Um dos melhores e mais conhecidos dos afro-sambas, “Canto de Ossanha” deve muito de seu sucesso à interpretação empolgante que lhe deu Elis Regina nas diversas vezes que o apresentou em “O Fino da Bossa”.
Aliás, a letra de “Canto de Ossanha” foi concluída num ensaio do programa, conforme relembrou Elis numa entrevista radiofônica (“Programa do Zuza”, Rádio Jovem Pan, 17.5.78):
“Eu me lembro nitidamente de ‘Canto de Ossanha’: a letra tinha acabado de ficar pronta, Vinícius estava sentado num banquinho, Baden no outro, eu no meio e o papel na frente pra gente cantar a primeira vez.”
“Eu me lembro nitidamente de ‘Canto de Ossanha’: a letra tinha acabado de ficar pronta, Vinícius estava sentado num banquinho, Baden no outro, eu no meio e o papel na frente pra gente cantar a primeira vez.”
Obedecendo ao esquema de outros afros, “Canto de Ossanha” os supera na melodia expressiva de Baden e no poema ambíguo de Vinicius que, segundo ele mesmo (no encarte do elepê Os afro-sambas), “faz refletir e trata, sem hesitar, de problemas da vida e do amor” (“... o homem que diz ‘sou’ não é / porque quem é mesmo é ‘não sou’...”). Já a divindade que lhe inspirou o nome pouco ou nada tem a ver com a letra.
Ossanha (também Ossaim, Ossonhe ou Ossamin) é o orixá das folhas litúrgicas e medicinais. É também adivinho na África, sendo sincretizado no Brasil com São Benedito. Em alguns candomblés foi transformado em orixá feminino e sincretizado com a Caipora, de nossa mitologia indígena (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).
Canto de Ossanha (samba, 1966) - Baden Powell / Vinícius de Moraes - Interpretação de Elis Regina
Compacto simples / Título da música: Canto de Ossanha / Vinicius de Moraes (Compositor / Baden Powell (Compositor) / Elis Regina (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1966 / Álbum: 365.137 PB / Lado A / Gênero musical: Samba.
Canto de Ossanha (samba, 1966) - Baden Powell / Vinícius de Moraes - Interpretação de Elis Regina
Compacto simples / Título da música: Canto de Ossanha / Vinicius de Moraes (Compositor / Baden Powell (Compositor) / Elis Regina (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1966 / Álbum: 365.137 PB / Lado A / Gênero musical: Samba.
Cm7 D7/9 O homem que diz "dou" não dá, C#7/9 Cm7 porque quem dá mesmo não diz D#7/9 D7/9 O homem que diz "vou" não vai, C#7/9 Cm7 porque quando foi já não quis D#7/9 D7/9 O homem que diz "sou" não é, C#7/9 Cm7 porque quem é mesmo é "não sou" D#7/9 D7/9 O homem que diz "tô" não tá, C#7/9 Cm7 porque ninguém tá quando quer
D#7/9 D7/9 C#7/9 Cm7 Coitado do homem que cai no canto de Ossanha, traidor D#7/9 D7/9 C#7/9 Cm7 Coitado do homem que vai atrás de mandinga de amor
D#7/9 D7/9 Vai, vai, vai, vai, não vou D#7/9 D7/9 Vai, vai, vai, vai, não vou D#7/9 D7/9 Vai, vai, vai, vai, não vou C#7/9 C Vai, vai, vai, vai, não vou
Em5-/7 Am7 Dm7 Que eu não sou ninguém de ir em conversa de esquecer D7/9 G7 A tristeza de um amor que passou C Em5-/7 Am7 Em7 Não, eu só vou se for pra ver uma estrela aparecer G7 Cm7 Na manhã de um novo amor
C#7/9 Cm7 Amigo senhor, saravá, Xangô me mandou lhe dizer D#7/9 D7/9 Se é canto de Ossanha, não vá, C#7/9 Cm7 que muito vai se arrepender D#7/9 D7/9 C#7/9 Cm7 Pergunte ao seu Orixá, o amor só é bom se doer D#7/9 D7/9 C#7/9 Cm7 Pergunte ao seu Orixá o amor só é bom se doer
D7/9 Vai, vai, vai, vai, amar C#7/9 Cm7 Vai, vai, vai, sofrer D7/9 Vai, vai, vai, vai, chorar C Vai, vai, vai, dizer
Em5-/7 Am7 Dm7 Que eu não sou ninguém de ir em conversa de esquecer D7/9 G7 A tristeza de um amor que passou C Em5-/7 Am7 Dm7 Não, eu só vou se for pra ver uma estrela aparecer G7 Cm7 Na manhã de um novo amor
Nenhum comentário:
Postar um comentário