Caçulinha (Rubens Antônio da Silva), multiinstrumentista e compositor, nasceu em São Paulo, em 15 de março de 1940. Filho do violeiro Mariano e sobrinho do também violeiro Caçula com quem o pai formou uma das primeiras duplas caipiras a gravar discos. Ganhou o apelido de Caçulinha como homenagem do pai ao irmão Caçula. Iniciou a carreira artística em 1948, com apenas oito anos de idade apresentando-se no programa "Clube do Papai Noel", na Rádio Tupi de São Paulo tocando, segundo suas palavras, "uma sanfoninha".
Na década de 1950 formou com o pai a dupla Mariano e Caçulinha. Como acordeonista, tocou e gravou com inúmeras duplas como
Tonico e Tinoco , Pedro Bento e Zé da Estrada, e Moreno e Moreninho, entre outros. Tocou em uma série de músicas consideradas clássicas da música sertaneja.
Estreou em disco solo em 1959, pela Todamérica quando gravou ao acordeom a polca Corochere, de sua autoria e Francisco dos Santos, e a guarânia Triste juriti, de Mário Vieira e Armando Castro. No mesmo ano, gravou o choro Pelé, parceria sua com Amasílio Pasquin, e a valsa Noiva do sargento, de autor desconhecido com arranjos seus.
Em 1960, gravou pelo selo Califórnia o tango
Noite cheia de estrelas, clássico de
Cândido das Neves, e o fox
Se um dia o mundo parasse, de Mário Albanese e Ricardo Macedo. Em 1961, pelo selo Caboclo, lançou o arrasta-pé
Arrasta-pé na Tuia, de sua autoria e Lourival dos Santos, e o
Chorinho do Biluca, de sua autoria.
Em 1962, gravou com seu conjunto pela Chantecler a valsa
Primeiro amor, de
Patápio Silva, e o choro
Sabido, de
Luiz Gonzaga. No ano seguinte, gravou com sua bandinha pela Sertanejo o rasqueado
Sentimento paraguaio, de Santana, e o maxixe
Chora negrinha, com adaptação sua.
Na mesma época, acompanhou Elizeth Cardoso,
Caetano Veloso e Elis Regina, entre outros artistas em especiais musicais da TV Record. Ainda na televisão, atuou nos programas "Esta noite se improvisa" e "Bossaudade", da TV Record. Tocou piano e teclado em boates paulistas.
Na década de 1970, contratado pela gravadora Copacabana, lançou vários LPs, entre os quais, Caçulinha aponta o sucesso, de 1970 e Caçulinha na onda do sucesso, de 1972. Na década de 1980, passou a se apresentar esporadicamente à frente de seu regional e a fazer shows com o apresentador Fausto Silva nos quais tocava acordeom e o apresentador contava piadas. Ainda na década de 1980, atuou com Fausto Silva no programa "Perdidos na noite" apresentado na TV Bandeirantes.
Em 1989, particpou de show de
Nelson Gonçalves e
Raphael Rabello tocando acordeom na música
Três lágrimas, de
Ary Barroso. Nesse ano, passou a atuar no "Programa do Faustão", na TV Globo. Em 2002, foi lançado o disco
Nelson Gonçalves e Raphael Rabello no qual teve participação especial na faixa
Três lágrimas, de Ary Barroso.
Em 2004, participou ao lado de nomes como
Dominguinhos, Renato Borghetti, Dino Rocha, e Toninho Ferragutti no SESC Pompéia, em São Paulo do o show de lançamento dos dois CDs do projeto "O Brasil da Sanfona", gravados ao vivo no mês de março do mesmo ano.
Em 2005, por sugestão de
João Gilberto, que lhe perguntou por que não lançar um disco com músicas da bossa nova ao acordeom, gravou o CD
Caçulinha na bossa nova, com produção de Ricardo Leão. O disco contou com as participações especiais de Roberto Menescal, João Donato, Rildo Hora, Paulinho Braga, Paulinho Trompete, Lula Galvão, João Lyra, Marcelo Martins, Bocato, Zé Canuto, Marcos Valle e Ricardo Leão. Desse disco fazem parte clássicos da bossa nova como
O barquinho, e
Garota de Ipanema, além de composições menos celebradas do universo da bossa nova.
Após a gravação desse disco, gravou um outro, em parceria com o humorista Pedro Bismarque, conhecido pelo personagem Nerso da Capitinga, dedicado ao repertório junino intitulado Caçulinha no Arraiá, no qual toca sanfona enquanto o ator Pedro Bismarque faz a narração da quadrilha.
Ao longo de sua vasta carreira já gravou um total de 31discos, sendo cerca de 25 LPs, numa trajetória única na música popular que passa do sertanejo à bossa nova.
Fontes: Caçulinha - Wikipédia; Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.