Como compositor, ficou conhecido como o "Rei das versões", especializando-se em fazer versões de músicas estrangeiras. Teve composições gravadas por diferentes intérpretes, entre os quais, Blecaute, Ângela Maria, Anísio Silva, Trio Nagô, Luiz Gonzaga, Irmãs Galvão, Linda Batista, Elisete Cardoso e Emilinha Borba.

Um de seus principais parceiros foi Getúlio Macedo, com quem compôs entre outras, o mambo Covarde, o samba-canção Há de existir meu amor, o ragtime Ano novo, ano bom, a marcha Nosso Natal e as valsas Meu papai e Mãezinha querida.

Em 1946, Emilinha Borba gravou pela Continental o samba Acapulco, versão de música de Gordon e Warren. Em 1950, Carlos Galhardo lançou na RCA a valsa Solidão, parceria com Olga Nobre. Em 1951, Emilinha Borba interpretou o bolero Dez anos, composição de Rafael Hernández e Adelaide Chiozzo gravou na Star a marcha Noite de lua, com Chocolate.

Em 1952, as seguintes músicas foram gravadas: o baião Vaqueiro romântico, com Chocolate na RCA Victor por Bob Nelson; o samba-canção Divórcio, parceria com Getúlio Macedo, por Linda Batista e o tango A media luz, versão de composição de E. Donato, por Nelson Gonçalves.

São de 1953 as gravações do samba Você sabe muito bem, com Benê Alexandre e Getúlio Macedo, ainda na Continental por Emilinha Borba e do bolero Linda cigana, versão de música de Livingstone e Evans, pelo Trio Madrigal.

Em 1954, Nelson Gonçalves gravou na RCA o samba-canção Como se previa, com Getúlio Macedo; Risadinha gravou na Odeon a marcha-rancho Meu jardim, com Jarbas Albuquerque; Osvaldo Borba e sua Orquestra gravou o Mambo das normalistas com Clínio Cavalcânti e Bel Luz também na Odeon; Dircinha Batista gravou na RCA o bolero Botões de laranjeira com Getúlio Macedo e o Trio de Ouro gravou também na RCA a Balado do ouro negro, versão de uma composição de Webster e Tiom Kim. Também no mesmo ano, a cantora Zaíra Cruz gravou na RCA Victor a valsa Noite santa, e a canção Vi mamãe beijar Papai Noel, esta última uma versão para música de T. Connor.

Em 1955, o Trio Yrakitan lançou na Odeon a canção Feliz Natal...Boas Festas com Irani de Oliveira, Zaíra Cruz gravou na RCA a rumba Baratinha; Nelson Gonçalves, também na RCA gravou o tango Esta noite me embriago (Esta noche me emborracho) com Discépolo e Jorge Veiga gravou o Hino da torcida do Flamengo, parceria com Getúlio Macedo.

Em 1956 foram gravados a valsa Dia dos nossos avós com Arsênio de Carvalho por Zaíra Cruz na RCA, o tango Mentindo (com Eduardo Patané) e o beguine Praia Vermelha com Getúlio Macedo, também na RCA pelo Trio Itapoan.

Em 1957, Pedroca do Trompete e seu Conjunto gravou na Sinter o bolero Intenção, parceria com Getúlio Macedo; Adelaide Chiozzo gravou a marcha Tua companheira, com Getúlio Macedo e o Trio Nagô gravou o bolero Dúvida, parceria com C. Navarro.

Em 1958 suas músicas foram gravadas por Ângela Maria (o samba Apaixonada) na Copacabana, Carolina Cardoso de Menezes (o mambo Covarde, parceria com Getúlio Macedo) na Odeon, os Vocalistas Modernos (regravação do bolero Covarde) e Chiquinho e sua orquestra (o bolero Arranca minha vida, parceria com Getúlio Macedo) os dois últimos pela Sinter.

Em 1959, Anísio Silva gravou na Odeon a guarânia Quero beijar-te as mãos, parceria com Arsênio de Carvalho, regravada no ano seguinte pela dupla Cascatinha e Inhana.

Em 1960, Carlos Galhardo gravou na RCA Victor o samba-canção Presença viva do nosso amor, parceria com Getúlio Macedo e Hebe Camargo gravou também na Odeon o bolero Eu tenho um pecado novo, versão de composição de Moraes e Martinez.

Em 1961, compôs com Luiz Gonzaga a marcha Alvorada da paz gravada no mesmo ano pelo Rei do Baião na RCA. Ainda no mesmo ano, Orlando Silva gravou a Canção do amor que lhe dou.

Sua intérprete mais constante foi Emilinha Borba, que gravou de sua autoria, entre outras, o bolero Em nome de Deus com Alvarado, o fox-samba Istambul uma versão da composição de Simon e Kennedy, o tango Desengano, com o maestro Patané e o bolero Chuvas de abril com D. Sylvia e Silvers, todas pela Continental.

Teve, ao logo da carreira, mais de 100 composições gravadas. Seu maior sucesso foi a guarânia Quero beijar-te as mãos, com Arsênio de Carvalho.

Algumas músicas








Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.

Lina Pesce

Lina Pesce - 1937
Lina Pesce (Magdalena Pesce Vitale), compositora, instrumentista, nasceu em São Paulo/SP em 26/1/1913 e faleceu em 30/6/1995. Filha do maestro italiano Giacomo Pesce, que lhe deu as primeiras orientações musicais e muito a influenciou. Teve aulas de piano com Marcelo Buogo.

Em 1922 fez sua primeira composição, o tango-canção Quantas vezes, com letra em português escrita por seu pai, que assumiu o pseudônimo de Orfeu. São dessa mesma época seus tangos A vingança de Cupido, Compadrito, Esqueça-me, Fatalidad e Miente.

Em 1933 casou-se com Vicente Vitale, um dos fundadores da editora Irmãos Vitale, transferindo-se para o Rio de Janeiro, onde prosseguiu seus estudos de música, teoria, solfejo e harmonia com Lorenzo Fernandez e piano com Tomás Terán.

Em dezembro de 1937, ganhou o primeiro lugar no Concurso Oficial de Músicas Carnavalescas para 1938, promovido pela Divisão de Turismo e Divertimentos Públicos da Prefeitura de São Paulo, com a marcha Você gosta de brincar, gravada por Laís Marival em disco Columbia.

Em 1942 editou pela Irmãos Vitale seu choro Bem-te-vi atrevido, gravado pela organista norte-americana Ethel Smith e apresentada pela mesma no filme Dupla ilusão (Twice Blessed). A partir dessa aparição, a música ganhou novos registros nos EUA, e recebeu gravações na Argentina, Inglaterra, França, Itália, antiga U.R.S.S. e vários outros países.

No Brasil recebeu algumas dezenas de registros conhecidos, dos quais se destacam os de Irani Pinto, Carolina Cardoso de Meneses, Altamiro Carrilho, Sivuca e Heriberto Muraro. O sucesso inspirou-a a compor outros choros com nomes de pássaros: Pintassilgo apaixonado, Corruíra saltitante, Tangará na dança, Canarinho gracioso e Sabiá feiticeiro, todos editados nas décadas de 1940 e 1950 pela Irmãos Vitale e gravados por numerosos intérpretes, destacando-se Simonetti, Copinha, Carioca e Luís Americano.

Na década de 1950, compôs sambas-canções de grande aceitação, como Onde estará meu amor (gravado por Morgana, Dolores Duran, Elisete Cardoso e Agnaldo Rayol), Era uma vez (gravado por Carminha Mascarenhas e Morgana), Eu sou assim (gravado por Jairo Aguiar e Marion Duarte) e Este amor (gravado por Morgana e Paulo Queirós).

Em 1958, a Copacabana lançou um LP contendo exclusivamente composições suas executadas por Irani Pinto, intitulado Inspiração. No mesmo ano, ingressou na Academia Brasileira de Música Popular, possuindo até esse momento mais de 200 gravações divulgadas em diferentes países.

Em 1961 assinou contrato com a CBS, gravando como solista de piano três LPs: Valsas bem brasileiras (1961), com repertório de valsas de sua composição, Concerto em ritmo (1963), com clássicos da música erudita vertidos em ritmo dançante (os dois LPs com arranjos e regência de Lírio Panicalli), e Chorinhos bem brasileiros (1963), com arranjos e regência de Radamés Gnattali. A partir daí, afastou-se do meio artístico.

Em meados da década de 1970, voltou a residir em São Paulo, no bairro de Vila Mariana, restringindo suas aparições públicas a programas radiofônicos e reuniões musicais particulares, além de compor. Com a morte de Vicente Vitale, em 19 de setembro de 1980, abandonou definitivamente a carreira.

Obras: Baião concertante, baião, 1958; Bem-te-vi atrevido, choro, 1942; Canarinho gracioso, choro, 1958; Compadrito, tango, 1929; Corruíra saltitante, choro, 1948; Era uma vez, samba-canção, s.d.; Esqueça-me (c/Giacomo Pesce), tango, s.d.; Este amor, samba-canção, s.d.; Eu sou assim, samba-canção, s.d.; Miente, tango, 1929; Onde estará meu amor, samba-canção, 1958; Pintassilgo apaixonado, choro, 1947; Quantas vezes, tango-canção, 1927; Sabiá feiticeiro, choro, 1950; Tangará na dança, choro, 1942; Você gosta de brincar, marcha, 1939.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Lauro Maia

Lauro Maia (Lauro Maia Teles), compositor, instrumentista e arranjador, nasceu em Fortaleza/CE em 06/11/1912 e faleceu no Rio de Janeiro/RJ em 05/01/1950. A mãe era professora de teoria musical e lhe ensinou as primeiras noções de música. Ainda ginasiano, freqüentemente apresentava-se tocando piano no Cine-Teatro Majestic, sendo depois convidado a substituir pianista que adoecera.

Em 1938, formou o Quinteto Lupar, com Paulo Pamplona, Ubiraci de Carvalho, Roberto e Antônio Fiuza, estreando no ano seguinte na Ceará Rádio Clube. Na época, era diretor artístico da emissora, além de ocasionalmente integrar a orquestra da casa como pianista ou acordeonista.

Além disso, liderava a Escola de Samba Lauro Maia, fazia pesquisas sobre o folclore cearense e arranjos de musicas para gravações. Casado com Djanira Teixeira, irmã do compositor Humberto Teixeira, transferiu-se para o Rio de Janeiro, sendo contratado pelos editores Irmãos Vitale.

Passou também a trabalhar em cassinos, e em 1942 sua composição Eu vi um leão foi gravada na Odeon pelos Quatro Ases e Um Curinga, mesmo conjunto que lançou em 1944 a marcha de sua autoria Trem de ferro (Trenzinho), um de seus maiores sucessos. Em parceria com Humberto Teixeira compôs outros grandes êxitos, como Só uma louca não vê, gravado por Orlando Silva na Odeon em 1945, e, no ano seguinte, Deus me perdoe, lançada em disco por Ciro Monteiro na Victor, obtendo muito sucesso no Carnaval.

Criou um novo ritmo, o balanceio, que fazia prever o baião urbanizado, como nas músicas Marcha do balanceio, gravada por Joel e Gaúcho, e Tão fácil, tão bom, interpretada pelos Vocalistas Tropicais, ambas na Odeon, também em 1946.

Adoecendo, regressou a Fortaleza no ano seguinte, retornando ao Rio de Janeiro em 1948, onde faleceu dois anos depois. Duas músicas de sua autoria foram lançadas postumamente: Trem ô lá lá (com Humberto Teixeira), em 1950, por Carmélia Alves, e o choro Faísca, gravado por Raul de Barros, na Odeon, um ano depois, obtendo êxito. Sua música Trem de ferro foi regravada por João Gilberto em 1961, com sucesso, constando do terceiro LP desse cantor na Odeon.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - Publifolha.