Angelino de Oliveira, compositor e instrumentista, nasceu em Itaporanga SP (21/4/1888) e faleceu em São Paulo SP (24/4/1964). Filho único de modestos lavradores que se mudaram para Botucatu SP quando ele tinha seis anos. Autodidata, tocava violão, guitarra portuguesa e violino, na orquestra do Gabinete Literário e Recreativo, e trombone na Banda de Música São Benedito.
Por volta de 1917, formou o Trio Viguipi, que com ele no violino, José Maria Castro Pérez no violão e Luís Batista de Carvalho Cardoso no piano, apresentou-se na capital, Santos SP e cidades do interior do Estado.
Apresentou oficialmente em primeira audição sua célebre canção ou toada paulista Tristezas do jeca no Clube 24 de Maio, em 1918, com seu acompanhamento ao violão. Foi gravada originalmente (sem a letra) pela Orquestra Brasil-América, em disco Odeon lançado no final de 1923.
Em 1926 a Odeon lançou Tristezas do Jeca cantada por Patrício Teixeira com grande êxito. Morando em Ribeirão Preto SP desde 1924, voltou a Botucatu e abriu uma loja de instrumentos, A Musical, exercendo também as atividades de dentista prático e diretor artístico da PRF-8 Rádio Emissora de Botucatu.
Sua discografia é pequena em relação ao que produziu. Grande boêmio, nunca se preocupou em gravar ou sequer guardar suas músicas. Só o zelo de amigos conseguiu salvar algumas das 80 relacionadas. Em 1930, Paraguaçu, com o pseudônimo de Maracajá, no selo vermelho de Cornélio Pires na Columbia, gravou A incruziada, canção-toada, e Cantando o aboio. No mesmo ano, o Trio Ortega gravou Cabocla do sertão.
Em 1931, Paraguaçu gravou com sucesso Tenho pena de meus olhos, canção-toada, também cantada por ele no filme O campeão de futebol, da Sincrocinex, desse ano. Em 1936, o mesmo Paraguaçu lançou a canção Lua cheia e, no ano seguinte, regravou Tristezas do Jeca, um enorme êxito. Em 1942, Cobrinha e Capitão, cantores de Piracicaba SP, gravaram Caboclo velho e Saudades de Botucatu.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - SP - 1998.
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