Alfredo (Alfredo José de Alcântara), instrumentista e compositor. Fl. Rio de Janeiro RJ 1910-1927. Nascido no bairro de São José, em Recife PE, aprendeu a tocar pandeiro, freqüentando forrós locais. Transferindo-se para o Rio de Janeiro, foi morar no bairro do Estácio, logo integrando-se nas rodas de sambistas.
Pelo fim da década de 1910, Caninha, ouvindo-o tocar, convidou-o a integrar o grupo Sou Brasileiro, que se apresentava nas festas da Penha e durante o Carnaval. Logo se destacou entre os grandes pandeiristas do Rio de Janeiro, criando maneira pessoal de tocar o instrumento, na qual, além de marcar o ritmo, realizava floreios de percussão e fazia malabarismos, equilibrando o pandeiro na ponta do indicador, atirando-o para o alto etc.
Conhecido como “pandeirista infernal”, foi solicitado por vários conjuntos, chegando a apresentar-se no elegante cabaré Assírio, do Rio de Janeiro, com Oito Batutas, grupo liderado por Pixinguinha e Donga, recém-chegado de apresentações em Paris, frança.
Em 1927 participava do bloco O Que É Nosso, chefiado pelo sambista Caninha, vencendo naquele ano um concurso carnavalesco. Ainda em 1927 integrou o grupo Cutubas de Macaé, formado pelo violonista Josué de Barros.
Célebre também no teatro, depois de participar de várias revistas da época, viajou a Buenos Aires, Argentina, onde se exibiu em teatros e casas noturnas como “el negro panderista brasileño”, acrescentando ao seu número evoluções de passista e bailarino.
Formando uma pequena companhia de variedades, excursionou pela Europa e em seguida por New York, E.U.A. Sempre alcançando êxitos, voltou à Argentina para nova temporada, antes de regressar ao Brasil.
Seu estilo teve vários seguidores, entre os quais Russo do Pandeiro, incorporando-se definitivamente à forma de execução adotada em grande parte pelos instrumentistas das escolas de samba.
Obras: Lavadeira, s.d.; Minha promessa, samba, 1928; Vem, meu bem, s.d.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.
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