Dm7
Bom dia tristeza
Em5-/7 A7 Dm7
Que tarde tristeza
Em5-/7
Você veio hoje me ver
A7 Em5-/7 A7 Em5-/7 A7
Já estava ficando até meio triste
Em5-/7 A7 Dm7 D7
De estar tanto tempo longe de você
Gm7
Se chegue tristeza
C7 F7
Se sente comigo
Bb7 A7 Am5-/7
Aqui nesta mesa de bar
D7 Gm7
Beba do meu copo
A7 Dm7
Me dê o seu ombro
E7 A7
Que é para eu chorar
Em5-/7
Chorar de tristeza
A7 Dm7
Tristeza de amar
Português de nascimento, mas criado no subúrbio carioca de Campo Grande, Adelino Moreira de Castro interessou-se desde cedo pela música chegando a gravar como cantor vários discos de fado nos anos quarenta. Entretanto, a partir de 1952, como autor de sambas e sambas-canção, ele conheceu o sucesso, tornando-se o principal abastecedor do repertório de Nelson Gonçalves.
O êxito dessa sociedade chegou ao auge em 1957 quando "A Volta do Boêmio" (que permanecera inédito por quatro anos) atingiu a marca de um milhão de discos vendidos. Num estilo, que mais tarde seria chamado de brega-romântico, este samba-canção trata de um personagem que tendo abandonado a boemia pelo amor a uma mulher, pede agora "inscrição" para voltar à vida antiga: "Boemia / aqui me tens de regresso / e suplicante te peço / a minha nova inscrição / voltei pra rever os amigos que um dia / eu deixei a chorar de alegria / me acompanha o meu violão...".
E a composição prossegue com o ex-boêmio declarando que seu retorno tem a aprovação da amada, que, resignadamente, o encorajou na despedida: "Vá embora/ pois me resta o consolo e alegria / de saber que depois da boemia / é de mim que você gosta mais".
Um clássico da música sentimental popular, "A Volta do Boêmio" é um dos grandes sucessos de Nelson Gonçalves, o cantor que tem o maior número de gravações na discografia brasileira.
A volta do boêmio (samba-canção, 1957) - Adelino Moreira - Intérprete: Nelson Gonçalves
Disco 78 rpm / Título da música: A volta do boêmio / Moreira, Adelino (Compositor) / Gonçalves, Nelson, 1919-1998 (Intérprete) / Conjunto (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, 1956 / Nº Álbum 801751 / Gênero musical: Samba canção.
AmDm
Boemia, aqui me tens de regresso
E7DmAmE7
E suplicante te peço a minha nova inscrição
AmG
Voltei pra rever os amigos que um dia
FEE7
Eu deixei a chorar de alegria, me acompanha o meu violão
AmDm
Boemia, sabendo que andei distante
E7DmAm
Sei que essa gente falante vai agora ironizar
A7D7Am
Ele voltou, o boêmio voltou novamente
DmE7AmE7
Partiu daqui tão contente por que razão quer voltar?
AmG
Acontece que a mulher que floriu meu caminho
FEE7
De ternura, meiguice e carinho, sendo a vida do meu coração
AmG
Compreendeu e abraçou-me dizendo a sorrir
FEE7
Meu amor, você pode partir, não esqueça o seu violão
AmG
Vai rever os seus rios, seus montes, cascatas
FEE7
Vá sonhar em novas serenatas e abraçar seus amigos leais
A7DmAm
Vai embora, pois me resta o consolo e alegria
Dm
De saber que depois da boemia
E7Am
É de mim que você gosta mais
A Canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Vol. 1 - Editora 34
Sérgio Porto considerava os versos iniciais de "A Flor e o Espinho" uma das mais belas imagens de nosso cancioneiro: "Tire o seu sorriso do caminho / que eu quero passar com a minha dor". Na verdade, estes versos que são de Guilherme de Brito - ficaram tão famosos, que se tornaram uma espécie de marca registrada da obra de Nelson Cavaquinho, que é autor somente da melodia. Aliás, em todas as composições da dupla, Nelson fez sempre as melodias e Guilherme as letras.
Formada em 1955, essa parceria, fundamental para a própria história do samba, criou, além de "A Flor e o Espinho", outras obras-primas como "Degraus da Vida", "Folhas Secas", "Pranto de Poeta", "Quando Eu Me Chamar Saudade", "O Bem e o Mal" etc.
Mas, voltando ao samba "A Flor e o Espinho", pode-se dizer que esta composição(feita durante um encontro na Praça Tiradentes, no Rio) sintetiza o estilo poético/musical da dupla, marcado por um lirismo angustiado, pessimista, em que ressalta uma constante preocupação com a morte e as tragédias da vida. Isso, de certa forma, contrasta com a personalidade de Nelson, por toda a vida um boêmio irreverente, inveterado trovador de botequim.
Lançada por Raul Moreno em disco Todamérica, em 1957, "A Flor e o Espinho" só ganharia sua principal gravação, oito anos depois, quando Elizeth Cardoso a incluiu no elepê "Elizeth sobe o morro".
A flor e o espinho (samba, 1957) - A. Caminha, Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito - Interpretação: Elizeth Cardoso
(intro) Bm7(b5)E7AmAm7/GFE7AmE7AmAm7/GF
Tire o seu sorriso do caminho
Bm7(b5)E7Am
Que eu quero passar com a minha dor
A7D7
Hoje pra você eu sou espinho
G7CE7
Espinho não machuca a flor
Bm7(b5)E7AmAm7/G
Eu só errei quando juntei minh'alma à sua
FE7AmE7
O sol não pode viver perto da lua
AmAm7/GF
Tire o seu sorriso do caminho
Bm7(b5)E7Am
Que eu quero passar com a minha dor
A7D7
Hoje pra você eu sou espinho
G7CE7
Espinho não machuca a flor
Bm7(b5)E7AmAm7/G
Eu só errei quando juntei minh'alma à sua
FE7AmG#7
O sol não pode viver perto da lua
G7Am
É no espelho que eu vejo a minha mágoa
A7Dm
E minha dor e os meus olhos rasos d'água
Bm7(b5)E7
Eu na sua vida
AmAm7/G
já fui uma flor
FE7
Hoje sou espinho em seu amor
AmAm7/GF
Tire o seu sorriso do caminho
Bm7(b5)E7Am
Que eu quero passar com a minha dor
A7D7
Hoje pra você eu sou espinho
G7CE7
Espinho não machuca a flor
Bm7(b5)E7AmAm7/G
Eu só errei quando juntei minh'alma à sua
FE7AmAm7/G
O sol não pode viver perto da lua
FE7AmAm7/G
O sol não pode viver perto da lua
FE7
O sol não pode viver
AmAm
Perto da lua
A Canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Vol. 1 - Editora 34
Disco 78 rpm / Título da música: Vermelho 27 / Nasser, David, 1917-1980 (Compositor) / Martins, Herivelto (Compositor) / Gonçalves, Nelson, 1919-1998 (Intérprete) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, 1956 / Nº Álbum 801614 / Gênero musical: Tango.
LP O Tango Na Voz De Nelson Gonçalves (reedição) / Título da música: Vermelho 27 / David Nasser, 1917-1980 (Compositor) / Herivelto Martins (Compositor) / Nelson Gonçalves (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Nº Álbum: BBL-1154 / Gravação: 1961 / Lado: B / Faixa: 2 / Gênero musical: Tango.
“Jogo no pano... jogo... feito! Vermelho 27!”
Esse homem que hoje passa maltrapilho
Fracassado no seu traje furta-cor
Um dia já foi homem, teve amigos
Teve amores, mas nunca teve amor
Soberano da roleta e da campista
Foi sua majestade o jogador!
Vermelho vinte e sete
Seu dinheiro mil mulheres conquistou
Vermelho vinte e sete
Seu dinheiro tanta gente alimentou
Um rio de champagne sorrindo derramou
E sua mocidade em fichas transformou
“Jogo no pano...jogo...feito! ... Vermelho 27!”
Vermelho vinte e sete
Quando a sorte caprichosa o abandonou
Vermelho vinte e sete
Cada amigo num estranho se tornou
Os ossos do banquete aos cães ele atirou
A vida honra tudo
Num lance ele arriscou...
“Jogo...jogo...feito! Preto 17!”
Deu preto dezessete
Nem um cão entre os amigos encontrou!
A 10 de outubro de 1954, Zé da Zilda faleceu subitamente, vítima de AVC, após gravar com a esposa a marchinha "Ressaca", para o carnaval seguinte. Este samba, no qual Zilda chora a partida do marido amado, foi por ela gravado na Odeon em 21 de novembro de 1955, com lançamento bem em cima do carnaval de 56, em fevereiro, no 78 rpm n.o 13959-B, matriz 10853. Foi um sucesso que dominou a folia de Momo naquele ano, junto com a marchinha "Quem sabe, sabe", de Joel de Almeida e Carvalhinho (Fonte: Samuel Machado Filho).
Vai que depois eu vou (samba, 1956) - Zé da Zilda, Zilda do Zé, Adolfo Macedo e Aírton Borges - Intérprete: Zilda do Zé
Disco 78 rpm Título da música: Vai que depois eu vou / Macedo, Adolfo (Compositor) / Borges, Aírton (Compositor) / Gonçalves, José (Compositor) / Gonçalves, Zilda (Compositor) / Zilda do Zé, 1919-2002 (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1955 / Nº Álbum 13959 / Gênero musical: Samba.
Vai, vai, amor
Vai, que depois eu vou
Vai, vai, amor
Vai, que depois eu vou
Sei que vai pra longe
Não poderei esquecer
Já implorei ao Senhor
Não me deixe neste mundo a sofrer
Disco 78 rpm / Título da música: Turma do funil / Oliveira, Milton de, 1919-1986 (Compositor) / Mirabeau, 1924-1991 (Compositor) / Castro, Urgel de (Compositor) / Vocalistas Tropicais (Intérprete) / Coro (Acompanhante) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Copacabana, 1955 / Nº Álbum 5515 / Gênero musical: Marcha.
Tom: D#
Cm Ab7M G7 Cm
Chegou a turma do funil
Eb Bb7 Fm Eb
Todo mundo bebe mas ninguém dorme no ponto
G7
Quá quá quá quá
Bb7 Bº Cm
Mas ninguém dorme no ponto
G7
Nós é que bebemos
Dm Bb7 Fm Cm
E eles que ficam tontos (chegou)
G7 Fm Cm
Eu bebo sem compromisso
Eb G7 Bb7 Bº Cm C7
Com meu dinheiro ninguém tem nada com isso
Fm Dm7 Cm Ab7M
Aonde houver garrafa, aonde houver barril
G7 G7/D Cm G7 Cm
Presente está a turma do funil
Disco 78 rpm / Título da música: Tudo foi ilusão / Tavares, Arcilino (Compositor) / Santos, Laert (Compositor) / Tavares (Compositor)
Silva, Orlando (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1956 / Nº Álbum 14084 / Gênero musical / Bolero.
------G--------------- Em --------------Bm
O sol que outrora brilhou em minha vida -------C ---------------------------Dm6 --E7
Apagou-se, perdeu a luz, não brilha mais -------------Am ------------------------------A7
Minha vida é uma noite sem lua e sem estrelas ----------------Em
E os meus sonhos ----------------------A7----------- Am --------D7
Foram somente sonhos, e nada mais
-------G --------------Em -------------------Bm
E hoje cansado de tudo / Sigo os meus passos ------------C----------------------------- Dm6--- E7
Na esperança de um dia mais tarde te encontrar -----------Am -------------------------------A7 ---D7
Apertar-te amor em meus braços num abraço -----------Em -----------Am--- D7--- G
E ver contigo um novo sol---- brilhar
------------------------------------Em--------- Am
Como as nuvens que passam vagando perdidas no espaço --------------D7 --------------------------------G
Como a gota de orvalho caída perdida no chão ---------------------------------Bb0------------ Am
Eu também me perdi, vou vagando passo a passo --------------D7
Na esperança de um dia encontrar ------------------G--- Cm---- G
Uma nova ilusão
Disco 78 rpm / Título da música: Só louco / Autoria: Caymmi, Dorival, 1914-2008 (Compositor) / Caymmi, Dorival (Intérprete) / Coro (Acompanhamento) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 13/10/1955 / Nº Álbum 13964 / Lado B / Lançamento: Janeiro/1956 / Gênero: Samba canção
Intro: F7+ Em7/5- F7+ Em7/5-
F7+
Só louco
Am7 Abo
Amou como eu amei
Gm7
Só louco
Em7/5- A7
Quis o bem que eu quis
Dm7 G7
Oh, insensato coração!
Gm7 Am7
Por que me fizeste sofrer?
Am Bbm A7
Por que, de amor, para entender
D7 G7
É preciso amar,
C7
Por que? (volta ao início 3x)
Em7/5- A7
Só louco! (2x)
Final: Em7/5- A7
Título da música: Quem sabe sabe / Gênero musical: Marcha / Intérprete: Almeida, Joel de / Compositores: Carvalhinho - Almeido, Joel de / Gravadora Odeon / Número do Álbum 13975 / Data de Gravação 00/1955 / Data de Lançamento 00/1956 / Lado A / Disco 78 rpm
Am ------------Dm------------ Am--------------- E7
Quem sabe, sabe / Conhece bem / Como é gostoso ------------------Am
Gostar de alguém
Am --------------------------------Dm
Ai..... morena / Deixa eu gostar de você -------------Am---- F -----------------------E7
Boêmio, sabe beber / Boêmio, também tem querer - bis
Disco 78 rpm / Título da música: O canto da ema / Viana, Ayres (Compositor) / Cavalcanti, Alventino (Compositor) / Vale, João (Compositor) / Jackson do Pandeiro, 1919-1982 (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Copacabana, 1956 / Nº Álbum 5661 / Gênero musical: Batuque.
Int.: (G F/G C/G)
C7/9 D7/9 G
A ema gemeu no tronco do juremau (2x)
F/G C/G C
Foi um sinal bem triste, morena
F/G C/G G
Fiquei a imaginar
F/G C/G G
Será que é o nosso amor, morena
F/G C/G G
Que vai se acabar?
Gm7 C7/9 Fm7
Você bem sabe, que a ema quando canta
Bb7/9 Eb7/9 Ab7+ Am7 D7/9+
Traz no meio do seu canto um bocado de azar
G Am7 Bm7
Eu tenho medo, morena, eu tenho medo
C A/C#
Pois acho que é muito cedo
D7/9 G
Pra essa amor acabar
Cm7 F7 A/B
Vem morena, vem, vem, vem
Em7 Am7 D7/9 G
Me beijar, me beijar
Cm7 F A/B
Dá um beijo, dá um beijo
Em7/9 Am7 D7/9 G
Pra esse medo se acabar
"Neste Mesmo Lugar" é um samba-canção feito sob medida para quem curte uma "dor-de-cotovelo". Sofrida, mas sem exageros melodramáticos, a composição descreve uma cena que acontece num determinado bar, onde o (a) protagonista havia iniciado um romance, e ao qual retorna, desiludido (a), para relembrar o caso desfeito.
Disco 76 rpm / Título da música: Neste mesmo lugar / Cavalcanti, Armando, 1914-1964 (Compositor) / Caldas, Klecius, 1919-2002 (Compositor) / Freitas, Dorinha (Intérprete) / Guerra Peixe (Acompanhante) / Orquestra RGE (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: RGE, Indefinida / Nº Álbum 10156 / Gênero musical: Samba canção.
G
D4/7/9 Aº E9 Am
Aqui, neste mesmo lugar,
G9 C9 G9
Neste mesmo lugar de nós dois,
C#m7 F#7/4 F#7
Jamais poderia pensar
Bm7 D Dm/F E7
Que eu voltasse sozinho depois.
Am Am/G B7 B7/F#
O mesmo garçom se a-(fá#)proxima,
Em9 A7/9 Em9
Parece que nada mudou,
A7/9 Em9 A7/9
Mas qualquer coisa não rima
D4/7/9 D7 D7/4 D7
Com o tempo feliz que passou.
Am7 D7/9-
E numa ironia cruel
G9 C9 G9
Alguém começou a cantar
C#m7 F#7
O samba-canção de Noel,
Bm7 Dm7
Que viu nosso amor começar.
C7M F#º Aº F#º D#º
Só falta agora a porta se abrir
A#º C9 Am7 D7/9
E ela ao lado de outro chegar
C9 G7/F E7
E por mim passar sem me olhar.
C7M F#º Aº F#º D#º
Só falta agora a porta se abrir
A#º C9 Am7 D7/9
E ela ao lado de outro chegar
C9 G9
E por mim passar.
Um pouco antes de Ary Barroso e Luiz Peixoto lançarem "É luxo só", Ataulfo Alves estreava "Mulata Assanhada". De comum entre as duas canções, o propósito de exaltar a figura exuberante da mulata sambista, encontrando ambas sua intérprete ideal em Elizeth Cardoso, a personificação perfeita da homenageada.
Mas, sem demérito para "É Luxo Só", a "Mulata Assanhada" alcançou maior sucesso, talvez porque seja mais fácil de cantar, com sua melodia limitada a uma só oitava: "Ó mulata assanhada / que passa com graça / fazendo pirraça / fingindo inocente / tirando o sossego da gente". Da mesma safra deste samba é a autobiográfica "Meus Tempos de Criança", em que Ataulfo apresenta seu antológico verso "eu era feliz e não sabia".
G -------------------D7
Ô mulata assanhada / Que passa com graça -----------------G-------------------------- D7
Fazendo pirraça / Fingindo inocente -----------------------------G
Tirando o sossego da gente
---------E------------ Am --------D7 ------------G
Ô mulata se eu pudesse/ E se meu dinheiro desse -----------------------D7 ------------------------------G
Eu te dava sem pensar / Este céu, esta terra, este mar ----------------------A7 ------------D7-------- G
Ela finge que não sabe que tem feitiço no olhar
------------E--------------- Am-------- D7------------ G
Ai meu Deus, que bom seria / Se voltasse a escravidão --------------------------D7------------------------- G
Eu comprava essa mulata e prendia no meu coração ------------------A7------------- D7 --------G
E depois a pretoria é que resolvia a questão
Fonte: A Canção no Tempo - Vol. 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.
Molambo (samba-canção, 1956) - Meira (Jayme Florence) e Augusto Mesquita - Intérprete: Roberto Luna
Disco 78 rpm / Título da música: Molambo / Mesquita, Augusto (Compositor) / Florence, Jaime (Compositor) / Luna, Roberto (Intérprete) / Coro (Acompanhante) / Paes, Luiz Arruda (Acompanhante) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 28/11/1955 / Nº Álbum 13977 / Gênero musical: Samba canção.
Dm Fm G7
Eu sei que vocês vão dizer
C7M Dm Em A7
Que é tudo mentira, que não pode ser
Dm D7 G7
Porque depois de tudo que ela me fez
Gm7 A7
Eu jamais deveria aceitá-la outra vez
Dm E7
Bem sei que assim procedendo
Am B7
Me exponho ao desprezo de todos vocês
E Db7 Gbm B7
Lamento, mas fiquem sabendo
E G7
Que ela voltou e comigo ficou
Dm Fm G7
Ficou pra matar a saudade
C7M Dm Em A7
A tremenda saudade que não me deixou
Dm D7 G7
Que não me deu sossêgo um momento sequer
Gm7 A7
Desde o dia em que ela me abandonou
Dm Fm
Ficou pra impedir que a loucura
Em A7
Fizesse de mim um molambo qualquer
Dm G7
Ficou desta vez para sempre
C
Se Deus quiser
Disco 78 rpm / Título da música: Meus tempos de criança / Autoria: Alves, Ataulfo, 1909-1969 (Compositor) / Alves, Ataulfo, 1909-1969 (Intérprete) / Pastoras (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Sinter, 1951-1956 / Nº Álbum 500 / Gênero musical: Samba
Am E7 Am G7
Eu daria tudo que eu tivesse
C
Pra voltar aos dias de criança
F E7 A
Eu não sei prá que que a gente cresce
F E7
Se não sai da gente essa lembrança
Am E7 Am
Aos domingos missa na matriz
G7 C
Da cidadezinha onde eu nasci
F E7 A
Ai meu Deus eu era tão feliz
F E Am
No meu pequenino Miraí
E7 Am
Que saudade da professorinha
G7 C
Que me ensinou o be-a-bá
F E7 A
Onde andará Mariazinha
F E7
Meu primeiro amor onde andará
E7 Am
Eu igual a toda meninada
G G7 C
Quantas travessuras eu fazia
F E7 A
Jogo de botões pela calçada
F E7 Am
Eu era feliz e não sabia
F E7 A7+
Eu era feliz e não sabia
Disco 78 rpm / Título da música: Meu vício é você / Adelino Moreira (Compositor) / Nelson Gonçalves (Intérprete) / Regional (Acomp.) / Gravadora: RCA Victor / Número do Álbum: 801517 / Data de Gravação: 1955 / Data de Lançamento: 1955 / Lado A / Gênero musical: Samba-canção.
LP 10' Nelson Gonçalves - Pensando Em Ti / Título da música: Meu Vício é Você / Adelino Moreira (Compositor) / Nelson Gonçalves, 1919-1998 (Intérprete) / Regional (Acomp.) / Gravadora: RCA Victor / Nº Álbum: BPL 3052 / Ano: 1957 / Lado: B / Faixa: 4 / Gênero musical: Samba-canção.
(D) (A7) DA7D
Boneca de trapo, pedaço da vida
B7Em
Que vive perdida no mundo a rolar
A7
Farrapo de gente, que inconsciente
D
Peca só por prazer, vive para pecar
A7DA7D
Boneca eu te quero, com todo pecado
B7Em
Com todos os vícios, com tudo afinal
F°D
Eu quero esse corpo que a plebe deseja
B7EmA7D
Embora ele seja prenúncio do mal
F#7BmEm
Boneca noturna que gosta da lua
F#7Bm
Que é fã das estrelas e adora o luar
F#m
Que sai pela noite e amanhece na rua
G7F#7
E há muito não sabe o que é luz solar
BmEm
Boneca vadia de manhas e artifícios
F#7Bm
Eu quero pra mim seu amor só porque
B7EmA7Bm
Aceito seus erros, pecados e vícios
EmBmF# (Bm) (F#) (Bm)
Porque na minha vida meu vício é você
Zezinho, grande amigo de Dorival Caymmi, falava muito em Maracangalha. Quando não tinha um bom pretexto para sair de casa, dizia pra mulher: "Eu vou pra Maracangalha".
Maracangalha era um lugarejo onde havia uma usina de açúcar, a Cinco Rios, em que Zezinho fazia negócios em 1955, Caymmi estava em casa, na rua Cesário Mota Júnior, em São Paulo, pintando um auto-retrato quando de repente veio-lhe à lembrança a frase de Zezinho.
"Daí" - conta o compositor - "comecei a cantarolar a música e letra nascendo ao mesmo tempo: ‘Eu vou pra Maracangalha, eu vou / eu vou de liforme (uniforme) branco, eu vou / eu vou de chapéu de palha, eu vou...'; estava bom, eu estava gostando. Então continuei e quando cheguei à parte que diz ‘Eu vou convidar Anália', uma vizinha, dona Cenira, perguntou lá de sua janela para a minha mulher: - ‘Dona Stela, o que é que seu Dorival está cantando aí, tão bonitinho?' E Stela: - ‘Caymmi, dona Cenira quer saber o que é que você está cantando'. Respondi: ‘Estou fazendo uma música que fala de um sujeito, que sai de casa feliz para se divertir. Ele vai pra Maracangalha, vai convidar Anália...' ao que interrompeu a vizinha:
‘E por que o senhor não põe Cenira, em lugar de Anália?' Aí não dava mais pé. – ‘Fica pra outra vez, dona Cenira...', eu lhe disse, me desculpando".
Assim nasceu "Maracangalha", sem maiores pretensões, de uma só vez, ao contrário de outras composições de Caymmi em que ele passa meses, às vezes anos, burilando, aperfeiçoando. Nasceu e ficou guardada até o ano seguinte, quando o compositor voltou para o Rio e gravou-a na Odeon, com extraordinário sucesso, que se estendeu ao carnaval, para a sua surpresa.
Disco 78 rpm / Título: Maracangalha / Autoria: Caymmi, Dorival, 1914-2008 (Compositor) / Caymmi, Dorival (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1956 / Nº Álbum 14075 / Lado A / Gênero musical: Samba
D7+B7/9-E7/9
Eu vou pra Maracangalha eu vou
A7/13D7+A7/13
Eu vou de uniforme branco eu vou
D7+B7/9-E7/9
Eu vou de chapéu de palha eu vou
A7/13D7+Dº
Eu vou convidar Anália eu vou
2x G7+C7/9F#7/13B7/-9
Se Anália não quiser ir eu vou só
E7/9A7/13D7+D°
Eu vou só eu vou só
G7+C7/9F#7/13B7/-9
Se Anália não quiser ir eu vou só
E7/9
Eu vou só eu vou só
A7/13D7+DºA7/13
Sem Anália mas eu vo...oo oou
D7+E7/9A7/13D7+A7/13
Paparara(2x) Paparara(2x) Paparara(2x) Papararapapa
D7+E7/9A7/13D7+A7/13
Paparara(2x) Paparara(2x) Paparara(2x)Papararapapa
D7+E7/9
Eu vou pra Maracangalha, eu vou pra Maracangalha,
A7/13D7+
Eu vou pra Mara, pra Mara, pra Maracangalha,
A7/13
Maracangalha!
D7+E7/9
Eu vou pra Maracangalha, eu vou pra Maracangalha,
A7/13D7+
Eu vou pra Mara, pra Mara, pra Maracangalha,
A7/13
Maracangalha!
Fonte: A Canção no Tempo - Vol. 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.
Disco 78 rpm / Título da música: Iracema / Barbosa, Adoniran, 1910-1982 (Compositor) / Demônios da Garoa (Intérprete) / Cauchioli, Renato (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 23/01/1956 / Nº Álbum 14001 / Gênero musical: Samba.
Tom: D#
Cm G7 Cm
Iracema, eu nunca mais eu te vi
Gm7/5- C7 Fm
Iracema, meu grande amor, foi embora
Dm7/5- G7 Cm
Chorei, eu chorei de dor porque
D7/A Ab7 G7 Cm G7
Iracema, meu grande amor foi você
Cm G7 Cm
Iracema, eu sempre te dizia
Gm7/5- C7 Fm
Cuidado pra atravessar essas ruas
Dm7/5- G7 Cm
Eu falava, mas você não me escutava não
D7/A Ab7 G7 Cm
Iracema, você atravessou contramão
G7 Cm
E hoje ela vive lá no céu
G7 Cm
E ela vive bem juntinho do nosso senhor
Fm
De lembrança guardo somente
Cm
Suas meias, seus sapatos
D7/A Ab7 G7 Cm
Iracema, eu perdi o seu retrato
Declamação:
Iracema, faltava 20 dias pro nosso casamento,
Que nóis ia se casá
E você atravessô a rua São João com a Consolação
E vem um carro, te pega e te pincha no chão
O chofer não teve culpa, Iracema
Atravessou contramão, paciênça...
De produção anterior à grande fase da parceria com Vinícius de Moraes, "Foi a Noite" é uma das mais conhecidas composições do início da carreira de Tom Jobim. Sylvia Telles, sua lançadora - na época também uma iniciante - seria tempos depois a única profissional a tomar parte no primeiro espetáculo de bossa nova, realizado por vários amadores no Grupo Universitário Hebraico do Brasil no bairro carioca do Flamengo.
Originalmente editada em 78 rpm, a gravação de Sylvinha, acompanhada pela orquestra de Jobim, foi em 1957 incluída no primeiro elepê da cantora, intitulado Carícia. Num arranjo de Tom, para orquestra de cordas, trompa e uma sessão de palhetas, sob a regência de Leo Peracchi, tanto a melodia como a interpretação de Sylvia Telles provocaram uma impressão tão forte, que o então novo diretor artístico da Odeon, Aloysio de Oliveira, hesitou em rotulá-la como samba-canção.
Ele próprio declarou (em texto publicado num folheto que acompanha a coleção de discos "Bossa Nova, sua História, sua Gente" da Philips): "A gravação havia sido preparada pela direção anterior.(...) Entrei no estúdio ignorando a música, o arranjo e a intérprete.(...) O impacto que tive é até hoje indescritível. A construção melódica era uma coisa inteiramente nova dentro dos padrões brasileiros. O arranjo simples, impecável, fornecia uma seqüência harmônica que enaltecia a melodia de um modo incomum. A interpretação era genial. Sylvia Telles conseguia com sua voz rouca e suave penetrar dentro da gente e mexer com todas as nossas emoções. Bem, eu estava definitivamente diante de uma coisa que não esperava encontrar. Era a bossa nova na sua maior expressão".
Realmente, há até alguns entusiastas desta gravação que a consideram o marco inaugural da bossa nova. Não o era, porém: faltava a cota de participação de João Gilberto. Nos anos seguintes, "Foi a Noite" teria sucessivas gravações (Cauby Peixoto, Helena de Lima, Almir Ribeiro, Tito Madi, Agostinho dos Santos e Carlos José), permanecendo como símbolo daquela era de reformulação de nossa música popular.
Foi a noite (samba-canção, 1956) - Tom Jobim e Newton Mendonça - Interpretação: Sylvia Telles
A7+Bm7E7A7+Gb7
Foi a noite . . . . . foi o mar, eu sei
Bm7E7A7+
Foi a lua, . . . . . que me fez pensar
Abm7Db7Gbm7
Que você me queria outra vez
Bm7E5 /9- Dbm7Gb7
E que ainda gostava de mim
Bm7E7A7+Gb7
De ilusão, . . . . . eu vivi talvez
Bm7EmA7
Foi amor, por você, bem sei
D7+Dm7
A saudade aumenta com a distância
Dbm7Gbm7
E a ilusão é feita de esperança
Bm7E5 /9-
Foi a noite, foi o mar, eu sei
A7+
Foi você . . . . .
Disco 78 rpm / Título da música: Fala mangueira / Oliveira, Milton de, 1919-1986 (Compositor) / Mirabeau, 1924-1991 (Compositor) / Ângela Maria (Intérprete) / Coro (Acompanhante) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Copacabana, 1955 / Nº Álbum 5524 / Gênero musical: Samba.
--------------Dm---- A7
Fala Mangueira, fala, --------------Bb7------------ A7 ------Dm
Mostra a força da sua tradição ----------------------C7
Com licença da Portela, favela ---------Bb7 -----------A7 -----Gm
Mangueira mora no meu coração (bis)
-----------------------Dm ------------------------A7
Suas cabrochas gingando, seus tamborins repicando ------------D7 ------G7 ------------------------Dm ----A7
É monumental. /----- Estou falando da Mangueira ----------------------------Dm
A velha Mangueira tradicional
Desde a década de 1920, o Morro de Mangueira é motivo de inspiração de muitas composições, graças, principalmente, ao seu prestígio como importante reduto do samba.
Uma dessas composições é "Exaltação à Mangueira", uma sincera homenagem dos mangueirenses Enéas Brites da Silva e Aloísio Augusto da Costa, que se tornou uma espécie de hino informal da verde-e-rosa: "Mangueira, o teu cenário é uma beleza / que a natureza criou... ô... ô! / o morro com seus barracões de zinco / quando amanhece, que esplendor...".
Moradores de Mangueira por toda a vida, trabalhadores da cerâmica ali existente, Aloísio e Enéas fizeram este samba (a ideia foi de Enéas) num intervalo de almoço, conforme depoimento do primeiro ao pesquisador Arthur L. de Oliveira (publicado no jornal A Voz do Morro, em fevereiro de 96).
Detalhe curioso relembrado por Aloísio: "A princípio, a gente fez os versos 'todo mundo te conhece até no interior / não é bafo de boca / nem mania, não senhor'. Mas o presidente da Mangueira, Hermes Rodrigues, reclamou: 'Desse jeito não tá legal'. Então ficou assim: 'Todo mundo te conhece ao longe / pelo som de teus tamborins / e o rufar do teu tambor...". "Exaltação à Mangueira" foi lançada por outro mangueirense de coração, o cantor Jamelão, para o carnaval de 56.
Exaltação à Mangueira (samba/carnaval, 1956) - Enéas Brites da Silva e Aloísio Augusto da Costa - Intérprete: Jamelão
Disco 78 rpm / Título da música: Exaltação à mangueira / Costa, Aloísio Augusto (Compositor) / Silva, Eneas Brittes da (Compositor) / Jamelão, 1913-2008 (Intérprete) / Grupo da Mangueira (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Continental, Setembro/1955-Dezembro/1955 / Nº Álbum 17196 / Gênero musical: Samba.
Mangueira teu cenário é uma beleza
Que a natureza criou, ô...ô...
O morro com teus barracões de zinco,
Quando amanhece, que esplendor,
Todo o mundo te conhece ao longe,
Pelo som teus tamborins
E o rufar do teu tambor, Chegou, ô... ô...
A mangueira chegou, ô... ô...
Ó Mangueira, teu passado de glória,
Ficou gravado na história,
É verde-Rosa a cor da tua bandeira,
Pra mostrar a essa gente,
Que o samba, é lá em Mangueira !
A Canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Vol. 1 - Editora 34
Disco 78 rpm / Título da música: Dolores Sierra / Castro, Jorge de (Compositor) / Batista, Wilson, 1913-1968 (Compositor) / Gonçalves, Nelson, 1919-1998 (Intérprete) / Conjunto (Acomp.) / Fafá Lemos (Acomp.) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, 1956 / Nº Álbum 801642 / Gênero: Samba-canção
LP 10' Nelson Gonçalves - Pensando Em Ti / Título da música: Dolores Sierra / Castro, Jorge de (Compositor) / Batista, Wilson, 1913-1968 (Compositor) / Gonçalves, Nelson, 1919-1998 (Intérprete) / Conjunto (Acomp.) / Fafá Lemos (Acomp.) / Gravadora: RCA Victor / Nº Álbum: BPL 3052 / Ano: 1957 / Lado: A / Faixa: 4 / Gênero musical: Samba-canção.
------------C ------------Db0
Dolores Sierra / Vive em Barcelona ----------------Dm ---A7 ---Dm ------------G7
Na beira do cais /---------- Não tem castanholas -------------------------C
E faz companhia a quem lhe der mais
---B7 ---------------Em---------------- A7
Nasceu em Salamanca / Seu pai lavrador -----------------Dm--- A7 ---Dm--------------- D7
Veio a maioridade / ---------Como quem nasce na roça -------------------------Dm7------- G7
Tem sempre a ilusão /----- De viver na cidade
---------------C ------------Db0 ----Dm ---A7
Sua mãe chorou / No dia em que ela partiu
Dm---------------- G7
Para conhecer Dom Pedrito / Que prometeu --------------E7 -----C7-------------------- F----- Gb0
E não cumpriu / --------Com frio e com sede ---------C--- Bb7-------- A7 ----------------Dm
Só na sarjeta /------- Sorriu para um homem ---------D7---------------- G7 -------C7
E ganhou a primeira peseta
-------------F------- Gb0
O navio apitou / Paguei a despesa --------------C --Bb7-- A7
E a história se encerra -------------Dm------- G7
Adeus Barcelona, adeus -----------C--- Ab--- C
Adeus Dolores Sierra
A personagem "Conceição" era uma jovem que "Vivia no morro a sonhar com coisas que o morro não tem". Então, "Lá em cima apareceu alguém que lhe disse a sorrir, que descendo à cidade ela iria subir". Resultado. Conceição desceu o morro, mudou de nome, trilhou caminhos estranhos e agora "Daria um milhão para ser outra vez Conceição".
Desenvolvendo de forma pitoresca ("Se subiu / ninguém sabe, ninguém viu") um tema que já havia inspirado outras canções, o letrista Jair Amorim e o melodista Dunga (Valdemar de Abreu) criariam um retumbante sucesso, o maior de 1956. Uma parte desse sucesso deve ser creditada ao cantor Cauby Peixoto, então no auge da fama, que tornou "Conceição" a peça mais característica de seu estilo.
Disco 78 rpm / Título da música: Conceição / Dunga (Compositor) / Amorim, Jair (Compositor) / Peixoto, Cauby (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Columbia, Indefinida / Nº Álbum 10285 / Gênero musical: Samba canção.
Tom: C
C Am Dm
Conceição
G7
Eu me lembro muito bem
Am Dm
Vivia no morro a sonhar
G7 C7+ Am
Com coisas que o morro não tem
Dm
Foi então
G7 C E7
Que lá em cima apareceu
Am Em
Alguém que lhe disse a sorrir
B7 G7
Que, descendo à cidade, ela iria subir
Dm
Se subiu
G7 C
Ninguém sabe, ninguém viu
Am Dm
Pois hoje o seu nome mudou
G7 A7
E estranhos caminhos pisou
Dm
Só eu sei
Fm C E7
Que tentando a subida, desceu
Am Dm
E agora daria um milhão
G7
Para ser outra vez
C G# C
Conceição
A Canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Vol. 1 - Editora 34
Cantada pela primeira vez na quadra da União de Vaz Lobo, escola a que Zé Keti pertencia na ocasião, "A Voz do Morro" se tornaria o seu primeiro sucesso. Para isso, contribuiu sua inclusão na trilha musical do filme "Rio 40 Graus" e, posteriormente, sua adoção como prefixo do programa de televisão "Noite de Gala".
Ufanista a seu modo, "A Voz do Morro" faz a exaltação do samba através de versos como: "Eu sou o samba / a voz do morro sou eu mesmo, sim senhor / quero mostrar ao mundo que tenho valor / eu sou a voz do terreiro...".
A voz do morro (samba, 1956) - Zé Keti - Interpretação: Jorge Goulart
Disco 78 rpm / Título da música: A voz do morro / Zé Keti (Compositor) / Goulart, Jorge (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Continental, 1955 / Nº Álbum 17197 / Gênero musical: Samba
Tom: A
Int.: A7+ D7+ Bm7 E7/9 A7+
A7+ D#m5-/7
Eu sou o samba
Dm7 C#m7
A voz do morro sou eu mesmo sim senhor
Cº Bm
Quero mostrar ao mundo que tenho valor
E7 A7+
Eu sou o rei do terreiro
D#m5-/7
Eu sou o samba
Dm C#m7
Sou natural daqui do Rio de Janeiro
Cº Bm
Sou eu quem levo a alegria
Dm7 E7 A7+
Para milhões de corações brasileiros
D#m5-/7 Dm7 C#m7
Salve o samba, queremos samba
Cº Bm E7 A7+
Quem está pedindo é a voz do povo de um país
D#m5-/7 Dm7 C#m7
Salve o samba, queremos samba
Cº Bm E7 A7+
Essa melodia de um Brasil feliz
A Canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Vol. 1 - Editora 34
"Tiradentes" foi o primeiro samba-enredo a ultrapassar os limites das escolas de samba e alcançar a consagração popular. Já houvera outros anteriormente, mais ou menos conhecidos, porém nenhum deles possuía, como "Tiradentes", características de samba-enredo só fixadas nos anos cinqüenta.
Cantado pela Império Serrano no carnaval de 1949, "Tiradentes" esperou seis anos para chegar ao disco e só o conseguiu quando o cantor Roberto Silva, conhecendo-o através de Mano Décio da Viola, resolveu gravá-lo.
E é Mano Décio que, em depoimento a Sérgio Cabral (para a coleção "História das Escolas de Samba"), conta como fez o samba: "Logo no meu primeiro ano (na Império Serrano), eu e o Silas de Oliveira fizemos um samba para o enredo "Tiradentes", que não foi aceito. Fizemos três sambas e nenhum foi aceito. Aí, num domingo, sonhei que estava cantando uma música...".
Esta música viria a ser a primeira parte de "Tiradentes", à qual, no dia seguinte, Mano Décio acrescentou uma segunda com a ajuda do compadre Penteado. "Ele tinha um samba com a primeira parte fraca" - conclui o compositor - "mas uma segunda muito boa que aproveitamos". "Tiradentes" tem seu ponto alto na primeira parte, em que ressalta por duas vezes a presença do acorde de subdominante menor, dando à composição um certo tom de dramaticidade.
Disco 78 rpm / Título da música: Tiradentes / Décio Carlos (Compositor) / Silva, Estanislau (Compositor) / Penteado (Compositor) / Silva, Roberto (Intérprete) / Coro (Acompanhante) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Copacabana, Indefinida / Nº Álbum 5355 / Gênero musical: Samba.
Tom: D
D Gm7 C7/9 Em7 A7 D G7+ D
Joaquim José da Silva Xavier
B7 Em7
Morreu a vinte e um de abril
E7 Em7 A7
Pela independência do Brasil
D D7+ Bb7/13 Bb7 Em7
Foi traído e não traiu jamais
A7 D G7
A Inconfidência de Minas Gerais
D D7+ Bb7/13 Bb7 Em7
Foi traído e não traiu jamais
A7 D
A Inconfidência de Minas Gerais
Em7 B7/9- Em7 A7
Joaquim José da Silva Xavier
D G7 D A7/13
Era o nome de Tiradentes
D Bm7 Em7 A7 Em7 A6/9 F#m7 Em7
Foi sacrifica...do pela nossa liberda.....de
D7+ F#m7 Em7
Este grande herói
G7 Em7 A7 D7+
Pra sempre há de ser lembrado
A Canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Vol. 1 - Editora 34
Disco 78 rpm / Título da música: Tem nêgo bêbo aí / Amorin, Airton (Compositor) / Mirabeau, 1924-1991 (Compositor) / Costa, Carmen, 1920-2007 (Intérprete) / Coro (Acompanhante) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Copacabana, 1953-1954 / Nº Álbum 5363 / Gênero musical: Marcha.
Dm
Foi numa casca de banana que pisei, pisei
D7 Gm
Escorreguei, quase caí
Dm
Mas a turma lá de trás gritou, chi ...
A7 Dm
Tem nêgo bêbo aí, tem nêgo bêbo aí.
Dm
Foi numa casca de banana que pisei, pisei
D7 Gm
Escorreguei, quase caí
Dm
Mas a turma lá de trás gritou, chi ...
A7 Dm
Tem nêgo bêbo aí, tem nêgo bêbo aí.
A7
Se a gente está no bonde
Dm
Ou mesmo no lotação
D7
Falando um pouco alto
Gm
É falta de educação
Se entra no boteco
Dm
Para tomar um parati, chi ...
A7 Dm
Tem nêgo bêbo aí, tem nêgo bêbo aí ....
O cunho descritivo e a reprodução perfeita dos linguajares caipira e paulistano italianado, próprios dos ambientes em que viveu Adoniran Barbosa, são as características básicas do estilo que o tornou o compositor mais popular da cidade de São Paulo. Sem dúvida, essas características já aparecem em seu primeiro sucesso nacional, o samba "Saudosa Maloca", que narra o episódio da demolição de uma "casa véia", refúgio de um grupo de desvalidos, para a construção de um "arto" edifício.
Espontâneo, espirituoso, personagem ele mesmo de alguns de seus sambas, Adoniran (que foi grande comediante de rádio, destacando-se como o personagem Charutinho, no programa "História das Malocas") é um dos melhores intérpretes de sua obra, só igualado, talvez, pelos Demônios da Garoa, que popularizaram "Saudosa Maloca". Aliás, esta composição já havia sido gravada por Adoniran, com o título de "Saudade da Maloca", quando o pessoal do conjunto a conheceu nos sets de filmagem de "O Cangaceiro". Na ocasião, Adoniran fazia uma ponta no filme, enquanto os Demônios formavam o coro dos cangaceiros.
Disco 78 rpm / Título da música: Saudosa maloca / Barbosa, Adoniran, 1910-1982 (Compositor) / Demônios da Garoa (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1955 / Nº Álbum 13855 / Gênero musical: Samba.
(intro) DmAmB7E7A7DmAmB7E7AmE7Am
Se o sinhô não tá lembrado
Bm7(b5)E7(b9)Am7(9)
Dá licença de contá
Em7(b5)
Que aqui onde agora está
Em7(b5)A7
Esse edifício arto
Em7(b5)
Era uma casa véia
A7Dm
Um palacete assobradado
Foi aqui seu moço,que eu
Am
Mato Grosso eo Joca
B7E7
Construímos nossa maloca
Em7(b5)
Mais um dia
A7Dm
Nóis nem pode se alembrá
Am
Veio os homes com as ferramentas
E7Am
O dono mandô derruba
Bm7(b5)E7(b9)Am
Peguemo todas nossas coisas
A7
E fumos pro meio da rua
Dm
Preciá a demolição
Am
Que tristeza que nois sentia
B7
Cada tábua que caía
E7
Duia no coração
Dm
Mato grosso quis gritá
Bm5-/7Am
Mas em cima eu falei
A7
Os home tá coa razão
Dm
Nois arranjá outro lugá
Bm5-/7
Só se conformemos
Am
Quando o Jocá falou
B7E7
Deus dá o frio conforme o cobertô
DmAm
E hoje nois peça a páia nas gramas do jardim
B7E7Am
E pra esquecê nois cantemos assim
(refrão 3x)
DmAm
Saudosa Maloca, maloca querida
B7E7Am
Di de donde nóis passemos os dias feliz da nossa vida
(intro)
Joque as casca pra lá...
Jogue as casca pra lá...
A Canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Vol. 1 - Editora 34