A cantora, instrumentista, arranjadora, folclorista e atriz Inezita Barroso (Inês Madalena Aranha de Lima), nasceu em São Paulo/SP em 04.03.1925. Inezita começou a cantar e estudar violão aos sete anos, e aos 11 iniciou seu aprendizado de piano. Depois de casada, voltou ao canto e ao violão, estreando, em 1950, na Rádio Bandeirantes, de São Paulo, a convite de Evaldo Rui.
Participou em seguida da transmissão inaugural da TV Tupi, canal 3, e trabalhou como cantora exclusiva da Rádio Nacional, de São Paulo, transferindo-se mais tarde para a Record. Ainda em 1950 participou do filme Ângela, dirigido por Tom Payne e Abílio Pereira de Almeida e realizou recitais no Teatro Brasileiro de Comédia, no teatro de Cultura Artística e no Teatro Colombo.
Voltou a atuar em cinema em 1953, nos filmes Destino em apuros (direção de Ernesto Remani) e Mulher de verdade (direção de Alberto Cavalcanti). No ano seguinte, apareceu em É proibido beijar, de Ugo Lombardi, e O Craque, de José Carlos Burle, recebendo ainda o prêmio Roquete Pinto, como a melhor cantora de rádio da música popular brasileira, e o prêmio Guarani, como a melhor cantora do disco.
Ainda em 1953 gravou na Victor Canto do mar (Guerra Peixe), Marvada pinga (Laureano), Benedito pretinho e Dança do caboclo (ambas de Hekel Tavares), e os sambas Estatutos de gafieira (Billy Blanco) e Isso é papel, João? (Davi Raw e Cícero Galindo Machado).
A partir de 1954 passou a apresentar-se semanalmente em programas folclóricos na TV Record, de São Paulo. Em 1955 atuou no filme Carnaval em lá maior (direção de Ademar Gonzaga) e como atriz e cantora representou o Brasil no festival de Cinema de Punta del Este, Uruguai, viajando em seguida ao Paraguai. Foi novamente premiada com o Roquete Pinto e ainda com o Saci, como melhor atriz do cinema. Realizou gravações de divulgação do folclore brasileiro, ilustrando uma série de conferências de professores na universidade de São Paulo.
Seu primeiro LP, Inezita Barroso, foi lançado pela Copacabana, também em 1955, com repertório folclórico que incluía, entre outras, Banzo (Hekel Tavares e Murilo Araújo), Funeral dum rei nagô (Hekel Tavares e Murilo Araújo), Viola quebrada (Mário de Andrade) e Mineiro tá me chamano (Zé do Norte).
Em seguida lançou os LPs Canta Inezita, Coisas do meu Brasil e Lá vem o Brasil. Nessa época, Jean Louis Barrault, Marian Anderson, Vittorio Gassmann e Roberto Inglez, em visita ao Brasil, levaram seus discos para a Europa, onde foram divulgados nas principais emissoras. Seus dois LPs seguintes foram Vamos falar de Brasil e Inesita apresenta, ainda pela Copacabana, reunindo neste último composições de Babi de Oliveira, Juraci Silveira, Zica Bergami, Leyde Olivé e Edvina de Andrade, do folclore baiano, mineiro e paulista.
Em 1956 publicou seu livro Roteiro de um violão. Em 1960, lançou o LP Eu me agarro na viola (Copacabana), faixa de abertura do disco, além de Leilão (Hekel Tavares e Joraci Camargo), A moda da mula preta (Raul Torres e João Pacífico), Bonde do Camarão (Cornélio Pires e Mariano Silva) e Canção da guitarra (Marcelo Tupinambá e Aplecina do Carmo).
Em 1961 lançou o Lp Inezita Barroso, com Casa de caboclo (Hekel Tavares e Luiz Peixoto), Viola quebrada, regravação do seu primeiro LP, Tambá-Tajá (Waldemar Henrique), Roda carreta (Paulo Ruschel) e Carreteiro (Barbosa Lessa).
Em 1968, lançou o LP O Melhor de Inezita, com Banzo e Funeral dum rei nagô, regravações do seu primeiro LP, O Hino dos fuzileiros navais, ou Cisne Branco (Antônio Manuel do Espírito Santo e Benedito X. de Macedo), Lampião de gás (Zica Bergami) e Moda da pinga (Laureano), os dois números mais populares.
Em 1969, lançou o LP Clássicos da música caipira, volume 1, cujas composições de destaque são: Chico Mineiro (Francisco Ribeiro e Tonico), Do lado que o vento vai (Raul Torres), Baldrana macia (Anacleto Rosas Júnior e Arlindo Pinto), Sertão do Laranjinha (adaptação de Tonico e Tinoco e Capitão Furtado) e Pingo d'água (Raul Torres e João Pacífico). Nesse mesmo ano ganhou troféu do I Festival de Folclore Sul-Americano, em Salinas, Uruguai.
Em 1970 lançou o LP Modinhas, onde se destacam as composições Canção da felicidade (Barroso Neto e Nosor Sanches) e Conselhos (Carlos Gomes). Ainda neste ano produziu um documentário que representou o Brasil na Expo-70, no Japão. Em 1972 lançou o volume dois dos Clássicos da música caipira, com Rio de lágrimas (Piraci, Lourival dos Santos e Tião Carreiro), Divino Espírito Santo (Canhotinho e Torrinha), Destinos iguais (Capitão Furtado e Laureano) e Rei do Café (Carreirinho e Teddy Vieira).
Em 1975, lançou o LP Inezita em todos os cantos, com Negrinho do pastoreio (Barbosa Lessa), Asa branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) e números folclóricos recolhidos na Bahia, Mato Grosso, Pernambuco, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Fez programas especiais para o Uruguai, Paraguai, EUA, Israel, antiga U.R.S.S., França e Itália.
Tem mais de 70 discos gravados, entre 78 rpm, LPs e CDs; recentemente gravou CDs com o violeiro Roberto Côrrea e a Orquestra de Violas de São José dos Campos. Desde os anos 70 comanda o programa `Viola, Minha Viola", exibido até hoje pela TV Cultura.
Fonte: Inezita Barroso - Raizes Sertanejas -vol. 2 - Revivendo Musicas - Biografias.
poderiam postar "Lampião de gás"
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