terça-feira, 6 de julho de 2010

Nonato Buzar

Radicado no Rio de Janeiro, o compositor Nonato Buzar é um dos maranhenses mais gravados no Brasil. Suas obras constam dos repertórios de nomes como Alcione, Cauby Peixoto, Elis Regina, Elizeth Cardoso, Ivan Lins, Jair Rodrigues, João Nogueira, Luiz Gonzaga, Milton Nascimento, MPB-4, Nana Caymmi, Nelson Gonçalves, Os Cariocas, Roberto Ribeiro, Rosinha de Valença e Wilson Simonal, entre outros. Fora do país, suas músicas já foram cantadas por Jimmy Cliff e o grupo Santana.

Com toda essa bagagem, acumulada em mais de 50 anos de carreira – morou em Paris na década de 1970 e lá gravou Via Paris, com o conjunto País Tropical, um de seus discos mais conhecidos.

História de Nonato

Nonato Buzar nasceu em Itapecuru-Mirim em 1932, tendo se mudado para o Rio de Janeiro em 1953, onde foi aprovado no vestibular para Engenharia. Desistiu do curso e dedicou-se à música.

Ainda nos anos 1950 iniciou sua carreira artística, apresentando-se em boates como Little Clube e Bottle’s, no famoso Beco das Garrafas. Em 1965 assinou a contracapa do disco 400 anos de samba, de Elizeth Cardoso – uma de suas intérpretes –, que comemorava os quatro séculos da “cidade maravilhosa”.

Em fins dos anos 1960 idealizou, produziu e integrou o conjunto A Turma da Pilantragem. Foi produtor musical nas gravadoras PolyGram e RCA Victor e realizou discos de nomes como A Turma da Pilantragem, Banda do Canecão, Festival Internacional da Canção, Jair Rodrigues, Jimmy Cliff e Wilson Simonal, para citar alguns.

Nonato Buzar é ainda um dos compositores com mais passagens por aberturas de novelas da Rede Globo. São dele os temas Irmãos Coragem (com Paulinho Tapajós), Assim na terra como no céu (com Roberto Menescal e Paulinho Tapajós), Verão vermelho, O homem que deve morrer (com Torquato Neto), todos aberturas de novelas homônimas. Esteve presente ainda em trilhas sonoras de O cafona, Minha doce namorada e Anjo mau.

Ainda na TV Globo, compôs trilhas para os programas Brasil Pandeiro, Saudade não tem idade e Chico City, este último protagonizado por parceiro seu: o humorista e compositor Chico Anísio.

Em seu disco de estréia (2003) Maria Rita gravou Menininha do portão (Nonato Buzar/ Paulinho Tapajós). O disco teve a expressiva vendagem de 350 mil cópias dois meses após o lançamento.

Fonte:Nonato Buzar; encontrando amigos.


João Só

João Evangelista de Melo Fortes, ou simplesmente João Só, nasceu no dia 3 de novembro de 1943 em Teresina no Piauí. Filho caçula da família que já contava com 11 irmãos, mudou-se ainda bem cedo para Salvador na Bahia, onde passou boa parte da infância e da vida. João Só era portanto, como ele mesmo costumava dizer, baiano de coração.

O início de João Só na música aconteceu muito cedo. Costumava olhar um dos seus irmãos tocando violão, a fim de tentar memorizar algumas posições, e logo conseguiu base suficiente para destacar-se no cavaquinho, tendo inclusive feito uma apresentação em um programa chamado "Hora da Criança" de Aroldo Ribeiro na Rádio Cultura da Bahia.

A música então incorporou-se de vez à vida de João Só. Aos 15 anos, já era um grande instrumentista, projetando-se no mercado profissional. Depois do cavaquinho, dedicou-se ao violão, seu principal instrumento. Trabalhando na noite, foi levado ao piano e a outros instrumentos como o violino, o bongô e o contrabaixo.

No início da década de setenta, realizou várias apresentações no Norte e Nordeste em uma caravana da gravadora EMI, com o objetivo de engajar-se no cenário nacional. A oportunidade não demorou muito. Levado pelo cantor Miltinho, gravou na Odeon o seu primeiro e grande sucesso: Menina da ladeira.

João Só concebeu esta música de uma maneira muito natural e espontânea. Após participar de um jantar oferecido aos profissionais de publicidade num dos restaurantes da Ribeira, onde se localizava o antigo aeroporto, começou a tocar o violão e cantar alguns versos. Já sozinho e com a casa fechando as portas, desenvolveu todo o tema da música: "Parecia até que era um trabalho antigo, conhecido" dizia. Quando chegou em casa, gravou tudo para não esquecer. No outro dia, viu que quase nada precisava ser mudado.

Com Menina da ladeira, João Só começou a participar de shows em várias partes do País: "O disco estourou em todas as paradas em apenas quatro meses. A partir daí, minha vida ficou muito agitada. Tinha que atender compromissos em várias cidades. Às vezes saía de um avião para entrar em outro" costumava dizer. Nesse ritmo, se tornou cada vez mais conhecido.

Em 1972, após apresentar-se na Argentina, ao lado de Paulo Diniz, gravou o primeiro LP, com músicas do porte de Canção pra Janaína e Copacabana. Foi convidado para gravar outros discos. A partir de 1978, João se dedicou exclusivamente a shows: "Deixei um pouco de lado as gravações. E não estou arrependido, principalmente por causa do aprimoramento da música na noite" disse ele.

João Só veio a falecer de enfarto no dia 20 de junho de 1992, quando descansava na casa de sua família em Salvador, aos 50 anos de idade. Em cerca de 20 anos de carreira, gravou 15 discos e algumas fitas, compôs mais de 40 músicas gravadas e fez centenas de shows por todo o Brasil. Deixou, além do trabalho, o único filho Richard Evangelista Fortes.

Fonte: João Só - Biografia (vilabol)


Ari do Cavaco

Ari do Cavaco (Ari Alves de Sousa), compositor, nasceu no Rio de Janeiro RJ, em 17/2/1942. Sambista do G.R.E.S. da Portela, aprendeu a tocar cavaquinho de ouvido e começou a compor em 1969: com Silvinho do Pandeiro fez O cotidiano (partido-alto) e, com Ari Guarda, Pra onde eu vou.

Em 1971 Paulinho da Viola gravou Lapa em três tempos, um samba-enredo seu em parceria com o irmão Rubens Alves de Sousa. Tornou-se mais conhecido em 1972, quando sua música Nó na cana (com César Augusto) foi apresentada no VII FIC, da TV-Globo, Rio de Janeiro.

Atuou em shows no Bola Preta, Renascença, Casa de Bamba, Casa do Partideiro e em outros clubes e boates. Participou dos Festivais MPB Shell da TV Globo: em 1981, com Reunião de bacana (com Bebeto de São João), defendida pelo grupo Exporta Samba; em 1982, com Mordomia (com Gracinha), defendida por Almir Guineto, que obteve o terceiro lugar. Tomou parte em gravações de Jair Rodrigues, Originais do Samba e Zeca Pagodinho. É presidente da Ala de Compositores da Portela.

Obras

Chico lambança (c/Otacílio de Sousa), 1974; Lapa em três tempos (c/Rubens Alves de Sousa), samba-enredo, 1971; Mordomia (c/Gracinha), 1982; Nó na cana (c/César Augusto), 1972; Todo azul que o azul tem (c/Café e Carlinhos Madureira), samba-enredo, 1992; Vai, meu samba (c/Otacílio de Souza), 1975.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.

Rua Ramalhete

Rua Ramalhete (canção, 1979) - Tavito e Ney Azambuja Intérprete: Tavito

Compacto duplo (7") Tavito / Título da música: Rua Ramalhete / Tavito (Compositor) / Ney Azambuja (Compositor) / Tavito (Intérprete) / Gravadora: CBS / Ano: 1979 / Nº Álbum: 56.545 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Canção.


Intr.: Em(add9) / /  C7M(#11) / / F#4/3 / / B7 / /

Em(add9)       Em7(9)/D          C(add9)
Sem querer     fui me lembrar
D7/4  D7       G(add9)
De uma rua e seus ramalhetes
C(add9)             G(add9)          B7/4    B7*
O amor    anotado em bilhetes  Daquelas tardes

Em(add9)     Em7(9)/D            C(add9)
No muro      do Sacré-Coeur
D7/4     D7        G(add9)
De uniforme e olhar de rapina
C(add9)              G(add9)           B7/4   B7*
Nossos bailes no clube da esquina   Quanta saudade

E(add9)              F#4/3
Muito  prazer, vamos dançar
D#m          G#7/4  G#7
Que eu vou falar no seu ouvido
C#7/4      C#7   F#7/4  F#7   B7/4             B7*
Coisas que vão fazer  você tremer dentro do vestido
E(add9)            F#4/3
Vamos  deixar tudo rolar
D#m          G#7/4  G#7
E o som dos Beatles na vitro____la

C#(add9)          F#       C#(add9)    E(add9) F#4/3
Será      que algum dia eles vêm     aí
C#(add9)      F#               G#7/4  G#7  F# G#/F#
Cantar     as canções que a gente quer ouvir

C#m / / A7M / / B7 / /E(add9) / /A7M / /A#º / / G#7/4 G#7 F# G#/F# /
C#m / / A7M / / B7 / /E(add9) / /A7M / /A#º / / G#7/4 G#7 F#4/3 B7 /

Em(add9)       Em7(9)/D          C(add9)
Sem querer     fui me lembrar...

Tavito

Tavito (Luís Otávio de Melo Carvalho), compositor, instrumentista e cantor, nasceu em Belo Horizonte-MG, em 26 de janeiro de 1948. Aos 13 anos de idade, ganhou seu primeiro violão. Autodidata, logo em seguida começou a participar de serenatas e a atuar em festas em sua cidade natal, além de compor suas primeiras canções. É companheiro de geração de Milton Nascimento e de outros músicos mineiros, como Toninho Horta, Tavinho Moura e Nelson Angelo.

Em 1965, conheceu Vinícius de Moraes, que se encantou com a sua performance ao violão. Foi, então, convidado pelo poeta para acompanhá-lo em alguns shows pela cidade de Belo Horizonte. Cursou o 1º ano de Desenho Industrial na Universidade Mineira de Arte, mas abandonou os estudos decidindo-se pela profissão de músico. Mudou-se, então, para o Rio de Janeiro, passando a trabalhar como professor de violão.

Em 1969, participou do Festival Universitário da TV Tupi (RJ), com a canção Terça-feira (c/ Werther Jacques e Antonio Gil), interpretada pelo conjunto Três Morais.

No ano seguinte, foi convidado por Milton Nascimento para formar uma banda que acompanhasse o cantor e compositor em shows. Nasceu o Som Imaginário, integrado também por Wagner Tiso, Robertinho Silva, Luís Alves, Zé Rodrix, Frederyko e Laudir de Oliveira (mais tarde substituído por Naná Vasconcelos). Ainda em 1970, o grupo defendeu a canção Feira moderna no V Festival Internacional da Canção (TV Globo), classificando-a em 6º lugar. Gravou três LPs com o conjunto. Nessa época, começou a compor com Mariozinho Rocha, Eduardo Souto Neto e Zé Rodrix.

Em 1971, concorreu com Casa no campo (c/ Zé Rodrix) no VI Festival Internacional da Canção (TV Globo). A canção viria a se tornar um de seus maiores sucessos na voz de Elis Regina. Por essa época, já reconhecido no meio artístico, começou a participar de gravações com inúmeros intérpretes, tocando tanto o violão quanto a viola de 12 cordas, seu elemento diferencial como instrumentista.

Em 1972, foi convidado por José Scatena para ingressar no mercado publicitário paulista, como compositor de jingles e trilhas comerciais. Mudou-se para São Paulo e em seis meses já era um dos mais requisitados jinglistas dessa cidade.

No ano seguinte, o Som Imaginário se dissolveu, e seus integrantes partiram para carreiras individuais.

Em 1974, de volta ao Rio de Janeiro, continuou atuando na área publicitária, contratado por diversas produtoras de jingles cariocas. Logo em seguida, montou sua própria empresa, a Zurana Criação e Produção, que viria a se tornar uma das maiores produtoras de jingles do Brasil.

Em 1979, por indicação de Fernando Adour, gravou seu primeiro LP como cantor solista, "Tavito", lançado no ano seguinte pela gravadora CBS. O disco incluiu Rua Ramalhete, canção bastante executada e que remete à sua antiga admiração pelo conjunto The Beatles, além de Começo, meio e fim (c/ Ney Azambuja) e Longe do medo (c/ Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza), entre outras.

Na década de 80, lançou os LPs "Tavito II" (1982) e "Tavito III" (1983). Em 1984, gravou um compacto simples com Simpatia e Água e luz (c/ Ricardo Magno). Decepcionado com a pouca divulgação do disco, passou a compor somente para outros intérpretes.

Ao longo de sua carreira artística, atuou também como produtor de discos, tendo sido responsável por trabalhos de Marcos Valle, Renato Teixeira, Selma Reis e Sá & Guarabyra, entre outros. Assinou, ainda, arranjos vocais para vários artistas, destacando-se Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Ivan Lins.

Até 1992, realizou diversos shows pelo Brasil. A partir desse ano, passou a dedicar-se exclusivamente à composição, aos arranjos e à publicidade.

Em 2004, voltou ao cenário artístico, apresentando-se nos espaços cariocas Panorama e Mistura Fina. Nesse mesmo ano, finalizou a gravação de mais um disco, contendo suas canções Rua Ramalhete, Começo, meio e fim, Aquele beijo e O primeiro sinal, todas com Ney Azambuja, O dia em que nasceu nosso amor e A sorte grande do amor, ambas com Luiz Carlos Sá, Um certo filme (c/ Rocknaldo), Água e luz (c/ Ricardo Magno) e Gostosa, além de Hoje ainda é dia de rock (Sá, Rodrix e Guarabyra),"Cowboy" (Eduardo Souto Neto e Paulo Sérgio Vallle) e "Naquele tempo (Mariozinho Rocha e Renato Corrêa).

Ainda em 2004, sua canção Rua Ramalhete (c/ Ney Azambuja) tornou-se hino oficial da cidade de Belo Horizonte.

Fontes: Wikipédia; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Sérgio Sampaio

Sérgio Sampaio (Sérgio Morais Sampaio), compositor e cantor, nasceu em Cachoeiro de Itapemirim ES, em 13/04/1947, e faleceu no Rio de Janeiro em 15/05/1994. Desde cedo se interessou por música — o pai compunha dobrados e o tio era intérprete do Trio de Ouro.

Aos nove anos, começou a trabalhar com o pai numa tamancaria, e aos 16 entrou como locutor para a Rádio Cachoeiro de Itapemirim. Dois anos mais tarde, transferiu-se para o Rio de Janeiro, empregando-se como locutor na Rádio Relógio, depois na Rádio Rio de Janeiro (1967), e posteriormente em várias outras emissoras.

A partir de 1970, passou a cantar no rádio, depois de apresentar algumas músicas que havia composto, influenciado pelo pai e pelo tio, Raul Sampaio. Nesse mesmo ano, conheceu Raul Seixas, que incentivou seu gosto pelo rock, pois até então estava mais voltado para boleros, baiões, valsas e tangos.

De suas primeiras gravações destacam-se No ano 83 (1968), Coco verde (1971), Classificado número um (1972), Não adianta (1972) e Eu quero é botar meu bloco na rua, que defendeu no VII FIC, da TV Globo, do Rio de Janeiro, em 1972; classificada para a parte final do festival, foi incluída em seu LP de 1973.

Em 1975 lançou, em disco compacto, o samba Velho bandido, de sua autoria. Continuou se apresentando em shows e, na década de 1990, Elba Ramalho e Roupa Nova regravaram seu maior sucesso, Eu quero é botar meu bloco na rua.

Obras

Coco verde, 1971; Eu quero é botar meu bloco na rua, 1972; Não adianta, 1972; Velho bandido, 1975.

CD

Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das Dez (c/Raul Seixas, Míriam Batucada e Edy Star), 1996, Acervo e Rock Company, RCCD 10.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFOLHA.

Délcio Carvalho

Délcio Carvalho, compositor e cantor, nasceu em Campos RJ em 09/03/1939. Seu pai, saxofonista da banda Lira de Apoio, ensinou-lhe as primeiras noções musicais. Mais tarde tornou-se cantor, apresentando se em conjuntos de baile e na Orquestra de Cicero Ferreira, ainda em Campos.

Após o serviço militar, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde participou de diversos programas de calouros. Trabalhando na Petrobrás durante o dia, à noite apresentava-se como cantor em conjuntos de baile e num cabaré em Caxias RJ, onde morava.

Começou a compor em fins da década de 1950, quando, em parceria com Daniel Pereira Santos Júnior, fez dois sambas: Dinheiro de pobre e Destino da saudade. Somente em 1968 uma música sua foi gravada: o samba Pingo de felicidade, em arranjo de iê-iê-iê, na voz de Christiane (selo Caravelle).

Em 1969 formou, com Rubem Confete, Caboclinho e outros sambistas, o conjunto Lá Vai Samba, que se apresentou em São Paulo SP nos festivais das televisões Record e Globo. Em 1971 tornou-se parceiro de Adeilton Alves de Sousa, compondo, entre outras, Esperanças perdidas, que foi gravada na Holanda, França e Suécia, no ano seguinte. Mais tarde, fez parceria com Ivone Lara, do G.R.E.S. Império Serrano, compondo em 1978 Sonho meu, um de seus maiores sucessos.

É sambista do G.R.E.S. Imperatriz Leopoldinense desde 1970. Em 1996 foi lançado seu segundo disco, Afinal, incluindo Coisas da Mangueira (com Cláudio Jorge), Chorei, confesso (com Ivone Lara), Afinal (com Ivor Lancelotti), entre outras.

Obras

Alvorecer (c/Ivone Lara), samba, 1974; Chorei, confesso (c/Ivone Lara), samba, 1996; Esperanças perdidas (c/Adeílton Alves de Sousa), 1971; Sonho meu (c/Ivone Lara), samba, 1978.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e publiFOLHA.