sábado, 15 de abril de 2006

Orlando Silva


Orlando Garcia da Silva, o grande Orlando Silva, uma das mais admiradas vozes da música brasileira em todos os tempos, nasceu no no dia 03 de outubro de 1915, na rua Augusta, 35, situada no Engenho de Dentro, Zona Norte do Rio de Janeiro. O nome dessa rua, mais tarde, passaria a ser General Clarindo. O pai se chamava José e a mãe, Balbina. Era uma família feliz, embora modesta. 


Mas o pai morreu por ocasião do surto de gripe espanhola, por volta de 1918, e a situação se complicou para a jovem Balbina, então com apenas 21 anos e dois filhos pequenos para cuidar, sem ter pensão do marido - Orlando e Edmundo. Balbina casaria outra vez, agora com um funcionário da prefeitura do Rio.

Mas, de novo, a viuvez iria criar-lhe dificuldades por mais uma vez falta de pensão. Deste modo, Orlando e Edmundo, que por parte da mãe ganharam outros quatro irmãos, tiveram que assumir responsabilidades da manutenção do lar, enquanto Balbina lavava e passava roupa para fora.

Em 1932, com 17 anos de idade e trabalhando como entregador de encomendas na Casa Raunier, Orlando sofreu sério acidente ao tentar subir num bonde em movimento, por pouco não tendo perdido o pé esquerdo. Ficou com defeito, porém, e depois da alta, calçava sapato normal no pé direito e alpercata no esquerdo. O manquejar acabaria se transformando numa das desconfortáveis características de sua personalidade até ele morrer. Mas, se ao andar Orlando claudicava, cantando ele deixava a todos admirados por sua segurança e firmeza.

Em 1934, graças a uma série de encontros e felizes coincidências, de tudo isso participando o compositor Bororó e o "Rei da Voz", Chico Alves, Orlando Silva estreou em rádio. Na Cajuti, é verdade, uma emissora modesta, mas, para ajudar, ao lado do "Rei da Voz". Curioso é que, ao ser anunciado pelo locutor e criativo compositor Cristóvão de Alencar, este o apresentou como "Orlando Navarro", pretendendo prestar homenagem ao ator Ramón Navarro, na época de visita ao Rio de Janeiro. O futuro astro da música brasileira protestou na hora, indignado com a falta de cortesia do apresentador. E o embaraçoso incidente foi contornado pelo jornalista e compositor Orestes Barbosa, que, por acaso, estava ali no estúdio na hora.

Orlando ganhou cinquenta mil réis pela apresentação, na qual o acompanhante, consta, foi Hervé Cordovil, ao piano, e o programa onde Francisco Alves representava a principal atração, iria durar sete meses. O repertório do rapaz de 19 anos era constituído, evidentemente, de músicas dos outros, destacadamente de Sílvio Caldas, que, na oportunidade, já era famosíssimo com somente 26 anos de idade. Ainda no fim deste ano, Orlando Silva ganhou oportunidade para gravar seu primeiro disco comercial: "Ondas Curtas" de um lado e "Olha a baiana" do outro. O 78 rpm não fez sucesso, mas, em compensação, serviu para exibi-lo por execuções em rádio ao grande público.

A grande oportunidade surgiria, fonograficamente, em meados de 1935, quando o diretor americano da RCA Victor, Mr. Evans, após observá-lo durante alguns meses como corista de discos carnavalescos dos outros, decidiu confiar-lhe um registro público, com dois lados à escolha de Orlando. Surgiram, então, Lágrimas e A última estrofe, ambas de Cândido das Neves. Sua carreira, desde então, em gravações, foi uma das mais impressionantes da música brasileira. De início vertiginoso, com média ao menos de cinco grandes sucessos por ano, ele se manteve até 1942, como líder absoluto dos discos mais procurados do país, além dos mais executados dia-e-noite de rádio.

No fim da década de 40, com o mundo em reconstrução após a terrível guerra, Orlando Silva parecia superado, seja pelo estilo, seja pelo modo novo que aparecia, de cantar música popular. Esse modernismo chegava dos Estados Unidos, propagado pelo cinema, e o microfone ajudava consideravelmente as vozes pequenas e aveludadas. Seus seis ou sete anos iniciais de impressionante forma vocal, porém, faziam-no inesquecível.

Orlando Silva morreu em 7 de agosto de 1978, internado que havia sido, quatro dias antes, no Hospital "Grafeé Guinle", na Tijuca, Rio de Janeiro, Causa mortis: acidente cárdio-vascular esquêmico. Idade: 63 anos, incompletos. O enterro foi no cemitério São João Batista. Antes que o cortejo saísse, contudo, o cantor Roberto Silva entoou Lábios que beijei e Carinhoso diante do caixão, logo acompanhado com muita emoção por todos os presentes ao velório. Havia sido um dos últimos desejos revelados pelo cantor, e não foi esquecido.

Veja também:


Playlist - A Voz de Orlando Silva:







Fonte: Encarte do CD duplo "A Voz de Orlando Silva" - Marcus Pereira Discos.

Lamartine Babo


Era uma das pessoas mais bem humoradas e divertidas de sua época, não perdendo nunca a chance de um trocadilho ou de uma piada. Em uma entrevista afirmou "Eu me achava um colosso. Mas um dia, olhando-me no espelho, vi que não tenho colo, só tenho osso". Numa outra, lhe perguntam qual era a maior aspiração dos artistas, Lalá não vacila: "A aspiração varia de acordo com o temperamento de cada um... Uns desejam ir ao céu... já que atuam no éter... Outros evaporam-se nesse mesmo éter... Os pensamentos da classe são éter... ó... gênios..." - valeu-lhe o título de "O Pior Trocadilho de 1941".


Lamartine Babo nasceu na Rua Teófilo Otoni, centro da cidade do Rio de Janeiro, no dia 10 de janeiro de 1904. Décimo segundo filho do casal Leopoldo de Azeredo Babo e Dona Bernardina Gonçalves Babo, logo teve que se mudar com a família para a Tijuca, em função da construção de novas avenidas no local onde moravam. Lamartine fez o curso primário numa escola pública, perto de sua casa, na Tijuca. Aos onze anos foi para o Colégio São Bento para cursar o ginásio. Teve contato com a música desde criança, pois sua mãe e uma irmã tocavam piano e o pai era amigo, entre outros, de Ernesto Nazareth e Catulo da Paixão Cearense, que sempre frequentavam sua casa.

Sua primeira marchinha gravada foi Os calças largas, em que Lamartine debochava dos rapazes que usavam calças boca-de-sino. Em 1937, com a censura imposta pelo Estado Novo de Getúlio Vargas, carnavalescos irreverentes como ele ficaram proibidos de utilizar a sátira em suas composições. Sem a irreverência costumeira, as marchinhas não foram mais as mesmas. Em 1951, aos 47 anos, Lamartine, que nunca tivera sorte no amor, casou-se, enfim. Morreu vitimado por um enfarte, no dia 16 de Junho de 1963, deixando seu nome no rol dos grandes compositores deste país.

Biografia completa

Lamartine de Azeredo Babo nasceu na Rua Teófílo Otoni, centro da cidade do Rio de Janeiro, no dia 10 de janeiro de 1904. Décimo segundo filho do casal Leopoldo de Azeredo Babo e D.Bernardina Gonçalves Babo, logo teve que se mudar com a família para a Tijuca, em função da construção de novas avenidas no local onde moravam. Lamartine fez o curso primário numa escola pública, perto de sua casa, na Tijuca. Aos onze anos foi para o Colégio São Bento para cursar o ginásio. Teve contato com a música desde criança, pois sua mãe e uma irmã tocavam piano e o pai era amigo, entre outros, de Ernesto Nazareth e Catulo da Paixão Cearense, que sempre frequentavam sua casa.

Por isso, o pequeno e magro Lamartine muito cedo posou de compositor para seus colegas de escola. Para provar que conseguia compor uma música usando apenas as notas sol, dó e mi, acabou fazendo o fox-trot "Pandorama", um ritmo norte-americano muito em alta na época. Lamartine era um menino muito criativo e acabou vencendo um concurso literário com a poesia "O Frade que pedia esmola". Sua primeira valsa, "Torturas de amor", foi composta quando tinha apenas treze anos de idade.

Em 1917 morreu o pai de Lamartine Babo. Em 1919 Lamartine compôs, sob influência da educação beneditina, "Ave Maria", que foi tocada em seu casamento e que até hoje é cantada nas igrejas católicas.Concluído o ginásio, Lamartine foi para o Colégio Pedro II, onde se bacharelou em letras, equivalente ao colegial de hoje.

Lamartine queria, em 1920, cursar a Escola Politécnica, mas a situação financeira da família, que vinha se tornando precária desde a morte do pai, o obrigou a trabalhar como office-boy na Light, ganhando 50 mil réis por mês. Do seu magro salário, Lamartine conseguia economizar uns trocados para, de vez em quando, frequentar o Teatro Municipal, o Lírico ou o São Pedro de Alcântara, hoje João Caetano, onde deliciava-se com alegres operetas vienenses. Nesse mesmo ano Lamartine compôs sua primeira opereta: "Cibele".

O bom-humor e a facilidade de fazer piadas e trocadilhos levaram Lamartine, em 1923, a colaborar na revista 'Dom Quixote', dirigida por Bastos Tigre e especializada em humor, sátiras e críticas à época. Demitido da Light em 1924, Lamartine conseguiu um emprego na Companhia Internacional de Seguros, onde ficou por pouco tempo, passando, em seguida, a escrever e compor para o teatro de revista. Ainda nesse ano, sob os pseudônimos de Frei Caneca, Poeta Cinzento, T. Misto, Janeiro Ramos, Luxurious e N. N., Lamartine escreveu artigos e poesias simples para as revistas "Paratodos" e "Shimmy".

Orientado por seu amigo Eduardo Souto, Lamartine descobriu o fértil campo das marchinhas carnavalescas e, em 1925, começou a compor para os ranchos "Recreio das Flores" "Africanos", "Jardim dos Amores" e "Ameno Resedá", fazendo sucesso com a marchinha "Foi você". Em 1926 Lamartine compôs, anonimamente, para as revistas "Prestes a chegar" e "A mascote" e, em 1927, para "Paulista de Macaé" e "É da pontinha".

Como revistógrafo e compositor, o nome de Lamartine apareceu com sucesso em novembro de 1927, na revista "Os calças-largas", cuja música título, composta em parceria com Gonçalves de Oliveira e que satirizava a moda das calças boca-de-sino, foi gravada por Frederico Rocha, na Odeon, para o Carnaval de 1928; esta foi a primeira composição gravada de Lamartine Babo. A revista "Ouro à beça", de Lamartine com colaboração de Djalma Nunes, J. Castilho e Henrique Vogeler, foi uma das maiores atrações de 1928. Autor da comédia musicada "Este mundo vai mal", que estreou com sucesso em outubro de 1928, Lamartine colaborou também, no mesmo ano, na revista "Vai haver o diabo", que estreou em novembro.

Ainda nesse ano, para ajudar no orçamento, Lamartine deu aulas de dança no Clube Tuna Comercial e no Ginásio Português. Também de 1928 são suas composições "Nunca, jamais" e "Raios de um olhar" e, ainda, "Amor de mulato", "Cachorro quente" e "Oh! Nina", em parceria com Ary Barroso; "Cai n'água", com Lírio Panicali; "Cariocadas", com Hekel Tavares; "O ciúme é que te mata", com Osvaldo Cardoso de Menezes; "Cresça e apareça", com L. N. Menezes; "Cuidado com ela", "Essa velha tem malícia" e "Foi você", com Pedro Cabral; "Elza", com A F. Conceição e Xavier Pinheiro; "Eu não sei por que é", com F. Fonseca Costa; "Noite de amor", com J. Ramen; e "Seu Voronoff", em parceria com João Rossi.

Lamartine iniciou sua carreira no rádio em 1929, na Rádio Educadora, onde cantava com sua voz de falsete, contava piadas e fazia esquetes. De 1929 são suas composições "Dona boa", "Gemer no violão", "Uma tarde em New York" e "Zeca Ivo" e, também, "Amor na Penha", em parceria com João Rossi; "O campeão de xadrez", em parceria com J. Machado; "A capixaba", "Didi", "Em Santa Catarina tudo é flor", "Fruta do Pará", "Guanabara", "Maranhão, terra poética", "Meu Ceará", "Mineirinha", "Na terra do bom tempero", "Oh! Linda praia de amor", "Paraíba", "Perfil de gaúcha", "Sergipe, apelido do amor", "Seu Goiás", "Sonhos de Natal" e "Vou pro Piauí", em parceria com Henrique Vogeler e J. M. Pereira; "Helena de Azambuja", em parceria com A. R. de Jesus; "Lágrimas ocultas", em parceria com A. Miniutti; "O meu penar", em parceria com Pedro Cabral; "Tem gente olhando", em parceria com Tuiú; e "A vida é um inferno onde as mulheres são os demônios", em parceria com Zeca Ivo.

Em 1930, na Rádio Educadora, Lamartine começou a fazer o programa "Horas Lamartinescas", onde divulgava suas músicas, contava piadas e improvisava trocadilhos e onde também se apresentaram Noel Rosa e Marília Batista, entre outros. Nesse mesmo ano Lamartine venceu um concurso promovido pela revista "O Cruzeiro", com a marchinha "Bota o feijão no fogo". Desse ano também são as composições "Altofalante", "Chora", "A descoberta da América", "Eu quero casar" e "Rosinha" e, ainda, "Cutuca, Maroca", em parceria com D. Guimarães; "Diga", com Gonçalves de Oliveira; "Amazonas", "A Bandeirante", "Terra fluminense" e "Toada alagoana", com Henrique Vogeler e J. M. Pereira; "Como é gostoso amar", com Glauco Viana; "Devaneios", com Carlos Rodrigues; "Mulher sublime", com Donga; "Sonhos de Rinetti", com Jonas Aragão; "Teus olhos castanhos", com Bonfiglio de Oliveira; e "Tristeza havaiana", com Furinha.

Em 1931 Lamartine compôs e gravou o fox-charge "Canção para inglês ver", cuja letra revela a grande originalidade de Lamartine, uma das principais características de sua obra. Ainda nesse ano Lamartine passou a colaborar nos jornais "Correio da Manhã", "Gazeta de Notícias" e "Diário de Notícias" e venceu um concurso da Casa Edison com "Bonde errado", além de ter alcançado grande sucesso com "Lua Cor de Prata" e "Minha cabrocha". Nesse ano Lamartine também compôs "Gegê - Seu Getúlio"; com Noel Rosa, compôs "A.b.surdo"e "Nega"; com Sátiro de Almeida , "Gandaia"; com Vantuil de Carvalho e Domingos Carvalho,"Juraci"; com Josué de Barros, "Olha a cara dela"; com A. Demerval, "Onde você está morando?"; com Bonfiglio de Oliveira, "Sonho Brasileiro"; e, entusiasmado com a melodia que Ary Barroso havia composto para o poema "Na grota funda", de J. Carlos, Lamartine resolveu fazer outra letra, mudando o título da composição para "No rancho fundo". Ary gostou tanto do trabalho de Lalá que a partir daí compuseram juntos uma série de sucessos.

Com os Irmãos Valença, Lamartine compôs a marcha que foi um dos maiores sucessos carnavalescos de 1932 e de todos os tempos: "O teu cabelo não nega". Inicialmente, essa marcha era uma música dos Irmãos Valença, de Pernambuco, que a enviaram à Victor com o título de "Mulata". Como a linguagem dos versos era muito regional, a gravadora pediu a Lamartine que adaptasse a composição ao gosto carioca. Ele mudou radicalmente o original: alterou o ritmo, modificou a letra e acrescentou a famosa introdução. A marchinha acabou sendo gravada como "motivo do Norte com arranjos de Lamartine Babo" e editada como de exclusiva autoria de Lamartine. Os Irmãos Valença levaram o caso à justiça, que lhes deu ganho de causa, passando à legítima condição de parceiros de Lamartine.

Em 1932 Lamartine compôs, com Noel Rosa, "AEIOU"; com Francisco Alves e Ismael Silva, "Ao romper da aurora"; com Antonio Viana, "Eterna prontidão"; com Bonfiglio de Oliveira, Lamartine compôs "Meu sabiá"; e com Ary Barroso, "Palmeira Triste". Também de 1932 são as composições de Lamartine: "Babo...zeira...", "Uma família radiante", "Marchinha do amor", "Papai não deixa", "Passarinho... passarinho", "Rapsódia em réus maiores", "Só dando com uma pedra nela" e "A tua vida é um segredo", que foi um dos campeões do carnaval de 1933.

Em 1933 Lamartine fez sucesso com "Linda morena" e "Moleque indigesto" e, também, com "Aí, hein! " e "Boa bola", estas compostas em parceria com Paulo Valença. "Linda Morena", muito cantada pelos foliões, foi originalmente gravada por Lamartine, Mário Reis e o Grupo da Guarda Velha, para o carnaval de 1933. Ainda em 1933, em parceria com Alcir Pires Vermelho, Lamartine compôs "Dá cá o pé...loura"; com João de Barro, compôs "Eu queria ser ioiô"; com Noel Rosa, "Eu queria um retratinho de você"; e com Ari Pavão, compôs "Infelizmente". Nesse mesmo ano Lamartine compôs, sem parceria, "Bem-te-vi", "As cinco estações do ano", "Lola", "Paisagens de São Lourenço", "Tarde na serra" e "Chegou a hora da fogueira", que revela Lamartine num gênero, hoje, quase esquecido: as marchinhas juninas.

Em 1934, em parceria com João de Barro, Lamartine compôs "Uma andorinha não faz verão"; com Moacir Araújo, compôs "Baiana do meu coração"; com Assis Valente, "Bis " com Alcir Pires Vermelho, "E... foi assim..."; e com Hervé Cordovil, "Menina Oxygené". Também de 1934 são as composições "Deixa a velhinha", "Dois a dois", "Eu também", "História do Brasil", " "Isto é lá com Santo Antônio", "Marchinha nupcial", "Paisagem de minha terra", "Parei contigo", "Ride palhaço", "O sol nasceu pra todos" e "Rasguei a minha fantasia", que foi composta para o carnaval de 1935 e gravada por Mário Reis, transformando-se num dos grandes êxitos daquele ano.

Em 1935 Lamartine venceu novamente o carnaval com "Grau dez", composta em parceria com Ary Barroso. Desse ano são também as composições "Chora... chora..." "Pistolões", "Rapsódia Lamartinesca nº 2", "Senhorita Carnaval", feita para promover o sabonete marca Carnaval, e "Verbo amar". E, ainda, "Antônio, por favor", feita em parceria com José Maria de Abreu; "Canção apaixonada", "A melhor das três" e "Roda de fogo", em parceria com Alcir Pires Vermelho; "E o samba continua" e "Na virada da montanha", com Ary Barroso; "Mariana", com Bonfiglio de Oliveira; e "Moreninha sweepstake" e "Seu Abóbora", com Hervé Cordovil.

O ano de 1936 trouxe "Marchinha do grande galo", composta por Lamartine em parceria com Paulo Barbosa e lembrada até hoje: "O galo tem saudades da galinha carijó". Nesse mesmo ano Lamartine compôs "Cinqüenta por cento" e "A tal". Em parceria com Hervé Cordovil, compôs "Alô, alô Carnaval" e "Rio"; com Nássara, "Cadência"; com Alberto Ribeiro, "Comprei uma fantasia de pierrô"; com Assis Valente, "Jeanette"; com Noel Rosa, "Menina dos meus olhos"; e com Alberto Ribeiro e João de Barro, "Cantores de Rádio", que, originalmente gravada pelas irmãs Carmen e Aurora Miranda, pertencia ao filme "Alô, Alô, Carnaval". Depois foi gravada por Chico Buarque, junto com Nara Leão e Maria Bethânia, como parte da trilha sonora do filme "Quando o carnaval chegar", de Carlos Diegues.

Em 1935 Lamartine havia recebido, da cidade de Boa Esperança, Minas Gerais, uma carta poética e apaixonada, assinada por Nair Pimenta de Oliveira. Lamartine e Nair se corresponderam por cerca de um ano, até que veio o adeus, numa última carta de Nair. Meses mais tarde Lamartine recebeu uma correspondência do dentista Carlos Alves Neto, da mesma cidade de Nair, convidando-o para a festa de estréia de um conjunto musical. Sonhando encontrar-se com Nair, Lamartine foi para Minas e teve uma incrível surpresa: Nair era uma garotinha, sobrinha do dentista, o qual era o autor das cartas. Carlos colecionava fotos de artistas e se valeu das correspondências com Lamartine para aumentar sua coleção. Essa história foi a responsável pelo surgimento de uma famosa canção de Lamartine, "Serra da Boa Esperança", gravada por Francisco Alves em 1937 e depois, em 1952, três dias antes de morrer em acidente automobilístico.

De 1937 também são as composições de Lamartine "Ganga", "Gauchinha", "Já tirei meu chapéu", "Menina das lojas", "Só nós dois no salão e esta valsa" e, ainda, "Mais uma valsa, mais uma saudade ", composta em parceria com José Maria de Abreu e "Pensão do Catete", em parceria com Milton Amaral. A partir de 1937, com a censura imposta pelo Estado Novo, as composições carnavalescas de Lamartine Babo tornaram-se esporádicas, mas ele continuou seu trabalho de radialista. As "Horas Lamartinescas" da Rádio Educadora foram substituídas pelo programa "Canção do Dia", na Rádio Mayrink Veiga, onde Lamartine apresentava uma música inédita por programa; na Mayrink Veiga, Lamartine produziu também o "Clube da Meia-Noite". Em 1937 Lamartine foi para a Rádio Nacional, levando o "Clube da Meia-Noite", que passou a se chamar "Clube dos Fantasmas" e onde produziu também a série "Vida Pitoresca dos Compositores da nossa Música Popular".

Em 1938, com Hervé Cordovil, Lamartine compôs "Esquina da sorte"; com Carlos Neto, compôs "Vaca amarela", e, sem parceria, compôs "Hino do Carnaval Brasileiro", uma de suas últimas criações carnavalescas. Em 1939, para o show "Joujoux e balangandans", que foi apresentado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e do qual era diretor musical, Lamartine compôs a marcha "Jou jou balagandans". Ainda em 1939 Lamartine compôs "Voltei a cantar"; em parceria com Celso Macedo, compôs "Cessa tudo"; e com Enéias, compôs "Tamanho não é documento".

De 1940 é a composição de Lamartine "De... cadência de pierrô", feita em parceria com Alcir Pires Vermelho. Em 1941 Lamartine compôs o fox-blue "Perdão amor"; com Moacir Araújo, compôs a marcha "Minha companhia é a Colombina"; e com Francisco Matoso, a valsa "Eu sonhei que tu estavas tão linda ", imortalizada na voz de Carlos Galhardo.

Em 1942 Lamartine criou, na Rádio Nacional, o programa "Trem da Alegria", onde apresentou o Trio de Osso, integrado por Heber de Bôscoli, Iara Sales e por ele mesmo. O programa tornou-se um dos mais famosos do Brasil e passou por diversas emissoras de Rádio, mantendo-se no ar até 1955, ano em que, com a morte de Heber de Bôscoli, Lamartine deixou o rádio e passou a dedicar-se à União Brasileira de Compositores - UBC, como diretor. De 1942 também são suas composições "O V da vitória", "Alma dos violinos", esta em parceria com Alcir Pires Vermelho, e "La Canga", em parceria do Heber de Boscoli.

Apaixonado por futebol e torcedor do América Futebol Clube, Lamartine Babo escreveu hinos para todos os clubes cariocas, lançando-os, em 1943, no "Trem da Alegria".

Em 1944 Lamartine compôs, em parceria com José Maria de Abreu, "Uma valsa azul". Em 1945, em parceria com Moacir Araújo, compôs "En avant". Em 1949 compôs "Noites de junho". O eclético compositor Lamartine Babo também produziu programas para a televisão, foi produtor da Copacabana Discos e publicou dois livros humorísticos: "Lamartiníadas" e "Pindaíbas".

Somente em 1951, aos 47 anos, Lamartine optou pelo casamento e já não era mais o Lalá magrinho, tão caricaturado, quando se casou com Maria José Barroso. Havia parado de fumar, engordara, perdera os dentes e gostava de receber os amigos com uísque escocês, em sua ampla residência na Tijuca. Também de 1951 são as composições "Adeus, ano velho", "É... elas voltaram", esta em parceria com Roberto Roberti e "Volta", feita em parceria com Roberto Martins.

Em 1952 Lalá compôs, em parceria com José Maria de Abreu, "Valsa da formatura". Em 1954, em parceria com Roberto Martins, compôs "Valsa do calendário". Em 1955 compôs os sambas "Estranha coincidência" e "Três de abril". O ano de 1957 trouxe as composições "Marcha pro Oriente", em parceria com Ataulfo Alves; "O rapaz de minha rua", em parceria com Roberto Martins; e "Sonhei com Noel", em parceria com Marques Junior e Roberto Roberti. Vez ou outra Lamartine voltava a animar o carnaval com alguma composição. Em fins de 1958, a pedido do rancho Rouxinóis, da Ilha de Paquetá, compôs a marcha-rancho "Os Rouxinóis", lançada na revista "Bom mesmo é mulher", que estreou em janeiro de 1959.

Em 1959 Lalá compôs o samba "Maria dos Anjos". Em 1960, compôs "Meu carnaval do passado" e "Ontem à tarde". Em 1961, a marcha-rancho "Ressurreição dos velhos carnavais". De 1963 são as composições "Noites de gala", em parceria com Alcir Pires Vermelho; "Qual delas?", em parceria com Carlos de La Riestra; e "Seja lá o que Deus quiser", só de Lamartine.

Nesse mesmo ano Carlos Machado produziu, na boate do Copacabana Palace Hotel, o show "O teu cabelo não nega", baseado na vida de Lamartine Babo. Lalá frequentou os ensaios, mas não chegou a assistir ao show: morreu de enfarte, provocado pela emoção da homenagem, no dia 16 de junho de 1963, poucos dias antes da estréia do show, mas consagrado pelos foliões de ontem e de hoje, que nunca deixaram de cantar "O teu cabelo não nega".

Veja também:

Lamartine Babo - Letras, cifras e gravações


Fontes: Samba-Choro - Artistas; Memórias da MPB - Biografia completa de Lamartine Babo - Samira Prioli Jaime.

Mais letras de Bossa Nova



Músicas de outros compositores da Bossa Nova


Cansei de ilusões (Tito Madi)


Corações psicodélicos (Lobão, Bernardo Vilhena e Júlio)

Depois do amor (Normando Santos e Ronaldo Bôscoli)

Eu preciso aprender a ser só (Marcos Valle e Ruy Guerra)

Faz parte do meu show ( R. Ladeira e Cazuza)



Olhos feiticeiros (Pacífico Mascarenhas)

Ônibus colegial (Pacífico Mascarenhas e Ubirajara Cabral)

Quem quiser encontrar o amor (Geraldo Vandré)

Samba da pergunta (Pingarrilho e Marcos Vasconcelos)

Samba de verão (Marcos Valle e Paulo S. Valle)

Viola enluarada (Marcos Valle e Paulo S. Valle)


Músicas sem cifras

Azul contente (Walter Santos e Teresa Souza)

Beijo distraído (Durval Ferreira e Regina Wernek)

Fim de sonho (João Donato e João Carlos Pádua)

Língua do P (Sérgio Augusto)


Minha saudade (João Donato e João Gilberto)

Nova Bossa Nova (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle)

Pôr-do-sol em Ipanema (Pingarilho e Neville)

Praia dos Araçás (Walter Santos e Paulo César Pinheiro)

Pra você saber (Pacífico Mascarenhas)



Vamos deixar (Théo Barros)

Verão violento ( Marcos Valle e Fausto Nilo)


Veja também:

O Tango


Surgido como criação anônima dos bairros pobres e marginais de Buenos Aires, o tango argentino tradicional tornou-se mundialmente famoso na voz de Carlos Gardel e, adaptado a uma estética moderna, com as composições instrumentais de Astor Piazzolla.


Tango é uma música de dança popular que nasceu em Buenos Aires, Argentina, no final do século XIX. Evoluiu a partir do candombe africano, do qual herdou o ritmo; da milonga, que inspirou-Ihe a coreografia; e da habanera, cuja linha melódica assimilou. Chamado pelos argentinos de "música urbana", tem a peculiaridade de apresentar letras na gíria típica de Buenos Aires, o lunfardo.

Os primeiros tangos, ainda próximos à milonga, eram animados e alegres. O primeiro cantor profissional de tango, também compositor, foi Arturo de Nava. A partir da década de 1920, tanto a música como a letra assumiram tom acentuadamente melancólico, tendo como principais temas os tropeços da vida e os desenganos amorosos. A temática é freqüentemente ligada à vida boêmia, com menção ao vinho, aos amores proibidos e às corridas de cavalos.

As orquestras compunham-se inicialmente de bandolim, bandurra e violões. Com a incorporação do acordeão, a que seguiram a flauta e o bandoneom, o tango assumiu sua expressão definitiva.

Dos subúrbios chegou ao centro de Buenos Aires, por volta de 1900. As primeiras composições assinadas surgiram na década de 1910, no período conhecido como da Guardia Vieja (Velha Guarda). A partir daí, conquistou grande popularidade na Europa, com o impulso da indústria fonográfica americana. Os tradicionalistas incriminam a predominância da letra, a partir da década de 1920, como responsável pela adulteração do caráter original do tango. A voz do cantor modificou o ritmo, que já não comportava o mesmo modo de dançar.

As figuras mais importantes da Guardia Nueva (Nova Guarda) foram o cantor Carlos Gardel - cuja voz e personalidade, aliadas à morte trágica num acidente de avião, ajudaram a transformar em mito argentino - e o compositor Enrique Santos Discepolo. Ao mesmo tempo, compositores europeus, como Stravinski e Milhaud, utilizavam elementos do tango em suas obras sinfônicas. Embora continuasse a ser ouvido e cultuado na Argentina conforme a feição que lhe foi dada por Gardel, o tango começou a sofrer tentativas de renovação.

Entre os representantes dessa tendëncia, figuram Martano Mores e Aníbal Troilo e, sobretudo, Astor Piazzola, que rompeu decididamente com os moldes clássicos do tango, dando-lhe tratamentos harmônicos e rítmicos modernos.

O Tango - como o samba, no Brasil - tomou-se símbolo nacional com forte apelo turístico. Casas de tango e o culto aos nomes famosos de Gardel e Juan de Dios Filiberto perpetuam o gênero. Ao contrário do samba, no entanto, a criação artística do tango sofreu forte declínio a partir da década de 1950.

A Dança - Por sua forte sensualidade, o tango foi, a princípio, considerado impróprio a ambientes familiares. O ritmo herdou algumas características de outras danças de casais, como as corridas e quebradas da habanera, mas aproximou mais o par e acrescentou grande variedade de passos. Os dançarinos mais exímios compraziam-se em combiná-los e inventar outros, numa demonstração de criatividade. Fora dos ambientes populares e dos prostíbulos, onde imperava nos subúrbios, o tango perdeu um pouco da lendária habilidade dos bailarinos.

Admitido nos salões, abdicou das coreografias mais extravagantes e evitou posturas sugestivas de uma intimidade considerada indecente, numa adaptação ao novo ambiente.

Tango no Brasil e na Espanha - Resultante de uma fusão da habanera, da polca e do lundu africano, o tango brasileiro, que deu origem ao maxixe, não tem relação com o argentino. O compositor Ernesto Nazareth foi quem deu mais destaque ao gênero, ao qual imprimiu sua marca pessoal. O tango flamenco é dança alegre e festiva do folclore do sul da Espanha, provavelmente influenciado pelo antigo tango argentino.

Veja também:






Fonte: Encyclopaedia Britannica do Brasil - Barsa.

Erasmo Carlos



Ao lado do parceiro Roberto Carlos, Erasmo é um dos maiores nomes da Jovem Guarda, responsável pela vertente mais radical e roqueira do movimento que marcou a música brasileira nos anos sessenta.


Erasmo Carlos (Erasmo Esteves) nasceu no dia 05 de junho de 1941 no Rio de Janeiro. Criado no bairro carioca da Tijuca, estudou nos tradicionais colégios Batista e Lafayette. Começou a se interessar por música em 1957, quando o rock começou a penetrar no Brasil. Na Rua do Matoso, conheceu Roberto Carlos, Jorge Ben e Tim Maia, que lhe ensinou os primeiros acordes de violão.

Iniciou sua carreira cantando com o grupo The Snakes, com quem gravou o lp Twist, contendo clássicos do rock and roll americano, e alguns originais como Namorando, de Carlos Imperial.

Em 1962, passou a integrar o grupo Renato e seus Blue Caps, cantando no lp Renato e Seus Blue Caps, que trouxe Lobo Mau, Estrelinha e What'd I Say, em inglês.

Em 1964, abriu o caminho para o sucesso com a gravação de Festa de arromba, composta em parceria com Roberto Carlos.

Junto com Roberto Carlos e a cantora Wanderléa passou a comandar o programa Jovem Guarda, na TV Record, o mais importante programa de auditório dos anos sessenta.

Entre seus maiores sucessos destacam-se ainda Você Me Acende, O Homem da Motocicleta, Minha fama de mau, Vem quente que eu estou fervendo, Terror dos Namorados e Sentado à beira do caminho.

Em meados dos anos setenta, gravou dois excelentes álbuns - Erasmo e Projeto Salva-Terra, acompanhado dos principais músicos da época, como o baixista Liminha, os guitarristas Sérgio Dias (Mutantes) e Gabriel O'Meara (Peso) e o baterista Dinho (também Mutantes).

Com o fim da Jovem Guarda, prosseguiu gravando e incentivando as novas gerações de músicos, com participação em discos e shows, destacando-se os discos Erasmo Convida ..., com Rita Lee e A Cor do Som, entre outros, e Sou uma criança, não entendo nada, com João Penca e Os Miquinhos Amestrados, Paulo Ricardo, Paula Toller e Léo Jaime.

Seus quatro primeiros lp's - A Pescaria, Você Acende, Erasmo Carlos e Os Tremendões e O Tremendão, foram relançados recentemente. No final dos anos oitenta, regravou o hit A Carta em dueto com Renato Russo, cantor e compositor do grupo brasiliense Legião Urbana.

Algumas músicas que compôs ou interpretou:










































































Veja também:




Fontes: Wikipédia; Dicionário Cravo Albin da MPB; EdmilsonMendes.com.

Zé Ramalho


José Ramalho Neto, cantor e compositor, nasceu em Brejo da Cruz, Paraíba, em 03 de outubro de 1949. Na infância e juventude foi fã da Jovem Guarda e de grupos de rock como os Beatles e Rolling Stones, passando a prestar atenção nos estilos nordestinos só por volta dos 20 anos.


Em 1974 iniciou carreira artística como Zé Ramalho da Paraíba. Seu primeiro disco foi um álbum duplo (selo independente Solar, 1975), em dupla com Lula Cortes e com participações de Alceu Valença e Geraldo Azevedo. Mudando para o Rio de Janeiro RJ, lançou em 1977 o folheto de cordel Apocalipse agalopado. Nesse mesmo ano, sua composição Avôhai foi gravada por Vanusa no LP Vanusa 30 anos, revelando-o para o Sul do Brasil.

Em 1978 casou-se com a cantora Amelinha, que no ano seguinte faria sucesso com sua composição Frevo mulher. Em 1979 foi contratado pela Epic CBS e lançou seu primeiro LP, Zé Ramalho, incluindo os sucessos Avôhai e Vila do Sossego. Seu LP de 1980, Peleja do Diabo com o Dono do Céu, incluiu o sucesso Admirável gado novo, que em 1996 voltaria a fazer sucesso na trilha da novela da TV Globo, Rei do gado.

Em 1982 foi acusado de plágio, por usar em sua composição Força verde um trecho, sem crédito, do poeta irlandês William Butler Yeats (que lera num exemplar do gibi O incrível Hulk), fato que, aliado a uso crescente de drogas e à separação de Amelinha, prejudicou sua carreira por algum tempo.

Em 1996 formou com Alceu Valença, sua prima Elba Ramalho e Geraldo Azevedo o grupo de shows O Grande Encontro, com o qual gravou dois CDs pela BMG, em 1996 e 1997 (o segundo sem Alceu). Em 1997 lançou o CD duplo 20 anos-antologia acústica (BMG), com a regravação de 20 de seus maiores sucessos, e saiu pela Sony uma caixa com três CDs.

Seus outros discos (todos pela Epic) são A terceira lâmina (1981), Força verde (1982), Orquídea negra (1983), Por aquelas que foram bem amadas / pra não dizer que não falei de rock (1984), De gosto, de água e de amigos (1985), Opus visionário (1986), Décima de um cantador (1987), Brasil Nordeste (1992) e Frevoador (1992).

Foi um dos grandes responsáveis pela fusão da música nordestina com a pop-music a partir do fim da década de 1970.

Algumas músicas




















Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Wanderley Cardoso

Wanderley Cardoso (Wanderley Conti Cardoso), cantor e compositor, nasceu em São Paulo SP, em 10/3/1945. Começou como cantor de programas infantis, destacando-se com A canção do jornaleiro (Heitor dos Prazeres).


Em 1962 apresentou-se no programa Alô, Brotos, de Sérgio Galvão, na Rádio Bandeirantes (São Paulo), e dois anos mais tarde foi levado por Genival Melo para a Copacabana, onde gravou seu primeiro compacto simples, Deu a louca no mundo (versão de Nazareno de Brito) e Rosana (versão de Genival Melo). Ainda em 1964, gravou Preste atenção (versão de Antônio Queirós), seu primeiro sucesso.

Conseguiu popularidade nos anos seguintes com Abraça-me forte (versão de Genival Melo), 1965, e O bom rapaz (Geraldo Nunes Moreira), que, incluída no LP de mesmo nome, teve destaque nas paradas de sucesso de 1967.

Em 1968 lançou em disco sua primeira composição, Doce de coco, e, um ano depois, gravou o LP Quando o amor se transforma em poesia, em que fez sucesso a canção-título, versão de sua autoria. Fez temporadas em países da América Latina e participou de festivais, como o Festival Piriapolis, no Uruguai, onde obteve em 1972 o primeiro lugar, como cantor e compositor, com Vivo para ver você viver. Ainda nesse ano fez um show no Canecão, no Rio de Janeiro, ao lado de Regina Duarte, Regina mon amour.

Em 1973 lançou o LP Minha namorada, obtendo sucesso com a canção-título de Roberto Correia e John Lemos, e com Preciso tanto de você (José Augusto). Nesse ano excursionou pelos Estados Unidos. Em 1974 lançou o LP Sempre lhe direi, com Minha ex-namorada (com Ivonete), Tentei esquecer você (Roberto Correia e John Lemos) e Nunca Mais (com Santiago).

Na década de 90, continou se apresentando em shows e gravando esporadicamente. Em 1995 participou do CD 30 anos de Jovem Guarda - Os reis do iê-iê-iê (Polygram) com nova interpretação de seu sucesso Doce de coco.

Veja também:
























Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Wanderléa


Wanderléa (Wanderléa Charlup Boere Salim), cantora, nasceu em Governador Valadares MG em 5/6/1946. passou os primeiros anos da infância em Lavras MG, para onde a família se mudara poucos meses depois de ela nascer. A partir dos nove anos, moraria na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro RJ.


Começou a carreira artística aos dez anos, inicialmente em programas como Clube do Guri e Vovô Odilon, nas emissoras Mayrink Veiga e Tupi, e logo depois ganhou o título de A Mais Bela Voz Infantil, conferido pela TV-Rio. Em 1959 gravou para a CBS seu primeiro disco, em 78 rpm; com as canções Tell me How Long e a composição de Rossini Pinto e Fernando Costa.

A aceitação desse disco e de outro em 78 rpm (Quero amar e Ao nascer do sol) abriu caminho para seu primeiro LP Wanderléa, em que se destacaram as faixas Dá-me felicidade e Não existe o amor. Na CBS conheceu Roberto Carlos e passou a figurar no grupo liderado por ele, que viria a ser lançado, em 1965, como titular do programa Jovem Guarda, transmitido ao vivo pela TV Record, de São Paulo SP, todos os domingos.

Então, no auge da popularidade e conhecida como Ternurinha gravou Pare o casamento (Luís Keller), Ternura (versão de Rossini Pinto), Tempo de amor (Rossini Pinto) e Prova de fogo (Erasmo Carlos).

Em 1968 participou do filme de Aurélio Teixeira Juventude e ternura e em 1970 do filme Roberto Carlos e o diamante cor-de-rosa, com Roberto Carlos e Erasmo Carlos, sob a direção de Roberto Farias.

Depois de relativo recesso artístico, reapareceu no show Wanderléa maravilhosa, no Teatro João Caetano, do Rio de Janeiro, em 1973, e gravou um LP com o mesmo título, lançado pela Phonogram. Em 1975 apresentou o show Feito gente no Teatro Teresa Raquel, do Rio de Janeiro, do qual resultou um LP homônimo da Odeon.

Na década de 1990 voltou a fazer sucesso em espetáculos solo de revival da época Jovem Guarda ou em shows ao lado de ex-companheiros da época, como Eduardo Araújo e Martinha.

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Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Os Vips


Os Vips -  Dupla vocal formada em São Paulo SP pelos irmãos Ronald Luís Antonucci (São Paulo 1944-) e Márcio Augusto Antonucci (São Paulo 1945-2014). Começaram cantando sozinhos, participando do programa de TV Festival dos Bairros, em 1964, resolveram se unir em dupla; dois espectadores do programa eram Palmeira e Alfredo Corletto, produtores da gravadora Continental, que imediatamente contrataram os irmãos.


Sua primeira gravação foi Tonight, da própria dupla, incluída no LP Reino da juventude, reunindo artistas participantes do programa homônimo apresentado por Antônio Aguilar.

A dupla teve vários sucessos, quase todos compostos por Roberto Carlos especialmente para eles: A volta; Emoção; Faça alguma coisa pelo nosso amor. Mudando para a CBS em 1968, tiveram outros êxitos compostos por Roberto, como É preciso saber viver e Largo tudo e venho te buscar.

Voltaram à Continental em 1970, usando o nome artístico Márcio e Ronaldo e emplacando hits como Só até sábado (Lilian Knapp). Em 1976, a dupla se separou: Márcio tornou-se produtor da gravadora Som Livre.

Voltaram a se reunir em 1990, gravando um LP ao vivo pela Som Livre (A volta, lançado em janeiro de 1991 e que vendeu 300 mil cópias) e continuando a fazer shows e ocasionais gravações, como participações nos discos comemorativos de 30 anos da Jovem Guarda, em 1995.

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Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Vanusa


Vanusa (Vanusa Santos Flores), cantora e compositora, nasceu em Cruzeiro SP, em 22/9/1947. Criada em Uberaba MG e Frutal MG, desde cedo estudou violão e aos 16 anos iniciou-se como cantora, atuando como crooner do conjunto Golden Lions.


Apresentando-se em bailes de diversas cidades da região do triângulo mineiro, foi descoberta por Sidney Carvalho, que trabalhava para a firma publicitária Prosperi, Magaldi & Maia. Transferindo-se para São Paulo SP, foi lançada como concorrente da cantora Wanderléia, na época a intérprete de maior sucesso do gênero iê-iê-iê.

Em 1966, no auge do movimento da Jovem Guarda, estreou no programa Eduardo Araújo, o Bom, transmitido pela TV Excelsior. Contratada pela RCA Victor, obteve sucesso com a gravação Pra nunca mais chorar (Carlos Imperial e Eduardo Araújo). Juntamente com o cantor Wanderley Cardoso e o comediante Renato Aragão, atuou no programa Adoráveis Trapalhões, na TV Record, de São Paulo.

Em 1970 estreou como compositora, gravando na RCA Victor a canção Mundo colorido. No ano seguinte, participou do VI FIC, da TV Globo, do Rio de Janeiro RJ, com Namorada (com Antônio Marcos). Prêmio de revelação feminina no festival de Piriapolis, Uruguai, em 1974, obteve um de seus maiores sucessos de intérprete e autora com Manhãs de setembro (com Mário Sierra).

Em 1980, obteve o terceiro lugar no Festival de Seul, Coreia do Sul, com a música Mágica loucura (com Augusto César Vannucci). Gravou vários LPs na década de 1980, bem como teve lançadas coletâneas de sua obra. Em 1991 obteve o quinto lugar do Festival Estrela de Ouro, em Viña del Mar, Chile, com Quando o amor termina (com Sérgio Augusto). Lançou em 1997 sua autobiografia Vanusa - a vida não pode ser só isso!, São Paulo, Editora Saraiva. Continua apresentando-se em shows pefo Brasil.

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Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.