domingo, 27 de janeiro de 2008

De qualquer maneira

Déo
De Qualquer Maneira (samba, 1939) - Ary Barroso e Noel Rosa - Intérprete: Déo

Disco 78 rpm / Título: De Qualquer Maneira / Autoria: Barroso, Ary (Compositor) / Rosa, Noel, 1910-1937 (Compositor) / Déo (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1939 / Álbum 11762 / Gênero: Samba.



Quem tudo olha… / Quase nada enxerga
Quem não quebra se enverga / A favor do vento
Eu não sou perfeito / Sei que tenho de pecar
Mas arranjo sempre jeito / De me desculpar…

Eu lá na Penha agora vou estifa¹
Mas não vou como um cacifa²
Que foi lá desacatar / Mas a força falha
Ele teve um triste fim / Agredido a navalha
Na porta de um botequim!

Pra ver a minha santa Padroeira
Eu vou à Penha de qualquer maneira
Pra ver a minha santa Padroeira
Eu vou à Penha de qualquer maneira

Faz hoje um mês que fui naquele morro
E a Juju pediu socorro / Lá na ribanceira
Toda machucada / Saturada de pancada
Que apanhou do seu mulato / Por contar boato

Meu coração bateu a toda pressa
E eu fiz uma promessa / Pra mulata não morrer...
Pela padroeira / Ela foi bem contemplada
Levantou do chão curada / Saiu sambando fagueira!

Pra ver a minha santa Padroeira
Eu vou à Penha de qualquer maneira
Pra ver a minha santa Padroeira
Eu vou à Penha de qualquer maneira

Eu vou à Penha de qualquer maneira
Pois não é por brincadeira / Que se faz promessa
E... o tal mulato / Para não entrar na lenha
Fêz comigo um contrato / Para sumir da Penha

Quem faz acordo não tem inimigo / A mulata vai comigo
Carregando o violão / E com devoção junto à santa milagrosa
Vai cantar meu samba prosa / Numa primeira audição.

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¹ Gíria da época: alinhado; ² Gíria da época: sujeito sem sorte.

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