sábado, 12 de janeiro de 2008

Chiquinho do Acordeom

Chiquinho do Acordeom (Romeu Seibel), instrumentista e compositor, nasceu em Santa Cruz do Sul RS em 07/11/1928, e faleceu no Rio de Janeiro RJ em 13/02/1993. Começou a estudar acordeom na cidade natal, em 1937, com Maneta Heuser.

Gravou pela primeira vez, em 1951, com o Regional Claudionor Cruz, no estúdio Star, no Rio de Janeiro RJ. Ao lado de Garoto (violão) e Fafá Lemos (violino), trabalhou no programa Música em Surdina, na Rádio Nacional, do qual nasceu, em 1952, o Trio Surdina, composto pelos três, que gravou LPs na Musidisc.

Trabalhou, ainda em 1953, na Grande Orquestra Brasileira, da Rádio Nacional, regida por Radamés Gnattali e no mesmo ano fundou seu próprio grupo denominado Chiquinho e seu Conjunto. Em 1954 integrou o Sexteto de Radamés Gnattali

Além de ter feito arranjos para jingles, participou da gravação de trilhas sonoras para cinema, com diversos maestros, entre os quais Radamés Gnattali, Lírio Panicali, Edino Krieger, Remo Usai, Guerra-Peixe e outros. Em 1960 excursionou pela Europa com o Sexteto de Radamés Gnattali, na III Caravana de Música Brasileira.

Foi diretor musical da TV Excelsior de 1963 a 1967. Um dos mais solicitados acordeonistas para gravações, já acompanhou, entre outros, Elisete Cardoso, Carmélia Alves, Martinho da Vila, Carlos Lyra, Maria Creuza e MPB-4.

Como compositor, é autor de São Paulo Quatrocentão (com Garoto), uma de suas obras mais conhecidas, Esquina da saudade (com Radamés Gnattali e Alberto Ribeiro), gravada por Jamelão, Relógio da vovó (com Fafá Lemos e Garoto), Um baile em Santa Cruz, Sinimbu, Polquinha gaúcha, Estrela, Dobrado 27 de Fevereiro (com Radamés Gnattali), entre outras.

CD: Radamés Gnattali: três concertos e uma brasiliana, Orquestra Sinfônica Nacional, reg. Alceu Bocchino, 1996, SOARMEC S004.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Astrud Gilberto


Astrud Gilberto (Astrud Weinert), cantora, nasceu em Salvador BA (29/3/1940). Em 1948 transferiu-se com a família para o Rio de Janeiro RJ. Trabalhou como funcionária do Ministério da Agricultura e, em 1959, casou com João Gilberto, que conhecera na casa de amigos e com quem cantara como amadora em shows de bossa nova.


Por 1963, foi para Nova Iorque, Estados Unidos, com o marido. Participou como cantora da gravação do LP de João Gilberto com Stan Getz, e este a convidou para gravar a versão em inglês de Garota de Ipanema.

Em novembro de 1963, foi contratada como crooner do grupo de Stan Getz. No início do ano seguinte, obteve sucesso com The Girl from Ipanema (versão para o inglês de Garota de Ipanema, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes), lançada em compacto pela etiqueta Verve. Nessa época, ao lado de Stan Getz, trabalhou no filme The Swinging Set.

Separou-se de João Gilberto em fins de 1964. Em janeiro de 1965, gravou seu primeiro LP, Astrud Gilberto, também pela Verve. Fez ainda várias gravações de jingles. Apresentou-se em shows em diversas cidades norte-americanas, e continuou morando nos EUA.

Esteve no Brasil em 1966, quando fez uma temporada no Teatro Record, de São Paulo. Entre seus discos lançados nos EUA, destacam-se Astrud Gilberto Plus James Last Orchestra (Verve, 1986) e The Astrud Gilberto Album (The Silver Collection,Verve, s.d.).

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.

Benê Nunes

Benê Nunes (Benedito Francisco José de Sousa da Penha Nunes da Silva), instrumentista e compositor nasceu no Rio de Janeiro RJ em 16/11/1920 e faleceu em 07/06/1997. Começou a tocar piano aos quatro anos de idade, mas estudou música apenas seis meses, continuando a aperfeiçoar-se de ouvido.

Aos sete anos apresentou-se no programa Hora Infantil, da Rádio Cajuti, executando Pé de anjo(Sinhô) e foi contratado pela emissora, onde permaneceu durante seis meses. Voltou a atuar profissionalmente aos 14 anos, tocando em gafieiras.

Em 1945 integrou o conjunto Milionários do Ritmo, de Djalma Ferreira, e estreou no cinema no ano seguinte, aparecendo na produção da Atlântida Mãe, de Teófilo de Barros. Participou de vários filmes, tendo ficado conhecido como o pianista-galã do cinema e do rádio brasileiros.

Sob a direção de Watson Macedo, apareceu em Carnaval no fogo, em 1949, e em Aí vem o barão, em 1951, ambos da Atlântida. Em 1952 participou de Barnabé, tu és meu, de José Carlos Burle, e foi o ator principal do filme O rei do samba, de Luís Santos, interpretando o papel do compositor Sinhô. Ainda em 1952, atuou ao lado de Adelaide Chiozzo no filme É fogo na roupa, de Watson Macedo.

Formou uma orquestra, considerada a maior da América do Sul, com 32 figuras. Um de seus grandes sucessos foi o choro-maxixe Gostosinho, gravado na Continental.

No início do movimento da bossa nova, promoveu em sua casa várias reuniões musicais. Em 1984 apresentou-se profissionalmente pela última vez, na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro, num recital em companhia da pianista Laís de Sousa Brasil. Depois tocou somente em espetáculos beneficientes.

Aposentado como delegado fiscal do governo, viveu seus últimos anos, com a família, em seu apartamento no bairro carioca de Botafogo.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.

Afonso Rui


Afonso Rui (Afonso Rui de Sousa), escritor, historiador, jornalista e revistógrafo, nasceu em Salvador BA em 28/08/1893 e faleceu em 20/07/1970. Completou os primeiros estudos no ginásio São Salvador, em Salvador, e bacharelou-se em direito, pela Faculdade da Bahia, em 1915.

Em 1914 fundou com outros colegas de curso o Grupo Dramático Xisto Bahia. Um ano antes, já iniciara sua carreira jornalística no O Correio, seguindo-se A Época, A Semana. Posteriormente atuou em outros jornais, como Diário da Bahia, O Imparcial, Gazeta do Povo.

Dirigiu diversas revistas, como Renascença, Artes e Artistas. Além de exercer profissão de advogado, escreveu várias peças que foram musicadas: Por dentro e por fora, Depois das doze, Sem pé nem cabeça.

Em 1951 foi feito membro da Academia Baiana de Letras.

Em área afim da musical publicou os livros Seresteiros e boêmios baianos do século passado, Salvador, 1954; História do teatro na Bahia, Salvador, 1959; e Conservatório Dramático da Bahia, Salvador, s.d.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Perinho Albuquerque

Perinho Albuquerque - 1978
Perinho Albuquerque (Péricles de Albuquerque), instrumentista e arranjador, nasceu em Salvador BA em 25/04/1946. Aprendeu sozinho violão e guitarra, e no início da década de 1960 atuou no conjunto de Raul Seixas, Os Panteras, em Salvador.

De 1963 a 1967 tocou com Carlito e sua Orquestra, passando em 1972 a acompanhar Caetano Veloso em shows e gravações, ano em que estreou como arranjador e músico no LP Drama, da cantora Maria Bethânia, lançado pela Philips.

Em 1974, fez os arranjos para os LPs Cantar, de Gal Costa, Sinal fechado, de Chico Buarque, e Temporada de verão, de Gal Costa, Gilberto Gil e Caetano Veloso.

Em 1975, no LP Jóia, de Caetano Veloso, estreou como compositor, em parceria com o cantor, na música Guá, e foi diretor de produção desse disco e do LP Qualquer coisa, também de Caetano Veloso, ambos lançados na mesma época.

Também arquiteto, é armador de navios em ltapuã BA.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.

Alfredo Albuquerque

Alfredo (Rev.Fon-Fon 1909)
Alfredo Albuquerque, ator, cantor e compositor, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 11/02/1884 e faleceu em 03/07/1934. Ator e humorista no início deste século, estudou na Universidade de Coimbra, em Portugal, adquirindo o sotaque português, que o caracterizou no palco.

Ingressou no teatro musicado do Rio de Janeiro na primeira década do século, lembrando-se o compositor Buci Moreira de tê-lo conhecido na casa de Tia Ciata, baiana da Cidade Nova, que promovia festas em que se reuniam os pioneiros do samba carioca.

Foi o autor da versão brasileira do one-step norte-americano Caraboo (Sam Marshall), trazido ao Brasil em 1913 pelo jamaicano Sam Lewis. Adaptada por Alfredo Albuquerque, a canção foi o maior sucesso do Carnaval de 1916. Gravada pelo cantor Roberto Roldán, na Odeon, tornou-se também um dos números de êxito da dupla Os Geraldos, cançonetistas que se apresentavam em casa de chope da Lapa e no teatrinho do Passeio Público.

Entre 1928 e 1930, gravou na Odeon diversos discos de cançonetas, paródias, monólogos e cenas cômicas, muitos de sua autoria. Gravou também na Parlophon em 1930, inclusive em parceria com o cômico Pinto Filho (por exemplo as cenas comicas Sou de circo, de Pinto Filho, e O barbeiro Ananias, de Bastos Tigre — Parlophon 13.164) e como intérprete lançou, em 1928, o samba Olha ele, cuidado (Heitor dos Prazeres), cuja letra se referia ao pianista e compositor Sinhô.

Autor da valsa Ave Maria, morou algum tempo em Belém PA, onde se apresentou em teatros como humorista e cantor, em dupla com Isabel Lopes. Na mesma cidade atuou como diretor artístico do Teatro Bar Paraense.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Morris Albert


Morris Albert (Maurício Alberto Kaiserman), cantor, compositor e instrumentista nasceu em São Paulo SP em 07/09/1951. Após apresentações esporádicas como cantor, violonista e membro de diversos conjuntos, obteve seu primeiro grande sucesso em 1973 como compositor: sua canção Feelings popularizou-se como tema da novela Corrida do ouro, da TV Globo.


Por exigência da gravadora, Copacabana Beverly Discos, viu-se compelido a adotar nome inglês, que passou a ser seu nome profissional. Feelings vendeu mais de 300 mil exemplares no Brasil, na América Latina e nos EUA. Uma versão em castelhano, gravada pelo autor com o título Sentimientos, vendeu 25 mil exemplares de uma tiragem inicial no México e valeu ao autor um Disco de Ouro.

Feelings foi ainda a faixa-tftulo de um LP gravado pelo autor nos EUA, onde também lhe conferiram um Disco de Ouro; na Inglaterra obteve um Disco de Prata com a mesma produção. Entre os cantores que gravaram Feelings nos EUA estão Frank Sinatra, Johnny Mathis, Bobby Winton, Andy Williams, Dionne Warwick, e, entre as orquestras, Paul Mauriat, Ray Connif, e Percy Faith. Ao todo, Feelings vendeu cerca de 10 milhões de discos no mundo e rendeu ao autor cerca de 4 milhões de dólares.

Em julho de 1975, gravou nos EUA outro compacto, pela Charger Records Beverly, com novo sucesso de linha melódica semelhante a Feelings: Leave me. Também foram sucessos Conversation (1977), She's my girl (1978) e Gonna love you more, regravada pelo guitarrista norte-americano George Benson em 1979.

Radicado em Toronto, Canadá, continua compondo, gravando discos e se apresentando emshows, inclusive no Brasil; em 1977 lotou o Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, e em 1996 apresentou-se no Dinho’s Place em São Paulo SP.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

She's my girl


She's My Girl (1976) - Morris Albert - Intérprete: Morris Albert

LP Morris Albert / Título da música: She's My Girl / Morris Albert (Compositor) / Morris Albert (Intérprete) / Gravadora: Beverly / Ano: 1976 / Nº Álbum: BLP 9102 / Lado B / Faixa 1.


INTRO : Dm7 G7 :C7+ Am7 :Dm7 G7 :C7+ Am7 
Dm7      G7
She's my girl
C7+      Am7
When the sun goes down
Dm7        G7
When the moon comes up
C7+      A   :
When the light is off.
Dm7      G7
She's my friend
C7+    Am7
When I need a friend
Dm7      G7
When I want her love
Gm      A A/G F#7/11+ :
I can have.__
F7+                               Em7
OOH!!____ We've got everything we need    [WE NEED]
Dm7
We share everything we have
F/G              C7+
We have sadness and happiness
A4/7     A7  :
Oh! Darling.
F7+                             Em7
OOH!!____ We cry and laugh everytime    [EVERYTIME]
Dm7
We love all the love we feel
F/G                  Bb/C  :
And we feel all the love we make.
C7+
NA NA NA NA NA NA
Dm7               :
NA NA NA NA NA NA NA NA
Em7                   Ebm7:
NA NA NA NA NA NA   NANA__
Dm7               :
NA NA NA NA NA NA
C7+
NA NA NA NA NA NA
Dm7       
NA NA NA NA NA NA NA NA
Em7
NA NA NA NA NA NA
A4/7              A7 :
NA NA NA NA NA NA NA NA.
Dm7      G7
She's my girl
C7+      Am7
When the sun goes down
Dm7        G7
When the moon comes up
C7+      A   :
When the light is off.
Dm7      G7
She's my woman
C7+    Am7
When I need a woman
Dm7       G7
When my body is asking
Gm     A A/G F#7/11+ :
We can love.__
F7+                              Em7
OOH!____ We've got everything we need    [WE NEED]
Dm7
We share everything we have
F/G              C7+
We have sadness and happiness
A4/7     A7  :
Oh! Darling.
F7+                            Em7
OOH!____ We cry and laugh everytime    [EVERYTIME]
Dm7
We love all the love we feel
F/G                  Bb/C  :
And we feel all the love we make.
C7+
NA NA NA NA NA NA
Dm7               :
NA NA NA NA NA NA NA NA
Em7                   Ebm7:
NA NA NA NA NA NA   NANA__
Dm7               :
NA NA NA NA NA NA

C7+              
NA NA NA NA NA NA               \
Dm7                       :
NA NA NA NA NA NA NA NA         :
C7+                             \  Repeat 2 Times
NA NA NA NA NA NA               /
Dm7               :       :  and FADE OUT.
NA NA NA NA NA NA NA NA         /

Feelings


Feelings (1974) - Morris Albert - Intérprete: Morris Albert

LP After We've Left Each Other / Título da música: Feelings / Morris Albert (Compositor) / Morris Albert (Intérprete) / Gravadora: Charger Records / Ano: 1974 / Nº Álbum: BLP-9069 / Lado B / Faixa 1 / Gênero musical: Canção / Balada.


Introd.: Am Am7+ Am7 D7/9 Dm C7+ E7

Am       Am7+ 
Feelings
                   Am7      D7/9
nothing more than feelings
             Dm      G 
trying to forget my
             C7+   Bm7/5- E7
feelings of love
Am          Am7+ 
Teardrops
                Am7      D7/9
Rolling down on my face
             Dm      G 
trying to forget my
              C7+   A 
feelings of love


 F        G/F
Feelings
                           Em7       A
oh, oh, for all my life I'll feel it
              Dm           G 
I wish I've never met you girl
                C7+    A 
you'll never come again


 F      G/F            Em7        A
Feelings__ wo, oh, oh feelings
            Dm      G
wo, oh, oh feel you
            Bm    E7  E 
Again in my_arms


 Am      Am7+ 
Feelings
               Am7               D7/9
feelings like I've never lost you
                     Dm            G
And feelings like I've never have you
             C7+   A  F 
again in my heart


 F        G/F
Feelings
                           Em7       A
oh, oh, for all my life I'll feel it
              Dm           G 
I wish I've never met you girl
                C7+    A 
you'll never come again


 F      G/F            Em7        A
Feelings__ oh, oh, oh feelings
            Dm      G
oh, oh, oh feel you
            Bm    E7  E 
Again in my_arms
 Am      Am7+ 

Feelings
               Am7               D7/9
feelings like I've never lost you
                     Dm            G
And feelings like I've never have you
             C7+   A  F 
again in my life


 F      G/F            Em7        A
Feelings__ wo, oh, oh feelings
            Dm      G
wo, oh, oh feel you
            Bm    E7  E 
Again in my_arms

Feelings...(repeat & fade)

César Ladeira

César Ladeira (César Rocha Brito Lacerda), locutor e produtor de rádio, nasceu em 01/12/1910, Campinas, São Paulo, e faleceu em 08/09/1969. Era aluno da faculdade de Direito quando, em 1931, ficou seduzido pelo rádio, que começava a tomar um impulso extraordinário em todo o Brasil, e estreou como locutor na Rádio Record.

Sua fama transpôs as fronteiras do estado de São Paulo e espalhou-se por todo o país em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, quando sempre à meia-noite, transmitia com entusiasmo as idéias do movimento.

Em 1933, chegava ao Rio de Janeiro para assinar contrato na Rádio Mayrink Veiga, como locutor e diretor artístico. Deu novo ritmo à programação da emissora, dividindo-a em horários definidos e especializados, e um epíteto consagrador a cada artista do seu elenco, como “pequena notável”, para Carmen Miranda; “o cantor que dispensa adjetivos”, para Carlos Galhardo; e “o cantor das mil e uma fãs”, para Ciro Monteiro.

Despertou o gosto dos ouvintes para a crônica vibrante, o editorial e o comentário e difundiu programas literário-musicais de fim de noite, estimulando a cultura e colocando a Mayrink Veiga na preferência dos ouvintes.

Locutor mais imitado do rádio brasileiro, em 1948 transferiu-se para a Rádio Nacional, onde apresentou com grande sucesso o programa Seu criado, obrigado, ao lado de Dayse Lúcidi, durante dez anos, e a Crônica da cidade, por 20 anos.

Marido da atriz Renata Fronzi, César Ladeira participou ainda de alguns filmes brasileiros e criou a Empresa Brasileira de Comédias Musicais, produzindo o Café Concerto, espetáculo de luxo encenado nas boates cariocas Casablanca e Acapulco. Em 1967, apresentava-se em teatros de comédia na extinta TV Tupi do Rio.


Fontes: Nomes que Fizeram a História do Rádio; VIP - 1 de dezembro.

Zé Carioca


Zé Carioca (José do Patrocínio Oliveira), instrumentista, nasceu em Jundiaí SP em 11/02/1904 e faleceu em Los Angeles, Estados Unidos, em 22/12/1987. Já tocava cavaquinho, como amador, na época em que trabalhava como classificador de cobras no Instituto Butantã, de São Paulo SP.


Em 1929 foi convidado para tocar num programa regional, na estréia da Rádio Educadora Paulista (depois Gazeta), uma das primeiras emissoras brasileiras. Com o surgimento da Rádio Cruzeiro do Sul, em 1931, passou a atuar na Orquestra Columbia, dirigida por Gaó, trocando o cavaquinho pelo banjo, o que lhe valeu o apelido de Zezinho do Banjo.

No ano seguinte, César Ladeira levou-o para o Rio de Janeiro, para trabalhar na Rádio Mayrjnk Veiga, onde tocou ao lado de Nelson Souto, Pixinguinha, Garoto, Nelson Boi, Gastão Bueno Lobo e Britinho. Logo depois, acompanhou César Ladeira, quando este se tornou diretor artístico do Cassino da Urca.

Ali conheceu Carmen Miranda e, em 1939, foi para os EUA com a orquestra de Romeu Silva, na qual tocava violão, para cumprir temporada de seis meses no pavilhão brasileiro da Feira Mundial, em New York, participando do filme Serenata tropical, de Irving Cummings. No ano seguinte, apresentou-se. no pavilhão brasileiro da Feira de San Francisco.

Em 1941 assinou contrato com a Twentieth Century Fox e participou, ao lado do Bando da Lua e Carmen Miranda dos filmes Uma noite no Rio, de Irving Cummings, e Aconteceu em Havana, de Walter Lang, entre outros. Na Fox também dublou desenhos animados e conheceu Walt Disney, que, inspirado em sua figura, criou o Zé Carioca, personagem-símbolo do malandro brasileiro no desenho animado de longa metragem Você já foi a Bahia?.

Nos últimos anos, tocou no restaurante Marquis Martoni, em Hollywood. vivendo seis meses nos EUA e seis no Brasil, em São Paulo.

Centenário de nascimento

"No dia onze de fevereiro de 2004 será comemorado o centenário de nascimento de José Patrocínio de Oliveira, natural de Jundiaí, SP. Trabalhava no Instituto Butantã como classificador de cobras (mais tarde ele seria classificado como um dos “cobras” da nossa música) ao mesmo tempo que consolidava seu prestígio como instrumentista.

Freqüentador de rodas onde figuravam os nomes de Américo Jacomino (Canhoto), João Sampaio e Armando Neves, passa a ser conhecido por Zezinho, que era do banjo, cavaquinho, bandolim, violão e dos outros instrumentos que viria a dominar, como o violão tenor e a guitarra havaiana.

No período de 17/02 a 04/03/1928 foi confiado ao prestigiado violonista Canhoto a tarefa de organizar uma Orquestra Típica de instrumentos de cordas, constituída pelos melhores músicos de São Paulo, para se apresentar no suntuoso Salão de Automóveis da General Motors, evento este realizado no Cine Odeon que ficava a Rua da Consolação No 42.

Além de Canhoto, Os nomes de Zezinho, Mota, Carlinhos, Armandinho Neves e João Sampaio eram os de maior destaque. Participava também desta Orquestra um menino franzino de apenas doze anos, empunhando orgulhoso o seu banjo. Este menino era Aníbal Augusto Sardinha( Garoto), que tinha agora em Zezinho seu novo ídolo e mestre. Este foi, ainda que involuntariamente, o grande propulsor da vitoriosa carreira de Garoto que, numa entrevista, confessou: “Devo meu progresso ao Zezinho, pois queria tocar sempre melhor do que ele...”.

Entre 1929 e 1931, pela gravadora Columbia, Zezinho participa em cerca de cento e vinte gravações (Infelizmente não é possível obter o número exato em função da inexistência das fichas técnicas) tocando seus instrumentos ao lado de nomes como João Pernambuco (10), Paraguassú (10), Jaime Redondo (8), Januário de Oliveira (19), Batista Jr (9) e sua filha Dircinha Batista (2), Eurístenes Pires (4), Stefana de Macedo (12), Jararaca (19), Lila Dias (4) e Elsie Houston (13) dentre outros.

Acompanhou ao violão (como segundo violão) a João Pernambuco em boa parte dos registros de sua obra como em “Interrogando”, “Reboliço” e “Sonhos de magia”. Com Stefana de Macedo participou como acompanhante do lançamento de diversas composições de Amélia Brandão Nery que seria conhecida mais tarde por Tia Amélia.

Quase ao mesmo tempo entra em cena uma orquestra com uma sonoridade diferente: “A presença do violino de Ernesto Trepiccioni e do acordeon de José Rieli dava um som romântico a esta orquestra, a rigor menos uma orquestra do que um conjunto instrumental...”, diria Ary Vasconcelos em seu História e inventário do choro.

Esta orquestra, complementada por Gaó (Odmar Amaral Gurgel) ao piano; Atílio Grany na flauta; Petit (Hudson Gaia) ao violão; Jonas Aragão no sax alto e Zezinho no bandolim é a Orquestra Colbaz que gravou na Columbia entre 1930 e 1932 cerca de vinte e seis músicas entre choros e valsas. A ampliação desta orquestra dá origem a famosa Orquestra Columbia, ainda sob a direção de Gaó.

1931 é o ano do grande concurso de música promovido pelo jornal “A Gazeta”, concurso este que motivou uma intensa participação da população de São Paulo (capital) que escolhia seus músicos favoritos, divididos por categorias, através de voto direto. Na categoria banjo, Zezinho obteve expressiva votação (117 323 votos), obtendo o primeiro lugar (nesta categoria Garoto ficou em sexto, com 9 746 votos).

Outros vencedores foram Gaó (piano), Alberto Marino na categoria violino (Trepiccione ficou em segundo e Nestor Amaral em quinto), Larosa Sobrinho (violão), Nabor Pires Camargo (clarinete) e Cárdia (bandolim).

César Ladeira, já no Rio de Janeiro e atuando na rádio Mayrink Veiga, atuava como um embaixador da musica paulistana, trazendo para a então capital da república os novos valores lá revelados. Desta forma aqui chegou Zezinho em 1933, passando logo a integrar o famoso regional da Mayrink.

Em 1936 é a vez de César Ladeira buscar uma turma da pesada; Aimoré, Garoto, Nestor Amaral e Laurindo Almeida. Estes três últimos participaram junto a Zezinho de uma grande aventura: Uma viagem a Europa a bordo no navio Cuiabá. Fizeram escala nos estados mais importantes do nordeste brasileiro antes de partir rumo a Lisboa, Porto, Amsterdam, Berlim e Paris onde por três meses divulgaram a nossa música. Em Paris não puderam desembarcar com os instrumentos musicais devido a alguma lei protecionista.

Assistiram então extasiados a uma apresentação do diabólico duo Stephan Grapelli (violino) e Django Reinhart (violão). Algo novo estava acontecendo ali em termos musicais e eles jamais seriam os mesmos após esta experiência, especialmente Garoto, que acabou por incorporar o fraseado de Django!

Voltam a Mayrink e depois de um breve retorno a São Paulo onde atua junto a Armandinho Neves e Antonio Rago no Regional da Record, Zezinho passa a integrar a Orquestra de Romeu Silva (muito bem reportado por Daniella Thompson) partindo então para os Estados Unidos em 1939 onde iriam se apresentar por seis meses na Feira Internacional de Nova Iorque. Zezinho reencontra seu amigo Garoto quando este, já famoso com seu violão tenor ( foi inclusive chamado de “homem dos dedos de ouro”), lá esteve com Carmen Miranda e o Bando da Lua.

A partir de 1940, Zezinho fixa residência em Los Angeles, já contratado pela Fox. Em 1941, Walt Disney com o papel de “embaixador da boa vizinhança” viaja pela América latina a pretexto de buscar inspiração para a criação de novos personagens. No Brasil, os cartunistas Luis Sá e J. Carlos ajudaram Disney a desenvolver a figura e a personalidade do papagaio “Zé Carioca”, “ personagem concebido para ser a síntese dos laços de amizade entre os estados Unidos e o Brasil”, em acordo com Sidney Ferreira Leite em seu excelente artigo publicado no Estadão em 01/12/2001.

Um problema persistiu por muito tempo: quem iria falar pelo papagaio? Por obra do acaso, Disney estava no mesmo estúdio que Zezinho pelos idos de 1943 e ao ouvi-lo falar percebeu na maneira gingada, malemolente, a voz ideal para o seu papagaio! Nasceu assim o Zé Carioca e o Zezinho, que passaria a usar o mesmo nome do papagaio, era o responsável por sua voz em inúmeros filmes como “Alô amigos” e “Você já foi a Bahia?”.

Este fato rendeu uma fortuna considerável ao Zezinho, que sempre se manteve ligado a musica, como integrante do Bando da Lua e com seu próprio grupo. Infelizmente acabou estigmatizado por conta de sua ligação com Disney (política da boa vizinhança) e com Carmen Miranda.

A casa de Zezinho, de acordo com seu amigo João Cancio de Povoa Filho, era um verdadeiro consulado brasileiro, não faltando ajuda a qualquer músico brasileiro que por lá se aventurasse. Que o diga o nosso violinista Fafá Lemos!

Com a morte de Carmen Miranda terminou o Bando da Lua, nesta altura completamente modificado em relação a sua formação original. Aloísio de Oliveira voltou ao Brasil onde desempenharia importante papel no marketing da Bossa nova e Zezinho lá ficou, com o fardo de seu apelido(Zé Carioca).

Nos seus últimos anos de vida passava seis meses em LA e os outros seis em São Paulo.Faleceu em22/12/1987 em Los Angeles."

(por Jorge Carvalho de Mello)


Aurora Miranda e Zé Carioca no longa-metragem Você já foi à Bahia?.


Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira; Zé Carioca (samba & choro).

Romeu Silva


Romeu Silva, regente, instrumentista e compositor, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 11/02/1893 e faleceu na mesma cidade em 01/05/1958. Funcionário dos Correios em 1911, tocava saxofone na orquestra do rancho Ameno Resedá, da qual foi um dos primeiros integrantes.


Naquele ano atuou ainda na orquestra da Sociedade Dançante Carnavalesca Ninho do Amor, dirigida por Álvaro Sandim, o mesmo maestro que depois foi diretor de harmonia e líder da orquestra do Rancho Flor do Abacate, onde Romeu Silva tocou em 1913.

Dez anos depois integrava um conjunto do maestro Eduardo Souto, que deixou para formar sua própria orquestra, o Jazz-Band Sul-Americano, depois chamado Jazz-Band Sul-Americano Romeu Silva, tocando em festas, cabarés e na sala de espera do Cine Palais.

Gravou seu primeiro disco por volta de 1924, um 76 rpm de gravação mecânica da Odeon, com os maxixes Tênis Clube de Petrópolis (Sílvio de Sousa) e Lolote estrilando (Mário Silva). Por essa época começou a compor maxixes, dois dos quais foram gravados em 1925 com sua orquestra, na Odeon, Fubá e Dor de cabeça.

No mesmo ano obteve do ministro do Exterior Félix Pacheco uma verba para excursionar pela Europa com seu grupo musical, fazendo divulgação do Brasil. Assim, tocou samba, maxixe e frevo durante vários anos em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Suíça, Alemanha, Inglaterra e Itália. No exterior ainda, gravou alguns discos com a famosa cantora Josephine Bake, entre os quais La petite tonkinoise (Vincent Scotts).

Retornando ao Brasil, ficou pouco tempo, seguindo em 1932 para Los Angeles, EUA, acompanhando uma delegação de atletas brasileiros aos Jogos Olímpicos, com a Brazilian Olympic Eand.

Três anos depois, voltou ao país, trazendo vários músicos estrangeiros para sua orquestra, entre os quais o crooner Louis Cole e o sax-alto e clarineta Booker Pittman, contando ainda com Fernando (guitarra), Mário Silva (trompete) e All Pratt (sax-alto), além de Valfrido Silva (baterista). Atuava em cafés, cinemas, teatros e nos cassinos Atlântico e Urca, tendo, pouco depois, acompanhado Carmen Miranda em excursão à Argentina.

Em 1939, foi para os EUA para atuar no Pavilhão Brasileiro da Feira Mundial de New York, levando entre outros Vadico (piano), Zacarias (sax-alto e clarineta), Fernando (guitarra e crooner), Zé Carioca (violão) e Sut (bateria). No ano seguinte, participou de um festival de música brasileira no Museu de Arte Moderna, de New York.

Retornando ao Brasil em fins de 1940, tocou no Cassino da Urca durante seis anos, até seu fechamento. A orquestra foi então desfeita, e ele passou a viver de um emprego no funcionalismo público municipal.

São de sua autoria: Alvinitente, marcha-rancho, 1922; Cousas da moda, maxixe, 1925; Dor de cabeça, maxixe, 1925; Fubá, maxixe, 1925; Glorinha, xótis, 1927; Se papai souber, maxixe-samba, 1927; Tricolor, maxixe, 1927.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Raul Silva

Raul Silva, instrumentista e compositor, nasceu em São Paulo SP (29/09/1889) e faleceu no Rio de Janeiro RJ (28/03/1938). Atuou nas décadas de 1920 e 1930, período que correspondeu à transição entre a fase mecânica de gravação que se encerrou em 1927, sendo sucedida pela fase elétrica de gravação.

Seus grandes sucessos foram: Saí, Cartola (Cartolinha), samba, interpretado por Fernando com acompanhamento do Jazz-Band-Sul-Americano Romeu Silva, em 1924; Lágrimas de amor, tango-canção, gravado por Vicente Celestino, 1925; Você quebrou, marcha, gravada por Francisco Alves, 1927; Venenoso, choro, gravado por Benedito Lacerda, 1935; Juriti, choro, gravado por Benedito Lacerda, 1936; Meu sabiá, choro, gravado por Benedito Lacerda, 1938; Canarinho, choro, gravado por Benedito Lacerda, 1939. Era flautista.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira -Art Editora / PubliFolha; Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.