domingo, 16 de dezembro de 2007

Fafá Lemos


Fafá Lemos ( Rafael Lemos Júnior), instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro em 19/02/1921 e faleceu na mesma cidade em 18/10/2004. Aos sete anos de idade começou a estudar violino com Orlando Frederico e solfejo e teoria com Guiomar Beltrão Frederico. Com apenas nove anos, interpretou como solista um concerto de Antônio Vivaldi (1678—1741), acompanhado pela Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal, sob a regência do maestro Burle Marx.


No ano seguinte, acompanhado pelo pianista Sousa Lima, apresentou-se num concerto no Salão Leopoldo Miguez, do I.N.M., do Rio de Janeiro. Nessa época, deixou a música para concluir os estudos no Colégio Andrews. Ficou quatro anos sem tocar violino, período em que morou no Paraná.

Em 1940 regressou ao Rio de Janeiro, onde, durante seis anos, participou da Orquestra de Carlos Machado, que atuava no Cassino da Urca. Ainda em 1940, por quatro meses, foi instrumentista da OSB.

Em 1946, com Carlos Machado, passou a tocar na boate Casablanca e, logo depois, foi contratado para integrar o Trio Rio, que se apresentava na Bally-Hi. Em 1950 a Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, contratou-o como solista. De 1952 em diante, viajou várias vezes aos Estados Unidos, e acompanhado por Laurindo de Almeida gravou a trilha sonora do filme da Metro, Meu amor brasileiro, de Mervyn Le Roy.

Ao lado de Carmen Miranda, realizou tournée por diversas cidades norte-americanas. Paralelamente, fez três programas na TV CBS, de New York, e atuou como solista na KTV, de Hollywood.

Em 1952, convidado pela RCA Victor norte-americana, gravou um álbum, nos quais incluiu, entre outras, Aquarela do Brasil, Na Baixa do Sapateiro e Risque (todas de Ary Barroso), Nem eu (Dorival Caymmi) e Paraíba (Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga). Ainda em 1952 fez parte do Trio Surdina, ao lado de Chiquinho (acordeom) e Garoto (violão), conjunto que surgiu no programa Música em Surdina, de Paulo Tapajós, na Rádio Nacional, e, no ano seguinte, gravou com o trio na Musidisc dois LPs de dez polegadas: Trio Surdina, com O relógio da vovó (de autoria do trio), Duas contas (Garoto) e Na madrugada (Nilo Sérgio); e Trio Surdina toca Ary Barroso e Dorival Caymmi.

Ainda em 1953 lançou Se alguém disser (Reinaldo Lopes e Ismael Neto), a valsa cigana Canarinho feliz (Noel Coward), o choro Tempo antigo (Pedro Camargo) e Luar de Areal (Garoto). Voltou novamente aos EUA para cumprir contrato com Carmen Miranda, acompanhando-a até a morte, em 1955.

Organizou depois um trio, com o qual se apresentou, por 13 meses, no restaurante Marquis, e, por cinco meses, no Frascati. Voltou ao Brasil em 1956 e tornou- se diretor artístico da Victor, gravadora pela qual lançou em 78 rpm todos os sucessos que havia gravado nos EUA. Ficou no Brasil até 1961. Apresentou-se no Rio de Janeiro, em boates e televisão, até 1961, quando foi para Los Angeles, EUA, onde ficou até 1965.

Entre outros, lançou pela RCA Victor os LPs: Fafá, seu violino e seu ritmo, Trio do Fafá e Violino travesso, e, pela Eldorado, Fafá & Carolina (1989), ao lado de Carolina Cardoso de Meneses.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Evandro Mesquita

Evandro Mesquita (Rio de Janeiro-RJ, 19 de fevereiro de 1952) depois de ter participado do grupo de teatro Asdrúbal Trouxe o Trombone nos anos 70, fez grande sucesso no início da década de 80 como líder e vocalista da Blitz, uma das bandas de rock mais populares da época.

Cantor e compositor, seguiu carreira solo depois do fim do grupo, por volta de 1986, trabalhando como músico e ator. Lançou os discos Evandro, Planos aéreos, Procedimento normal e Almanaque Sexual dos Eletrodomésticos e Outros Animais. Um sucesso de sua carreira solo foi Babilônia maravilhosa.

Participou de novelas (Top Model, como Saldanha, Bang Bang, como Billy the Kid e Vamp, como Simão) e filmes como Brasília 18% (2006), Coisa de Mulher (2005), Um Lobisomem na Amazônia (2005), O Diabo a Quatro (2004), Os Normais - O Filme (2003), Gêmeas (1999), Xuxa Requebra (1999), Como Ser Solteiro (1998), Dente Por Dente (1994), Não Quero Falar Sobre Isso Agora (1991), O Segredo da Múmia (1982), Menino do Rio (1982), Rio Babilônia (1982), em geral fazendo o papel do típico carioca, surfista e malandro. Além disso, atua como produtor, diretor e roteirista de filmes, peças e discos.

Fontes: ClicMusic; Wikipédia.

Dino Sete Cordas

Dino Sete Cordas (Horondino José da Silva), instrumentista, violonista e compositor (Rio de Janeiro, 5/5/1918). Nascido no bairro de Santo Cristo, começou brincando com o violão do pai, que trabalhava como operário fundidor e tocava nas horas vagas.

Aos 14 anos já participava de serestas com os boêmios do bairro, e em 1935 começou a carreira profissional, acompanhando o cantor Augusto Calheiros em circos de Niterói, RJ. Tocava de ouvido, fazendo bordão nas variações que aprendia com o pai e os irmãos músicos: Lino, que tocava cavaquinho no Regional de Dante Santoro, e Jorginho, mais tarde ritmista do Conjunto Época de Ouro.

Em 1937 foi convidado para integrar o Regional de Benedito Lacerda, substituindo o violonista Ney Orestes, que adoecera. Trabalhava então como operário numa fábrica de sapatos, mas com a morte de Ney Orestes tornou-se efetivo no grupo e deixou a fábrica. Logo em seguida, Carlos Lentine, outro violonista do regional, foi substituído por Jaime Florence, o Meira, surgindo então a dupla de violonistas Dino-Meira, uma das mais famosas e duradouras da música popular brasileira. Como integrante do regional, gravou muitos discos, acompanhando os intérpretes famosos da época, Francisco Alves, Carmen Miranda, Luís Barbosa, Sílvio Caldas e Orlando Silva , entre outros.

Na década de 1940 iniciou estudos de teoria musical e, em 1950, quando o Regional de Benedito Lacerda se transformou no Regional do Canhoto, continuou a fazer parte do grupo. Foi nessa época (1950) que começou a tocar violão de sete cordas, até então utilizado somente pelo violonista Tute, no Grupo da Velha Guarda e no conjunto Diabos do Céu. Encomendou um violão especial, com a sétima corda grave afinada em dó, desenvolvendo e dinamizando o seu uso.

Como integrante do Regional do Canhoto, prosseguiu acompanhando inúmeros cantores e outros solistas, em gravações, shows e rádios. Em fins da década de 1950, com o surgimento da bossa nova, seguida do iê-iê-iê, o estilo da execução dos violonistas de regional ficou fora de moda. Passou então a usar uma guitarra elétrica e entrou para o conjunto de danças liderado por Paulo Barcelos.

Na segunda metade da década de 1960, com as gravações de discos de escolas de sambas, o violão bordão, chamado “de baixaria”, volta a ser requisitado. Em 1965 e 1967, participou da gravação dos dois LPs do show Rosa de Ouro, de Hermínio Bello de Carvalho, acompanhando as cantoras Clementina de Jesus e Araci Cortes, e o Conjunto Rosa de Ouro. Nessa fase, deu aulas de violão e atuou no Conjunto Época de Ouro, de Jacob do Bandolim.

A partir de 1970, com o ressurgimento do samba e do choro, em gravações, passou a tocar com grande número de cantores, como Beth Carvalho, Raul Seixas, Gilberto Gil, Carlinhos Vergueiro, Macalé, Vinícius de Morais, Toquinho e Cristina.

Em 1974 foi responsável pelos arranjos e pela regência de dois discos importantes, lançados pela etiqueta Marcus Pereira: A música de Donga, com Elisete Cardoso, Paulo Tapajós e outros, e o primeiro LP de Cartola. Dois anos depois, atuou novamente com Cartola, orquestrando o seu segundo LP, que lançou o sucesso As rosas não falam.

Em 1988 completou 63 anos ininterruptos de atuação como músico profissional, ostentando número invejável de participações em discos e shows de artistas de várias gerações. Considerado como o grande mestre do violão de sete cordas, lançou em 1991 um disco histórico em que tocou com outro virtuoso do instrumento, Raphael Rabello.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.