quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Leci Brandão


Leci Brandão, cantora e compositora, nasceu no Rio de Janeiro em 12 de setembro de 1944. Original da estrada da Portela, foi criada em Vila Isabel, concluindo o curso colegial no Colégio Pedro II. Começou a compor em 1963.


Cinco anos depois, quando funcionária da Companhia Telefônica, apresentou-se como compositora no programa de televisão A Grande Chance, de Flávio Cavalcanti, obtendo primeiro lugar. Trabalhou em seguida em uma fábrica em Realengo e mais tarde conseguiu bolsa de estudos para cursar direito na Universidade Gama Filho, onde participou de dois festivais de música.

Em 1973, com o samba Quero sim (com Darci da Mangueira), na interpretação de Renata Lu, venceu o II Encontro Nacional do Compositor de Samba. Lançou em 1974 seu primeiro disco, um compacto duplo, para a gravadora Marcus Pereira, com as músicas de sua autoria Benedito de Lima, Deixa pra lá, Preferência e Quero sim. No mesmo ano entrou para a ala de compositores da Mangueira e seu samba-enredo obteve o segundo lugar.

Em 1975 classificou a música Antes que eu volte a ser nada, defendida por ela mesma, no Festival Abertura, da TV Globo, e lançou seu primeiro LP, Antes que eu volte a ser nada, pela Marcus Pereira. Gravou ainda os LPs Questão de gosto, 1976, Coisas do meu pessoal, 1977, Metades, 1979, Essa tal criatura, 1980.

Em seguida rescindiu seu contrato com a Polygram, ficando sem gravar por 5 anos. Nesse período, intensificou sua participação em campanhas políticas, realizou shows em defesa de minorias, apresentou-se no exterior a convite (Dinamarca, França, Angola), atuou no Projeto Pixinguinha ao lado da cantora Joyce. Voltou a gravar em 1985, com o LP Leci Brandão, pela Copacabana, e no ano seguinte retornou ao Projeto Pixinguinha, com o Grupo Fundo do Quintal.

Gravou em 1987 o LP Dignidade, com destaque para Só quero te namorar e Me perdoa, poeta e, em 1988, Um beijo no seu coração, que incluía Olodum força divina, sucesso em todo o Brasil.

Em 1990 recebeu dois prêmios Sharp pelo disco Cidadã brasileira. Em 1993 e 1995 lançou pela RGE os CDs Atitudes e Anjos da Guarda. Em 1996 transferiu-se para a gravadora Movieplay, lançando o CD Somos da mesma tribo.

Obras: Anjos da guarda, 1995; Antes que eu volte a ser nada, 1975; Atitude (c/Zé Maurício), 1993; Bate tambor (c/Zé Maurício), 1992; Benedito de Lima, 1974; Deixa pra lá, 1974; Preferência, 1974; Quero sim (c/Darci da Mangueira), samba, 1973; Só quero te namorar, 1987; Somos da mesma tribo (c/Dionísio Santos), 1996.

CDs: Somos da mesma tribo, 1996, Movieplay BS275; Sucessos de Leci Brandão, 1996, Copacabana 99102.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Jair Rodrigues


O cantor Jair Rodrigues (Jair Rodrigues de Oliveira) nasceu em Igarapava, São Paulo, em 06/2/1939. Em criança, cantava hinos sacros na igreja de Nova Europa SP, para onde se mudara com um ano de idade. Trabalhou como engraxate, mecânico, servente de pedreiro e ajudante de alfaiate, antes de se apresentar várias vezes num programa de calouros, em São Carlos SP, em 1958.


Transferiu-se então, para São Paulo, trabalhando na Alfaiataria Primor como ajudante. Depois de classificar-se em primeiro lugar como calouro no Programa de Cláudio de Luna, na Rádio Cultura, começou a cantar nas boates paulistas Asteca, Urca, São Bento, Djalma e La Vie en Rose.

Em 1962 estreou na Rádio Tupi, em São Paulo, e gravou pela Philips, especialmente para ser tocada pela Rádio Record, a música Marechal da vitória (Alfredo Borba), dedicada a Paulo Machado de Carvalho, chefe da delegação brasileira que foi bicampeã mundial de futebol. Lançou ainda um compacto simples pela mesma gravadora, com Balada do homem sem Deus (Fernando César e Agostinho dos Santos) e Coincidência (Venâncio e Corumbá).

No ano seguinte, gravou na Philips seu primeiro LP O samba como ele é, e por volta de 1964, quando se apresentava na boate paulista Stardust, conheceu Alberto Paz e Edson Meneses, compositores de Deixa isso pra lá, música que, ao ser gravada em 1964, no LP Vou de samba com você (Philips), se tornou grande sucesso, lançando seu nome nas paradas de disco.

Em abril do ano seguinte, foi convidado às pressas pelo produtor Walter Silva para participar de um show no Teatro Paramount, em São Paulo, substituindo Baden Powell. Participou do espetáculo, ao lado de Elis Regina e do Jongo Trio, sendo pouco depois lançado o LP Dois na bossa, gravado ao vivo nessa ocasião pela Philips e que se tornou um dos LPs mais vendidos no Brasil.

Com Elis Regina, foi contratado em maio de 1965 pela TV Record, de São Paulo, para o programa O Fino da Bossa, no qual os dois funcionavam como intérpretes principais e apresentadores. Defendeu ao lado do Trio Marayá (vocal) e Trio Novo (instrumental), no II FMPB, da TV Record, de São Paulo, em 1966, a música Disparada (Geraldo Vandré e Teo de Barros), incluída no seu LP O sorriso do Jair, dividindo o primeiro lugar com A banda (Chico Buarque). Nesse ano, lançou pela Philips um de seus maiores sucessos, o samba Tristeza (Niltinho e Haroldo Lobo).

Ao lado de Elis Regina e do Zimbo Trio, excursionou, no ano seguinte, por Portugal (Cassino Estoril), Argentina (Teatro Famoso), Angola (Cine Ávis) e ainda pelo Uruguai e Brasil. Com Elis, gravou ao vivo ainda mais dois volumes na série Dois na bossa (1966 e 1967) e lançou sozinho o LP Jair, que incluía o samba Triste madrugada (Jorge Costa), que fez muito sucesso.

Sua primeira composição foi Na brincadeira do mundo, feita em 1969 com Carlos Odilon e incluida no mesmo ano no LP Jair de todos os sambas, no qual outro grande sucesso foi Casa de bamba (Martinho da Vila).

Em 1971, com Os Originais do Samba, apresentou- se no MIDEM, em Cannes, França, e em Estocolmo, Suécia, participando, no ano seguinte, do Festival de Carnaval, do Waldorf Astoria, em New York, EUA. Em 1972, seu sucesso foi Tengo-tengo (ou Mangueira, minha querida madrinha), samba-enredo do Salgueiro, de Zuzuca, que repetiu o êxito do ano anterior, Festa para um rei negro, do mesmo autor e escola.

Ainda em 1972, sua composição Se Deus quiser (com Wando) foi gravada em seu LP Com a corda toda. Tendo gravado novos LPs em 1973 (Orgulho de um sambista) e 1974 (Abra um sorriso novamente e Jair Rodrigues dez anos depois), participou novamente do MIDEM, em 1975, ano em que cantou no Teatro Olympia, em Paris, França, espetáculo de que resultou um disco gravado ao vivo. No mesmo ano, gravou seu 17° LP Eu sou o samba, que incluía Vai, meu samba (Ari do Cavaco e Otacílio de Sousa).

Nas décadas seguintes continuou sendo um dos cantores que mais vendeu discos no Brasil, gravando: Minha hora e vez (1976); Estou com o samba e não abro (1977); Pisei chão (1978); Couro comendo e Antologia da seresta n 1 (1979); Estou lhe devendo um sorriso (1980); Antologia da seresta n 2 e Alegria de um povo (1981); Jair Rodrigues de Oliveira (1982); Carinhoso (1983); Luzes do prazer (1984); Jair Rodrigues (1985); Jair Rodrigues (1988); Lamento sertanejo (1991); Viva meu samba (1994); Eu sou (1996).

Jair Rodrigues faleceu em 08/05/2014, em Cotia, na grande São Paulo, por um infarto agudo do miocárdio.

Algumas músicas










Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.