A modinha, o gênero mais lírico e sentimental de nosso cancioneiro, é também o mais antigo, existindo desde o século XVIII. E entre todas as modinhas surgidas nesse longo espaço de tempo, nenhuma seria tão cantada e gravada como a "Casinha Pequenina".
Lançada em disco por Mário Pinheiro em 1906, teria dezenas de gravações figurando no repertório dos mais variados intérpretes, de Bidu Sayão e Beniamino Gigli a Cascatinha e Inhana, de Sílvio Caldas e Nara Leão aos maestros Radamés Gnattali, Lírio Panicali e Rogério Duprat.
Atribuída a autor desconhecido, a "Casinha Pequenina" teve a origem pesquisada pelo musicólogo Vicente Sales, que acredita ser seu criador o paraense Bernardino Belém de Souza. Carteiro e pianista, Bernardino tocou durante algum tempo em navios que faziam a linha Rio-Manaus, aproveitando as viagens para divulgar suas composições no sul do país. Outra autoria possível, mas não comprovada, seria a dos atores Leopoldo Fróes e Pedro Augusto. Segundo Íris Fróes, biógrafa do primeiro, Leopoldo teria recebido de Pedro a letra da "Casinha Pequenina" pronta, e composto a melodia em 1902. A verdade é que nenhum deles jamais reivindicou a paternidade da canção, apesar do sucesso.
Casinha Pequenina (modinha, 1906) - Folclore Popular - Algumas interpretações:
Disco selo: Odeon Record / Título da música: Casinha Pequenina / Tradicional; Foclore / Mário Pinheiro (Intérprete) / Nº do Álbum: 40.472 / Lançamento: 1906 / Gênero musical: Cançonetta / Coleção de Origem: IMS, Nirez
LP 10' Sílvio Caldas - Canta O Seresteiro (Vinyl) / Título da música: Casinha Pequenina / Tradicional; Folclore / Sílvio Caldas (Intérprete) / Gravadora: Columbia / Álbum: LPCB 35027 / Ano: 1956 / Tracklist: B3 / Gênero musical: Modinha
Tu não te lembras da casinha pequenina / Onde o nosso amor nasceu / Tu não te lembras da casinha pequenina / Onde o nosso amor nasceu / Tinha um coqueiro do lado / Que coitado de saudade já morreu / Tinha um coqueiro do lado / Que coitado de saudade já morreu
Tu não te lembras das juras e perjuras / Que fizeste com fervor / Tu não te lembras das juras e perjuras / Que fizeste com fervor / Do teu beijo demorado prolongado / Que selou o nosso amor / Do teu beijo demorado prolongado / Que selou o nosso amor
Tu não te lembras do olhar que a meu pesar / Dou-te o adeus da despedida / Tu não te lembras do olhar que a meu pesar / Dou-te o adeus da despedida / Eu ficava tu partias tu sorrias / E eu chorei por toda a vida / Eu ficava tu partias tu sorrias / E eu chorei por toda a vida
(Letra da música enviada em 24/06/2000 por: Sirley Thaumaturgo Siqueira. Email: sirley73@hotmail.com).
Versão cifrada da Nara Leão:
Am E7
Tu não te lembras da casinha pequenina
Am
Onde o nosso amor nasceu?
E7
Tu não te lembras da casinha pequenina
Am A7
Onde o nosso amor nasceu?
Dm Am
Tinha um coqueiro do lado
E7
Que coitado de saudade
Am A7
Já morreu!
Dm Am
Tinha um coqueiro do lado
E7
Que coitado de saudade
Am E7
Já morreu!
Am E7
Tu não te lembras das juras e perjuras
Am
Que fizeste com fervor?
Am E7
Tu não te lembras das juras e perjuras
Am A7
Que fizeste com fervor?
Dm Am
Daquele beijo demorado, prolongado
E7
Que selou
Am A7
O nosso amor?
Dm Am
Daquele beijo demorado, prolongado
E7
Que selou
Am E7 Am
O nosso amor...
A Canção no Tempo - Vol.2 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34

Silvio Caldas... 1906? Nem tinha nascido ainda!
ResponderExcluirLançada em disco por Mário Pinheiro em 1906, teria dezenas de gravações figurando no repertório dos mais variados intérpretes, de Bidu Sayão e Beniamino Gigli a Cascatinha e Inhana, de Sílvio Caldas e Nara Leão aos maestros Radamés Gnattali, Lírio Panicali e Rogério Duprat
ExcluirLançada em disco por Mário Pinheiro em 1906, teria dezenas de gravações figurando no repertório dos mais variados intérpretes, de Bidu Sayão e Beniamino Gigli a Cascatinha e Inhana, de Sílvio Caldas e Nara Leão aos maestros Radamés Gnattali, Lírio Panicali e Rogério Duprat
ResponderExcluirPermitam-me dizer que o primeiro verso da segunda estrofe - tu não te lembras das juras e perjuras - está errado. O correto é "Tu não te lembras das juras, ó perjura?" Perjura, substantivo ou adjetivo feminino de perjuro, é a mulher que comete perjúrio, ou seja, que faz um juramento falso.
ResponderExcluirE conheço uma terceira estrofe, que minha mãe cantava, que é assim: Tu não te lembras, ó morena, da casinha / pequenina onde eu te vi? / Tu não te lembras, ó morena, da casinha / pequenina onde eu te vi? / Daquela enorme mangueira, altaneira / onde cantava o bem-te-vi? / Daquela enorme mangueira, altaneira / onde cantava o bem-te-vi?