terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Alvaiade

Alvaiade (Osvaldo dos Santos), compositor e instrumentista, nasceu e faleceu no Rio de Janeiro RJ (21/11/1913—23/06/1981). Órfão de pai aos cinco anos, aos 13 sustentava a familia, como empregado numa tipografia. Interessado por música desde criança, sua primeira composição, O que vier eu traço (com Zé Maria), é de 1926.

Em 1928 deixou o pequeno bloco carnavalesco de que participava, no bairro de Osvaldo Cruz, para integrar, a convite de Paulo da Portela, a escola de samba que este dirigia. Inicialmente apresentava-se fazendo um cavaquinho de centro, acompanhando o samba, e mais tarde passou a compor para a escola. Tocava diversos instrumentos de percussão.

Além de desempenhar funções administrativas, foi também o responsável pelo lançamento de compositores como Manacéia, Walter Rosa, Candeia, Chico Santana etc. De sua obra destacam- se Marinheiro de primeira viagem (gravada por Jorge Veiga em 1961), Embrulho que eu carrego e Banco de réu, todos em parceria com Djalma Mafra, além de Vida de Fidalga (com Chico Santana), samba incluído no LP Portela passado de glória, de 1970.

Tocava cavaquinho de ouvido e apresentou-se em rodas de samba do Teatro Opinião, do Rio de Janeiro. O apelido — Alvaiade — lhe foi dado por companheiros de futebol, atividade a que esteve ligado durante muito tempo, no time da própria Portela.

Aposentado como tipógrafo e pela UBC, quando morreu seu corpo permaneceu dois dias no Instituto Médico Legal antes de ser reconhecido. Foi enterrado no dia 26 de junho de 1981, no cemitério de Irajá.

Obras

A noite que tudo esconde, samba, 1952 (c/Chico Santana); Deus me ajude (c/Estanislau Silva e Humberto de Carvalho), samba, 1943; Eu chorei (c/Alcides Loque), samba, 1940; Marinheiro de primeira viagem (c/Djalma Mafra), samba, 1961; O que vier eu traço (c/Zé Maria), choro, 1945.

CD Portela passado de glória, 1997, RGE 60942.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora / PubliFolha.

Almeidinha

Almeidinha (Aníbal Alves de Almeida), compositor e instrumentista, nasceu em Petrópolis RJ em 01/9/1913. Trabalhou como artista de circo, teatro e cinema, diretor de produções da Atlântida Cinematográfica e proprietário da agência Almeidinha Produções e Promoções Artísticas. Tocou diversos instrumentos de percussão e sua primeira música composta foi o samba Trabalhar, eu não, sucesso do Carnaval de 1946, na gravação de Joel de Almeida.

Em 1954, compôs a marcha Amor de rica (com Otolino Provesano e Magalhães), gravada na Continental pelos Vocalistas Tropicais. A música foi lançada no mesmo ano, mas, considerada imoral por facilitar alterações pornográficas na letra, foi retirada de circulação. Ainda em 1954, compôs com Telly Ribeiro e Agenor Lourenço o samba Tens que penar, gravado por Araci Costa, na Columbia, para o Carnaval do ano seguinte.

Em 1955 Adoniran Barbosa, J. Nunes e Raguinho utilizaram a melodia de Tens que penar para compor Chorei, chorei, gravada por Isaura Garcia. Após uma noticiada disputa judicial, os direitos autorais de Chorei, chorei foram divididos entre todos os envolvidos.

Em 1958 compôs com Tito Mendes e Elias Cortes os sambas Orelha quente e Não vou perdoar, este último incluído no filme Quem roubou meu samba, de José Carlos Burle. Criou o conjunto Embaixadores do Ritmo, que atuou durante algum tempo ma TV Tupi, do Rio de Janeiro, e a banda do Almeidinha, que se apresentou em programas de televisão com Chacrinha e Chico Anísio.

Compôs o samba Chorando sim para o filme francês O homem do Rio, de Philipe de Broca (1963), e Uma rosa para todos, para o filme italiano do mesmo nome, de Franco Rossi (1965), rodado no Brasil.

Autor de diversos sambas e marchinhas, foi gravado por Cartola (Bobagem, 1965), Oscarito (Gosto de mulher feia, 1965) e Clara Nunes (A noite (Quando cai a noite), 1968), entre outros.

Obras

Chorando sim, samba, 1963; A noite (Quando cai a noite), 1968; Uma rosa para todos, 1965; O sheik de Copacabana (c/Blecaute e Brasinha), marcha, 1967; Trabalhar, eu não, samba, 1946.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.

Henrique de Almeida

Henrique de Almeida (Henrique Gonçalves da Silva), compositor e instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro RJ (10/02/1917) e faleceu em São Paulo SP (12/02/1985). Órfão de pai e mãe aos sete anos, foi criado primeiro por uma tia-avó, em Niterói RJ, onde fez o curso primário, e após a morte desta, pela avó materna, no Rio de Janeiro.

Trabalhando durante o dia e estudando à noite, aos 19 anos aprendeu o ofício de pintor de paredes, empregando-se nos hotéis Vera Cruz e Rio, situados perto da Praça Tiradentes, principal ponto de reunião dos músicos e artistas da época. Ali conheceu Zé Pretinho, Ataulfo Alves, Herivelto Martins, Wilson Batista, Donga, Nelson Cavaquinho, entre outros.

Em 1938 já era freqüentador do Café Nice, famoso quartel-general do samba, e em 1940 via a sua primeira composição gravada: Gargalhei (com Arnô Canegal e Augusto Garcez), por Carlos Galhardo, na Victor.

Instrumentista, em 1940 formou, com alguns companheiros, o conjunto Os Ritmistas, que durou dez anos. Com esse grupo, em 1941 participou pela primeira vez de uma gravação, a do samba Praça Onze (Herivelto Martins e Grande Otelo), interpretado pelo Trio de Ouro.

Em 1942, com Raul Marques, formou a dupla vocal Os Poetas da Voz, que gravou o samba É aqui (J. Correia da Silva). De 1944 a 1945, atuou como crooner com Napoleão Tavares e sua Orquestra. Integrando o conjunto Os Ritmistas, em 1947 foi para Montevidéu, Uruguai, tendo-se apresentado durante 30 dias no Teatro Solís. Nessa época atuou ao lado de Fon-Fon e sua Orquestra.

Em 1952 lançou na Rádio Guarani, de Belo Horizonte MG, o programa O Clube da Meia-Noite, que se manteve até 1957. Trabalhou ainda como locutor-animador na Rádio Mauá, do Rio de Janeiro, e nas rádios Piratininga, Marconi e Apoio, de São Paulo SP.

Foi sócio-fundador da SBACEM e membro vitalício de seu conselho deliberativo.

Obras

Baião de Diamantina (c/Rômulo Pais), baião, 1953; Balão apagado (c/José Roy e Carlos Gonzaga), marcha, s.d.; Coitadinho do papai (c/Augusto Garcez), marcha, s.d.; Exaltação à mulher (c/José Roy e José Lima), marcha, s.d.; Gargalhei (c/Arnô Canegal e Augusto Garcez), samba, 1940; Louco (Ela é seu mundo)(c/Wilson Batista), samba, 1946; Tim-tim-ó-Lalá (c/Rômulo Pais), baião, 1953.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.