sábado, 1 de março de 2008

Ely Camargo

Ely Camargo, cantora e compositora, nasceu em Goiás GO (12/2/1930). Influenciada pelo pai, o maestro e regente da Orquestra Sinfônica, de Goiânia GO, Joaquim Edison Camargo, participou ainda criança de programas na Rádio Clube de Goiânia e de coros de igreja.

Em 1960 atuou no conjunto vocal Trio Guairá, de Goiânia, e nos dois anos seguintes apresentou-se no programa que ela mesma produzia na Rádio Brasil Central, retransmitido em Brasília DF pela Rádio e TV Nacional.

Mudou-se para São Paulo SP em 1962, e assinou contrato com a Rede Tupi (rádio e televisão), gravando ainda o primeiro LP, Canções de minha terra, pela Chantecler, etiqueta pela qual lançou sua primeira composição, Boneca de pano, em 1966.

Pesquisadora de folclore, formou acervo particular em suas viagens pelo Norte e Nordeste do Brasil, firmando-se como uma das mais fiéis e competentes intérpretes de música folclórica brasileira.

Gravou 12 LPs, entre os quais Folclore do Brasil, Gralha azul, Danças folclóricas e folguedos populares do Brasil, Cantos da minha gente, Cantigas do povo — Água da fonte, além de uma série de compactos. Tem discos lançados em Portugal, África do Sul, Itália e Alemanha.

Integrante do conselho da Secretaria Municipal de Cultura de Goiânia GO, produz, apresenta e interpreta os seguintes programas semanais na Rádio Universitária da Universidade Federal de Goiás: Brasil de Canto a Canto, Ely Camargo Convida e Alma Brasileira.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora E PubliFolha.

Dilermando Pinheiro

Dilermando Pinheiro nasceu em 28 de setembro de 1917 e passou sua vida no Morro do Pinto, situado no bairro carioca de São Cristóvão. Em 1930, foi pandeirista na Banda de Seu Basílio, da Polícia Militar (foto: Ciro Monteiro e Dilermando Pinheiro no show Telecoteco Opus nº 1).

Por influência de Luís Barbosa, que conheceu na Rádio Sociedade, passou a utilizar um chapéu de palha no acompanhamento de samba, que apelidou como "Stradivarius", e no qual batucou por aproximadamente 20 anos. Tentou a sorte no programa de calouros de Ary Barroso, apresentado na Rádio Cruzeiro do Sul, não obtendo sucesso nessa investida. Ao se afastar da vida artística, empregou-se como inspetor no Colégio Anglo-Americano.

Reiniciou sua carreira artística em 1936, na Rádio Guanabara, tendo ainda se apresentado nas Rádios Tupi e Nacional. Em 1939, formou dupla com o cantor Ciro Monteiro, intitulada "A Dupla Onze" (pela magreza dos dois), que se apresentava na Rádio Mayrink Veiga. Destacou-se com sua interpretação dos sambas Risoleta (Raul Marques e Moacir Bernardino) e Seu Libório (João de Barro e Alberto Ribeiro).

Em 1956, gravou seu primeiro LP, Sambas do passado, na Musidisc, onde entre outras composições gravou Emília (Wilson Batista e Haroldo Lobo) e Minha palhoça (J. Cascata).

Passou por um período de ostracismo, até que o jornalista Sérgio Cabral o convidou a participar junto com Cyro Monteiro do show Telecoteco Opus nº 1, lançado em disco com o mesmo nome. Reeditada, a dupla virou Dez (somente Dilermando permanecia magro). O disco se tornaria uma obra de referência entre as gravações de samba, ao começo dos anos 60. Em 1974, o LP foi reeditado pela Fontana. Recentemente, foi editado em CD. Outro relançamento de Dilermando em CD (pela série Odeon 100 Anos) é do disco Batuque na Palhinha, editado em 1977 por Marcus Pereira.

Conta Renato Vivacqua que Dilermando “... tocava também pandeiro e, ao conhecer Luiz Barbosa, resolveu adotar o palhinha e ser cantor. Foi gongado por Ary Barroso, passando a cantar em circos. Finalmente, conseguiu estrear em 1936. A partir das primeiras tentativas levou vinte anos para gravar o primeiro disco.

Biriteiro durante mais de trinta anos, renegou a cachaça, dizendo que ela hoje tem flit e criolina. Com verve explicava; ‘Sou igual a cobra de farmácia, conservado em álcool não incho’. A encheção de cara diária trouxe-lhe alguns contratempos como, certa tarde, na qual se apresentou para cantar na Rádio Nacional foi expulso, já que seu compromisso era na Rádio Tupi.

Recriou os maiores sucessos de Luiz Barbosa, como Risoleta, Lalá e Lelé; de Vassourinha, como Seu Libório, O trem atrasou (Patrão o trem atrasou / Por isso estou chegando agora).”

“Estourou no carnaval de 41 na voz de Roberto Silva, mas só permaneceu lembrado graças a Dilermando que regravou. Minha Palhoça, de J. Cascata, tornou-se marcante interpretada com seu molho inconfundível:

Se você quisesse
Morar na minha palhoça
Lá tem troça, se faz bossa
Fica lá na roça
À beira de um riachão
.”

Lulu de Madame foi outro sucesso:

Queria ser lulu de madame francesa
Pra passear de dia em uma cadilaque
Apreciando a maravilha da natureza
A vida assim é uma beleza
.”

“Mesmo tendo gravado apreciável número de discos e ter sido junto com Moreira da Silva, um dos ases do samba de breque, nunca se consagrou numa criação. Foi na realidade uma espécie de termostato do sucesso alheio, mantendo em evidência músicas que provavelmente teriam êxito passageiro.”

Dilermando Pinheiro faleceu em 10 de maio de 1975, vitimado por ataque cardíaco, minutos antes de se apresentar no programa "Rio dá samba", da TV Rio, uma homenagem aos 20 anos de morte do compositor Geraldo Pereira.

Fontes: Dicionário Cravo Albim da Música Popular Brasileira (www.dicionariompb.com.br); Renato Vivacqua em: Música Popular Brasileira – História de Sua Gente, Cap. 9 (A Agonia do Chapéu de Palha)(www.renatovivacqua.com).

Ameno Resedá, o primeiro Rancho

O Ameno Resedá foi o mais famoso de todos os ranchos carnavalescos da cidade do Rio de Janeiro. Criado em 1907 por um grupo de funcionários públicos cariocas, após um piquenique em Paquetá, tinha sua sede no bairro do Catete.

Em 1908 o grupo teatralizou o tema a Corte Egipciana. Essa novidade agradou e foi imitado pelos demais ranchos. Seus enredos eram quase sempre mitológicos e serviam como ponto de união para se contar uma história com princípio, meio e fim. Isso criava condições dentro da visão do povo para maior brilho e explendor. As fantasias eram luxuosas, usavam materiais como lamê, seda e plumas e representavam príncipes, princesas, deuses, flores, caçadores ou animais. As fantasias dos Ranchos costumavam apresentar grandes resplendores e, muitas vezes, alegorias de mão.

Em 1914, O Ameno Resedá desfilou ao lado das sociedades carnavalescas. Em 1917, introduz a Comissão de Rancho, percussora das comissões de frente das escolas de samba. Naquele ano era composta por quatro sátiros transformados em "Príncipes Caçadores" com um séquito de Júpiter, Minerva, Atlas e doze pastores.

O Ameno Resedá tinha entre seus fãs Paulo de Frontin, Arnaldo Guinle, Oswaldo Gomes e Coelho Neto. Entre seus diretores de harmonia, ao longo dos anos, esteve o sambista Sinhô.

Em 1923, Coelho Neto, fã dos ranchos e torcedor do Ameno, faz uma crítica construtiva ao excesso de temas estrangeiros apresentados pelos ranchos, não por serem estrangeiros, mas sim porque na sua opinião eles já haviam sido repetidos com exaustão, a exemplo do que ocorre hoje com alguns enredos de escolas de samba.

O Ameno Resedá então compreende o recado e em 1924 traz o tema O Hino Nacional, considerado revolucionário, não apenas por ser nacional,mas também por ser um tema abstrato. Porém o rancho fica apenas com o terceiro lugar, o que teria levado Coelho Neto a escrever aos diretores do Ameno na época para que não desanimassem, pois nem sempre "quem planta é quem colhe".

Em 30 de janeiro de 1941, o Ameno Resedá realiza sua última assembléia, onde é decidida a sua extinção. Parte de seus bens são doados à Irmandade de Nossa Senhora da Glória.

Fonte:Wikipédia. Leitura Recomendada: JOTA EFEGÊ. Ameno Resedá: o rancho que foi escola. Rio de Janeiro: Letras e Artes, 1965.

O Corso


Corso carnavalesco, ou simplesmente corso, é o nome que os passeios das sociedades carnavalescas do século XIX adquiriram no início do século XX, no Rio de Janeiro, após uma tentativa de se reproduzir do país as batalhas de flores características dos carnavais mais sofisticados da virada do século, como o da cidade de Nice, no sul da França (Charge de J. Carlos).

A brincadeira consistia no desfile de carruagens enfeitadas – e, posteriormente, de automóveis sem capota –, repletos de foliões que percorriam o eixo Avenida Central-Avenida Beira-Mar.

Ao se cruzarem, os ocupantes dos veículos (geralmente grupos fantasiados) lançavam uns nos outros, confetes, serpentinas e esguichos de lança-perfume.

Por sua própria natureza, o corso era uma brincadeira exclusiva das elites, que possuíam carros ou que podiam pagar seu aluguel nos dias de carnaval.

Foto de Augusto Malta, s/data
O corso era o mais difundido evento do carnaval carioca na primeira década do séc. XX, ocupando todo eixo carnavalesco durante os três dias de folia e abrindo espaço somente (e mesmo assim em horários predeterminados) para os grupos populares (chamados genericamente de ranchos) na noite de segunda-feira e para as grandes sociedades, na terça-feira gorda.

Os grandes centros urbanos brasileiros rapidamente aderiram à moda surgida na capital e passaram a apresentar corsos em suas principais artérias durante o carnaval.

Uma importante divulgação do corso aconteceu durante o carnaval de 1907, quando as filhas do então presidente Afonso Pena, fizeram um passeio no automóvel presidencial, pela Avenida Beira-Mar, no Rio de Janeiro.

Segundo Eneida de Moraes, autora do livro História do Carnaval Carioca, a popularização dos automóveis afastou os foliões das classes alta e média, e nos anos 40, o corso acabaria desaparecendo de vez.

Felipe Ferreira, em seu O Livro de Ouro do Carnaval Brasileiro, sugere que o surgimento de bailes exclusivos para elite (como o famoso Baile do Municipal) após a organização do carnaval carioca em 1932, teve papel determinante na decadência do corso.

É também chamado de Corso a tradicional guerra de frutas entre a Escola Politécnica da USP e a Escola Paulista de Medicina, ambas da cidade de São Paulo. O evento dá-se durante o período do PauliPoli, cinqüentenária competição atlética entre os alunos de ambas escolas. A "batalha" se dá atualmente na Praça Charles Miller, em frente ao Estádio do Pacaembu, e frutas, verduras e legumes, de preferência podres, são a munição dessa guerra, um pouco indigesta.

Fonte: Wikipédia.

Marion

Marion na capa da Carioca de 8 Dezembro 1949.

A cantora e atriz Marion (Penha Marion Pereira) nasceu em São Paulo, SP, em 08/09/1924, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 18/05/2009. Aos oito anos participou do programa infantil da cantora Sônia Carvalho, na Rádio Educadora Paulista, e três anos depois cantou pela primeira vez em um auditório.

Em 1938, como amadora, passou a apresentar-se no programa Tia Chiquinha, na Rádio Tupi, de São Paulo. Mais tarde, o compositor Assis Valente convidou-a para cantar suas composições na boate Guarujá, onde ele atuava. Com o sucesso de suas apresentações, numa viagem ao Rio de Janeiro RJ, Jaime Redondo, diretor artístico dos cassinos Icaraí (Niterói RJ) e da Urca, contratou-a por quatro anos.

Marion - 1949
Em 1943 assinou contrato com a Rádio Educadora e um ano depois Moacir Fenelon convidou-a para tomar parte no filme Tristezas não pagam dívidas, de José Carlos Burle e J. Rui. No mesmo ano foi para a Rádio Nacional, ali permanecendo até 1947, quando seguiu para Buenos Aires, Argentina, como vedete do Teatro Maipo, apresentando-se durante cinco meses.

Sua primeira gravação, na Continental, foi Doce veneno (Valzinho, Carlos Lentine e Esperidião Machado Goulart).

Apareceu em vários filmes da Atlântida, cantando e imitando o estilo de Carmen Miranda, entre os quais Segura esta mulher (1946), Este mundo é um pandeiro (1947), Carnaval no fogo (1950), É fogo na roupa (1952), todos de Watson Macedo, Tira a mão daí (1956), de J. Rui, e Garota enxuta (1959), de J. B. Tanko.

A partir de 2001 passou a residir no Retiro dos Artistas, até seu falecimento, por falência múltipla dos órgãos, em maio de 2009.

Fontes: Cantoras do Brasil; Brazilian Pop; Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Zilá Fonseca


Zilá Fonseca (Iolanda Ribeiro da Silva), cantora (12/04/1929, São Paulo, SP - 30/05/1992, Rio de Janeiro, RJ), nasceu na capital paulista, onde iniciou sua carreira, sendo durante muito tempo, considerada uma especialista na arte de cantar tangos e boleros.

Em 1938, lançou pela Columbia, seu primeiro disco, com acompamento de Antônio Rago e seu conjunto regional, interpretando a marcha Se ele perguntar por mim e o samba Fiz esta canção, ambas do compositor Sereno.

Em 1939, foi contratada pela Rádio Tupi de São Paulo. Trabalhou depois na Rádio Cruzeiro do Sul, transferindo-se em seguida para a Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro, onde filmou, em 1940, Vamos cantar, direção de Leo Marten. Gravou um disco na Columbia, incluindo o samba Coração em festa (José Maria de Abreu e Alberto Ribeiro) e Carta verde (Valfrido Silva e Armando Lima), no mesmo ano lançou dois de seus grandes sucessos, a marcha A charanga do Oscar, de Malfitano, Silva Araújo e Geraldo Mendonça e o samba Sei lá si tá, de Valfrido Silva e Alcir Pires Vermelho.

Em 1942, gravou na Victor as marchas A vontade do freguês, de Malfitano e Jorge Faraj e Olha a conga, de Malfitano e Silva Araújo. Em 1945, foi contratada pela Odeon e lançou os sambas Já não posso mais, de Milton de Oliveira e Gilberto de Carvalho e o grande sucesso de Muita gente no samba, de autoria de Ari Monteiro. No ano seguinte gravou Nicanor vai ser chutado, samba de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira.

Em 1948, transferiu-se para a Star, onde gravou Quero um samba, de Assis Valente e Júlio Zamorano, Onde vamos morar de Antonio Valentim dos Santos e Aldacir Evangelista, Eta pessoal (Henrique de Almeida, Gadé e Humberto de Carvalho) e o grande sucesso A aurora vem raiando, de Nelson Trigueiro, além da marcha carnavalesca Galo garnizé (Antônio Almeida, Luís Gonzaga e Miguel Lima).

Em 1949, atuou no filme Estou aí, com direção de José Cajado Filho. Nesse mesmo ano, casou-se com Osvaldo Luís, na época locutor da Rádio Mayrink Veiga. Em 1951, foi para a Odeon, gravando com grande sucesso o samba de Ari Monteiro Muita gente no samba e, transferiu-se neste mesmo ano para a Todamérica, estreando com a marcha Meu barracão não cai, de Valdir Gonçalves e Irani de Oliveira e o samba Nome manchado, de Paulo Marques e Ailce Chaves, e para o Carnaval Balança mas não cai (Abel Ferreira), seguido de Não te quero mais (Mário Sena e Armando Rosas), Revés do passado (Plínio Gesta), Minha vida e meus amores (Luís Vieira) e O príncipe Maru (Oldemar Magalhães).

Em 1952 gravou o baião A jangada não vem, de sua parceria com Osvaldo Silva e o samba Agradeço a você, de Altamiro Carrilho e Armando Nunes. No ano seguinte, retornou para a Columbia e gravou o samba canção Jerusalém, de Castro Perret e a canção Noite de luz, de Gruber e Osvaldo Molles.

Em 1954, gravou com Cauby Peixoto o bolero Vaya con Dios, de Russel, James e Pepper, com versão de Joubert de Carvalho e o baião Elvira, de Rômulo Paes e Henrique de Almeida. No ano seguinte gravou o clássico samba A voz do morro, de Zé Keti.

Em 1956, registrou o samba Vingança de pobre, de Hianto de Almeida e Francisco Anysio e no ano seguinte o samba Se acaso você chegasse, de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins. Gravou ainda na Chantecler e nos pequenos selos Sarau e Ritmos.

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Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira; A Scena Muda, Revista do Rádio..

Bidu Reis

A cantora, compositora, poeta, pianista e radioatriz Bidu Reis (Edila Luísa Reis) nasceu em 1920 no Rio de Janeiro, RJ. Pertence à União Brasileira de Compositores e é uma das diretoras da Associação Defensora dos Direitos dos Fonomecânicos. Em 2000, era também presidente da Associação das Donas de Casa da zona norte da cidade do Rio de Janeiro.

Foi integrante do grupo As Três Marias, ao lado de Marília Batista e Salomé Cotelli. O grupo, formado em 1942 na Rádio Nacional do Rio de Janeiro por seu diretor artístico, José Mauro, lançou o primeiro disco ainda em 1942, acompanhando Linda Batista nos sambas Bom-dia, de Herivelto Martins e Aldo Cabral e Aula de música, de Haroldo Barbosa e Herivelto Martins. 

Em 1943, lançaram o segundo disco, acompanhando Francisco Alves e participaram, cantando, do filme É proibido sonhar, de Moacir Fenelon. No ano seguinte o conjunto lançou discos, acompanhando Roberto Paiva, Nilo Sérgio e Albertinho Fortuna.

Em 1945, saiu do grupo para cantar na Rádio Globo e na Orquestra Tabajara. Em 1951, gravou no selo Carnaval a marcha Não me fale em pretoria, de Fernando Lobo e Nestor de Holanda. Em 1954, foi escolhida pelo Sindicato dos Músicos do Rio de Janeiro como "Rainha dos músicos" com a expressiva soma de 98.185 votos.

Em 1955, gravou na Continental o baião Adeus, minha gente, de Alcir Pires Vermelho e Gilvan Chaves e o samba Sozinha, de sua autoria e José Bastos com acompanhamento de Radamés Gnattali e seu conjunto. No mesmo ano, o conjunto vocal Os Cariocas gravou seu samba Qu'est ce que tu penses, parceria com Haroldo Barbosa.

Em 1956, teve o samba Quatro histórias diferentes, parceria com Dora Lopes gravado pelo grupo Quatro Estrelas e a canção É Natal, parceria com Arsênio de Carvalho, por Emilinha Borba na Continental.

Em 1957, seu bolero Interesseira, parceria com Murilo Latini foi gravado pelo grupo Os Sinuelos na gravadora Sinter. Essa mesma música foi regravada no ano seguinte pelo grupo Os Seresteiros na gravadora Columbia e por Jairo Aguiar na Copacabana, além de ter sido posteriormente grande sucesso na voz de Anísio Silva. Ainda em 1957, conheceu seu maior sucesso, Bar de noite, parceria com Haroldo Barbosa e gravada por Creusa Cunha na Mocambo. Esta música foi regravada por inúmeros intérpretes, o principal dos quais foi Nora Ney, que a incorporaria ao seu repertório permanente. Em 1960, Lúcio Alves gravou na Philips a valsa Festa de luz, parceria com Murilo Latini, sendo posteriormente regravada por Dilu Melo.

É autora do livro A inteligência dos animais, história infantil que foi radiofonizada na década de 1960 e que somente em 1996 foi publicada como livro pela Editora Sette Letras. Bar da noite (Garçon, apaga esta luz/ Que eu quero ficar sozinha), em parceria com Haroldo Barbosa, é considerada um dos clássicos mais significativos do samba-canção. Gravada ao final da década de 1950 por Nora Ney, a música foi incluída no CD Estão voltando as flores - com as Cantoras do Rádio, no registro de Carmélia Alves, em expressa homenagem ao repertório de Nora Ney.

Em 2003, teve a composição Folhas mortas, parceria com Motta Vieira gravada pela cantora Marion Duarte no CD Fonte de energia, para o qual escreveu a apresentação.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Carminha Mascarenhas

Carminha Mascarenhas (Cármina Allegretti), cantora, nasceu em Muzambinho, MG, em 14/04/1930, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 16/01/2012. Descendente de italianos, mudou-se com a família para São Paulo, quando tinha ainda poucos meses de idade e, mais tarde, foi morar em Poços de Caldas, MG. Formou-se como professora primária.

Começou a cantar no coral da Igreja Matriz de Poços de Caldas, destacando-se pela voz de contralto. Interessou-se pela música popular, acompanhada pelo pai e pelo tio ao violão.

Iniciou sua carreira artística como crooner do conjunto de José Maria, ao lado do pianista Raul Mascarenhas, com quem veio a casar-se em 1952, com quem teve um filho, o saxofonista Raul Mascarenhas Jr, que foi casado com a cantora Fafá de Belém, casamento do qual nasceu Mariana, também cantora.

No ano seguinte, gravou seu primeiro disco com as canções de Hervé Cordovil Nossos caminhos divergem e Folha caída. Nessa época, transferiu-se com o marido para Belo Horizonte, apresentando-se com ele na Rádio Inconfidência e em casas noturnas.

Em 1955, estreou como crooner do Copacabana Palace, substituindo Nora Ney. Ainda nesse ano foi eleita, juntamente com Sylvia Telles, "Cantora Revelação do Ano" e contratada para fazer parte do elenco da Rádio Nacional, estreando na emissora no programa Nada além de 2 minutos, produzido por Paulo Roberto.

Em 1956, deixou o trabalho do Copacabana Palace e começou a apresentar-se na boate Sacha's. Separou-se do marido e viajou para o Uruguai, onde se apresentou na boate Cave e no Cassino de Punta del Este. Seguiu, depois, para Argentina e Paraguai. Gravou vários discos em 78 rpm e participou, com Elisete Cardoso e Heleninha Costa, de um LP dedicado à obra de Fernando Lobo.

Em 1959, gravou seu primeiro LP solo, intitulado Carminha Mascarenhas, em que registra a faixa Eu não existo sem você, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Ainda nesse ano, assinou contrato com a TV Rio para apresentar o programa Carrossel, atuando ao lado de Lúcio Alves, Elizeth Cardoso, Carlos José, Hernany Filho, Norma Bengel e Elizabeth Gasper.

Carminha Mascarenhas - Foto: Revista do Rádio (30/Julho/1960)
Em 1960, foi convidada para participar do show Ary Barroso, 1960, ao lado do compositor e de Os Cariocas, Castrinho, Terezinha Elisa e Joãozinho da Goméia. O show ficou um ano e meio em cartaz na boate Fred's. Em seguida, participou, ainda com o mesmo elenco de artistas, do show Os quindins de Yá Yá, parcialmente gravado pela Copacabana Discos no compacto duplo Musical Ary Barroso, 1960.

Compôs, em parceria com Dora Lopes, as músicas Toalha de mesa, uma homenagem a São Paulo, gravada por Noite Ilustrada, e Samba da madrugada, gravada até no exterior, sendo considerado um hino dos boemios dos anos 1960 e 1970 em Copacabana, razão porque foi dedicada pelas autoras à cantora Maysa. Mais tarde participou, com Marisa Gata Mansa e Hernany Filho, do LP Em cada estrela uma canção, em homenagem à obra de Newton Mendonça, interpretando as faixas Discussão, Meditação, Desafinado e Samba de uma nota só, parcerias do compositor com Tom Jobim.

Viajou diversas vezes para o exterior e participou de discos de vários intérpretes. Ainda na década de 60, registrou no LP A noite é de Carminha as canções que apresentava na noite carioca. O LP incluiu Per omnia saecula, saeculorum, samba de Miguel Gustavo, cuja execução foi proibida pela censura.

Nos anos 80, apresentou-se no Sambão e Sinhá, casa noturna de Ivon Curi, com o espetáculo Carnavalesque, que ela própria escreveu. Mudou-se para Teresópolis, em 1986, apresentando-se ocasionalmente em shows.

Em 1999, comemorou 50 anos de carreira em espetáculo realizado na Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Em 2001, depois de retirada em sua casa de Teresópolis por vários anos, atuou ao lado de Ellen de Lima, Carmélia Alves e Violeta Cavalcanti no espetáculo As Cantoras do Rádio: Estão voltando as flores. No show, que revivia a época de ouro de cantoras que marcaram a história do rádio no Brasil, Carminha Mascarenhas cantava, do repertório de Isaura Garcia, Mensagem, além de sucessos da sua própria carreira, bem como os das carreiras de Dolores Duran, Carmen e Aurora Miranda e Linda e Dircinha Batista.

Lenita Bruno

Lenita Bruno (08/12/1926 - 24/8/1987, Rio de Janeiro, RJ), cantora, teve uma formação lírica. Iniciou sua carreira aos 14 anos, em programas de calouros da Rádio Nacional e da Rádio Cruzeiro do Sul. Na época, saiu vencedora de vários. Em 1946 assinou seu primeiro contrato com a Rádio Mayrink Veiga, para temporada de seis meses.

Em 1949, venceu o concurso Chiquinho a procura de uma Lady crooner, promovido pela Rádio Clube do Brasil. Em 1950, retornou à Mayrink Veiga, onde se apresentou com o cantor Dick Farney, em um programa dedicado ao jazz.

Cantava em vários idiomas, principalmente inglês, interpretando o repertório jazzístico americano com competência, segundo a crítica da época. Com esse repertório, de músicas como Always, de Irving Berlin; Tonight, de Leonard Bernstein e Sondheim e Someone to watch over me, de George e Ira Gershwin, Lenita fez vários programas na Rádio Nacional nos anos 50. Essas interpretações podem ser encontradas na Collector's Editora Ltda, que em 1989 as lançou em LP.

A cantora participou de vários dos mais conceituados programas musicais da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, entre eles: Operetas famosas; Um milhão de melodias; Festivais GE; Canção da lembrança; Quando os maestros se encontram e Mestres da música.

Gravou seu primeiro disco em 1952, pela Sinter, interpretando duas músicas de Lírio Panicali e Evaldo Rui: Um domingo no Jardim de Alahe Enquanto houver. Em 1958, gravou duas versões feitas por Aloysio de Oliveira, pela Odeon: Sayonara e Love me again. Conheceu Tom Jobim através de seu marido, o maestro Leo Peracchi, que orquestrou Orfeu da Conceição, em 1957.

Em 1959, lançou o LP Modinhas fora de moda, com a orquestra de Leo Peracchi, onde a cantora gravou várias modinhas brasileiras. O disco, lançado pela etiqueta Festa, recebeu elogios da crítica, do maestro Heitor Villa-Lobos e apresentação do maestro Edino Krieger. Ainda em 1959, Tom Jobim a convidou para gravar o LP Por toda a minha vida, só com músicas dele e de Vinícius de Moraes. O disco recebeu orquestração de Leo Peracchi.

Em 1964, deixou a Rádio Nacional e foi para Nova York, onde se apresentou ao lado de Laurindo de Almeida. Nos EUA gravou o LP Lenita Bruno em Hollywood, onde interpreta somente músicas brasileiras, algumas com versão em inglês, acompanhada de Laurindo de Almeida, Clare Fischer e Bud Shank. Fez também um especial na TV ao lado de José Feliciano. Gravou, em seguida, outro LP, ao lado de Bud Shank, intitulado Work of love. Ao retornar ao Brasil, participou de um show na Sala Funarte, em homenagem a Mário de Andrade.

Realizou o show Tom Jobim, popular ou clássico? em 1985, no Projeto Seis e Meia da A. B. I. , no Rio de Janeiro. Fez sua última apresentação em 1986, no Restaurante Botanic, no Rio de Janeiro, no show Para amar e sofrer.

Lourdinha Bittencourt

Lourdinha Bittencourt (Lourdes Bittencourt), cantora e atriz de cinema, nasceu em 30 de outubro de 1923, em São Paulo. Logo recém-nascida, ela é abandonada no Asilo Melo Matos. Ainda com quatro meses ela é adotada pela professora de música, Maria Bittencourt.

Desde pequena, Lourdinha teve boa desenvoltura na música e na dança, o que fez com que a professora investisse em sua carreira com cursos voltados a essas artes. Logo, a futura atriz e cantora já estava trabalhando profissionalmente no Cassino da Urca, como menina prodígio.

Em 1935, atua no filme Noites Cariocas; em 1936, nos filmes Maria Bonita e Cidade Mulher; É Proibido Sonhar (1943); Moleque Tião (1943); Asas do Brasil (1947); Obrigada Doutor e Poeira de Estrelas (1948); O Homem Que Passa e Não Me Digas Adeus (1949); Guerra ao Samba (1955); Pirata do Outro Mundo (1957); Samba na Vila (1957); e Com a Mão na Massa (1958).

Em 1952 se integra ao Trio de Ouro, nessa época formado pelo compositor Herivelto Martins e Raul Sampaio (Raul Coco, Cachoeiro de Itapemirim 1928—). Sua estréia foi marcada pela regravação de antigo sucesso, Ave Maria do morro, na Victor.

O trio assina contrato com a Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, onde permanecem por dois anos. Excursionam pelo Norte do país, Minas Gerais e São Paulo. Faz temporadas na Argentina, Chile, Uruguai e Peru.

Atuaram também, por longo tempo, como atração da Rádio Clube de Pernambuco e lançou, na Victor, musicas carnavalescas, como os sambas Noite enluarada (Herivelto Martins e Heitor dos Prazeres) e Sereno (Herivelto Martins e Nelson Gonçalves), gravado na Victor, em 1952, ao lado do cantor Nelson Gonçalves.

Gravaram ainda a guarânia Índia (J. A. Flores e M. O Guerrero, versão de José Fortuna); o baião Caboclo abandonado (Herivelto Martins e Benedito Lacerda), a catira História cabocla (Herivelto Martins e Jose Messias), a rancheira Festa no Sul (Raul Sampaio e Rubens Silva), Negro telefone (Herivelto Martins e David Nasser), todos na Victor, em 1953; Saudades de Mangueira (Nelson Trigueiro e Bartolomeu Silva), Me deixa em paz (Jovelino Marques), ambas na Victor, para o Carnaval de 1954, e Boca fechada (Lupicínio Rodrigues), também na Victor em 1954.

Em 1957 o trio foi novamente dissolvido por problemas de saúde da cantora, que viria a falecer aos 55 anos no Rio de Janeiro, em 19 de agosto de 1979, vítima de derrame cerebral. .

Em 1970 Lourdinha atuou na telenovela Irmãos Coragem (como Manuela). Foi a segunda esposa do cantor Nelson Gonçalves.

Fontes: Cine Claquete - atores - Lurdinha Bittencourt; Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Noemi Cavalcanti

Noemi Cavalcanti (Noemi Knupp Brustt), cantora, nascida em Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo (1926), integrou, em 1950, o Trio de Ouro na sua segunda formação (Nilo Sérgio e Herivelto Martins), quando do desquite de Herivelto com Dalva de Oliveira.

Em 1952 Noemi e Nilo Chagas passaram a atuar em dupla, ocasionando uma nova formação no Trio de Ouro: Herivelto, Raul Sampaio (Raul Coco, Cachoeiro de Itapemirim 1928—) e Lourdinha Bittencourt (Lourdes Bittencourt, São Paulo, 30/10/1923—Rio de Janeiro, 19/08/1979).

Noemi formou também, com sua irmã Odemi, o duo Irmãs Cavalcanti. Em 1954, gravaram pela Columbia o baião Lumiô, lumiô, de autoria da dupla, e a guarânia Ponta Porã, de Pereirinha e Jamir da Silva Araújo. No mesmo ano gravaram os rasqueados Além das fronteiras, de Pereirinha, e Noites do Paraguai, de S. Aguayo e Herivelto Martins.

Em 1955, gravaram de Pereirinha e Noemi Cavalcanti o rasqueado Terra distante, e de autoria das irmãs a valsa Saudosa Minas Gerais.

Seu marido era maestro do cantor e barítono Vicente Celestino, que foi seu padrinho de casamento, com a cineasta Gilda de Abreu como madrinha. Morava em Friburgo-RJ quando contraiu tuberculose. Foi para a casa de seu filho em Bauru-SP, onde veio a falecer em 26 de abril de 2001. Nenhum jornal comentou a sua morte (pobre memória da nossa MPB!).

Fontes: Noemi Cavalcanti e o Trio de Ouro - de Roberto de Azevedo (forniturarob@ig.com.br) - Agenda do Samba & Choro; Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha; Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira; Cine Claquete - atores - Lurdinha Bittencourt; Loronix: Challenge / What is the name of this vocal group and whohttp are they? (imagem de Noemi Cavalcanti).

Norma Bengell

Norma Bengell (Norma Aparecida Almeida Pinto Guimarães d'Áurea Bengell), atriz, diretora, produtora, cantora e compositora, com status de estrela desde que estreou nas telas, aos 23 anos, fazendo uma paródia de Brigitte Bardot na chanchada O homem do Sputnik (1959), de Carlos Manga.

Atuou também no teatro e lançou-se como diretora de cinema em 1987 com Eternamente Pagu, sobre a poeta e feminista Patrícia Galvão, que se tornou figura importante do modernismo brasileiro.

Em 1961, em Os cafajestes, de Ruy Guerra, foi protagonista do primeiro nu frontal da história do cinema brasileiro e foi alvo de críticas violentas dos setores mais conservadores da sociedade brasileira.

Carioca de 1935, antes do cinema trabalhou em teatro de revista com Carlos Machado, e a partir de O pagador de promessas, de Anselmo Duarte (1962), Palma de Ouro no Festival de Cannes, iniciou carreira internacional, participando de produções italianas e francesas como Mafioso (1962), de Alberto Lattuada e La Constanza della Ragione (1964),de Pasquale Festa Campanile.

De volta ao Brasil, atuou em Noite vazia (1964), de Walter Hugo Khoury, Os deuses e os mortos (1970), de Ruy Guerra, A casa assassinada (1970), de Paulo Cezar Saraceni, Mar de rosas (1977), de Ana Carolina, A idade da Terra (1981), de Glauber Rocha, Rio Babilônia (1982), de Neville D'Almeida, e Vagas para moças de fino trato (1993), de Paulo Thiago.

Em 1996, produziu o longa O guarani, filme com o qual volta à direção. Em 2003 concluiu um documentário sobre Guiomar Novaes, primeira parte de uma trilogia sobre as grandes pianistas brasileiras, que vai enfocar ainda a vida e a carreira de Antonietta Rudge e Magdalena Tagliaferro.

Como cantora, seu primeiro sucesso foi o 78 rpm com A lua de mel na lua e E se tens coração (da trilha sonora do filme Mulheres e milhões, de Jorge Ilely).

Em 1959, lançou OOOOOO! Norma, seu primeiro LP, com uma sonoridade bastante próxima da bossa nova, com várias canções de Tom Jobim e João Gilberto.

Após anos gravando participações em trilhas sonoras e discos de outros artistas, seu segundo LP Norma canta mulheres, sai apenas em 1977, com composições de Dona Ivone Lara, Luli e Lucina, Marlui Miranda, Dolores Duran, Chiquinha Gonzaga, Rosinha de Valença, Glória Gadelha, Sueli Costa, Rita Lee, Joyce e Maysa, além de Em nome do amor, parceria de Norma com Glória Gadelha.

Fonte: Wikipédia; Quem é Quem.

Rosita Gonzales

Rosita Gonzales (Jussara de Melo Vieira), nasceu no Rio de Janeiro (08/11/1929) e faleceu na mesma cidade (28/2/1997). Iniciou a carreira artística em 1946 quando foi contratada pela Rádio Nacional.

No início dos anos 1950 ingressou na Rádio Mayrink Veiga. Assinou contrato com o selo Elite Special e lançou o primeiro disco em 1952 com os boleros Noite após noite,de Vitor Berbara e Haroldo Eiras e O 'm' da minha mão, de Mário Gennari Filho e Ribeiro Filho.

No mesmo ano, gravou os mambos Passa mañana, de Denis Brean e Blota Jr. e Sonrie la luna, de Alexandre Gnattali, J. Castilho e Clarice Gnattali e os boleros Lunita blanca, de Juanita Castilho e Alexandre Gnattali e Nenhuma ilusão, de Vitor Berbara e Altamiro Carrilho.

Ainda em 1952,assinou contrato com a Odeon e gravou com o instrumentista Roberto Ferri no solovox o bolero Numa noite de luar, de Hianto de Almeida e Haroldo de Almeida.

Em 1953, gravou o fox Chinita, Chinita, de Osvaldo Farrés e o beguine Porque volvi, de Haroldo Eiras e Vitor Berbara. Ainda nesse ano, gravou o samba-canção Aconteceu, de Luiz de França e Oscar Bellandi e o samba O mal que eu fiz, de Luiz Bittencourt.

Gravou no ano seguinte o pasodoble El novillero, de Agustín Lara e o bolero Si te llego a perder, de Roberto Martins e Aguimar. Ainda em 1954, participou com a Orquestra Ruy Rey, Grande Otelo, Jorge Veiga, Cauby Peixoto, Jackson do Pandeiro, Dircinha Batista e Emilinha Borba de show promovido pela Associação dos Servidores do Trabalho, Indústria e Comércio em comemoração ao Dia do Trabalhador.

Em 1955, gravou o tango A toca do José, de R. Adler, J. Ross e Ghiaroni e o bolero Não sei como foi, de Haroldo de Almeida. Em 1958, realizou uma longa temporada cantando em boates de São Paulo.

Em 1960, foi contratada pela gravadora Philips e gravou o tango A carta, de Bidu Reis e Murilo Latine e a guarânia Quero fitar teus olhos, de Arsênio de Carvalho e Lourival Faissal. Nesse ano, lançou pela Philips o LP Lo que te gusta a ti e no ano seguinte, o LP Boleros inolvidables.

Gravou em 1963 o bolero Confesion, de Joaquin Oliver e o cha cha cha Cuando calienta el sol, de Carlos Rigual e Mario Rigual. Em 1964, gravou pelo selo Repertório o choro Pranto, de Felício dos Santos e Gadé e a fantasia Noche azul, de Ricardo Bardaguer.

Na década de 1970, integrou o elenco do Brazilian follies, que fez temporada no Hotel Nacional, no Rio de Janeiro. Participou em 1989, ao lado das cantoras Nora Ney, Carmélia Alves, Violeta Cavalcanti, Zezé Gonzaga, e Ellen de Lima, do show As Eternas Cantoras do Rádio. Desse show foi gravado um LP lançado dois anos depois no qual interpretou as músicas As cantoras do rádio, de Alberto Ribeiro, João de Barro e Lamartine Babo, juntamente com as outras cantoras; Fascinação, de D.Marchetti e M. de Feraudy e Noche de ronda, de Maria Tereza Lara.

Na década de 1990,participou do CD Coisas Nossas, tributo a Noel Rosa, da Leblon Records, interpretando Pastorinhas, de Noel Rosa e João de Barro.

Vanja Orico


Vanja Orico (Evanjelina Orico - 15/11/1929, Rio de Janeiro, RJ), atriz e cantora, é filha do escritor paraense Oswaldo Orico, membro da Academia Brasileira de Letras.

Foi descoberta em 1952 pelos cineastas Alberto Lattuada e Federico Fellini, quando atuava em Roma no show chamado Macumba, patrocinado pela Rádio e TV Italiana, iniciando então sua carreira de atriz.

Atuou em diversos filmes, como Mulheres e luzes, dirigido por Lattuada e Fellini, onde cantou a música folclórica Meu limão, meu limoeiro, Lampião, O rei do cangaço, de Carlos Coimbra, e, em 1953, O cangaceiro, de Lima Barreto, que ganhou o Prêmio de Melhor Filme de Aventura no Festival de Cannes daquele ano, entre outros. É desse ano sua gravação de maior sucesso, Sodade meu bem sodade (Zé do Norte), da trilha sonora de O cangaceiro.

Seu primeiro LP foi lançado em 1954 pela gravadora Sinter, onde cantou, entre outras, músicas como Uirapuru (Waldemar Henrique) e João Valentão (Dorival Caymmi). Seu segundo disco foi gravado durante uma turnê pela União Soviética, onde se apresentou cantando as músicas de O Cangaceiro, especialmente Mulher rendeira, grande sucesso por quase toda Europa.

No começo da década de 60 apresentou-se no Carnegie Hall, de Nova York. De 1957 a 1962, gravou em discos temáticos de filmes, entre eles: O império do sol e Os bandeirantes, este último de Marcel Camus.

Em 1964, lançou pela gravadora Chantecler seu terceiro LP. Morou em Paris durante a maior parte da década de 60, onde gravou diversos discos em 45 rpm. Em 1969 gravou Viola enluarada (Marcos Valle - Paulo Sérgio Valle) numa versão em francês que fez grande sucesso em países europeus.

Na década de 1980, criou o projeto Rio Boa Praça, com música, teatro e outras artes, desenvolvido na Praça do Méier, subúrbio do Rio de Janeiro. Em 1997, lançou no Brasil o CD Vanja Orico e Quinteto Violado, no qual interpretou Manhã de carnaval (Luiz Bonfá e Antônio Maria), Chaquito (Geraldo Vandré), De chapéu de sol (Capiba) e uma composição inédita de Carlos Lyra, Amarga vinha.

Em 2002 iniciou a filmagem de um video sobre sua vida e carreira, dirigido pelo cineasta Luiz Carlos Ribeiro Prestes.

Olivinha Carvalho


Olivinha Carvalho (Olívia Corvacho), cantora, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 30/3/1930. Iniciou carreira artística aos cinco anos de idade, no programa Heraldo Português, da antiga Rádio Cajuti, do Rio de Janeiro.

Em 1936, apresentou-se em São Paulo na Rádio Cosmos (depois Rádio América) e no Teatro Boavista. Sua primeira gravação foi em 1940, com Folhas ao vento e o fado Evocação (ambos de Antônio Russo e Américo Morais).

Em 1953, Olivinha gravou a marcha Dança chinesa, parceria de Haroldo Lobo com Nestor de Holanda.

Intérprete de fados e canções portuguesas, seu maior sucesso foi o fado A Mouraria.

Atuou em diversos filmes, entre os quais Esta é fina (1947), Fogo na canjica (1947) e Eu quero é movimento (1949), dirigidos por Luís de Barros.

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Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha; Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Nestor de Holanda

Nestor de Holanda (Nestor de Hollanda Cavalcanti Neto) nasceu a 1º de dezembro de 1921, em Vitória de Santo Antão, Pernambuco. Seu pai, Nestor de Hollanda Cavalcanti Filho, era farmacêutico. Sua mãe, Maria de Lourdes Galhardo de Hollanda Cavalcanti, era médica, filha de Estevão Galhardo, calabrês, e de Joana de Queiroz Galhardo, napolitana.

Fez seus estudos no Recife. Cedo ingressou no jornalismo. Ainda no ginásio, dirigiu o semanário A Fama, por qual acabou sendo preso e proibido por motivos políticos. Sua primeira função: aprendiz de suplente de revisor. E trabalhou na Gazeta do Recife, Jornal Pequeno, Jornal do Comércio e Diário da Manhã.

Aos 17 anos, fez parte de um grupo de jovens que se iniciavam na imprensa e nas letras. O grupo fundou a editora Geração, através da qual Nestor publicou livro de poemas, Fontes Luminosas. Faziam parte de Geração: Guerra de Holanda, Paulo Cavalcanti, Mário Souto Mayor, Sousa Leão Neto, Raul Teixeira, Aristóteles Soares, Dagoberto Pires e outros.

Contando com o estímulo de Valdemar de Oliveira, o grande realizador do teatro pernambucano, Nestor escreveu a comédia-histórica Nassau, que obteve êxito marcante, inclusive através da Rádio Clube de Pernambuco, quando transmitida por iniciativa de Luiz Maranhão. E produziu várias outras comédias.

Também na música popular, em diversas ocasiões marcou tentos no famoso carnaval pernambucano, destacando-se os frevos-canções Fala, Pierrô, com Levino Ferreira, Barafunda, com Ernani Reis, O Frevo é assim, com Nelson Ferreira, e Não deixe a minha companhia, com João Valença, um dos Irmãos Valença, autores de O teu cabelo não nega, marcha adaptada por Lamartine Babo para o carnaval carioca.

Em 1941, foi para o Rio de Janeiro onde foi redator de A Cena Muda, Revista da Semana, Brasilidade, Vida, Deca, e das rádios Vera Cruz, Transmissora e Educadora. Convocado para o Exército, esteve em operações de guerra e chegou a sargento. Ganhou aí o apelido de Sargento Iolando (por que os recrutas confundiam seu Holanda com Iolanda).

Voltou à vida civil, depois da Guerra. Trabalhou em diversos jornais: Folha Carioca, Democracia, O Imparcial, A Noite, Folha do Rio, Shopping News, Diário Carioca, Última Hora e Diário de Notícias. Nas revistas: Manchete, A Noite Ilustrada e Carioca. Estações de Rádio: Clube Fluminense, Cruzeiro do Sul, Clube do Brasil , Globo, Nacional e Ministério da Educação e Cultura. Emissoras de televisão: Continental, Excelsior e Rio.

Escreveu muito para teatro, desde revistas como A Bomba da Paz, Está em Todas, TV para Crer e Terra do Samba, a comédias como Um Homem Mau e A Bruxa. Produziu mais de uma centena de composições populares, como Quem foi?, Seu Nome Não é Maria, Xém-ém-ém ( que figurou na trilha sonora de um filme de Walt Disney ), O periquito da madame, Último Beijo, Muito Agradecido, Eu Sei que Ele Chora, Meu Mundo é Você, e fez parcerias com Ary Barroso, Ismael Neto, Haroldo Lobo (a marcha Dança chinesa, de 1953), Jorge Tavares, Valzinho, Luiz Gonzaga e outros. Foi um dos fundadores da SBACEM, foi fundador da SADEMBRA e filiado à Sociedade Brasileira de Autores Teatrais e à Associação Brasileira de Imprensa.

Graças a seu estilo leve, bem-humorado, de marcante penetração popular, figurou entre os escritores que mais venderam no Brasil, e esteve entre os mais traduzidos. Livros seus, como Diálogo Brasil-URSS, O Mundo Vermelho, Sossego - Rua da Revolução, Jangadeiros, A Ignorância ao Alcance de Todos, Itinerário da Paisagem Carioca, Telhado de Vidro e outros figuram entre os recordistas de venda, alguns com edições sucessivas, sendo que o último lhe rendeu o título de Cidadão Carioca, por decisão da Assembléia Legislativa do Estado da Guanabara.

Nestor de Holanda foi casado, desde 1947, com dona Kezia Alves de Hollanda Cavalcanti. E o casal teve dois filhos, o compositor Nestor de Hollanda Cavalcanti e Maria Marta.

Faleceu no Rio de Janeiro em 14 de novembro de 1970.

Wilma Bentivegna

Wilma Bentivegna, cantora (17/07/1929, São Paulo, SP). Natural da capital paulista, Wilma Bentivegna foi uma importante cantora no rádio paulista na década de 50, mesmo não tendo sido uma cantora de popularidade nacional. De estatura baixa, sempre pareceu uma menina, sendo chamada por todos de Wilminha.

Começou sua carreira aos nove anos no programa Clube do Papai Noel, de Homero Silva, na Rádio Difusora. Começou depois a atuar em radioteatro na Rádio Tupi, sob direção de Otávio Gabus Mendes e na Rádio Difusora, com Oduvaldo Viana. Fazia papeis infantis, pois sua voz também era de menina. Foi a caçula da Caravana da Alegria, que viajou por várias cidades do interior de São Paulo.

Atuou já no primeiro dia da TV Tupi, cantando junto com os Garotos Vocalistas. Foi contratada pela gravadora Sinter em 1954, ocasião em que gravou a guaracha Me voy a morir (F. Cabrera) e o samba-canção Chove (Geraldo Vietri). Em 1955 foi contratada pela Rádio Nacional de São Paulo e pela TV Paulista.

Em 1956 passou a gravar pela Odeon, lançando o fox Rififi (Gerard e Rue - versão de Haroldo Barbosa) e o bolero Ama-me amor (Panzeri e Mascheroni - versão de Valdir Cardoso).

Em 1957, gravou as canções Pollyana (N. Schultze e B. Balzo - versão de Ribeiro Filho) e Marcelino, pão e vinho (P. Sorozobal e P. Sorozobal Jr - versão de Ribeiro Filho), duas de suas gravações de maior projeção nacional.

Em 1959 gravou a canção francesa Hino ao amor (Edith Piaf e Monnot - versão de Odair Marzano), o seu maior sucesso,e o samba Só tristeza (Paulo Rogério e Odair Marzano).

Em 1960 gravou Minha devoção (O. Cesana) e o samba-canção Vontade de enlouquecer (Guerra Peixe e Odair Marzano). Em 1961 lançou As folhas verdes de verão (D. Tiomkin e P. F. Webster - versão de Paulo Rogério) e Canção do amor que eu lhe dou (Lourival Faissal). Em 1962 gravou Canção de um triste (Paulo Rogério e Oldair Marzano) e Preciso de alguém (Paulo Rogério).

Em 2005, o selo Revivendo lançou o CD Wilma Bentivegna - Hino ao amor com 18 interpretações suas, entre as quais, a música título, pela qual ficou conhecida fora do estado de São Paulo.

Especializou-se em gravar principalmente versões de canções estrangeiras de sucesso na época. Além de cantora, Wilma Bentivegna foi uma das pioneiras da televisão, tendo sido também apresentadora e atriz de novelas. Fez TV de Vanguarda (TV Tupi) e Teledrama Três Leões (TV Paulista), em papéis célebres, em companhia de atores importantes.

Foi apresentadora de O Mundo é das Mulheres, ao lado de Hebe Camargo, Lourdes Rocha e Eloísa Mafalda.

Zezé Gonzaga

Zezé Gonzaga (Maria José Gonzaga), cantora, nasceu em Manhuassu, MG (03/09/1926). Filha e neta de músicos, sua mãe chamava-se Oraide e era flautista. O pai, Rodolpho, era "luthier", tendo inclusive construído um instrumento para Luperce Miranda.

Começou a cantar aos 13 anos, quando se mudou para a cidade vizinha de Além-Paraíba e passou a apresentar-se no Rex Clube. Recebeu incentivo da família, que apoiava que seguisse a carreira de cantora lírica. Começou a estudar canto com a professora Graziela de Salerno, que gostava muito de seu registro de soprano ligeiro, e além de canto, estudou piano e leitura musical.

Fez seus estudos escolares na cidade vizinha de Porto Novo, com bolsa de estudos, compensada por pequenos serviços realizados por seu pai, já que sua família vivia com dificuldade. Foi em Porto Novo que fez sua primeira apresentação, cantando a valsa Neusa, de Antônio Caldas (pai do cantor Sílvio Caldas), grande sucesso de Orlando Silva.

Iniciou sua carreira como caloura no programa de Ary Barroso, em 1942. Na ocasião, recebeu a nota máxima ao interpretar Sempre no meu coração. Logo em seguida, recebeu convite para se apresentar no programa radiofônico Escada do Jacó, do popular radialista Zé Bacurau. Depois de curta temporada no Rio de Janeiro, retornou a Porto Novo para continuar seus estudos. Nessa época, costumava fazer pequenas apresentações num clube de jazz, o que lhe causou problemas na escola, pois além da discriminação racial, enfrentava a discriminação por ser artista.

Mudou-se definitivamente para o Rio de Janeiro em 1945. Nesse ano, conquistou o primeiro lugar no programa Pescando estrelas, da Rádio Clube do Brasil, apresentado por Arnaldo Amaral. Isso lhe valeu um contrato de 800 mil-réis com a emissora, que duraria até 1948. Nessa época, formou com a cantora Odaléa Sodré (filha de Heitor Catumbi) uma dupla chamada As Moreninhas do Ritmo. Com a parceira, cantou no conjunto do pianista Laerte, na Rádio Jornal do Brasil.

Em 1948, assinou contrato com a Rádio Nacional do Rio. Foi levada para lá a partir de um contato do cantor Nuno Roland, que marcou uma reunião com ela a pedido do diretor geral da rádio, Victor Costa. Na ocasião, Victor Costa lhe ofereceu um salário bem mais alto e a cantora, dias depois, já integrava o "cast" da Nacional, tendo como "padrinhos musicais" o próprio Victor Costa, ao lado do cantor Paulo Tapajós.

No ano seguinte, gravou seu primeiro disco, pela Star, com os sambas-canção Inverno, de Clímaco César e Desci, de Alcir Pires Vermelho e Cláudio Luiz. Foi por essa época que Paulo Gracindo começou a chamá-la de "minha namorada musical", em seu programa na Rádio Nacional, nos anos 1940, devido a sua técnica e afinação impecável. Depois, integrou vários conjuntos vocais (de diversas formações), alguns dos quais são: As Moreninhas, Cantores do céu e Vocalistas modernos. Além disso, participou do coro de inúmeras gravações na Rádio Nacional.

Em 1951, gravou pela Sinter o samba-canção Foi você, de Paulo César e Ênio Santos, e o bolero Canção de Dalila, de Victor Young, com versão de Clímaco César com o qual fez bastante sucesso. Nesta etiqueta gravou outros discos solo e também com o grupo As Moreninhas.

Em 1952, gravou os sambas Não quero lembrar, de Sávio Barcelos, Ailce Chaves e Paulo Marques e Quero esquecer, de Brasinha, Salvador Miceli e Mário Blanco, a valsa Festa de aniversário, de Joubert de Carvalho e a marcha Um sonho que eu sonhei, de Alcyr Pires Vermelho e Sá Róris.

Em 1953, gravou o baião É sempre o papai, de Miguel Gustavo. No ano seguinte, gravou o bolero Meu sonho, de Pedroca e Alberto Ribeiro e o Baião manhoso, de Manoel Macedo e Marcos Valentim. Ainda em 1954, foi contratado pela Columbia e gravou o fox Canário triste, de V. Floriano com versão de Juvenal Fernandes e o samba canção Razão de tudo, de Umberto Silva e Nilton Neves.

Em 1955, gravou os sambas canção Sedução, de Carlito e Nazareno de Brito e Óculos escuros, de Valzinho e Orestes Barbosa, seu maior sucesso. Em 1956, gravou a toada Moreno que desejo, de Bruno Marnet e a valsa Natal das crianças, de Blecaute. No mesmo ano, gravou seu primeiro LP, Zezé Gonzaga, que foi considerado o melhor disco do ano e trazia entre suas faixas "Ai ioiô (Linda flor), de Henrique Vogeler e Luiz Peixoto, que passou a ser considerada uma de suas grandes interpretações, além de Nunca jamás, de Lalo Ferreira, numa versão de Marques Porto.

Em 1957, gravou os boleros Não sonhe comigo, de Fernando César, Tédio, de Fernando César e Nazareno de Brito e Vivo a cantar, de Cícero Nunes e Bruno Marnet. No ano seguinte, gravou o samba jongo Cafuné", de Denis Brean e Gilberto Martins e o samba canção Saia do caminho, de Custódio Mesquita e Evaldo Rui.

Em 1959, gravou duas músicas da parceria Tom Jobim e Vinícius de Moraes: o samba A felicidade e Eu sei que vou te amar. Em 1961, passou a gravar na Continental e registrou A montanha, de Agueró e Moreu, com versão de Fernando César e o samba Que culpa tenho eu?, de Armando Nunes e Othon Russo. No mesmo ano, gravou o bolero Há sempre alguém, de Luiz Mergulhão e Umberto Silva e o samba Um beijo, nada mais, de Almeida Rego e Índio.

Em 1962, gravou a balada Rosa de Maio, de Custódio Mesquita e Evaldo Rui, o rasqueado Decisão cruel, de Palmeira e o samba Neném, de Tito Madi.

Considerada uma das mais belas vozes do cast da Rádio Nacional, era com freqüência escalada para participar dos grandes musicais noturnos da emissora, dos quais eram responsáveis os grandes maestros como Radamés Gnattali, Léo Peracchi e outros. Gravou vários discos infantis pela fábrica Carrossel, com produção de Paulo Tapajós, e na Continental, quando se juntou aos Trios Madrigal e Melodia, para cantar e contar historinhas para crianças.

Na década de 1960, associou-se com o maestro Cipó e Jorge Abicalil em uma agência de jingles, vinhetas e trilhas para rádio, TV e cinema (a Tape Produções Musicais Ltda.), onde trabalhava como cantora e compositora. Em parceria com o escritor, produtor e apresentador de rádio Luiz Carlos Saroldi, compôs o tema de abertura do Projeto Minerva, apresentado pela Rádio MEC.

Em 1967, gravou o LP Canção do amor distante pelo selo Fontana com destaque para Sorri, de Elton Medeiros e Zé Kéti, Faça-me o favor, de Fernando César e Britinho, Não fique triste não, de Jorge Ben e Veja lá, de Luiz Fernando Freire e Baden Powell.

Em 1979, gravou com o Quinteto de Radamés Gnattali um disco em homenagem a Valzinho, que também participou do disco só de composições suas, com produção de Hermínio Bello de Carvalho. O disco Valzinho - Um doce veneno teve, além da edição brasileira, uma tiragem destinada ao mercado estrangeiro.

Fez algumas apresentações nos anos 1980 com o grupo Cantoras do Rádio, ao lado de Nora Ney, Rosita Gonzales, Violeta Cavalcanti e Ellen de Lima, que lhe renderam dois CDs. Em 1999 gravou o disco Clássicas ao lado da cantora Jane Duboc, que também rendeu show encenado no Rio, São Paulo e outras praças brasileiras. O disco trazia entre outras, Linda flor, de Henrique Vogeler, Marques Porto e Luiz Peixoto, Olha, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos e Cidade do interior, de Mário Rossi e Marino Pinto, entre outras. No mesmo período, também participou do espetáculo Lupicínio Rodrigues, ao lado de Áurea Martins, montado em várias casas noturnas do Rio e de São Paulo.

Em 2000, participou do Projeto MPB: A História de Um Século, estrelando o primeiro da série de quatro shows no CCBB, Do choro ao samba, ao lado de Paulo Sérgio Santos e Maria Tereza Madeira, com roteiro e direção de Ricardo Cravo Albin.

Em 2001, apresentou show no Paço Imperial no rio dem Janeiro. Em 2002, gravou pelo selo Biscoito Fino o CD Sou apenas uma senhora que canta, dedicado à parceira de profissão Elizeth Cardoso, no qual interpretou, entre outras, Meu consolo é você, de Roberto Martins e Nássara, Vida de artista, de Sueli Costa e Abel Silva, Pra machucar meu coração, de Ary Barroso, Chão de estrelas, de Sílvio Caldas e Orestes Barbosa e Por que te escondes?, letra inédita do poeta Thiago de Mello para um choro de Pixinguinha.