segunda-feira, 24 de abril de 2006

A última estrofe

Orlando Silva - Década de 1930

Além de ter a melhor letra e a melhor melodia de Cândido das Neves, "A Última Estrofe" é sua canção mais popular. Não há seresteiro que a desconheça, com seus versos apaixonados ("Lua, vinha perto a madrugada / quando em ânsias minha amada / nos meus braços desmaiou..."), tão representativos do parnasianismo exarcebado de seu autor.

E por falar em seresteiro, coube a Orlando Silva uma participação importante na história de "A Última Estrofe". Gravada inicialmente por Fernando Castro Barbosa, foi na voz de Orlando que a composição tornou-se um sucesso, acompanhando-o por toda a carreira.

A última estrofe (valsa-canção, 1935) - Cândido das Neves (Índio) - Intérprete: Orlando Silva

Disco 78 rpm / Título da música: A última estrofe / Cândido das Neves, 1899-1934 (Compositor) / Orlando Silva (Intérprete) / Luiz Bittencourt e Luperce, Pereira Filho (Acomp.) / Gravadora: Victor / Gravação: 18/06/1935 / Lançamento: 09/1935 / Nº do Álbum: 33975 / Nº da Matriz: 79931-1 / Gênero: Valsa-canção


(Dm)           (Gm)    (Dm)             (E7)
A noite estava assim enluarada, quando a voz
         (Dm)               (E7)          (A7) (Dm)
Já bem cansada   /     eu ouvi de um trovador
    (Dm)           (Gm)                (Dm)
nos versos que vibravam de harmonia, ele em
 (Eb)       (Dm)           (E7)   (A7)    (Dm) (A7) (Dm)
lágrimas dizia  /    da saudade de um amor
    D7             Gm                Eº
Falava de um beijo aapaixonado, de um amor
       Dm          Bb7           A7      D7
desesperado, que tão cedo teve fim
                    Gm            Eº              Dm
E, dos seus gritos e lamentos, eu guardei no pensamento
    E7           A7      (Dm) (A7) (Dm) (A7)
uma estrofe que era assim:

ESTROFE:

  D      A7             D                               Bm
Lua, vinha perto a madrugada, quando, em ânsias, minha amada
                 Em   B7 Em                 A7
em meus braços desmaiou.    E o beijo do pecado
                                         D           A7
 em seu véu estrelejado/    a luzir glorificou
  D         A7           D                       B7
Lua, hoje eu vivo tão sozinho, ao relento, sem carinho
                   Em     Gm                           D
na esperança mais atroz,  /  de que cantando em noite linda
          B7       E7          A7           D     (A7)  (Dm)
esta ingrata, volte ainda, escutando a minha voz
 (Dm)        (Gm)        (Dm)     (Eb)              (Dm)
A estrofe derradeira merencórea revelava toda a história
    (E7)      (A7)     (Dm)       (Dm)      (Gm)         (Dm)
de um amor que não morreu.  E a lua que rondava a natureza,
  Eb                (Dm)        (E7)      (A7)   (Dm)  (A7)  (Dm)
 solidária com a tristeza / entre as nuvens se escondeu.
     D7                 Gm              Eº             Dm
Cantor! Que assim falas à lua, minha história é igual à tua
        Bb7         A7   D7                       Gm
meu amor também fugiu.      Disse a ele em ais convulsos
   Eº           Bb7             (E7)       (Dm)  (A7)  (Dm) (A7)
Ele então entre soluços toda a estrofe repetiu

Lua . . . .   (estrofe)


Fonte: A Canção no Tempo - Vol. 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.

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