sábado, 30 de outubro de 2010

Valdemar Silva

Valdemar Silva (Valdemar Moniz da Silva), compositor e ritmista, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 23/10/1911, e faleceu na mesma cidade em 12/6/1990. Foi criado em um ambiente musical. Sua avó Serafina Lopes Faria tocava sanfona e cantava jongo. Passou a trabalhar ainda muito jovem, tendo exercido desde os 12 anos de idade várias profissões.

Aos 20 anos passou a trabalhar como feirante, profissão a qual se dedicou por 38 anos. Começou a compor na adolescência, sendo sua primeira obra o samba Com fome e com frio, que ficou incompleto.

Em 1930, conheceu Getúlio Marinho (Amor) que o levou à Victor. Iniciou suas atividades artísticas em 1933, por intermédio de Amor, que o apresentou a Henrique Vogeler, responsável pela primeira gravação de sua obra, Até dormindo sorriste, uma parceria com Amor.

Nesse mesmo ano, Moreira da Silva gravou na Victor o samba Homem não chora. Em 1934 passou a atuar como ritmista em inúmeras gravações. Em 1935, Araci de Almeida gravou na Victor a marcha Tic-tac, parceria com Roberto Martins e Aurora Miranda gravou na Odeon o samba Muito chorei.

No mesmo ano, teve mais quatro composições gravadas por Patrício Teixeira na Odeon: as marchas Cala boca, com Paulo Pinheiro e Tipo combinado, com Bide e os sambas Samba no morro, com Roberto Martins e Remo no mar, com Alcebíades Teixeira.

No ano seguinte, compôs aquele que seria seu maior sucesso, o samba Favela, com Roberto Martins, gravado por Francisco Alves na Victor e um de seus maiores sucessos, que se tornou um dos grandes clássicos da música popular brasileira e que foi regravada por Carlos Galhardo, Sílvio Caldas, Ataulfo Alves, Maysa e as orquestras de Severino Araújo e Zacarias. Também nesse ano, a marcha Meu coração também parceria com Roberto Martins foi gravado por Araci de Almeida.

Em 1937, Carmen Miranda lançou o samba Imperador do samba em disco Odeon. No mesmo ano, fez com Zé Pretinho o samba Você precisa amar... gravado por Jaime Vogeler e com C. Vasconcelos o samba Julgou ser feliz gravado por J. B. de Carvalho.

Em 1938, teve a marcha Garota, parceria com Vicente Paiva gravada pela dupla Joel e Gaúcho. Em 1939, teve duas parcerias com Paulo Pinheiro gravadas na Odeon: o samba Eu sou a Bahia em dueto por Dircinha Batista e Nuno Roland e o samba-canção Em paga de tudo por Dircinha Batista. Na mesma época, Dircinha Batista gravou o samba Eu gostava tanto dele, com Raul Marques. Ainda em 1939, Patrício Teixeira gravou na Victor os sambas Pergunte à vizinha do lado, com J. Eloi de Assis e Perdão, com Raul Marques.

Trabalhou com os regionais de Benedito Lacerda e Claudionor Cruz e integrou as orquestras de Vicente Paiva, Fon-Fon, Simon Bountman e maestro Gaó. Em fins de 1940, os Anjos do Inferno gravaram na Columbia sua marcha Todo mundo dança, parceria com Raul Marques.

Em 1941, voltou a ter músicas gravadas por Patrício Teixeira: os sambas No dia do meu casamento, com E. Figueiredo e A gargalhar fiquei, com Raul Marques. No mesmo ano, fez com Milton de Oliveira o samba É feliz gravado por João Petra de Barros na Victor.

Em 1945, Roberto Paiva gravou na Continental seu Samba da vitória, com Ari Monteiro, alusivo ao fim da segunda Guerra Mundial. Em 1946, Carlos Galhardo gravou o samba Ela tem razão, com Erasmo Silva em disco Victor.

Em 1951, Orlando Silva gravou com sucesso o samba Senhor, me ajude, com Luís Soberano. Teve mais de vinte músicas gravadas, principalmente sambas e marchas tendo como principal parceiro Roberto Martins. Teve obras gravadas por Aracy de Almeida, Francisco Alves, Linda Batista e Carlos Galhardo entre outros.

Obra

A gargalhar fiquei (c/ Raul Marques), Aquarela do morro (c/ Arnô Canegal), Até dormindo sorriste (c/ Getulio Marinho), Brincando com Iaiá (c/ Raul Marques), Cala boca (c/ Paulo Pinheiro), Com fome e com frio, Compra ioiô (c/ Roberto Martins), É feliz (c/ Milton de Oliveira), Ela tem razão (c/ Erasmo Silva), Em paga de tudo (c/ Paulo Pinheiro), Eu gostava tanto dele (c/ Raul Marques), Eu sou da Bahia (c/ Paulo Pinheiro), Favela (c/ Roberto Martins), Garota (c/ Vicente Paiva), Homem não chora, Imperador do samba, Julgou ser feliz (c/ C. Vasconcelos), Meu coração (c/ Roberto Martins), Muito chorei (c/ Buci Moreira), No dia do meu casamento (c/ E. Figueiredo), Perdão (c/ Raul Marques), Pergunte à vizinha do lado (c/ J. Eloi de Assis), Remo no mar (c/ Alcebíades Teixeira), Samba da vitória (c/ Ari Monteiro), Samba no morro (c/ Roberto Martins), Senhor, me ajude (c/ Luis Soberano), Tem tempo (c/ Roberto Martins), Tipo combinado (c/ Alcebíades Barcelos), Todo mundo dança (c/ Raul Marques).

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira / AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982. / MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). /  Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

Rubens Soares

Rubens Soares, compositor, nasceu em 29/5/1911 no Rio de Janeiro, RJ, e faleceu em 13/6/1998 na mesma cidade. De 1928 a 1945 foi lutador de boxe da categoria peso médio, sagrando-se campeão várias vezes, além de membro da Polícia Especial, treinador de cavalos e treinador de boxe diplomado. Depois das lutas, reunia-se no bar com os amigos, compondo sambas de Carnaval. 

Em 1936, É bom parar (com Noel Rosa), um de seus maiores sucessos, foi gravada por Francisco Alves, na Victor, ganhando o primeiro prêmio no concurso oficial de músicas carnavalescas da prefeitura do Rio de Janeiro.

No ano seguinte, o mesmo cantor lançou, pela mesma fábrica, o samba de Carnaval Lá vem ela chorando (com Demazinho), e em 1940 Solteiro é melhor (com Felisberto Silva), registrado na Columbia. 

Para o Carnaval de 1941, compôs em parceria com Sílvio Caldas a marcha Capim mimoso, gravada por este na Victor; do mesmo ano foi Poleiro de pato é no chão, samba gravado por Francisco Alves, na etiqueta Columbia. 

Em 1942 fez grande sucesso no Carnaval com a batucada Nega do cabelo duro (com David Nasser), lançado pelos Anjos do Inferno, na Columbia. No mesmo ano compôs o samba Eu quero uma mulher (com Evaldo Rui), interpretado por Francisco Alves em disco Odeon. Outro grande sucesso foi Nasci para o samba (com David Nasser), gravado por Nelson Gonçalves em 1956, na Victor. 

Obra

É bom parar (c/ Noel Rosa), samba, 1936; Nasci para o samba (c/Davi Nasser), samba, 1956; Nega do cabelo duro (c/Davi Nasser), batucada, 1942; Poleiro de pato é no chão, samba, 1941; Solteiro é melhor (c/Felisberto Silva), samba, 1940.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

Germano Lopes da Silva

Germano Lopes da Silva, compositor e letrista, nasceu possivelmente em 1885 no Rio de Janeiro, RJ, e faleceu em 02/05/1933, na cidade de Niterói, RJ.

Também conhecido como Mestre Germano, conviveu nas décadas de 1910 e 1920 com importantes sambistas cariocas que frequentavam as casas das tias baianas nas imediações da Praça Onze, como a da  Tia Ciata.

Foi integrante do rancho "Macaco é Outro", e participou das famosas rodas de samba que ocorriam em casas de tias baianas na Praça. Numa dessas rodas, teria sido um dos compositores do samba Pelo telefone, sucesso do carnaval de 1917, e registrado em nome de Donga e Mauro de Almeida.

Quando soube do ocorrido, o Grêmio Fala Gente mandou publicar nota pelo Jornal do Brasil na qual afirmava: 

"Será cantada domingo, na Avenida Rio Branco, o verdadeiro tango "Pelo telefone", dos inspirados carnavalescos, o imortal João da Mata, o mestre Germano, a nossa velha amiguinha Ciata e o inesquecível bom Hilário; arranjo exclusivamente pelo bom e querido pianista J. Silva, dedicado ao bom e lembrado amigo Mauro, repórter da "Rua", em 6 de agosto, dando a ele o nome de "Roceiro". 

Em seguida, era transcrita uma letra, ao que parece, de sua autoria que terminava criticando Donga com os seguintes dizeres: 

"Tomara que tu apanhes/ Para não tornar a fazer isto/ Escrever o que é dos outros/ Sem olhar o compromisso".

Fontes: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira / VASCONCELOS, Ary. A nova música da República Velha. Edição do autor, Rio de Janeiro, 1985.

Luiz Vassalo

Luiz Vassalo, radialista e compositor, nasceu em 31 de maio de 1904, em Santana do Deserto, Minas Gerais. Trabalhou no balcão da casa A Primavera, numa antiga loja de sedas da rua Ourives. Foi proprietário da Casa das Sedas, na rua Halfeld, em Juiz de Fora, era a Vassalo e Cia.

Em 1933, assistindo o “Programa Casé”, interessou-se pelo rádio, e logo depois surgia o “Programa Suburbano”. Como Vassalo gerenciava a Casa Santa Helena, no bairro do Méier, subúrbio do Rio de Janeiro, teve a idéia de trazer para o rádio os comerciantes desta região da cidade e se deu bem. O Programa Casé só anunciava para os comerciantes da zona sul.

Um dos seus maiores sucessos como compositor foi sua marcha Eva querida (com Benedito Lacerda), gravada por Mário Reis, que foi cantada no Carnaval carioca de 1935.

Em 1936, Luiz Vassalo foi para a Rádio Educadora (Tamoio) com o programa. Depois, em 1938, para a Rádio Transmissora (Globo) e chegou a ser superintendente da emissora.

Em 1940, foi convidado por Gilberto de Andrade para integrar a equipe da Rádio Nacional e com seu extenso horário aos domingos criou o Programa Luiz Vassalo com início às 11 da manhã e encerrando às 21 horas, com sucesso em todos os horários.

Fonte: Histórias do Frazão - Curiosidades Musicais