sexta-feira, 21 de abril de 2006

Começaria Tudo Outra Vez

Gonzaguinha - 1977
Aluno da Faculdade de Ciências Políticas Cândido Mendes, no Rio de Janeiro, onde se formou em economia, Luiz Gonzaga Júnior foi um participante do grupo que dominou os primeiros festivais musicais universitários, no final dos anos sessenta, tendo entrado para a música popular principalmente como autor de canções de protesto. Aliás, ele estaria, ao lado de Chico Buarque e Taiguara, entre os compositores mais perseguidos pela censura da ditadura.

Depois, abriria em sua obra outros segmentos, dos quais o de maior sucesso foi o das canções de letra extensa, ao mesmo tempo sofridas e agressivas, que focalizavam conflitos amorosos, irremediáveis, quase sempre, mas, algumas vezes amenizados pela possibilidade de um esperançoso recomeço.

Este é o caso de “Começaria Tudo Outra Vez”, o seu primeiro grande sucesso. “Começaria tudo outra vez 1 se preciso fosse / meu amor 1 a chama em meu peito ainda queima / saiba / nada foi em vão / (...) / veja, meu bem / a orquestra nos espera / por favor 1 mais uma vez recomeçar...” Muito adequadamente composto em ritmo de bolero, “Começaria Tudo Outra Vez” seria lançado por Maria Bethânia, não por coincidência a intérprete ideal de Gonzaguinha (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Começaria tudo outra vez (1977) - Gonzaguinha - Intérprete: Maria Bethânia


Introdução: A7/9  A7/9b

               D7M                           Dbm7        Gb7 
    Começaria tudo outra vez, se preciso fosse meu amor 
                    Bm7                                    Am7 D7 
    A chama no meu peito ainda queima, saiba, nada foi em vão 
             G7M                      Abº 
    A cuba-libre da coragem em minha mão
               Am6                    B7
    A dama de lilás me machucando o coração
            Em                      A7
    A febre de sentir seu corpo inteiro
                  D7M    A7/5+
    Coladinho ao meu 
                 D7M  
    E então eu cantaria a noite inteira 
                Dbm7         Gb7
    Como eu já cantei e cantarei
               Bm7                                        Am7 D7
    As coisas todas que já tive, tenho e sei que um dia terei
                 G7M                  Abº              Am6
    A fé no que virá e a alegria de poder olhar pra trás
                  F7         Em
    E ver que voltaria com você
               A7                   Am7     D7
    De novo a viver nesse imenso salão
                   G7M                  Abº
    Ao som desse bolero, a vida, vamo nós
                  Am6             B7
    E não estamos sós, veja meu bem
                      Em
    A orquestra nos espera, por favor
              A7        Am7    D7
    Mais uma vez, recomeçar
                   G7M                 Abº 
    Ao som desse bolero, a vida, vamo nós
                  Am6             B7
    E não estamos sós, veja meu bem
                      Em
    A orquestra nos espera, por favor
              A7       D7M
    Mais uma vez, recomeçar

Bié Bié Brazil (Byé Byé Brasil)

Bié Bié Brazil (Byé Byé Brasil) -Gonzaguinha - Intérprete: Gonzaguinha

LP De Volta Ao Começo / Título da música: Bié Bié Brazil (Byé Byé Brasil) / Gonzaguinha (Compositor) / Gonzaguinha (Intérprete) / Gravadora: EMI - Odeon / Ano: 1980 / Nº Álbum: 064 422863 / Lado B / Faixa 4 / Gênero musical: MPB.


Int.: C A7 A7/5- F Fm C A7 Dm G7 C G7

C
Bié bié Brasil
     G#6          Em
Bye bye Brasil, adeus
 A7   Dm          Dm7+          Dm7      Dm6
Tanto faz se eu cantar em português ou inglês
           Em  A7  Dm    G7 (G#6 G7) (C A7)
Pois se mudou foi Deus, foi Deus
Dm          G7         C
Salve a maravilha eletrônica
Bm5-/7      E7           Am   Bb A7
Que já resolveu a fome crônica
Dm   C/E    F    F#°    C    A7
Mares de antenas de TV pelo país
D7                        G4/7           G7
Tornam nosso índio mais alegre e mais feliz
Dm          G7          C
E ninguém segura esse milagre
 Bm5-/7      E7            Am Gm7 C7
Até Frank Sinatra veio à festa
     F          F#°                C       A7
Pois esse é um país que foi pra frente meu bem
         Dm        G7        Gm7  C7
E se ele foi, foi Deus, foi Deus
     F          F#°                C       A7
Pois esse é um país que foi pra frente meu bem
         Dm        G7         C (C7 F G7)
E se ele foi, foi Deus, foi Deus

Fita Amarela

Noel Rosa compôs "Fita Amarela" a partir de uma batucada, conhecida nas rodas de samba, atribuída a Mano Edgar (Edgar Marcelino dos Passos), um bamba do Estácio. A batucada era assim: "Quando eu morrer / não quero choro nem nada / eu quero ouvir um samba / ao romper da madrugada".

Na mesma época (fins de 1932), Donga e Aldo Taranto usavam o tema para compor o samba "Quando Você Morrer", gravado por Carmen Miranda. A diferença era que enquanto Noel aproveitava apenas a ideia, Donga e Taranto copiavam também a melodia, segundo Almirante, que registrou o fato em sua coluna "Cantinho das Canções" (O Dia, 11.02.73).

O curioso é que, com o sucesso de "Fita amarela", Donga protestou nos jornais, acusando Noel de plagiar seu samba. Já Mano Edgar não tinha como se manifestar. Havia sido assassinado num jogo de ronda em 24.12.31. De qualquer maneira, "Fita Amarela" é um ótimo samba em que ressalta mais uma vez o lado espirituoso de Noel. Marca ainda, juntamente com "Até amanhã", sua presença no carnaval de 33, ano pródigo em que teve mais de trinta composições gravadas.

Fita amarela (samba, 1933) - Noel Rosa - Intérpretes: Francisco Alves e Mário Reis

Disco 78 rpm / Título da música: Fita amarela / Noel Rosa, 1910-1937 (Compositor) / Francisco Alves (Intérprete) / Mário Reis (Intérprete) / Orquestra Odeon (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Gravação: 29/12/1932 / Lançamento: 01/1933 / Nº do Álbum: 10961 / Nº da Matriz: 4569-9 / Gênero musical: Samba / Coleções de origem: IMS, Nirez


Tom: A
  Intr.: B7   Em Em/D C7 Em/B F#7   B7 C7

B7            Em             F#m7(b5)
   Quando eu morrer, não quero choro,  nem vela
B7          F#m7(b5)       B7        Em
   Quero uma fita    amarela   gravada com o nome dela
                            F#m7(b5)
Quando eu morrer, não quero choro,  nem vela
B7          F#m7(b5)        B7         Em
   Quero uma fita    amarela     gravada com o nome dela

                                   F#m7(b5)
Se existe alma, se há outra encarnação
                  B7                       Em
Eu queria que a mulata sapateasse no meu caixão

                            F#m7(b5)
Quando eu morrer, não quero choro,  nem vela
B7          F#m7(b5)       B7        Em
   Quero uma fita    amarela   gravada com o nome dela
                            F#m7(b5)
Quando eu morrer, não quero choro,  nem vela
B7          F#m7(b5)        B7         Em
   Quero uma fita    amarela     gravada com o nome dela

                                  F#m7(b5)
Não quero flores, nem coroa com espinho
                  B7                     Em
Só quero choro de flauta com violão e cavaquinho

                            F#m7(b5)
Quando eu morrer, não quero choro,  nem vela
B7          F#m7(b5)       B7        Em
   Quero uma fita    amarela   gravada com o nome dela
                            F#m7(b5)
Quando eu morrer, não quero choro,  nem vela
B7          F#m7(b5)        B7         Em
   Quero uma fita    amarela     gravada com o nome dela

                                F#m7(b5)
Estou contente, consolado por saber
                      B7                        Em
Que as morenas tão formosas a terra um dia vai comer

                            F#m7(b5)
Quando eu morrer, não quero choro,  nem vela
B7          F#m7(b5)       B7        Em
   Quero uma fita    amarela   gravada com o nome dela
                            F#m7(b5)
Quando eu morrer, não quero choro,  nem vela
B7          F#m7(b5)        B7         Em
   Quero uma fita    amarela     gravada com o nome dela

                                         F#m7(b5)
Não tenho herdeiros, não possuo um só vintém
                  B7                            Em
Eu vivi devendo a todos mas não paguei nada a ninguém

                            F#m7(b5)
Quando eu morrer, não quero choro,  nem vela
B7          F#m7(b5)       B7        Em
   Quero uma fita    amarela   gravada com o nome dela
                            F#m7(b5)
Quando eu morrer, não quero choro,  nem vela
B7          F#m7(b5)        B7         Em
   Quero uma fita    amarela     gravada com o nome dela

                                    F#m7(b5)
Meus inimigos que hoje falam mal de mim
                    B7                       Em
Vão dizer que nunca viram uma pessoa tão boa assim


Fontes: A Canção no Tempo - Vol. 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34; Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Feitio de Oração

O compositor Vadico (Osvaldo Gogliano) era um jovem de 22 anos e trabalhava no Rio havia pouco tempo, quando foi apresentado por Eduardo Souto a Noel Rosa, nos estúdios da Odeon. Razão da apresentação: o maestro acabara de ouvi-lo tocar ao piano uma música de sua autoria, ainda sem letra, e achara que o encontro poderia render uma boa parceria.

Noel, então, impressionado com a beleza e o clima místico da melodia, fez a letra de "Feitio de Oração", iniciando com uma obra-prima a parceria desejada. Pertence a esta letra os famosos versos: "Batuque é um privilégio / ninguém aprende samba no colégio..." A dupla Noel e Vadico durou quatro anos, deixando onze composições.

Feitio de Oração (samba, 1933) - Noel Rosa e Vadico - Intérpretes: Francisco Alves e Castro Barbosa

Disco 78 rpm / Título da música: Feitio de oração / Noel Rosa, 1910-1937 (Compositor) / Vadico (Compositor) / Francisco Alves (Intérprete) / Castro Barbosa (Intérprete) / Orquestra Copacabana (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Gravação: 07/07/1933 / Lançamento: 08/1933 / Nº do Álbum: 11042 / Nº da Matriz: 4693 / Gênero musical: Samba / Coleção de origem: IMS

C7M             Em7(b5)  Gm6/Bb A7/13 A7(b13)
Quem acha vive se perden......do
    Dm7/9                      Fm6    G7/13
Por isso  agora eu vou me defendendo
   C7M/9         F#m7(b5)    B7(#5)    Bb7/13
Da dor    tão cruel       desta     saudade
        A7(#5)  Ab7/13  G7/13  
Que por infelicidade          
                  C6/9   G7(#5)
Meu pobre peito invade

  C7M/9           Em7(b5)   Gm6/Bb A7(b13)
Batuque é um privilé.......gio 
   Dm7/9                   Fm6    G7/13
Ninguém aprende samba no colégio
   C7M      F#m7(b5)     B7(#5)  Bb7/13
Sambar é chorar       de ale.....gria
     A7(#5)          Ab7/13  G7/13
É sorrir    de nostalgia
              C7M    A7(#9/b13)
Dentro da melodia
          Dm7/9      G7/13        C7M/9  Eb°
Por isso agora lá na Penha vou mandar
                    Dm7   G7(9/13) G7(b9/13)
Minha morena pra cantar
           C7M   C6         Em7(b5)   A7(b5)
Com satisfação,  e com harmonia
                Dm7/9           F#m7/11
Esta triste melodia,  que é meu samba
B7(b13)              Em7/9  A7(b13) Dm7/9 G7(#5)
Em      feitio de oração
  C7M/9         Em7(b5)   A7(b5)     Dm7/9
O samba na realida.....de,       não vem   do morro
            Fm6   G7/13
Nem lá da cidade
  C7M       F#m7(b5)  B7(#5)     Bb7/13
E quem suportar      uma      paixão
     A7(b5)               Ab7/13    G7/13
Sentirá     que o samba então 
             C7M
Nasce no coração 


Fontes: A Canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Vol. 1 - Editora 34; Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Ao Luar (Dileta)

Vicente Celestino
Ao Luar (Dileta) (tango-canção, 1932) - Cândido das Neves (Índio) - Intérprete: Vicente Celestino

Disco 78 rpm / Título da música: Dileta / Cândido das Neves "Índio", 1899-1934 (Compositor) / Vicente Celestino (Intérprete) / Orquestra de Concertos Columbia (Acomp.) / Gravadora: Columbia / Gravação: 1932 / Lançamento: 12/1932 / Nº do Álbum: 22167-b / Nº da Matriz: 381350-4 / Gênero: Tango canção / Coleções de origem: Robespierre Martins Teixeira, Nirez, Humberto Franceschi


(Am)
---------E7------- Am
Esta noite prateada / Minha eterna e doce amada
------------------------E7---------- Dm6---- E7
A chamar-te me insinua / Nos acordes desta lira
----------------------------------------------------------Am
Que de amor geme e suspira / Ante o albor níveo da lua
---------E7---------- Am

O rendado da neblina / Mas parece uma cortina
---------------------E7 ------------Dm6-- E7
Numa festa de noivado / A lua é noiva bela
-----------------------------------------------Am
Recostada na janela, de um palácio constelado
----------E7---------- Am
Que beleza nas estrelas / Ah! Se tu pudesses vê-las
-------------------E7-------------- Dm6------- E7
Como estão no céu sorrindo / Espreitando com cautela
--------------------------------------------------------Am
Pelas frestas da janela / Do quarto onde estás dormindo
---------E7--------------- Am
Minh’alma dorme sonhando / Geme e chora te chamando
------------------------E7------------------- Dm6--- E7
Pelo espaço como louca / Ah se a aurora despontasse
------------------------------------------------------Am
Quem dera que me encontrasse / A beijar a tua boca

------Dm ----Dm6-------------- Am ---------------------E7
Desperta, vem matar o meu desejo / A minh’alma vaga incerta à procura
-----------Am--- Dm----- Dm6 ----Am
do teu beijo / Dileta, tu formosa, eu poeta

---------------------------E7 ---------------------------Am
Quero para os tristes versos meus / As rimas dos beijos teus
--------E7 ------Am
A natureza te chama / O meu peito já reclama
-----------------------E7--------- Dm7------------ E7
A quentura dos teus seios / Os astros já são escassos
----------------------------------------------------------------Am
Vem sufoca-me em teus braços Antes que eu morra de anseios
---------E7--------- Am
As estrelas cintilantes / São lanternas dos amantes
------------------E7----------- Dm6-------E7
Pelo espaço a flutuar/ Como Deus é inspirado
------------------------------------------------Am
Inventou para o pecado / Estas noites de luar

------Dm----------- Dm6--------- Am -------------------------E7
Desperta vem matar o meu desejo / A minh’alma vaga incerta
----------------------Am----- Dm------ Dm6-- Am
À procura do teu beijo / Dileta, tu formosa, eu poeta
----------------------------E7------------------------- (Am) (E7) (Am)
Quero para os tristes versos meus / As rimas dos beijos teus



Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Chegou a hora da Fogueira

Lamartine
Ao contrário dos balões - que, mesmo proibidos, continuam subindo -, as marchas juninas desapareceram do repertório musical. Mas, para animar os festejos dos três santos (Pedro, Antônio e João), restaram os clássicos, na maioria lançados na década de 1930, que eram assinados por compositores como João de Barro, Alberto Ribeiro, Benedito Lacerda, Ary Barroso e Lamartine Babo, este último o mais prolífico no gênero.

Dele é "Chegou a Hora da Fogueira" ("Chegou a hora da fogueira / é noite de São João..."), gravado inicialmente pela dupla Carmen Miranda e Mário Reis, sustentada por um arranjo excepcional de Pixinguinha.

Chegou a Hora da Fogueira (marcha, 1933) - Lamartine Babo - Intérpretes: Carmen Miranda e Mário Reis

Disco 78 rpm / Título da música: Chegou a hora da fogueira / Lamartine Babo, 1904-1963 (Compositor) / Carmen Miranda, 1909-1955 (Intérprete) / Mário Reis (Intérprete) / Diabos do Céu (Acomp.) / Pixinguinha (Direção) / Gravadora: Victor / Gravação: 05/06/1933 / Lançamento: 07/1933 / Nº do Álbum: 33671 / Nº da Matriz: 65766-1 / Gênero musical: Marcha junina


Tom: D  

D                 C
Chegou a hora da fogueira
G7              C
É noite de São João

O céu fica todo iluminado
D
Fica o céu todo estrelado
                C
Pintadinho de balão..
A7
Pensando na cabocla a noite inteira
D                                A7    D
também fiz uma fogueira dentro do meu coração...

A7                            D
Quando eu era pequenino de pé no chão
C                               D
Eu cortava papel fino pra fazer balão..
A7                                       D
E o balão ia subindo lá no azul da imensidão..

A7                                     D
Hoje em dia o meu destino não vive em paz..
 C                                 
O balão de papel fino
 A7         D
já não sobe mais..
A7            D     
O balão da ilusão
         D7    A7    D
levou pedra e foi ao chão...



Fontes: A Canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Vol. 1 - Editora 34; Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Boas Festas

Assis Valente
"Boas Festas" foi composta no Natal de 32 por um Assis Valente solitário e saudoso da família, no quarto onde então morava na Praia de Icaraí (Niterói). Lançada por Carlos Galhardo com grande sucesso um ano depois, logo se tornaria nossa canção natalina mais conhecida, uma das poucas no gênero que conseguiram sobreviver. Seu sucesso foi muito importante para Valente e Galhardo (que a regravou várias vezes), ambos em início de carreira à época do lançamento.

Boas Festas(marcha, 1933) - Assis Valente - Interpretação: Carlos Galhardo

Disco 78 rpm / Título da música: Boas Festas / Assis Valente (Compositor) / Carlos Galhardo, 1913-1985 (Intérprete) / Diabos do Céu (Acomp.) / Gravadora: Victor / Gravação: 17/10/1933 / Lançamento: 12/1933 / Nº do Álbum: 33723 / Nº da Matriz: 65864-1 / Gênero musical: Marcha natalina

A    D          A      Gb7
Anoiteceu, o sino gemeu
B7    E7         A     E7
A gente ficou feliz, a rezar
A   D            A        Gb7
Papai Noel, vê se você tem
B7      E7          A    (E) (E) (A)
A felicidade pra você me dar.

A
Eu pensei que todo mundo
             Cº   Bm  E7
Fosse filho de Papai Noel
                Bm
Vem assim, felicidade
                   E7
Eu pensei que fosse uma
                 A   (E) (E) (A)
Brincadeira de papel

      A
Já faz tempo que eu pedi
             Cº      Bm   E7
Mas o meu Papai Noel não vem
                 Bm
Com certeza já morreu
                E7
Ou então, felicidade

       (A)   (E)   (A)
É brinquedo que não tem.


Fontes: A Canção no Tempo - 85 anos de Música Brasileira Vol. 1: 1901-1957, 1a edição, 1997, editora 34; Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Até Amanhã

João Petra de Barros
João Petra de Barros estreou como cantor no início da década de 1930, participando do Programa Casé, na Rádio Philips. Logo tornou-se conhecido no rádio como “a voz de 18 quilates”, de timbre muito parecido com o de Francisco Alves. Frequentador das rodas de Noel Rosa, Luís Barbosa e Custódio Mesquita, alcançou grande sucesso no Carnaval de 1933 com a gravação, na Odeon, do samba Até amanhã (Noel Rosa), seu disco de estreia.

Até Amanhã (samba/carnaval, 1933) - Noel Rosa - Interpretação: João Petra de Barros

Disco 78 rpm / Título da música: Até amanhã / Noel Rosa, 1910-1937 (Compositor) / João Petra de Barros, 1915-1948 (Intérprete) / Gente Boa (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Gravação: 19/10/1932 / Lançamento: 01/1933 / Nº do Álbum: 10950 / Nº da Matriz: 4528 / Gênero musical: Samba / Coleções de origem: IMS, Nirez


C7----------- F --------------- F
Até amanhã,------ se Deus quiser
--------------Bb
Se não chover,
--------------------A7
Eu volto pra te ver, ó, mulher!
------C7------------------------- Dm
De ti gosto mais que outra qualquer
-------------------E7
Não vou por gosto
---------A7 -----------Dm
O destino é quem quer

-----A7 ----------------------Dm
Adeus é pra quem deixa a vida
-----C7------------------------- F
É sempre na certa em que eu jogo
-----------D7------------------------- Gm
Três palavras vou gritar por despedida
--------------G7----------- C7
"Até amanhã, até já, até logo!"


-------A7---------------------------- Dm
O mundo é um samba em que eu danço
--------C7 -------------------F
Sem nunca sair do meu trilho
------------D7------------------------ Gm
Vou cantando o seu nome sem descanso
-----------------G7--------------- C7
Pois do meu samba tu és o estribilho
------A7---------------- Dm
Eu sei me livrar do perigo
--------C7------------------- F
No golpe de azar eu não jogo
----------D7------------------- Gm
É por isso que risonho eu te digo:
-------------G7 ------------C7
"Até amanhã, até já, até logo!"



Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Arrasta a Sandália

Moreira da Silva
Arrasta a Sandália (samba/carnaval, 1933) - Aurélio Gomes e Osvaldo Vasques (Baiaco) - Intérprete: Moreira da Silva

Disco 78 rpm / Título da música: Arrasta a sandália / Aurélio Gomes (Compositor) / Osvaldo Vasques (Compositor) / Moreira da Silva (Intérprete) / Gente do Morro (Acomp.) / Gravadora: Columbia / Gravação: 1932 / Lançamento: 12/1932 / Nº do Álbum: 22165-b / Nº da Matriz: 381363-6 / Gênero musical: Samba / Coleções de origem: Nirez, José Ramos Tinhorão, Humberto Franceschi, IMS D


------D ---------------D#º--- Em
Arrasta a sandália aí, morena
A7 --------------------------D
Arrasta a sandália aí, morena

------D --------------D#º------ Em
Arrasta a sandália aí, no terreiro
-------------------A7------------- D
Estraga, que custa o meu dinheiro
-----------------A7

Arrasta a sandália, arrasta

---D----------------- D#º----- Em
Vou te dar uma sandália bonita
------------------A7------- D
De veludo, enfeitada de fita
------------------A7
Arrasta a sandália, arrasta

-------D------------- D#º -------Em
Arrasta a sandália, minha morena
-------------------A7------------ D
Estraga mesmo e não tenha pena
------------------A7
Arrasta a sandália, arrasta

-------D ------------D#º----- Em
Arrasta a sandália aí, todo dia
---------------------------A7------- D
Que eu mando vir outra lá da Bahia
------------------A7
Arrasta a sandália, arrasta



Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Aí, Hein!

Mário Reis
Aí, hein! (marcha / carnaval, 1933) - Lamartine Babo e Paulo Valença - Intérpretes: Lamartine Babo e Mário Reis

Disco 78 rpm / Título da música: Ahi!... hein!... / Lamartine Babo, 1904-1963 (Compositor) / Paulo Valença (Compositor) / Lamartine Babo (Intérprete) / Mário Reis (Intérprete) / Grupo da Velha Guarda (Acomp.) / Gravadora: Victor / Gravação: 25/11/1932 / Lançamento: 01/1933 / Nº do Álbum: 33603 / Nº da Matriz: 65601-2 / Gênero musical: Marcha

Gbm
Aí hein!
B7                 E       D7  Db7
Pensas que eu não sei?
         Gbm
Toma cuidado
         B7                         E
Pois um dia eu fiz o mesmo e me estrepei
     Gbm
Aí hein
  B7               E       D7  Db7
Pensas que eu não sei?
         Gbm
Sou camarada
    B7                    E
Faz de conta que eu não sei

                     Gbm
Menina que chega em casa
                  E       E7   Eb7
Às quatro da madrugada
 D7        Db7               Gb7
Enquanto pela escada vai subindo
     B7                    E
Na boca dos vizinhos vai caindo

                       Gbm
Velhota que anda sem meia
                    E     E7  Eb7
Na praia, toda inocente
    D7              Db7           Gb7
Brincando com as crianças lá na areia
    B7                        E
Vai pondo areia nos olhos da gente


Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

A Tua Vida é um Segredo

Mário Reis
A tua vida é um segredo (samba, 1933) - Lamartine Babo - Intérprete: Mário Reis

Disco 78 rpm / Título da música: A tua vida é um segredo / Lamartine Babo, 1904-1963 (Compositor) / Mário Reis (Intérprete) / Grupo da Guarda Velha (Acomp.) / Gravadora: Victor / Gravação: 03/12/1932 / Lançamento: 02/1933 / Nº do Álbum: 33614 / Nº da Matriz: 65615-3 / Gênero musical: Samba

Am                   E7              Am
A tua vida é...       é um segredo
                                      E7              Am
É um romance e tem...     e tem enredo
        G7                         C                   B7          E7              Am
A tua vida, é um livro amarelado    /   Lembranças do passado
               Bm          E7        A7           Dm                              Am
Folhas soltas da saudade   /  A tua vida, romance igual ao meu
     B7        E7       Am                        E7               Am
Igual a muitos outros   /   Que o destino me escreveu
G7                                     C            B7            E7             Am
A tua vida, foi sonho e foi ventura   /         Foi lágrima caída
           Bm             E7         A7                              Dm
No caminho da amargura  /        São nossas vidas
     Am                       B7       E7                      Am
Comédias sempre iguais   /   Três atos de mentira
             E7                Am
Cai o pano e nada mais


Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.