segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Blues Etílicos


Grupo carioca formado em 1985 por Flávio Guimarães (Rio de Janeiro RJ 1963—), gaita; Otávio Rocha (Rio de Janeiro 1963—), guitarra; Cláudio Bedram (Rio de Janeiro 1963—), contrabaixo; Rodolpho Rebuzzi (Rio de Janeiro 1963—), guitarra; e Bernard Chnistian (Rio de Janeiro 1963—), bateria. Seguindo a linha da fusão do rock com o blues, a banda serviu de modelo para grupos como Blue Jeans e Big Allanbik.

Em 1987, o grupo passou a incluir o guitarrista e vocalista Greg Wilson (Tupelo, Mississippi, EUA 1963—) e o baterista Gil Eduardo (Rio de Janeiro 1963—). Lançaram pela etiqueta carioca independente Satisfaction, em 1988, seu primeiro LP, Blues Etiicos, um dos primeiros discos brasileiros de bluesrock, cuja tiragem inicial de mil cópias se esgotou rapidamente (reeditado em CD no selo Velas em 1996).

Outros discos do grupo incluem Água mineral (1989, Eldorado), San-Ho-Zay (1990, Eldorado), Blues Etílicos IV (1991, Eldorado), Salamandra (1994, Natasha) e o CD Dente de ouro (1996, Excelente Discos).

Entre seus sucessos está Safra de 63, composição do grupo que se refere ao fato de todos os integrantes iniciais terem nascido no Rio de Janeiro em 1963. Flávio Guimarães, que foi aluno de Maurício Einhorn, é um dos raros gaitistas brasileiros de blues e lançou, em 1995, um CD solo que inclui regravações de Take Five (Paul Desmond) e Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso).

CD

Salamandra, 1994, Sony 289106-2.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - São Paulo, Art Editora e PubliFolha, 1998.

Biá e Dino Franco

Dupla sertaneja formada por Sebastião Alves da Cunha (Coromandel MG 1927—) e Osvaldo Franco (Paranapanema SP 1936—). Sabiá (Sebastião) era garimpeiro e em 1947 formou, com o irmão Elias e o paulista Alberto Calçada, o Trio Sabiá-Canarinho-Albertinho, que atuou na Rádio Araguari MG até 1950.

Nesse ano os três vieram para São Paulo SP, passando a se apresentar em vários programas, como Hora dos Municípios, de Blota Júnior, na Rádio Record, e Arraial da Curva Torta, do Capitão Furtado, na Rádio Difusora. Depois, Sebastião encurtou seu pseudônimo para Biá e, desfeito o trio, formou dupla com Mariano, gravando em 1951, na Continental, Onde foi você (Euclides Pereira Rangel, o Bolinha) e Pelejo pra te deixar (Biá e Gauchinho). Deixando Mariano, formou outra dupla, em 1952, Palmeira e Biá, atuando durante oito anos.

Em 1961 passou a cantar com o irmão, Sílvio, formando a dupla Biá e Biazinho, que gravou o LP Relíquias sertanejas. Nesse mesmo ano, Dino Franco (Osvaldo), que na época se chamava Piraçununga e era parceiro de Piratininga (Nelson Martins), estreava em disco de 78 rpm com Dança da chula (Arlindo Pinto e Zé Cupido) e Tafuleira (Ado Benatti e Marinho).

Em 1962, Biá gravou um LP em que fazia dueto com sua própria voz, Um cantor em duas vozes, usando o nome de Sid Biá. Lançou ainda um LP no gênero sentimental, Carinho. A dupla Piraçununga e Piratininga gravou para a CBS outro 78 rpm com duas músicas de autoria de Dino Franco, Aventureira e Capricho do destino, esta em parceria com Brás Hernández.

No ano seguinte, a mesma dupla lançou um disco pela Continental, com Cuidado moço (Arlindo Pinto e Zé Cupido) e Somos de alguém (Piraçununga e Piratininga). Com a morte do parceiro em 1964, Piraçununga formou outra dupla, com Belmonte (de Belmonte e Amaraí), gravando na Chantecler A fronha (Belmonte e Anacleto Rosas Júnior) e Coração de fera (de sua autoria).

Em 1965, mudando seu pseudônimo para Junqueira, Piraçununga formou a dupla Junqueira e Juquinha (José Duarte da Costa) e gravou, para a etiqueta Califórnia, Retrato do boi soberano, de sua autoria, e Mineiro não perde o trem (Juquinha e Silveira). Biá, tendo formado nova dupla, Dorinho e Biá, gravou três LPs em 1966, 1967 e 1968. Depois, atuou na Rádio Nacional, de São Paulo, com Biá e seus Batutas, tendo também gravado o LP Os grandes sucessos de Palmeira e Biá, na Continental.

No mesmo ano de 1968, Osvaldo Franco adotou definitivamente o pseudônimo de Dino Franco e gravou como solista o LP em que foi incluída, entre outras músicas, Rincão gaúcho (com Zico), que deu nome ao disco.

Entre 1971 e 1972 excursionou por diversas cidades, tendo composto na época um de seus maiores sucessos, O sertanejo é um forte (com Ari Guardião). Em 1972 foi contratado pela Chantecler como produtor e diretor sertaneja, e ali mesmo na gravadora resolveu formar uma dupla com Biá. A nova dupla lançou vários discos, destacando-se as composições de Dino — Que será de nós (com Nhô Cido), Distante, Travessia do Araguaia (com Décio Santos), Pescador do Iuaí (com Adolfinho), música utilizada como fundo num documentário realizado pela B.B.C. de Londres, Inglaterra, e Cruz do meu rosário. Além dessas, gravou Encontro de poetas (João Pacífico) e A visita (Biá e Silvio Cunha), também com sucesso.

De 1972 até 1979, quando se dissolveu, a dupla ainda gravou seis LPs e teve diversas participações em discos especiais. Enquanto Dino Franco encerrava a carreira, Biá entrou para a Rádio Tupi, de São Paulo, como produtor da unha sertanejapermanecendo até 1980. Transferiu-se para a Rádio Mulher, de São Paulo, produzindo e apresentando o programa Encontro com Biá, que levou, em 1982, para a Rádio Gazeta.

Ainda em 1982, por solicitação da Warner (selo Rodeio), tornou a montar o trio Biá e Seus Batutas (com Shirley e Evangelista) para uma única e última gravação de um LP, trazendo, entre outras, as músicas Valente pioneiro e Bóia fria (ambas de Zé Fortuna e Carlos César).

De 1984 até 1986 foi produtor e apresentador, na Rádio Imprensa, São Paulo, do primeiro programa de música sertaneja levado ao ar por uma emissora FM em todo o Brasil. Em 1987 sofreu acidente doméstico que o afastou definitivamente de qualquer atividade profissional.
No ano de 1997 foram lançados dois CDs de músicas antigas de suas duplas: Palmeira e Biá (BMG) e Biá e Dino Franco (Chantecler / Warner).

Fonte: Enciclopédia da Música Popular - Art Editora e PubliFolha.