domingo, 18 de novembro de 2007

Carramona


Albertino Ignácio Pimentel, instrumentista, regente e compositor (Rio de Janeiro RJ 12/4/1874 – id. 6/8/1929), foi o primeiro mestre militar da Banda de Música do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, substituiu o maestro Agostinho Luiz de Gouvêa. Amigo particular de Anacleto de Medeiros e de Agostinho Pereira, fazia parte de orquestras e bandas civis do Rio de Janeiro.


Naquele tempo o chamavam de Carramona, alguns pesquisadores dizem que era apelido, hoje, esclarecemos que seu nome verdadeiro era Albertino Pimentel Carramona, e quando já estava no Corpo de Bombeiros, no boletim de 20 de novembro de 1903, pela ordem do dia Nº 116, foi mandando retificar em seus assentamentos, o nome de Albertino Pimentel Carramona, para Albertino Ignácio Pimentel.

Segundo o livro de Ary Vasconcelos, Albertino foi aprendiz dos Meninos Desvalidos de Vila Isabel, onde naturalmente aprendeu a tocar seu instrumento, que o faria mais tarde um dos maiores trompetistas e compositores do Rio de Janeiro.

Foi protegido pela Princesa Isabel, pois estando a Banda dos Meninos Desvalidos tocando um dia no Palácio Guanabara, a princesa ficou encantada pelo solo de trompete, mandado vir a sua presença, notou que ele tinha uma das vistas vazadas, que muito sentiu, e ordenou que fosse apresentado a um oculista que colocou uma prótese tão perfeita, que não se notava o defeito.

Na Banda do Corpo de Bombeiros, como dito anteriormente, realizou sua grande obra. No meio civil, em sua época, foi um grande compositor, com várias músicas gravadas, muitas destas composições com letras de Catulo da Paixão Cearense.

Faleceu no posto de segundo-tenente reformado da Banda do Corpo de Bombeiros. Deixou produção volumosa, especialmente polcas, que depois foram incorporadas ao repertório dos choros.

Alexandre Gonçalves Pinto fala ainda em seu livro O Choro: "Carramona mostrou competência e saber de um verdadeiro artista, seguindo com capacidade e respeito o querido amigo Anacleto. Tornando-se um exímio professor, compositor, e continuador do seu inesquecível mestre, tendo-lhe substituído no nível de igualdade. As músicas de Carramona, são disputadas pelo valor de elevada inspiração".

Obra

Albertina, polca, s.d.; Ameno Resedá, polca, s.d.; Amorosa, xótis, s.d.; Araci, valsa, s.d.; Arisca, xótis, s.d.; Arrufos, polca, s.d.; Botão de rosa, xótis, s.d.; Carnavalesca, polca, s.d.; Catita, valsa, s.d.; Cavação, polca, s.d.; Chininha, polca, s.d.; Choques e cheques, polca, s.d.; Chora, Jesus, polca, s.d.; Colúmbia, dobrado, s.d.; Coralina, polca, s.d.; Deixe-me viver, polca, s.d.; Dengos de moça, xótis, s.d.; Dezenove de abril, xótis, s.d.; Diva, polca, s.d.; Diva, valsa, s.d.; Emilia, gavota, s.d.; Encantadora, mazurca, s.d.; Espumas, valsa, s.d.; Esquecida polca, s.d.; Fagulhas, polca, s.d.; Fantasia ao luar (ou Templo ideal, c/versos de Catulo da Paixão Cearense), polca, s.d.; Felicidade, polca, s.d.; Os filhos da noite, polca, s.d.; Fio de ouro, polca, s.d.; Fogo vivo, polca, s.d.; Garbo e civismo, dobrado, s.d.; Gaúcho (ou Ondas, c/versos de Catulo da Paixão Cearense), tango, s.d.; Gueixas, xótis, s.d.; Helena, polca, s.d.; Iracema, polca, s.d.; Joaninha, polca, s.d.; Jorge, dobrado, s.d.; Juçara, polca, s.d.; Jurandi, polca, s.d.; Jurema, polca, s.d.; Lágrimas sinceras, valsa, s.d.; Marfisa, valsa, s.d.; Marília, polca, s.d.; Marília, xótis, s.d.; As mariposas, polca, s.d.; Mas que pagode, polca, s.d.; Meiga, polca, s.d.; Monteiro no sarilho, polca, s.d.; Morrer contente, polca, s.d.; Nanazinha, valsa, s.d.; Não perca a cabeça, polca, s.d.; Noêmia, tango, s.d.; Nonô, polca, s.d.; Olhos furtivos, polca, s.d.; Ouve as minhas súplicas, xótis, s.d.; Pairando no azul, valsa, s.d.; Patuscada, polca, s.d.; A pequena Maria, polca, s.d.; Pérola, polca, s.d.; Raios de luar, valsa, s.d.; Recordações de Lili, valsa, s.d.; Recordações de Paquetá, polca, s.d.; Recorda-te, valsa, s.d.; Sacuda-se, tango, s.d.; Saudades de Luísa, valsa, s.d.; Saudades do Anacleto, dobrado, s.d.; Sempre chegou, xótis, s.d.; A sombra da floresta, polca, s.d.; Sonhando, valsa, s.d.; O Sousa brincando, polca, s.d.; Suavidade, valsa, s.d.; Sugestiva, valsa, s.d.; Tapir, xótis, s.d.; Tinguagiva, polca, s.d.; Tiririca, polca, s.d.; Vaga-lume, paso-doble, s.d.; Yvette (suíte), valsa, s.d.


Fontes: Banda Maravilhosa de Luiz Viana; Enciclopédia da Música Brasileira – Art Editora.

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