quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Neide Fraga

Neide Fraga (Neide Hor-Meyll Fraga), cantora, nasceu no Rio de Janeiro em 17/12/1925 e faleceu na mesma cidade em 14/12/1987. Iniciou carreira em 1942 no programa de calouros "Hora da Peneira", da Rádio Cultura de São Paulo, trabalhando também nos programas matinais da Rádio Cruzeiro do Sul.

Dois anos mais tarde, foi para a Bandeirantes e depois para a Record. Em 1950 gravou seu primeiro disco na etiqueta Elite Especial, a toada Triste adeus (Rômulo Pais) e o baião Eh! Boi!... ( Hervé Cordovil).

Lançou em seguida o samba Meu romance, de Sereno; o samba canção Quando alguém vai embora, de Ciro Monteiro e Dias da Cruz e com o conjunto vocal paulista Demônios da Garoa a marcha Quando chega o Natal, de Sereno. Neste mesmo ano, recebeu o prêmio Roquete Pinto pela primeira vez, repetindo o feito quatro anos depois, logo após uma viagem pela Argentina.

Em 1951 gravou o baião Tá moiado, tá, de Rômulo Paes, Adoniran Barbosa e Delê. No ano seguinte, gravou a toada baião Esta noite serenou, de Hervê Cordovil, o samba Perdão amor e o samba-canção Revelação, os dois, de Ivon Curi.

Lançou grandes sucessos pela gravadora Odeon. Seu primeiro registro nesse selo foi a música Baião de Ana, de R. Vatro e J. C. Rocha, realizado em 1953, incluída no filme italiano do mesmo nome e que obteve repercussão internacional. No mesmo ano, gravou o fox-trot Jambalaya, de Williams, com versão de Edair Badaró.

Até 1958 gravou na Odeon seus maiores sucessos: Quando alguém vai embora (Ciro Monteiro e Dias da Cruz), em 1950, Bangalô de chocolate (Macedo Guedes e Miranda Alves) e Minha infância (Hervé Cordovil e Marisa Pinto Coelho).

Em 1954, voltando de uma excursão à Argentina, foi mais uma vez agraciada com o Prêmio Roquette Pinto. No mesmo ano, gravou o baião Xodó, xodó, de Humberto Teixeira.

Em 1956 gravou o baião Pé de jambo, de Mário Vieira e Luiz Alexandre.

Em 1959, passou a gravar na Continental, onde realizou quatro discos. Sua primeira gravação na nova gravadora incluiu o rock balada Estúpido cupido, de Greenfield e Neil Sedaka, com versão de Fred Jorge e o samba Dorme, neném!, de Sereno.

Em 1960, gravou o samba canção Leva-me contigo, de Dolores Duran.

Em 1963, gravou um disco na Philips, sem maior repercussão. A partir de então, praticamente não aparecia na mídia, apresentando-se esporadicamente, em ocasiões especiais.


Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.

Neusa Maria

Neusa Maria (Vasilíki Purchio), cantora, nasceu em São Paulo, SP, em 01/12/1928, e faleceu na mesma cidade em 13/02/2011. Filha de uma família italiana radicada em São Paulo, começou a cantar em apresentações para a vizinhança, ainda menina, aos 12 anos.

Mais tarde ganhou o "slogan" de "Rainha do Jingle" e "Voz doçura do Brasil". Adotou o nome artístico de Neusa Maria, por sugestão de Abílio Caldas, pois seu nome de batismo, Vasilíki, era de difícil pronúncia.

Destacou-se nas décadas de 1940 e 1950 como cantora de sambas, boleros e de "jingles", estes últimos gravados por ela com regularidade nas décadas subseqüentes. Começou cantando em programas de calouros de rádio, incentivada pelos amigos. Estreou em meados de 1942, no programa de Gabus Mendes da Rádio Record paulista, recebendo na ocasião o primeiro lugar.

Ainda no início da década de 1940, conheceu Abílio Caldas, um representante comercial da loja em que ela trabalhava, que também era radialista e levou-a, por insistência das colegas da loja, para cantar na Rádio Cruzeiro do Sul. Foi um grande êxito, e Neusa Maria acabou sendo contratada pela Rádio Tupi paulista para um programa.

Em 1943 recebeu o título de "A Estrela do Ano" num concurso que reuniu vários artistas do cenário musical de São Paulo. Em 1945 foi ao Rio de Janeiro para fazer sua primeira gravação na Continental. Nessa ocasião conheceu César de Alencar que a levou a Renato Murce para um teste, o que lhe garantiu um contrato com a Rádio Clube do Rio de Janeiro. Quando César transferiu-se para a Rádio Nacional, Neusa o acompanhou, permanecendo nos quadros da emissora por longos anos.

Seu primeiro sucesso foi Eu sei que ele chora, baião de Nestor de Holanda e Ismael Neto. Depois gravou Arrivederci Roma, Nunca jamais, Siga, Molambo, Murmúrios, Gondoleiro e Picolísima serenata. Foi eleita "A melhor cantora do rádio de 1956", em pesquisa feita pelo Clube do Disco e "A melhor cantora do rádio de 1957", em pesquisa realizada pela célebre "Revista do Rádio", quando seus discos entravam com freqüência em todas as paradas de sucesso da época.

Recebeu o troféu Disco de Ouro de "O Globo" em 1956. Gravou dois discos pela Continental, 23 pela Sinter entre 1950 e 1957, 10 pela RCA Victor entre 1958 e 1960. Gravou ainda pela CBS e pela Star.

Namorados da Lua


Namorados da Lua. Conjunto vocal organizado no Rio de Janeiro/RJ em 1941 e desfeito em 1947. Teve quatro formações diferentes, sempre liderado por Lúcio Alves, crooner, arranjador e violonista do grupo. Composto por Nei Costa, Agostinho, Geraldo, Joãozinho e Madalena, apresentou-se em público pela primeira vez em 1941, tirando o primeiro lugar no programa de calouros de Ary Barroso, na Rádio Tupi.


Em 1942 gravou seu primeiro disco 78 rpm pela Victor, cantando Vestidinho de Iaiá e Te logo, sinhá (ambas de Assis Valente). Com a saída de Agostinho e Geraldo e a entrada de Russinho — José Ferreira Soares —, o grupo gravou em 1944 na Continental seu segundo disco, Agora sim e Caráter de mulher (ambas de Francisco Santos e João Dinis).

No ano seguinte, gravaram com sucesso na mesma marca os sambas Eu quero um samba (Haroldo Barbosa e Janet de Almeida) e Morena faceira (Janet de Almeida). A partir dessa gravação, o grupo passou a ser destaque nas programações da Rádio Tupi e gravou dois discos. Novamente com outra formaçao — Lúcio, Nei Costa, Russinho, Joãozinho, Chiquinho (Francisco Storino), Rui Peres e Horaci Medela —, o grupo apresentou-se em temporada no Cassino Atlântico.

Em dezembro de 1945, o grupo se desfez e, em 1946, Lúcio formou novo conjunto, para atender a um compromisso de Carnaval, do qual faziam parte Chiquinho, Miltinho, Nanai (Arnaldo Humberto de Medeiros), Silveirinha (Otaciliano Silveira) e Chicão (Francisco Guimarães Coimbra). Com essa formação, o grupo fez uma temporada no Cassino Copacabana, durante o Carnaval daquele ano, voltou a gravar pela Continental e foi contratado pela Rádio Nacional, até ser desfeito, definitivamente, em 1947.

Dessa última formação, as músicas de mais sucesso foram Dança do ban zan-zan (Janet de Almeida e Francisco Storino) e Feitiço da Vila (Noel Rosa e Vadico), em abril de 1946; Não bobeie, Calamazu (Caco Velho e Nilo Silva) em maio de 1946;

Em 1947 alcançam sucesso com a gravação do samba De conversa em conversa (Lúcio Alves e Haroldo Barbosa), com a cantora Isaura Garcia na Victor; e Guerra ao pardal (Alberto Ribeiro e Peterpan), marcha lançada no Carnaval de 1948, último disco do grupo.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.