segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Ovídio Chaves

Ovídio Chaves e Dilu
(A Cena Muda, 1958)
Ovídio Chaves (Ovídio Moojen Chaves), compositor, escritor e instrumentista, nasceu em Lagoa Vermelha RS em 29/7/1910 e faleceu no Rio de Janeiro RJ em 2/8/1978. O pai, comerciante, tocava bandônio e o incentivou no gosto pela música, que começou a estudar aos sete anos.

Em 1932 foi aluno de José Lucchesi no Conservatório de Música de Porto Alegre RS, mas desde 1925 já trabalhava como violinista de orquestra, acompanhando projeções de cinema mudo em Lagoa Vermelha.

Na capital gaúcha foi redator do jornal Correio do Povo. Além do violino, tocava violão; em 1939 estreou como compositor com Fiz a cama na varanda (com Dilu Melo), gravada pela parceira em 1941, na Continental. A música transformou-se no grande sucesso de sua carreira, sendo mais tarde gravada, entre outros, por Inezita Barroso, Dóris Monteiro, Nara Leão, Cantores de Ébano, a Orquestra de Radamés Gnattali, conjuntos de rock e, ainda, na França, em versão.

Em 1942 compôs Alecrim da beira d’água, seguida em 1943 por Menino dos olhos tristes. Dois anos depois compôs o xote Rede de Maria. Em parceria novamente com Dilu Melo, lançou em 1951 a polca Meia-canha. Entre suas músicas posteriores mais importantes, destaca-se a Toada do jangadeiro (com Enoque Figueiredo), de 1962. Em 1967 recebeu o Prêmio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras, no gênero poesia.

Tem cerca de vinte composições gravadas. Publicou os livros de poesias O cancioneiro, Porto Alegre, 1933; O anel de vidro, Porto Alegre, 1934; Uma janela aberta (foto), Porto Alegre, 1938; ABC de Paquetá, Rio de Janeiro, 1965; e o romance Capricornius, Porto Alegre, 1945.

Obras

Alecrim da beira d’água, 1942; Fiz a cama na varanda (c/Dilu Melo), 1939; Meia-canha (c/Dilu Melo), polca, 1951.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Francisco Egídio


Francisco Egídio (Francisco Egídio dos Santos), cantor e compositor, nasceu em São Paulo SP em 17/1/1927 e faleceu em 17/10/2007 na mesma cidade. Dos 14 aos 24 anos participou de programas de calouros em várias emissoras de rádio, entre os quais o Peneira Rodhine, da Rádio Cultura, de São Paulo, onde cantava sucessos da época, principalmente de Nelson Gonçalves, Francisco Alves e Orlando Silva.


De 1946 a 1950 serviu na polícia militar da Aeronáutica, de onde saiu como cabo. Em 1951 participou do concurso O Cantor dos Bairros, da Rádio Excelsior, de São Paulo, obtendo o primeiro lugar e contrato de experiência por três meses na própria emissora. Nessa época, a Rádio Excelsior passou para as Organizações Vítor Costa e assim ele foi incluído no seu quadro artístico.

Gravou pela primeira vez como cantor em 1953, na Copacabana, com as músicas Rascunho brasileiro (Polera) e uma versão do tango Sin palabras. Fez grande sucesso com a interpretação de Creio em ti, versão que lhe deu o troféu Roquete Pinto em 1960, ano em que deixou a Organização Vítor Costa.

Em 1966 viajou por Portugal e África, fazendo várias apresentações durante dois anos. De volta ao Brasil, excursionou pela Argentina, Uruguai e Paraguai.

Em 1970 gravou sua própria composição Bamboleando, na Odeon. Também participou de filmes, como ator, entre os quais A marcha, de Osvaldo Sampaio, em 1972.

Em 1975, participou da trilha sonora da novela "Meu rico português", da TV Tupi, em LP lançado pela Continental no qual interpretou a música Estranha forma de vida.

Em 1977, lançou pela Chantecler um LP que intitulou de "Chico Egydio" e no qual interpretou clássicos como Se alguém perguntar por mim, de Luiz Wanderley, Risque, de Ary Barroso, Caminhemos, de Herivelto Martins, A volta do boêmio, de Adelino Moreira, e Cinco letras que choram (Adeus), de Silvino Neto. No mesmo ano, participou do LP "Carnaval 77 - Convocação geral" lançado pela Som Livre visando reativar o repertório carnavalesco no qual interpretou a marcha Mulata ponte aérea, de Elzo Augusto.

Em 1978, participou do LP "Sambas de enredo das Escolas de samba do Grupo 1", de São Paulo, lançado pela Continental interpretando o samba-enredo Sonho de um rei negro, de João Dionísio e Bom Cabelo, da Escola de Samba Nenê de Vila Matilde.

Em 1990, participou do LP "Feitiço da Vila", lançado pela EMI-Odeon em homenagem a Noel Rosa no qual cantou o samba Palpite infeliz.

Em sua extensa carreira gravou mais de vinte discos em 78 rpm além de vários LPs pelas gravadoras Odeon, Chantecler e Continental, além de participar de diversas coletâneas. Seu principal trabalho foi a gravação feita com Roberto Paiva e que relembrou a famosa polêmica entre Noel Rosa e Wilson Batista.

Faleceu em 17/10/2007 de falência múltipla dos órgãos e foi sepultado no cemitério do Tremembé. Egydio tinha mal de Alzheimer.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998; Dicionário Cravo Albin da MPB.