segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Gaó

Maestro Gaó ao piano, na Rádio Cruzeiro do Sul, década de 1930.

GAÓ (Odmar Amaral Gurgel), regente, instrumentista, arranjador e compositor (Salto-SP,12/2/1909 - ?). Aos cinco anos, começou a aprender música com o pai, professor Acilino, mestre da banda local, que lhe ensinou violino, trombone, flauta e piano. Aos nove anos já era pianista profissional do Cine Pavilhão, de sua cidade, e em 1920, aos 11 anos, foi o responsável pela organização de uma orquestra que acompanhava filmes de cinema mudo.

Em 1923 transferiu-se para a capital paulista, onde ingressou no quinto ano do Conservatõrio Dramático e Musical de São Paulo, no curso de Samuel Arcanjo. Nesse mesmo ano empregou-se como pianista na Casa Di Franco. Foi nessa casa que ganhou o apelido de Gaó: como assinava os arranjos com as iniciais de seu nome — OAG —, foi- lhe sugerida a inversão das letras, para obter melhor efeito sonoro.

Concluído o Conservatório, trabalhou durante algum tempo com música erudita, passando em seguida para a popular. Iniciou suas atividades em rádio em fins de 1925, na primeira emissora de São Paulo, a Rádio Educadora Paulista (hoje Gazeta), onde, além de organizar orquestras, fazia música de câmara e executava solos de piano.

Em 1929 tornou-se diretor-artístico da fábrica de discos Columbia (hoje Continental), onde organizou a Orquestra Colbaz, com a qual fez a primeira gravação de  Tico-tico no fubá de Zequinha de Abreu (1931), além de inúmeras outras durante mais de dois anos.

Em 1930 foi para a Rádio Cruzeiro do Sul como diretor e produtor de programas que se tornaram famosos, como Hora dos Calouros (do qual Ary Barroso viria a ser o apresentador) e Programa da Saudade, e editou pela Vitale, com versos de Vicente Lima, uma valsa para cada mês do ano.

Em 1931, foi o responsável pela música do filme Coisas nossas, dirigido por Wallace Downey e produzido por Albert Byington, proprietário da Columbia e da Rádio Cruzeiro do Sul. Nesse mesmo ano, em concurso do jornal A Gazeta de São Paulo, foi considerado o melhor pianista.

Em 1932 gravou, ao piano, seu choro Teimoso, que seria regravado em 1938 por Jorge Fernandes, com versos de Luiz Peixoto e o título de Caboclo feliz. Em 1936 foi para o Rio de Janeiro, tornando-se diretor artístico da Rádio Ipanema (depois Mauá).

No ano seguinte, a convite de Raul Roulien, fez uma temporada de três meses em Buenos Aires, Argentina, atuando em rádios e shows. Nessa ocasião, apresentou-se também no Uruguai.

Ainda em 1937, retornou ao Brasil e em São Paulo passou a cuidar da renovação do setor artístico da Rádio Cruzeiro do Sul e da Rádio Cosmos, ambas do mesmo grupo. Nessa época, organizou a Orquestra Columbia, que se apresentou nos clubes paulistanos mais fechados, como o Automóvel Clube, a Sociedade Hípica Paulistana e o Clube Paulistano, e em dezenas de gravações.

Em 1938 voltou ao Rio de Janeiro para trabalhar na Rádio Nacional e, no ano seguinte, foi contratado por Joaquim Rola para ser diretor musical do Cassino da Urca, onde ficou até 1945.

Em 1941, Darci Vargas (esposa de Getúlio Vargas) convidou-o para dirigir o espetáculo musical beneficente Joujoux et balangandans, de Henrique Pongetti. Em 1945 trabalhava na Rádio Globo, quando resolveu ir aos EUA, onde ficou até 1951, apresentando-se como pianista e chefe de orquestra em diversas ocasiões, principalmente em comitês governamentais para entretenimento de feridos de guerra.

Nessa época atuou também na Copacabana, famosa boate de New York, e gravou na etiqueta americana Coda uma série de discos 78 rpm, homenageando os morros do Rio de Janeiro. De 1951 a 1957, no Brasil, trabalhou como maestro e músico da Rádio Nacional, de São Paulo, e da TV Paulista.

Em 1957 retornou aos EUA, passando pelo Brasil em 1963 para gravar dois LPs na Odeon. Em 1967 voltou definitivamente para o Brasil, indo morar em Mogi das Cruzes, SP.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e publiFolha.

Pára-quedista


José Leocádio, instrumentista, trombonista e compositor, ingressou, em 1937, na Orquestra Tabajara de Severino Araújo, participando da primeira formação dessa importante orquestra brasileira, com a qual fez dezenas de apresentações além de gravação de discos.

Em 1946, seu choro "Paraquedista" foi lançado pela Orquestra Tabajara em gravação Continental, em versão instrumental com destaque para seu solo de trombone em conjunto com o sax-tenor de Zé Bodega. Esse choro tornou-se seu grande êxito como compositor, sendo regravado no mesmo ano por Jorge Veiga.

Paraquedista (choro, 1946) - José Leocádio

Disco 78 rpm / Título da música: Paraquedista / Autoria: Leocádio, José (Compositor) / Orquestra Tabajara (Intérprete) / Araújo, Severino (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Continental, 1946 / Nº Álbum 15614 / Lado A / Gênero musical: Choro



Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB; Instituto Moreira Salles - Acervo musical.

Os pintinhos no terreiro

Zequinha de Abreu
Gaó (Odmar Amaral Gurgel - 12/2/1909 Salto, SP), maestro, arranjador, compositor e instrumentista, iniciou a carreira radiofônica em 1926, quando ingressou na Rádio Educadora Paulista.

Em 1930, formou e passou a dirigir a orquestra Colbaz que gravou uma série de discos na Columbia incluindo os primeiros registros dos choros "Os pintinhos no terreiro" e "Tico-tico no fubá", e da valsa "Branca", de Zequinha de Abreu.

Os pintinhos do terreiro (choro, 1946) - Zequinha de Abreu

Disco 78 rpm / Título da música: Os pintinhos no terreiro / Autoria: Abreu, Zequinha de (Compositor) / Orquestra Colbaz (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Columbia, 1932 / Nº Álbum 22141 / Lado A / Gênero musical: Choro



Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, 1992, São Paulo; Instituto Moreira Salles - Acervo musical.

Chorando baixinho

Abel Ferreira
Abel Ferreira (15/2/1915, Coromandel, MG - 13/4/1980, Rio de Janeiro, RJ), clarinetista, saxofonista e compositor, começou a tocar clarineta em sua cidade natal, por volta dos doze anos de idade. Foi morar em Belo Horizonte aos 17 anos e lá apresentou-se na Rádio Guarani, passando também a tocar saxofone.

Mudou-se para São Paulo, em 1935, fazendo parte da orquestra de Maurício Cascapera. Voltou a residir em Belo Horizonte, passando a tocar com J. França e sua Banda, entre 1937 e 1940, chegando a apresentar-se com o grupo na capital paulista.

Em 1942, estreou em disco na gravadora Columbia interpretando no clarinete o choro "Chorando baixinho", que se tornou seu grande sucesso. Transferiu-se para o Rio de Janeiro, em 1943, integrando a orquestra de Ferreira Filho, no Cassino da Urca.

Chorando baixinho (choro, 1946) - Abel Ferreira

Disco 78 rpm / Título da música: Chorando baixinho / Autoria: Ferreira, Abel (Compositor) / Ferreira, Abel (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Todamérica, 1953 / Nº Álbum 5341 / Lado B / Gênero musical: Choro



Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha, São Paulo, 1992; Instituto Moreira Salles - Acervo Musical.

Voltarás

Nelson Gonçalves

Voltarás (fox-canção, 1945) - Custódio Mesquita e Evaldo Rui - Intérprete: Nelson Gonçalves

Disco 78 rpm / Título da música: Voltarás / Custódio Mesquita, 1910-1945 (Compositor) / Evaldo Rui, 1913-1954 (Compositor) / Nelson Gonçalves, 1919-1998 (Intérprete) / Pernambuco e Sua Orquestra (Acomp.) / Gravadora: Victor / Gravação: 19/02/1945/ Lançamento: 04/1945 / Nº do Álbum: 80-0270 / Nº da Matriz: S-078132-1 / Gênero musical: Fox.


Voltarás
Hás de voltar um dia...

Esquecerás
A louca fantasia
Que afastou teu amor
Pra tão longe de mim
Que roubou-me o calor
Do teu peito sem fim...

São meus os teus momentos
De nostalgia
São teus meus pensamentos
E a minha alegria
A tempestadade há de passar
Não vês que o sol já se anuncia...

Voltarás
Hás de voltar um dia...

São meus os teus momentos
De nostalgia
São teus meus pensamentos
E a minha alegria
A tempestadade há de passar
Não vês que o sol já se anuncia...

Voltarás

Hás de voltar um dia...


Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

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