Noca da Portela (Osvaldo Alves Pereira), compositor, instrumentista e cantor, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 12/12/1932. Filho do professor de violão Ernesto Domingos de Araújo, já aos 14 anos compôs o samba-enredo
Independência ou morte, para a extinta escola de samba Unidos do Catete, onde permaneceu por três anos.
Em 1958, atuou como compositor e cantor no Trio Tropical, com o qual viajou por Minas Gerais, Pernambuco e Bahia. Nessa época, ingressou na escola de samba Paraíso do Tuiuti, onde compôs diversos sambas-enredo vencedores em concursos da escola, entre os quais
Apoteose da Academia Militar de Agulhas Negras,
Os imortais da MPB, gravado por ele mesmo na RCA Victor, Rio,
Carnaval e batucada e
Vida e obra de Cecília Meireles (com Poliba), gravado por
Jamelão, na Continental.
Mais tarde, conheceu
Paulinho da Viola, em uma festa na igreja da Penha, recebendo dele convite para atuar como violonista no show Carnaval para principiantes, no Teatro Opinião, do Rio de Janeiro. Em 1967, Paulinho da Viola levou-o para o G.R.E.S. da Portela, ingressando na sua ala dos compositores e no Trio ABC, com Colombo e Picolino, também da escola, apresentando-se em festivais e shows.
O trio inscreveu duas composições no II Concurso de Música de Carnaval, em 1968:
Portela querida, defendida por
Elza Soares, que a gravou na Odeon, e
É bom assim, cantada por Gasolina. Classificou-se em primeiro lugar no Concurso de Carnaval do Teatro Municipal, do Rio de Janeiro, em 1969, com
Chorei, sofri, penei (com Picolino).
Entre suas composições gravadas em 1974 e 1975 com sucesso estão
Isto tem que acabar (com Mauro Duarte), gravada por Ataulfo Alves Júnior pela RCA Victor;
Capital do samba, lançada em disco RCA Victor por
Eliana Pittman;
Condição (com Barbosa da Silva), lançada pela Fontana na interpretação do
MPB-4; e
A queda (com Délcio Carvalho), gravada por
Sonia Lemos, pela Continental.
Já foi feirante, sendo depois produtor e diretor musical da gravadora RCA Victor, tendo também estudado violão e teoria na Ordem dos Músicos, do Rio de Janeiro.
Em 1971, compôs
Festa no arraiá, em parceria com
Jackson do Pandeiro. Ganhou em 1976 o primeiro samba-enredo na Portela,
O homem do Tacoval (com Colombo e Edir). Em 1978, compôs com
Martinho da Vila Nem a lua; e com
Nelson Gonçalves,
Aos pés do altar. Venceu novamente a disputa do samba da escola em 1985, com
Recordar é viver (com Edir, Jorge Careca e Poli).
No ano seguinte,
Alcione gravou
Vendaval da vida (com Délcio Carvalho). Voltou a ganhar a disputa do samba-enredo da Portela em 1995, com
Gosto que me enrosco (com Colombo e Gelson). No mesmo ano,
Maria Bethânia gravou
Ilumina.
Apresentou-se em 1997 na Casa de Noca, casa noturna carioca do Baixo Gávea. Nesse ano, teve duas músicas gravadas por Luís Carlos da Vila e uma por Paulinho da Viola:
Peregrino (com Toninho Nascimento). Ainda em 1997 comemorou 65 anos de idade e 50 de carreira na Casa de Noca, Baixo Gávea, Rio de Janeiro, com a presença de amigos como
Nelson Sargento,
Zé Keti, Délcio Carvalho,
Guilherme de Brito e outros.
Na ocasião declarou que tem mais de 300 músicas gravadas por quase todos os artistas brasileiros, cantou sucessos como Celular e sambas inéditos. Foi um dos autores do samba de 1998 da Portela, Os olhos da noite (com Colombo, J. Rocha e Darcy Maravilha).
Obras
A alegria continua (c/Mauro Duarte Oliveira), 1974; Gosto que me enrosco (c/Colombo e Gelson), samba-enredo, 1995; O homem do Tacoval (c/Colombo e Edir), samba-enredo, 1976; Portela querida (c/Picolino e Colombo), samba, 1968; Recordar é viver (c/Edir, J. Rocha e Poli), samba-enredo, 1985; Tudo é diferente (c/Colombo e Edir Gomes), samba, 1972.
Fonte: Enciclopédia da Música Popular - Art Editora e PubliFolha.