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domingo, 26 de setembro de 2010

Sussuarana

Hekel Tavares
Hekel Tavares (1896/1969) nasceu num berço musical: além da mãe pianista e pai flautista, cresceu em Alagoas ouvindo repentes, reisados, maracatus e congadas, e isto marcou sua vida para sempre. Quando veio para o Rio de Janeiro, em 1921, já tocava piano, harmônica e cavaquinho.

Estudou harmonia e composição com os maestros Francisco Braga e J. Otaviano, entre outros. Da mesma geração que Heitor Villa-Lobos e Francisco Mignone, Hekel aliou a sólida formação musical ao amor pela profusão de ritmos e formas que a música popular lhe oferecia.

E foi no teatro de revista que começou a compor de forma profissional. Durante a década de 20 compôs várias canções, com diversos letristas. Um dos mais constantes, o bamba Luiz Peixoto, o levou ao sucesso radiofônico com Sussuarana, pela voz de Gastão Formenti.

Sussuarana (toada, 1928) - Hekel Tavares e Luiz Peixoto - Intérprete: Gastão Formenti

Disco 78 rpm / Título da música: Sussuarana / Hekel Tavares, 1896-1969 (Compositor) / Luiz Peixoto (Compositor) / Gastão Formenti (Intérprete) / Rogério Guimarães [Violão] (Acomp.) / Gravadora: Odeon, 1928 / Nº do Álbum: 10171-a / Nº da Matriz: 1513-I / Lançamento: Maio/1928 / Gênero musical: Canção / Coleções: IMS, Nirez


Faz três sumana / Que na festa de Sant'Ana
O Zezé Sussuarana / Me chamou pra conversar
Dessa bocada / Nóis saímo pela estrada
Ninguém não dizia nada / Fomo andando devagar

A noite veio / O caminho estava em meio
Eu tive aquele arreceio / Que alguém nos pudesse ver
Eu quis dizer / Sussuarana, vamo imbora
Mas Virgem Nossa Senhora / Cadê boca pra dizer

Mais adiante / Do mundo, já bem distante
Nóis paremo um instante / Predemo a suspiração
Envergonhado / Ele partiu para o meu lado
Ó Virgem dos meus pecados / Me dê a absorvição

Foi coisa feita / Foi mandinga, foi maleita
Que nunca mais indireita / Que nos botaram, é capaz
Sussuarana / Meu coração não me engana
Vai fazer cinco sumana / Tu não volta nunca mais


Fonte: A Canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Vol. 1 - Editora 34

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Sylvinha Mello


Sylvinha Mello (Sylvia Mello), cantora e atriz, nasceu em Vitória, ES, em 23/02/1914, e faleceu em Paris, França, em 1978. Filha de pernambucanos, chegou ao Rio de Janeiro aos 9 anos de idade. Estreou na carreira artística cantando peças folclóricas em teatros e cassinos do Rio de Janeiro, São Paulo e outras capitais, ao lado de Hekel Tavares.

Aos 18 anos apresentou-se no Programa César Ladeira, passando a atuar ao lado de Francisco Alves, Carmen Miranda e Sílvio Caldas.

Entre 1930 e 1936, realizou gravações para a RCA Victor, destacando-se entre seus primeiros sucessos O pequeno vendedor de amendoim e Banzo, ambas composições de Hekel Tavares. Interpretou também canções de Marcelo Tupinambá e Waldemar Henrique.

Seus maiores sucessos em disco foram alcançados com canções e valsas de Joubert de Carvalho, em estilo marcadamente romântico.

Posteriormente, mudou-se para a cidade de Nova York onde viveu dois anos como estudante, pouco depois, obteve emprego no consulado brasileiro.

Foi uma das primeiras brasileiras a fazer sucesso nos Estados Unidos, onde interpretou músicas de grande aceitação de Ary Barroso, no Blue Angel, de Nova York e em emissoras de rádio e boates norte-americanas.

Após separar-se de um primeiro casamento, casou-se novamente com um diplomata francês, passando, então, a residir em Paris. Participou de três filmes: Estudantes, Grito da mocidade e Estrela da eterna esperança.

Fontes: Cantoras do Brasil - Sylvinha Mello - Fotos: Revista Fon Fon, de 1937.

sexta-feira, 18 de agosto de 2006

Favela (Hekel Tavares)

Hekel Tavares
Favela (samba, 1933) - Hekel Tavares e Joraci Camargo - Intérprete: Raul Roulien

Disco 78 rpm / Título da música: Favela / Hekel Tavares, 1896-1969 (Compositor) / Joracy Camargo, 1898-1973 (Compositor) / Raul Roulien (Intérprete) / Hekel Tavares [Piano] (Acomp.) / Gravadora: Victor / Gravação: 24/01/1933 / Lançamento: 03/1933 / Nº do Álbum: 33631 / Nº da Matriz: 65655-2 / Gênero musical: Canção estilo carioca



No Carnaval me lembro tanto da favela, oi
Onde ela, oi, morava
Tudo o que eu tinha era
Uma esteira e uma panela, oi
Mas ela, oi, gostava


Por isso eu ando pelas ruas da cidade
Vendo que a felicidade
Foi a vida que passou
E a favela, que era minha
E era dela,
Só deixou muita saudade
Porque o resto ela levou.

Me lembro tanto do café numa tigela, oi
Que ela, oi, me dava
E de umas rezas
Que por mim,
Lá na capela, oi
Só ela, oi, rezava.


Por isso eu ando pelas ruas da cidade
Vendo que a felicidade
Foi a vida que passou
E a favela, que era minha
E era dela,
Só deixou muita saudade
Porque o resto ela levou.

Noutro dia,
Eu fui lá em cima na favela, oi
E ela, oi, não estava
Onde era a casa
Eu achei uma chinela, oi
Que ela, oi, sambava

Por isso eu ando pelas ruas da cidade
Vendo que a felicidade
Foi a vida que passou
E a favela, que era minha
E era dela,
Só deixou muita saudade
Porque o resto ela levou.



Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

segunda-feira, 5 de junho de 2006

Penas do tiê

Hekel Tavares
Você - Hekel Tavares e Nair Mesquita - Interpretação: Fagner - Participação: Nara Leão

LP Manera Frufru, Manera / Título da música: Penas do Tiê (*) / Hekel Tavares (Compositor) / Nair Mesquita (Compositora) / Fagner (Intérprete) / Nara Leão (Partic.) / Gravadora: Philips / Ano: 1973 / Nº Álbum: 6349 066 / Lado A / Faixa 3 / Gênero musical: Canção / Observação: No disco o título da música está "Penas do Tiê", atribuída erroneamente ao Folclore. A mesma foi composta em 1928.


Intro: (G/B Bbº Am7 D7) 2x

         G/B         Bbº        Am7  D7
Vocês já viram lá na mata a cantoria
       G/B           Bbº     Am7  D7
Da passarada quando vai anoitecer
        G             C#m5-/7 F#7 Bm   Bm/A
E já ouviram o canto triste da araponga
  E4/7             E7         D#   D7
Anunciando que na terra vai chover
         G/B          Bbº         Am7  D7
Já experimentaram guabiroba bem madura
              G/B          Bbº     Am7  D7
Já viram as tardes quando vai anoitecer
        G           C#m5-/7 F#7  Bm   Bm/A
E já sentiram das planícies orvalhadas
          E4/7      E7       D#   D7
O cheiro doce da frutinha muçambê
         C#m5-/7        Cm            G/B Bbº
Pois meu amor tem um pouquinho disso tudo
          Am7            D7      G
E tem na boca a cor das penas do tié
           E4/7        E7              Am7
Quando ele canta os passarinhos ficam mudos
         D4/7     D7           G   G#º
Sabe quem é o meu amor, ele é você
Am A#º G/B A#º Am7 D7 (int.)
Você, você, você

*Fagner é acusado de "maquiar" canção (Jotabê Medeiros - Agência Estado, julho de 1999): O filho do compositor Hekel Tavares afirma que a música "Penas do Tiê", do disco "Manera Frufru Manera" (de 1973), é uma regravação de uma canção de seu pai, editada em 1928.

O disco Manera Frufru Manera, do cantor e compositor cearense Raimundo Fagner, corre o risco de entrar para o livro dos recordes como o mais problemático da música popular brasileira. Depois de ter sido comprovado, em 1981, que Fagner gravou duas canções que eram plágio de poemas de Cecília Meireles ("Canteiros", também de Manera Frufru, e "Motivo", de um disco chamado Fagner, de 1979), um novo imbróglio se criou em torno de um dos seus sucessos mais conhecidos, "Penas do Tiê". Fagner alegou, quando do lançamento do disco, que "Penas do Tiê" era uma adaptação sua do folclore, de uma canção recolhida do domínio público.

Na verdade, "Penas do Tiê" nada mais é do que uma regravação, ipsis litteris, de "Você", uma composição de Hekel Tavares (1886-1969) e Nair Mesquita, editada em 1928 e dedicada à cantora lírica Gabriella Besansoni Lage. O "deslize" de Fagner, apontado inicialmente pelo jornalista Tárik de Souza, do Jornal do Brasil, demorou 26 anos para ser descoberto (de 1973 até hoje). E só o foi porque o filho do compositor Hekel Tavares, Alberto Hekel Tavares, ouviu uma gravação recente da Orquestra Pró-Música do Rio de Janeiro, tendo como solista a cantora Ithamara Koorax, e pôde comparar com as gravações anteriores de Fagner.

"É inacreditável: tratava-se da mesma canção", diz Alberto Hekel Tavares. Segundo ele, Fagner só mudou duas palavras. "Ele chama a fruta gabiroba de guabiraba, coisa que não existe", diz Tavares. Desde sua gravação inicial, em 1973, "Penas do Tiê" (ou "Você") teve diversas regravações. Joanna a gravou no CD Vidamor, pela BMG. A Philips a relançou duas vezes. Nana Caymmi a canta em dueto com Fagner no CD Amigos e Canções, também da BMG.

A gravadora Warner Chapell, com quem Fagner assinou contrato para a gravação original de Manera Frufru Manera, admite o equívoco do crédito e está em contato com os advogados dos herdeiros de Hekel Tavares. Fagner, também contatado, reconhece que houve um problema, mas acha muito alta a quantia pedida como indenização: R$ 400 mil. "A canção não só não era do folclore como era bastante conhecida e de um dos grandes compositores brasileiros", diz Alberto Hekel Tavares. "Nós queremos indenização financeira e também moral, porque a obra do meu pai foi usurpada", afirma. Caso não haja um acordo, Tavares pretende processar Fagner.

Hekel Tavares foi um compositor de grande sucesso na primeira metade do século. Compunha música popular e também música sinfônica. Nos anos 50, seu "Concerto em Formas Brasileiras" foi apresentado nos Estados Unidos tendo como solista a pianista Guiomar Novaes e sob a regência do maestro Karl Kruger.

domingo, 28 de maio de 2006

Leilão


Leilão (cenas coloniais, 1933) - Hekel Tavares e Joracy Camargo - Intérprete: Jorge Fernandes

Disco 78 rpm / Título da música: Leilão / Tavares, Hekel, 1896-1969 (Compositor) / Camargo, Joracy, 1898-1973 (Compositor) / Fernandes, Jorge (Intérprete) / Orquestra Odeon de Salão (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 15/04/1933 / Nº Álbum: 11032 / Gênero musical: Cenas coloniais / Lado B.



---------------C -----------Am------------- Dm
De manhã cedo / Num lugar todo enfeitado
-----------E7 ---------Am----------- D7----------- G7
Nós ficava amontoado / Pra esperá os compradô
---------------Dm -------G7------------- C
Depois passava pela frente do palanque
---------Am------------- G------------ D7 ----------G7
Afincado ao pé do tanque / Que chamava “bebedô”
------------Dm -------G7 ------------C
E nesse dia minha véia foi comprada
-----------Am ------Dm----------- E7------------- Am----- C7
Numa leva separada / Pra um sinhô mocinho ainda
-------------F-------------- Fm-------- C
Minha veínha que era a frô dos cativeiro
--------Am ------------Dm7 -------G7 ----------C-------- G7
Foi inté mãe do terreiro / Da família dos Cambinho

---------------C-------------- Am---------- Dm
No mesmo dia em que levaram minha preta
----------E7------------- Am--------------- D7
Me botaram nas grilheta / Que é pra mode
---------------G7 --------------Dm7
De eu não fugi / E desde então
--------------G7 -------C ----------Am--------- G
O preto velho procurô // Ficou feio como eu tô
------------------D7 ------------G7
Mas como é grande esse Brasil
--------------Dm -------G7 ---------C
E quando veio de Isabel as alforria
---------Am -------------Dm --------E7 -------Am--------- C7
Procurei mais quinze dia / Mas a vista me faltou
---------------F------------ Fm-------- C
Só peço agora / Que me leve siá Isabel
-----------Am---------- Dm--------- G7 --------C
Quero vê se está no céu / Minha véia meu amô

sábado, 22 de abril de 2006

Guacyra

Hekel Tavares
Guacyra(canção, 1933) - Joraci Camargo e Hekel Tavares - Intérprete: Raul Roulien

Disco 78 rpm / Título da música: Guacira / Hekel Tavares, 1896-1969 (Compositor) / Joracy Camargo, 1898-1973 (Compositor) / Raul Roulien (Intérprete) / Hekel Tavares [Piano] e Guilherme Pereira [Piston] (Acomp.) / Gravadora: Victor / Gravação: 07/02/1933 / Lançamento: 03/1933 / Nº do Álbum: 33631 / Nº da Matriz: 65667-1 / Gênero musical: Canção brasileira


Tom: C

Intro: Fm  C  Am  Dm  G7  C  G7

          C            A7         Dm   G7
Adeus guacyra, meu pedacinho de terra.
           C             A7               Dm
Meu pé de serra que nem deus sabe onde está
          E7                   Am
Adeus guacyra onde a lua pequenina
                   D7                        G7
Não encontra na colina, nem um lago pra se oiá
             C             A7           Dm
Eu vou-me embora, mas eu volto nestes dias
          C         C7         F Fm
Virgem maria, tudo há de permitir
                  C             Am           Dm   G7
E se ela não quiser, eu vou morrer cheio de fé
             C
Pensando em ti.


Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

sexta-feira, 31 de março de 2006

Hekel Tavares

Hekel Tavares

Hekel Tavares, compositor, regente e arranjador nasceu em Satuba AL (16/9/1896) e faleceu no Rio de Janeiro RJ (8/8/1969). Estudou piano com uma tia e, ainda criança, aprendeu harmônica e cavaquinho, já demonstrando grande interesse pelas manifestações populares. Foi para o Rio de Janeiro em 1921 e iniciou-se em orquestração com J. Otaviano. Ao lado de Valdemar Henrique, Marcelo Tupinambá e Henrique Vogeler, sob a influência nacionalista da Semana de Arte Moderna (1922), criou um tipo de música situado na fronteira do erudito e do popular.


Iniciou-se profissionalmente como compositor de teatro de revista, fazendo em 1926 a música para a peça carnavalesca Está na Hora, de Goulart de Andrade, levada no Teatro Glória. Ainda em 1926 apareceu regendo uma orquestra na revista Plus-ultra, no mesmo teatro. Sua primeira composição de sucesso foi Suçuarana (parceria com Luiz Peixoto), lançada em 1927.

Autor de mais de 100 canções, alcançou seu maior êxito com Casa de caboclo (com Luiz Peixoto), gravada em 1928 por Gastão Formenti na Parlophon, e no mesmo ano Eu ri da lagartixa foi lançada por Patrício Teixeira, naquela gravadora.

Em 1927, para o Teatro de Brinquedo (idealizado por Álvaro Moreira e outros), que funcionava no subsolo do Teatro Cassino Beira-Mar, musicou a peça de estréia, sendo também o pianista desse espetáculo e de outros que se seguiram. Essa experiência de teatro ligeiro e elegante teve pouca duração, pois era ainda muito reduzido o público de alta classe média, para o qual eram dirigidos os espetáculos. Assim, ainda em 1927, o compositor se viu na contingência de voltar às revistas mais populares dos teatros da Praça Tiradentes.

Em 1933 Jorge Fernandes gravou, na Odeon, O que eu queria dizer ao teu ouvido (com Mendonça Júnior). Nesse início da década de 1930, fez ainda Favela (com Joraci Camargo), Chove!... chuva!... (com Ascenso Ferreira), Bahia (com Álvaro Moreira), Banzo (com Murilo Araújo), Na minha terra tem (com Luís Peixoto), Felicidade (com Luís Peixoto), Guacyra (com Joraci Camargo), Leilão (com Joraci Camargo), lançada em 1933 por Jorge Fernandes, na Odeon, e Caboclo bom (com Raul Pederneiras), gravada na Columbia em 1942, por Jorge Fernandes etc.

Em 1935 fez sua primeira composição erudita, André de Leão e o demônio de cabelo encarnado, poema sinfônico baseado no poema de Cassiano Ricardo (1895-1974) e lançado em álbum, com libreto ilustrado pelo gravador Osvaldo Goeldi. Inspirando-se sempre na música regional, continuou a produzir no gênero erudito, editando suas obras por conta própria.

De 1949 a 1953 percorreu quase todo o Brasil, em missão especial do então Ministério da Educação e Saúde Pública, pesquisando motivos folclóricos que utilizaria em diversas obras, como no poema sinfônico O Anhangüera, para orquestra, coro misto, solistas e coros infantis (com argumento de sua esposa, Marta Dutra Tavares, e poemas de Murilo Araújo), composição em que utilizou instrumentos de percussão dos índios Tucuna, do alto Solimões, e o conhecido motivo indígena Canide ioune.

Ainda com o material obtido na viagem, em 1955 fez Oração do guerreiro, para baixo profundo. Compôs ainda Concerto, para piano e orquestra; Concerto em formas brasileiras, p/violino e orquestra; O sapo domado e A lenda do gaúcho, fantasias infantis. Deixou inacabados: Rapsódia nordestina e Fantasia brasileira, ambas para piano e orquestra, e o drama folclórico Palmares.

Em 1996 Fernando de Bortoli escreveu Hekel Tavares - O mais lindo concerto para piano e orquestra, São Paulo, Edição do autor, onde incluiu listagem das obras, discografia e bibliografia sobre o compositor.

Obra

Azulão (c/Luís Peixoto), canção, 1929; Bahia (c/Álvaro Moreira), s.d.; Banzo (c/Murilo Araújo), canção, 1933; Biá-tá-tá (c/Jaime d'Altavitta), coco, 1934; Caboclo bom (c/Raul Pederneiras), canção, 1942; Casa de caboclo (c/Luís Peixoto), canção, 1928; Chove!... chuva!... (c/Ascenso Ferreira), canção, 1931; Engenho novo, folclore, 1929; Eu ri da lagartixa, cateretê, 1928; Favela (c/Joraci Camargo), canção, 1933; Felicidade (c/Luís Peixoto), s.d.; Funeral de um rei nagô, s.d.; Guacyra (c/Joraci Camargo), canção, 1933; Humaitá, coco, 1934; Leilão (c/Joraci Camargo), 1933; Moleque namorador, fox-trot, 1927; Na minha terra tem (c/Luís Peixoto), canção, 1929; O que eu queria dizer ao teu ouvido (c/Mendonça Júnior), s.d.; Sabiá, canção, 1927; Suçuarana (c/Luís Peixoto), toada sertaneja, 1927.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

quinta-feira, 23 de março de 2006

Casa de caboclo

Os versos desta canção "Numa casa de caboco / um é pouco / dois é bom / três é demais", consagraram-se como um verdadeiro dito popular. Este fato, por si só, comprova a grande popularidade alcançada pela composição, que tornou conhecido o seu lançador, o então jovem cantor Gastão Formenti.

Autores de "Casa de Caboclo", Hekel Tavares e Luiz Peixoto acabaram inspirando, juntamente com Joubert de Carvalho, uma onda de canções sobre motivos sertanejos, que proliferou no final dos anos vinte. Como acontece muitas vezes a músicas de sucesso, houve à época do lançamento quem considerasse "Casa de Caboclo" plágio de um tema de Chiquinha Gonzaga, levando a discussão aos jornais. Daí a informação que figura em algumas de suas regravações: "Canção baseada em motivos de Chiquinha Gonzaga".

Casa de caboclo (canção, 1929) - Chiquinha Gonzaga, Luiz Peixoto e Hekel Tavares - Intérprete: Gastão Formenti

Disco 78 rpm / Título da música: Casa de caboclo / Chiquinha Gonzaga (Compositora) / Hekel Tavares (Compositor) / Luiz Peixoto (Compositor) / Gastão Formenti (Intérprete) / Piano (Acomp.) / Violão (Acomp.) / Gravadora: Parlophon / Nº do Álbum: 12863-a / Nº da Matriz: 1994-I / Gravação: 21/09/1928 / Lancamento: Novembro/1928 / Gênero musical: Canção / Coleções: Nirez, José Ramos Tinhorão, Humberto Franceschi



(A)--------- Gb7--------- Bm--------- E7
Você tá vendo essa casinha simplesinha
-----------------------A-- E7-- A
Toda branca de sapê
-------------------------------E---------------- B7
Diz que ela véve no abandono não tem dono
---------------------------E7---- A
E se tem ninguém não vê
-------------Gb7--------- Bm--------------- E7
Uma roseira cobre a banda da varanda
------------------------A----- D
E num pé de cambuçá
-------------------------A--------------- E7
Quando o dia se alevanta Virge Santa
---------------------(A) (E) (A) (Db7) Gbm
Fica assim de sabiá
--------------------------Db7----------------- D7
Deixa falá toda essa gente maldizente
---------------------------Db7------ Gb7
Bem que tem um moradô
------------------------------B7 ----------------E7
Sabe quem mora dentro dela Zé Gazela
----------------------(A) (E) (A) (E) A
O maió dos cantadô
----------------Gb7------- Bm --------------E7
Quando Gazela viu siá Rita tão bonita
-----------------------A---- E7---- A
Pôs a mão no coração
---------------------------E------------------ B7
Ela pegou não disse nada deu risada
--------------------------E7----- A
Pondo os oinho no chão
------------Gb7----------- Bm --------------E7
E se casaram, mas um dia, que agonia
-----------------------------A ----------D
Quando em casa ele voltou
-----------------------A---------------- E7
Zé Gazela via siá Rita muito aflita
----------------------A (E) (A) (Db7) Gbm
Tava lá Mané Sinhô
---------------------------Db7-------------------- Gbm
Tem duas cruz entrelaçada bem na estrada
-----------------------Db7---- Gb7
Escrevero por detrás:
-----------------------B7----------------- E7
“Numa casa de caboclo um é pouco
--------------------------(A) (E) (A)
Dois é bom, três é demais”


Fonte: A Canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Vol. 1 - Editora 34