José Menezes (José Menezes França), instrumentista, compositor, nasceu em Jardim/CE em 6/9/1921. Criança comprou de um amigo um cavaquinho de uma corda e começou a tirar de ouvido as músicas em voga. Aos oito anos foi convidado pelo maestro Arlindo Cruz para tocar como profissional no cinema de Juazeiro do Norte/CE, sendo logo apelidado de Zé Cavaquinho.
Compôs então sua primeira música Meus Oito anos. Apresentou-se depois com a orquestra do maestro Arlindo Cruz no teatro da cidade do Crato/CE, e já em 1932, com 11 anos, tocava na Banda Municipal de Juazeiro. Seguiu então com o primo Luís Rosi para Fortaleza-CE, onde trabalhou um ano no serviço de alto-falantes de João Dumman. De volta a Juazeiro, retomou as atividades de músico de cinema e bailes.
Em 1938 reencontrou o primo, de passagem pela cidade e liderando uma jazz-band; entusiasmado, acompanhou-o novamente à capital do Estado e durante dois anos dedicou-se ao aprendizado de alfaiate. Foi então contratado pela Ceará Rádio Club como segundo violonista, e rapidamente formou seu próprio regional, que trabalhou na emissora durante quatro anos.
Em 1943 o radialista carioca César Ladeira visitou Fortaleza para inaugurar as ondas curtas da Ceara Rádio Club e ofereceu-lhe um contrato para a Rádio Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro, onde manteve dois programas semanais, adquirindo grande prestígio como solista. Atuou na boate do Hotel Quitandinha, em Petrópolis-RJ, ao lado de Djalma Ferreira (piano), Oscar Belandi (percussão) e Chuca Chuca (vibrafone), passando, em 1945, a integrar o Conjunto Milionários do Ritmo, com essa mesma formação.
Atuou em 1946 na boate Casablanca e na Rádio Globo, do Rio de Janeiro, ingressando em 1947 na Rádio Nacional, onde se apresentou inclusive em dupla com Garoto, no programa Nada Além de Dois Minutos. Permaneceu nessa emissora até a década de 1960.
Compondo sempre em parceria com Luis Bittencourt, sua primeira música gravada foi Nova ilusão, lançada por Os Cariocas em 1948, que acabou tornando-se prefixo desse conjunto. No ano seguinte, gravou como solista o choro Sereno, na Todamérica, enquanto a Musidisc lançava Mais uma ilusão, na voz de Nuno Roland; de 1950 é Comigo é assim, lançado por Os Cariocas na Continental bem como a gravação do grande sucesso de Joubert de Carvalho e Olegário Mariano, De papo pro ar, feita por ele na Sinter.
No ano seguinte, seu baião Não interessa não (com Luis Bittencourt) foi registrado em disco Sinter por César Ladeira e Heleninha Costa, enquanto gravava em solo de cavaquinho os choros Vitorioso e Encabulado na mesma fábrica; também de 1951 são os seguintes lançamentos: Tudo azul, choro gravado nor Zezé Gonzaga e As moreninhas, selo Sinter; Viola do Zé, polca interpretada por ele na Sinter e por Carmélia Alves em disco Continental, e Castigo, samba cantado por Gilberto Milfont em gravação da Victor.
Em 1952 novas composições suas em parceria com Luis Bittencourt tornaram-se conhecidas: Cinzas, com o cantor Ernani Pilho, na Sinter; Caititu, choro gravado em solo de flauta por Ari Ferreira, na Sinter; Pau-de-arara, baião interpretado por Carmélia Alves, na Continental, Polquinha do pica-pau, por Luís Bittencourt e seus solistas, na Sinter.
No mesmo ano, utilizando o play-back gravou Copacabana (João de Barro e Alberto Ribeiro) e Um domingo no Jardim de Alá (Lirio Panicalli). Sua composição Caixinha de música saiu em disco Continental em 1954, interpretada pelo autor, que deixou ainda na Sinter dois LPs de 10 polegadas: Dançando com José Menezes e seu Quarteto e A voz do violão, com solos desse instrumento.
Seguiu com o Sexteto de Radamés Gnatalli para a Europa em 1959, apresentando-se em Paris, França, Londres e Oxford, Grã-Bretanha, Roma, Itália, Lisboa e Porto, Portugal, ao lado de Nelsinho do Trombone, Chiquinho do Acordeom, Gilberto do Pandeiro e Pereirinha, contrabaixo.
No mesmo ano formou o conjunto Velhinhos Transviados, que gravou 13 LPs na RCA até 1971, entre os quais Velhinhos transviados, Velhinhos transviados embalados, Velhinhos transviados na paquera, Velhinhos transviados tropicalissimos, Velhinhos transviados pra frente, sempre com sucessos do momento.
Participou tocando guitarra em algumas das primeiras gravações de Roberto Carlos, The Fevers e outros. Em 1995 lançou o disco Chorinho in Concert, pela CID, incluindo um choro inédito de sua autoria, Tô querendo.