quinta-feira, 24 de agosto de 2006

Canção de amor cubano

Alda Verona
Canção de Amor Cubano (Cuban Love Song) / Compositores: Jimmy McHugh, Herbert Stothart e Dorothy Fields / Versão: Ary Kerner Veiga de Castro / Intérprete: Alda Verona / Acompanhamento: Harry Kosarin e Seus Almirantes / Gravação: 23-Março-1932 / Disco Victor 65430 / Nº da matriz 65430-2 / Lançamento: 1932 / Gênero musical: Valsa.



Querida, só quero o teu amor,
E o mágico esplendor,
Do teu olhar,
Querida,
Teu sorriso encantador,
Me fez um sonhador,
Por te amar.

Feliz,
É quem pode enfim,
Amar assim, ao luar,
Sobre as vagas a cantar, no mar,
Querida,
Teu sorriso encantador,
Me fez um sonhador,
Por te amar !

Querida, só quero o teu amor,
E o mágico esplendor,
Do teu olhar,
Querida,
Teu sorriso encantador,
Me fez um sonhador,
Por te amar.


Feliz,
É quem pode enfim,
Amar assim, ao luar,
Sobre as vagas a cantar, no mar,
Querida,
Teu sorriso encantador,
Me fez um sonhador,
Por te amar !...

Alda Verona

Alda Verona (Celeste Coelho Brandão), cantora e radiatriz, nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 10/10/1898, e faleceu na mesma cidade em ?/1989. Nasceu no bairro da Tijuca e foi educada nos melhores colégios. Destacava-se nas festas escolares e mostrava grande desejo de ser artista, tendo estudado canto com Eloísa Mastrangioli e outros professores.

Em 1925 sua família mudou-se para Recife, onde teve a oportunidade de cantar pela primeira vez uma opereta, Berenice, de Nelson Paixão e Valdemar de Oliveira. Na volta ao Rio de Janeiro, começou a se apresentar na Rádio Sociedade, cantando músicas de câmara, sua especialidade.

Em agosto de 1929, foi lançado seu primeiro disco pela Parlophon, com as valsas Melodia do amor (Nelson Ferreira) e Veneno louro (Nelson Ferreira e Osvaldo Santiago), junto de outro disco pela Odeon, com as canções Caboca cherosa (Valdemar de Oliveira e Raimundo Brito) e Maracatu (Valdemar de Oliveira e Ascenso Ferreira), estas da opereta citada. Até o ano seguinte gravou outros discos, adquirindo prestígio com sua belíssima voz de soprano e dicção perfeita.

Voltou a gravar na Victor em 1932, na qual permaneceu até 1934. No primeiro disco registrou a versão de um sucesso internacional, a valsa Canção de amor cubano (Fields, McHugh, Sothart, versão de Ari Kerner), que se tornou sua interpretação mais famosa.

Em 1933 gravou em dueto com César Pereira Braga Canção do abandono (Joubert de Carvalho e Olegário Mariano) e encerrou a carreira discográfica com as canções Diga-me uma vez (Gentner e Sivan) e Tão fácil a felicidade (Valdemar de Oliveira). Gravou um total de 21 discos com 40 músicas.

Tendo certo dia faltado no Programa Casé uma radioatriz, foi chamada para substituí-la, daí por diante acumulando as funções de cantora e radioatriz. Atuou como intérprete nos filmes Cisne branco, de Luís de Barros, em 1940, e O dia é nosso, de Milton Rodrigues, em 1941.

Em 1942, a Rádio Nacional contratou-a para seu radioteatro, aí permanecendo por exatos 30 anos, tanto representando papéis dramáticos como humorísticos.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Alcides Gerardi


Alcides Gerardi (João Alcides Gerardi) nasceu no Rio Grande/RS em 15.05.1918. Cantor e compositor, ainda criança mudou de Porto Alegre/RS para o Rio de Janeiro/RJ, onde terminou o curso primário e começou a trabalhar com o pai. Continuou seus estudos, trabalhando ao mesmo tempo no comércio até 1935, quando começou a carreira de cantor, como crooner numa orquestra de dancing. 


Na mesma época tentou o rádio, candidatando-se como calouro num programa da Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, mas não conseguiu ser contratado.

Em 1939 atuou no conjunto Namorados ao Luar como vocalista, época em que sua voz começou a se destacar. Nesse ano gravou, em edição particular, o samba de Nelson Cavaquinho Não faça vontade a ela. Em 1941 foi convidado a formar o conjunto Os Três Marrecos, com Marília Batista e seu irmão Henrique, de curta carreira.

Três anos depois, como crooner da orquestra de danças de Simon Bountman, foi convidado para trabalhar na Rádio Transmissora, pelo seu diretor Arnaldo Sampaio. Com a música Lourdes (George Brass e Mário Rossi), gravou comercialmente pela primeira vez, em 1946, na Odeon. Três anos depois foi para a Rádio Tupi, onde ficou até 1953, quando se transferiu para a Rádio Nacional.

Em 1955 foi contratado pela Organização Victor Costa (depois extinta), tendo três anos mais tarde lançado sua primeira composição, Filha do coronel (com Irani de Oliveira), interpretada por ele mesmo, CBS. É letrista e em outras composições teve como parceiros principais Ernâni Campos, Othon Russo, Antônio Soares, Lázaro Martins e Nilo Barbosa.

Seus maiores sucessos como cantor foram as gravações de Antonico (Ismael Silva), Baião de Copacabana (Haroldo Barbosa e Lúcio Alves), Castelo de areia (Geraldo Jacques, Isaías Freitas e Moreirinha), Brotinho maluco (Aníbal Cruz) e E eu sem Maria (Alcir Pires Vermelho e Dorival Caymmi), pela Odeon, e Tudo foi ilusão (Laert Santos e Arcilino Tavares), pela CBS.

Alcides morreu em 01/03/1978 por complicações decorrentes de um acidente de carro, quando voltava de um show pela Via Dutra.


Fonte: Enciclopédia da música brasileira: erudita, folclórica e popular. São Paulo, Art Editora, 1977.

A vigília da lâmpada

Albenzio Perrone
A Vigília da Lâmpada (valsa, 1939) - Gastão Lamounier e Mário Castelar - Intérprete: Albenzio Perrone

Disco 78 rpm / Título da música: A Vigília da Lâmpada / Lamounier, Gastão, 1893-1984 (Compositor) / Castelar, Mário (Compositor) / Perrone, Albenzio (Intérprete) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, 19/10/1939 / Nº Álbum 34525 / Lado A / Data de Lançamento 12/1939 / Gênero musical: Valsa.



Meu amor, eu confesso que não posso
Esquecer o romance que viveu
No alegre apartamento que era nosso
E agora vazio, é apenas meu

Sinto esmagar-me uma saudade estranha
Nesta noite de insônia e de tristeza
Em que fielmente apenas me acompanha
O abat-jour, que existe sobre a mesa

Há uma penumbra mítica de prece
A luz sobre o abt-jour, pouco ilumina
Meu abt-jour de seda ele parece
A saia de uma louca bailarina

A sombra do abt-jour, macia e doce
Recordo tristemente nosso amor
Vendo a lâmpada arder como se fosse
Meu coração ardendo em teu louvor.

Albenzio Perrone

Albenzio Perrone - 1939
Albenzio Perrone (Albenzio Gaspare Raffaele Perrone), cantor, nasceu em Marselha, França, em 1/9/1900, e faleceu no Rio de Janeiro, em 7/7/1974. Filho de italianos, veio para o Brasil com seis anos. Desde muito jovem dedicou-se ao bel-canto, interpretando canções napolitanas, árias e operetas, tendo viajado com companhias por vários Estados do país. Fez parte do Orfeão Português.

Em 1927 começou no rádio, como cantor e locutor da Rádio Clube do Brasil. No ano seguinte, foi para a Rádio Educadora do Brasil, em que desempenhou durante muitos anos as mesmas e também outras funções, motivo pelo qual deixou o curso de medicina.

Começou a gravar na Odeon em 1927. O primeiro disco trazia os tangos Paraguaita (Marcelo Tupinambá) e Pecado (Joubert de Carvalho).

Em 1929 foi para a Victor que se iniciava, gravando primeiramente o choro Meu bem (Rogério Guimarães). Em 1930 gravou a canção Rancho abandonado (Pixinguinha e Índio). Seu maior sucesso foi a valsa Se esses olhos falassem (Gastão Lamounier e Mário Rossi), em 1938. Deste mesmo ano também e a valsa Apoteose de estrelas (dos mesmos autores da anterior), muito apreciada. Em 1939 igualmente foi sucesso a valsa A vigília da lâmpada(Gastão Lamounier e Mário Castelar), após o que sua carreira retraiu-se.

Na década de 1940, lançou apenas dois discos; na de 1950 voltou para o rádio e gravou três discos na Odeon e um no selo Serenata. De 1929 a 1955 deixou 21 discos de 78 rpm com 40 músicas. Por fim, gravou pela Itamarati um LP chamado Revendo o passado, com sucessos antigos. Foi um cantor essencialmente de valsas, canções e tangos-canções, tendo recebido do locutor e amigo Saint-Clair Lopes o slogan de “A Voz Cariciosa e Bonita”.

Discografia

CDs : Músicas brasileíras vol. 4, 1995, Revivendo RVCD 088; No tempo da seresta vol. 2, 1995, Revivendo RVCD 095; Valsas brasi/eiras vo/. 2, 1995, Revivendo RVCD 094.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora

Isaura Garcia


Isaura Garcia, cantora, nasceu em São Paulo-SP em 26/2/1919 e faleceu em 30/7/1993. Nasceu na rua da Alegria, no Brás. No final de 1936, com a mãe Amélia, inscreveu-se no programa de calouros A Hora da Peneira Rhodine, da Rádio Cultura, de São Paulo, mas nenhuma das duas chegou a se classificar.


Um ano depois, porém, obteve o primeiro lugar em concurso do programa de calouros Clube Quá-Quá Quarenta, apresentado por Otávio Gabus Mendes, na Rádio Record, de São Paulo, com o samba Camisa listrada (Assis Valente). O êxito deu-lhe oportunidade de participar de um programa especial que reunia calouros selecionados.

Em 1938 foi contratada pela Rádio Record, na qual permaneceu durante toda a carreira. No início, formou dupla com o cantor Vassourinha, tambem da Record, para shows e apresentações em circos. Em seu repertório, predominavam criações de Carmen Miranda e Araci de Almeida, duas cantoras que influenciaram seu estilo. Sua primeira gravação, um jingle para o saponáceo Radium, despertou atenção para seu estilo de Cantar.

Na Columbia, do Rio de Janeiro, gravou em 1941 o primeiro disco, com Chega de tanto amor (Mário Lago) e Pode ser (Geraldo Pereira e Marino Pinto). No mesmo ano, lançou outros discos com A baratinha (Antônio Almeida), Eu não sou pano de prato (Mano Lago e Roberto Martins), Aproveita beleléu (Marino Pinto e Murilo Caldas) e O telefone esta chamando (Benedito Lacerda e Popeye do Pandeiro).

Em 1942, na Victor, obteve os primeiros sucessos em disco, com Aperto de mão (Meira, Dino e Augusto Mesquita), Teleco-teco (Murilo Caldas e Marino Pinto) e Sorriso de Paulinho (Gastão Viana e Mário Rossi), lançados no ano seguinte. Ainda em 1943, gravou Duas mulheres e um homem (Ciro de Sousa e Jorge de Castro). Em 1945 lançou Barulho no morro (Roberto Martins) e, no ano seguinte, o samba de Aldo Cabral e Cícero Nunes Mensagem, que se tornaria um dos clássicos de seu repertório.

Em 1947 interpretou, com Os Namorados da Lua, o samba de Lúcio Alves e Haroldo Barbosa De conversa em conversa, outro grande êxito. Nessa época, tinha popularidade nacional e era uma das estrelas da Rádio Record. Costumava apresentar-se também no Copacabana Palace Hotel e no programa César de Alencar, da Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, além de realizar excursões por outros Estados. Tambem grande era o êxito que alcançava com as gravações na Victor: a toada Marrequinha (Denis Brean e Raul Duarte), o choro Velho enferrujado (Gadé e Valfrido Silva) e o baião Pé de manacá (Hervé Cordovil e Marisa Pinto Coelho), cantado em dupla com Hervé, foram os sucessos de 1950.

Em 1953 foi eleita a primeira Rainha do Rádio Paulista. Continuou na Victor até 1956 e, nesse ano, transferiu-se para a Odeon, estreando com o samba Mocinho bonito, de Billy Blanco. No ano seguinte, gravou seu primeiro LP (10 polegadas), A personalíssima, com arranjos de Luís Arruda Pais; o título do LP aludia ao cognome que recebera de Blota Júnior, animador da Record. Entre outras faixas, estavam no LP Mocinho bonito (Billy Blanco), Deixa pra lá (Vinícius de Moraes), Contra senso (Antônio Bruno), Se Deus me desse (Alfredo Borba) e Contando estrelas (Alfredo Borba e Edson Borges).

Numa excursão a Recife PE, em meados da década de 1950, conheceu o organista Walter Wanderley, com quem se casou e gravou alguns LPs, entre eles Sempre personalíssima, com Feiúra não é nada (Billy Blanco) e E daí? (Miguel Gustavo); Saudade querida, que incluia Ninho do Nonô (Denis Brean) e Corcovado (Tom Jobim); A pedida é samba, com destaque para Palhaçada (Haroldo Barbosa e Luiz Reis) e Que é que eu faço (Ribamar e Dolores Duran); Sambas da madrugada, incluindo Ah! Se eu pudesse (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli ); e Atualíssima, com Errinho à-toa (Ronaldo Bôscoli e Roberto Menescal), este de 1963.

Em 1969 gravou, na Continental, dois LPs: Martinho da Vila e Dolores Duran na voz de Isaura Garcia e Ary Barroso e Billy Blanco na voz de Isaura Garcia. Nesse ano participou do V FMPB, da TV Record, de São Paulo, defendendo a canção Primavera (Lupicínio Rodrigues e Hamilton Chaves). Em 1970 lançou Chico Buarque e Noel Rosa na voz de Isaura Garcia, e aposentou-se da Rádio Record.

Continuou a apresentar-se em shows na Igrejinha, na Casa de Badalação e no Tédio, em São Paulo. Em 1973 gravou para a Continental o LP Isaura Garcia, em que se destacavam as faixas Desmazelo (Antônio Carlos e Jocafi), De conversa em conversa e Mensagem, estas duas em sua terceira gravação. Sempre morou em São Paulo. CD: Mensagem — Isaura Garcia e Nelson Gonçalves, 1993, Revivendo CD-042.

Algumas músicas


















Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora Publifolha.

Aldacir Louro


Aldacir Louro (Aldacir Evangelista de Mendonça), compositor, cantor e instrumentista nasceu no Rio de Janeiro-RJ em 22/4/1926 e faleceu em15/6/1996. Nascido no bairro de Botafogo, viveu em diversos outros subúrbios cariocas, frequentando desde criança as escolas de samba Unidos da Tijuca, Depois te Explico e Braço a Braço, onde tocava tamborim.


Bom intérprete de sambas, começou como apresentador de músicas, contratado por compositores para mostrar produções destes a cantores. Como essa atividade rendesse pouco, decidiu tentar a sorte como autor, lançando em 1946 o samba Onde vamos morar (com Antônio Valentim dos Santos), gravado por Zilá Fonseca. Na época, a música rendeu (cerca de 20 cruzeiros) bem mais do que conseguia como apresentador.

Embora não tivesse estudado música, iniciou assim uma carreira de compositor, cujo maior sucesso foi o samba Recordar (com Aluísio Marins e Adolfo Macedo), que, premiado em concurso carnavalesco de 1955, se tornou peça antológica e obrigatória em muitos Carnavais. Outros êxitos foram o samba Cabeça prateada (com Edgar Cavalcanti e Anício Bichara) e a marcha Trrim-Trrim (com Santos Garcia), ambos lançados no Carnaval de 1956.

Como cantor, atuou em rádio e televisão, apresentando-se na década de 1950 em vários programas das rádios Nacional e Mayrink Veiga, exibindo-se com ritmistas e passistas. Na TV Globo carioca apresentou-se com sua escola de samba. De 1960 a 1973 participou de programas da TV Tupi, do Rio de Janeiro: Bibi ao Vivo e Programa Flávio Cavalcanti, entre outros.

Obra

Cabeça prateada (c/Edgar Cavalcanti e Anício Bichara), samba, 1955, Garota sapeca (c/Fernando Martins), marcha, 1951; Onde vamos morar (c/Antônio Valentim dos Santos), samba, 1946; Recordar (Aluísio Marins e Adolfo Macedo), samba, 1954; Refúgio (c/Linda Rodrigues), bolero, 1959; Trrim-Trrim (c/Santos Garcia), marcha, 1955.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

João Petra de Barros

João Petra de Barros, cantor, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 23/6/1914, e faleceu em 11/1/1947. Estreou como cantor no início da década de 1930, participando do Programa Casé, na Rádio Philips. Logo tornou-se conhecido no rádio como “a voz de 18 quilates”, de timbre muito parecido com o de Francisco Alves.

Frequentador das rodas de Noel Rosa, Luís Barbosa e Custódio Mesquita, alcançou grande sucesso no Carnaval de 1933 com a gravação, na Odeon, do samba Até amanhã (Noel Rosa), seu disco de estréia.

Ao lado de Custódio Mesquita e Carmen Miranda, participou de várias apresentações no rádio e em teatros.

Foi um dos principais artistas do elenco da Rádio Globo. Deixou gravados 48 discos com 94 músicas. Entre suas gravações de maior sucesso estão o samba-canção Palacete de malandro (Custódio Mesquita), Victor, 1933; o fox Cantor de rádio (Custódio Mesquita e Paulo Roberto), Odeon, 1933; Caixa Econômica (Nássara e Orestes Barbosa), Victor, 1933; a marcha Chegou Papai Noel (Roberto Martins e Kid Pepe), Odeon, 1934; o samba Feitiço da Vila (Noel Rosa e Vadico), Odeon, 1934; a marcha Professora da saudade (André Filho e Orestes Barbosa), Odeon, para o Carnaval de 1935; o samba Foi no teu olhar (André Filho), Odeon, para o Carnaval de 1935; a canção Beijo mascarado (Gadé e Almanir Greco), Odeon, 1935; o fox O que o teu piano me revelou (Custódio Mesquita e Orestes Barbosa), Odeon, 1935; Em cima da hora (Russo do Pandeiro e Valfrido Silva), Victor, 1939; Última inspiração (Peterpan), Victor, 1940; Flor do lodo (Guilherme Pereira), Victor, 1940; o samba Santo Antônio amigo (Zé da Zilda, Marino Pinto e J. Cascata), Victor, para as festas juninas de 1941; o fox Mais um minuto apenas (Newton Teixeira e Mário Lago), Victor, 1942; a marcha Quem é o tal? (Ubirajara Nesdan e Afonso Teixeira), Victor, para o Carnaval de 1943.

Foi também o responsável pelo lançamento, em 1934, de Linda pequena (João de Barro e Noel Rosa), primeira versão da marcha Pastorinhas. Teve sua carreira interrompida por um acidente, do qual resultou a amputação de uma perna e seu falecimento prematuro.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Januário de Oliveira

Januário de Oliveira (Januário de Oliveira Chirico), cantor e humorista, nasceu no Rio de Janeiro RJ, em 24/3/1902, e faleceu em São Paulo SP, em 22/2/1963. Carioca do Catumbi, seu primeiro emprego foi como caixeiro. Depois alfaiate, fazia serestas e brilhava nas festas do Clube Ginástico Português antes de estrear na Rádio Sociedade.

Sinhô tirou-o da Rádio Clube do Brasil, em 1929, para um espetáculo no Teatro Municipal de São Paulo, promovido pelo Clube de Antropofagia em apoio a candidatura de Júlio Prestes à presidência.

Gravou então em São Paulo seus primeiros discos na Columbia, com Chequerê, Nossa Senhora do Brasil (homenagem a Tarsila do Amaral), Minha branca e Como se gosta, todas de Sinhô, de quem gravaria 13 composições. Resolveu ficar em São Paulo e Sinhô conseguiu que cantasse na Radio Educadora Paulista (hoje Gazeta). Tornou-se um dos principais artistas da Columbia e gravou 80 músicas numa primeira fase.

Em 1930 fez sucesso com Dança de caboclo e Engenho novo, de Hekel Tavares, Cauã, valsa de Sinhô, e Quebra, quebra gabiroba, marcha carnavalesca de Plínio Brito. No final de 1931, foi para a modesta gravadora Arte-Fone e atuou na Rádio Record. César Ladeira apelidou-o então de A Voz de Veludo.

Em 1933 passou para a RCA Victor e, no ano seguinte, fez sucesso com a valsa Meu destino (José Maria de Abreu e Carlos Rego Barros de Sousa). Nesse ano, começou a cantar na nova Rádio Difusora, de São Paulo, e a atuar no Programa da Saudade, criado em 1935, que se constituiu no mais ouvido do rádio paulista. Em 1935 cantou e fez o papel de galã no filme Fazendo fita, de Vitorio Capelaro, e participou da inauguração da Radio Farroupilha, de Porto Alegre RS, com grande sucesso.

No Carnaval de 1936, em dueto com Arnaldo Pescuma, destacou-se com Mulatinha da caserna (Martinez Grau e Ariovaldo Pires) e Paulistinha querida (Ary Barroso), primeiro e segundo prêmios na categoria de marcha do concurso da Prefeitura de São Paulo. Em 1936 voltou à Columbia e obteve dois sucessos num mesmo disco: Saudades da minha terra (Décio Pacheco da Silveira), valsa, e Alma de violeiro (Décio Pacheco da Silveira e J. Meio Macedo), toada.

Sua discografia, de 1929 a 1938, totaliza 64 discos com 113 músicas. Ao deixar a Rádio Difusora, excursionou pelo Sul com o cantor italiano Carlo Butti e acabou ficando por dois anos na Rádio Farroupilha. Voltou em 1938 para São Paulo e resolveu explorar seu talento humorístico. Passou a ser grande atração em cassinos, teatros e boates de todo o Brasil, ficando conhecido como o Humorista das Quatro Vozes. Fez imitações de Nelson Eddy, Marta Eggerth, Jean Sablon e principalmente Carmen Miranda. Interrompeu sua carreira em 1949, tornando-se empresário de artistas.

CDs: Carnaval vol. 4, 1991, Revivendo RVCD 022; Carnaval vol. 9, 1993, Revivendo RVCD 034; Valsas brasileiras vol. 1, 1993, Revivendo RVCD 048.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.