terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Synval Silva

Synval Silva (Sinval Machado da Silva), compositor, nasceu em Juiz de Fora-MG em 14/03/1911 e faleceu no Rio de Janeiro em 14/04/1994. Filho de um clarinetista da Banda Euterpe Mineira, de Juiz de Fora, aprendeu a tocar viola ouvindo as aulas dadas por um professor ao seu irmão.

Muito cedo começou a tocar em festas na cidade natal. Ainda menino, tornou se mecânico de automóvel, trabalhando depois como motorista. Em 1927, compôs sua primeira música, a valsa Lua de prata, que não chegou a ser gravada. Três anos depois, mudou-se para o Rio de Janeiro, indo morar no morro da Formiga. Através de Norival Pandeiro, já em 1931 passou a fazer parte do regional Good-Bye, da Rádio Mayrink Veiga, e, pouco depois, conheceu Assis Valente, que o apresentou a Carmen Miranda.

A pedido da cantora, que lhe prometeu um conto por uma música falando em mulato de samba, compôs Alvorada e Ao voltar do samba, gravados por Carmen Miranda, pela Victor, em 1934. Com o grande sucesso alcançado pela segunda composição, a cantora lhe fez novo desafio: dois contos se lhe entregasse outro samba que atingisse pelo menos a metade do sucesso do anterior. Compôs, então, o samba Coração, gravado em 1935, no mesmo selo e pela mesma intérprete, com enorme êxito.

Novamente ela lhe fez outra oferta: três contos se lhe desse outra musica, resultando então o samba Adeus batucada, gravado sob selo Odeon, no mesmo ano, que se tornou grande sucesso e prefixo musical dos programas de Carmen Miranda. Dessa forma, transformou-se no compositor predileto da cantora, tendo tido a maior parte de sua obra gravada por ela.

Em 1936 Aurora Miranda gravou pela Odeon duas músicas de sua autoria, a marcha Amor! amor e o samba Moreno. Em 1937, Carmen Miranda lançou pela mesma etiqueta mais dois sambas seus: Saudade de você e Gente bamba, e, durante o final da década de 1930 e por toda a década de 1940, destacou-se com vários sucessos, gravados pelos intérprete da moda — em 1938, Orlando Silva lançou o samba Agora é tarde, em selo Victor, Odete Amaral gravou pela mesma etiqueta o samba Alma de um povo (com Amado Regis) e o Trio de Ouro registrou em disco Odeon o samba Madalena se zangou (com Ubenor Santos); em 1939, pela Odeon, Carmen Miranda gravou o samba Amor ideal e a marcha Nosso amor não foi assim.

Fundou, em 1940, o G.R.E.S. Império da Tijuca e compôs o samba Sandália de cetim para a escola. Em 1942, Ciro Monteiro lançou em disco Victor o samba Fonte de amor; em 1944, o mesmo cantor gravou, pela Victor, o samba Crioulo sambista (com Nelson Trigueiro) e, em 1945, também para a mesma gravadora, interpretou Pra minha morena; em 1946, o Trio de Ouro lançou pela Odeon o samba Negro artilheiro; e, em 1947, o samba Geme, negro (com Ataulfo Alves) foi gravado pelo parceiro, sob selo Victor.

Visitou Carmen Miranda nos EUA, em 1950, permanecendo lá por quatro meses. Só em 1973 gravaria um LP para a RCA (na série Documento), incluindo sete músicas antigas e mais Amor e desencontro (com Marilene Amaral). Sócio fundador da ABCA, da UBC e da SBACEM, gravou seu depoimento para o MIS, do Rio de Janeiro, recebendo do mesmo em 1971 o título de Bacharel em Samba, com direito a diploma e anel. Foi o autor do samba-enredo As minas de prata (com Mauro Afonso e Jorge Melodia), com o qual a Império da Tijuca desfilou em 1974.

Obras

Adeus, batucada, samba, 1935; Ao voltar do samba, samba, 1934; Coração, samba, 1935; Gente bamba, samba, 1937; As minas de prata (c/Mauro Afonso e Jorge Melodia), samba-enredo, 1974; Moreno, samba 1936; Sandália de cetim, samba, 1940.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

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