domingo, 18 de junho de 2006

Dois pra lá, dois pra cá

Exemplo de versatilidade da dupla João Bosco-Aldir Blanc (foto), sempre à vontade nos gêneros que explora, “Dois pra Lá, Dois pra Cá” é um bolero bem construído, que parodia o próprio bolero, acentuando-lhe os cacoetes rítmicos, melódicos e poéticos:

“Sentindo frio em minh’alma / te convidei pra dançar / a tua voz me acalmava / são dois pra lá, dois pra cá / no dedo um falso brilhante / brincos iguais ao colar / e a ponta de um torturante / bandaid no calcanhar...”

Esta sutil obra-prima, em que o kitsch é conscientemente usado para funcionar como antídoto ao próprio kitsch, foi lançada por Elis Regina em novembro de 74, em faixa de seu elepê anual na qual se destacam, além de sua interpretação, as atuações de Paulinho Braga no bongô, Hélio Delmiro na guitarra e do coro Classic VIII. (A Canção no Tempo – Vol. 2 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Dois Pra Lá, Dois Pra Cá (bolero, 1975) - Aldir Blanc e João Bosco - Interpretação: Elis Regina

LP Elis / Título da música: Dois Pra Lá, Dois Pra Cá / Aldir Blanc (Compositor) / João Bosco (Compositor) / Elis Regina (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1974 / Nº Álbum: 6349 121 / Lado B / Faixa 2 / Gênero musical: Bolero.


Tom: Em 
Em7/9                Bm7  Em7/9             Bm7  Em7/9
Sentindo frio em minh'alma te convidei pra dançar
               Bm7   Db7                        C7  B7
A tua voz me acalmava, são dois pra lá dois pra cá
               G7M   C7M      Gb7          Bm7   E7
Meu coração traiçoeiro, batia mais que um bongô
                     Am7  Gbm       B7        Em7/9
Tremia mais que as maracas, descompassado de amor
               Bm7   Em7/9                Bm7   Em7/9
Minha cabeça rodando, rodava mais que os casais
                Bm7   Db7                   C7  B7
O teu perfume gardênia, e não me perguntes mais
                 
                G7M  C7M         Gb7     Dm6  E7
A tua mão no pescoço, as tuas costas macias
                  A7   D7                    Dm6  E7
Por quanto tempo rondaram, as minhas noites vazias
                    A7    D7                    G7M
No dedo um falso brilhante, brincos  iguais ao colar
      C7M            Gbm7  B7               Dm6  E7
E a ponta de um torturante band-aid no calcanhar
                A7   D7                Dm6  
Eu hoje me embriagando de wisky com guaraná
C7M              Gb7   C7             B7           Em7/9
Ouvi tua voz murmurando, são dois pra lá dois pra cá

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