quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Quatro Ases e um Coringa

Quatro Ases e um Coringa - Grupo carioca formado no Rio de Janeiro na década de 40 por três irmãos (Evenor, José e Permínio Pontes de Medeiros) e um amigo André Batista Vieira). Inicialmente um quarteto, adotaram o nome Quatro Ases e Um Coringa com a entrada do último elemento, Pijuca.

Trabalharam nas maiores emissoras de rádio da época (Mayrink Veiga, Nacional, Tupi) ao lado de figuras como Fernando Lobo e César Ladeira. Tornaram-se, ao lado dos Anjos do Inferno, um dos conjuntos vocais mais populares da década de 40.

Gravaram o primeiro disco em 1941, e depois disso realizaram diversas gravações, principalmente de marchas de carnaval. Foram do elenco do Cassino Copacabana. Por volta de 1952 alguns integrantes da formação original saíram, e foram substituídos por outros cantores (Jorge, Nilo Falcão e Miltinho) até a dissolução final, em 1957.

Os maiores sucessos do grupo foram na década de 40: Viva quem tem bigode (David Nasser e Rubens Soares), No Ceará é assim (Carlos Barroso), Trem de ferro (Trenzinho) (Lauro Maia), Baião (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), Onde estão os tamborins (Pedro Caetano), Cabelos brancos (Herivelto Martins e Marino Pinto), Baião de Dois (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira).


Quarteto em Cy


Quarteto em Cy - Conjunto vocal formado em Salvador BA pelas irmãs Cyva (Cyva de Sá Leite, Ibirataia BA 1939-), Cybele (Cybele de Sá Leite, Ibirataia 1940-), Cynara (Cynara de Sá Leite, Ibirataia 1945-) e Cylene (Cylene de Sá Leite 1946-).


Inicialmente Cynara e Cylene, Cyva e Cybele cantavam em duplas em Salvador. Depois, uniram-se, formando o quarteto, que estreou na TV Itapoã, em Salvador. Em 1959, Cyva foi para o Rio de Janeiro RJ tentar carreira artística, e depois as outras a seguiram. Conheceram, então, Vinícius de Moraes, que sugeriu o nome para o quarteto.

Em maio de 1963, o conjunto gravou com Catulo de Paula a trilha sonora do filme Sol sobre a lama, de Alex Viany. Em 1964 o quarteto fez o primeiro show, na boate carioca Bottle's, e em seguida acompanhou Vinícius de Moraes e Dorival Caymmi em show produzido por Aluísio de Oliveira na boate carioca Zum-Zum, gravando o primeiro LP - Quarteto em Cy - pela Forma, onde se destacaram suas interpretações de Reza (Edu Lobo e Rui Guerra) e Berimbau (Baden Powell e Vinícius de Moraes).

Em 1965 lançou, também pela Forma, o LP Som definitivo, com, entre outras, Arrastão (Edu Lobo e Vinícius de Moraes) e Das rosas (Dorival Caymmi); e, em 1966, gravou o LP Quarteto em Cy, pela Elenco, com Pedro pedreiro (Chico Buarque de Hollanda) e Canto de Ossanha (Baden Powell e Vinícius de Moraes).

Sem Cylene, que saiu do grupo para casar e foi substituída por Regina, cantora carioca que mudou seu nome para Cyregina, o quarteto foi aos EUA, ainda em 1966, apresentando-se em televisão. Na volta, participou do Show do crioulo doido, de Sérgio Porto, no Teatro Toneleros, no Rio de Janeiro.

A partir de 1967, Cynara e Cybele, sem se desligarem do quarteto, começaram a cantar em dupla, defendendo Carolina (Chico Buarque de Hollanda), no II FIC, da TV Globo, do Rio de Janeiro, em que foram classificadas em terceiro lugar. Ainda no mesmo ano, o grupo lançou o LP Marré em Cy pela Elenco.

Em 1968, Cynara e Cybele cantaram a música vencedora do III FIC: Sabiá (Chico Buarque de Hollanda e Tom Jobim); e o quarteto gravou, nesse mesmo ano, o LP Em Cy maior, pela Elenco, com Samba do crioulo doido (Sérgio Porto) e Juliana (Dorival Caymmi).

Através do produtor Aluísio de Oliveira, casado com Cyva, o quarteto foi contratado para atuar nos EUA. Cynara e Cybele deixaram o conjunto nessa ocasião e foram substituídas por Cynthia e Cymíramis, ficando apenas Cyva, do quarteto original. No entanto, em janeiro de 1970, ainda nos EUA, o grupo se desfez, sendo reestruturado em 1972, quando Cyva voltou ao Brasil. A partir de então o quarteto foi formado por Cyva e Cynara e mais Soninha (Sônia Maria Ferreira de Medeiros Albuquerque, Rio de Janeiro 1947-) e Dorinha (Dora Tapajós Gomes, Rio de Janeiro 1950-).

O conjunto gravou, em 1972, pela Odeon, o LP Quarteto em Cy, com Quando o carnaval chegar (Chico Buarque de Hollanda) e Tudo o que você podia ser (Lô e Márcio Borges). Em 1975, lançou pela Philips o LP Antologia do samba-canção, com pot-pourri de Ary Barroso, Lupicínio Rodrigues, Herivelto Martins e outros, e em 1979 saiu Cobra de vidro, LP gravado com o MPB-4. No ano seguinte Cybele voltou ao grupo em lugar de Dorinha, e essa formação permanece há 18 anos, sempre sob a direção musical de Célia Vaz.

Na década de 1980 gravaram os discos Quarteto em Cy interpreta Caetano, Milton, Gonzaguinha e Ivan (1981, Philips); Pontos de luz (1983, Som Livre); A arte do Quarteto em Cy (1984, Philips); e Para fazer feliz a quem se ama (1989, CBS).

Em 1989 o quarteto apresentou-se em Tóquio, participando de um festival de bossa nova, de shows na boate Kay e de um especial para a TV japonesa, juntamente com Carlos Lyra e Leila Pinheiro. Em 1992 viajou pela Espanha, com Carlos Lyra, Gilson Peranzetta e Maria Creuza, participando das comemorações dos 500 anos do descobrimento da América a convite do governo espanhol.

O quarteto voltou a se apresentar no Japão em 1997. No mesmo ano, recebeu o Prêmio Sharp de Música como o melhor grupo vocal do ano e lançou pela Polygram o CD Bate boca, em que interpreta músicas de Chico Buarque e Tom Jobim ao lado do MPB-4. Na década de 1990 foram lançados os discos Chico em Cy (1991, CID); Vinícius em Cy (1993, CID); Trinta anos (1994, Polygram) e Brasil em Cy (1996, CID).


Fonte: Adaptado da Enciclopédia da música brasileira: erudita, folclórica e popular. São Paulo, Art Editora, 2000.

Paquito

Paquito (Francisco da Silva Fárrea Júnior), compositor, nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 9/2/1915 e faleceu na mesma cidade em 31/7/1975. Compositor de músicas carnavalescas, geralmente satirizando os dramas da "vida apertada" dos moradores dos subúrbios cariocas, obteve seu primeiro grande sucesso no carnaval de 1941 com O trem atrasou (com Estanislau Silva e Artur Vilarinho), gravado por Roberto Paiva.

Lançou o samba Não me diga adeus (com Luís Soberano e João Correia da Silva), gravado por Araci de Almeida, para o carnaval de 1948. Tornou-se, a partir do ano seguinte, presença constante nas paradas carnavalescas, começando nessa época a compor com Romeu Gentil, que seria seu grande parceiro durante toda a vida.

Jacarepaguá (com uma melodia semelhante à da rumba Cubanchero), o primeiro grande êxito da dupla, em parceria com Marino Pinto, foi gravado pelos Vocalistas Tropicais para o carnaval de 1949.

Seguiram-se vários sucessos, como a marcha Daqui não saio, também gravada pelos Vocalistas Tropicais e grande sucesso do carnaval de 1950, satirizando o problema de moradia no Rio de Janeiro; Tomara que chova, gravado pelos Vocalistas Tropicais e por Emilinha Borba para o Carnaval de 1951; a Marcha do conselho gravada por Roberto Paiva em 1954; e no ano seguinte A água lava tudo, marcha da dupla com Jorge Gonçalves, gravada depois por Emilinha Borba.

Em 1956, Jackson do Pandeiro fazia grande sucesso com Boi da cara preta, marcha da dupla com José Gomes e em 1961 surgia Bobeei, sendo Bigorrilho o último sucesso da dupla, gravado em 1964 por Jorge Veiga e inspirado no samba de Pixinguinha O malhador.

Foi um dos fundadores da SBACEM, da qual foi fiscal, morrendo depois de longa doença.

Obras

Água lava tudo (c/Romeu Gentil e Jorge Gonçalves), marcha, 1955; Bigorrilho (c/Romeu Gentil e Sebastião Gomes), samba, 1964; Bigu (c/Romeu Gentil e Sebastião Gomes), samba, 1965; Boi da cara preta (c/Romeu Gentil e José Gomes), marcha, 1956; Daqui não saio (c/Romeu Gentil), samba, 1950; Jacarepaguá (c/Romeu Gentil e Marino Pinto), marcha, 1949; Não me diga adeus (c/Luís Soberano e João Correia da Silva), samba, 1947; Nem de vela acesa (c/Romeu Gentil), marcha, 1950; Salve a princesa (c/Luís Soberano), samba, 1948; Tomara que chova (c/Romeu Gentil), marcha, 1951; O trem atrasou (c/Estanislau Silva e Artur Vilarinho), samba, 1941.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.