Carlos José (Carlos José Ramos dos Santos), cantor e compositor, nasceu em São Paulo SP em 22/9/1934. Filho de um funcionário público e irmão do violonista Luís Cláudio Ramos, em 1939 transferiu-se com a família para o Rio de Janeiro RJ, indo morar no bairro de Santa Teresa.
Interessado por música desde criança, aos 11 anos aprendeu a tocar violão com a mãe. Estudou nos colégios Menino Jesus, Santo Inácio e Andrews, ingressando, mais tarde, na Faculdade de Direito, no Catete. Durante todo esse tempo sempre esteve ligado a grupos musicais amadores.
Aos 13 anos participou do programa de calouros Papel Carbono, na Rádio Clube, classificando-se em primeiro lugar.
Sua carreira profissional começou em 1957, quando ainda cursava direito: numa das festas da faculdade, apresentou-se com um conjunto e foi ouvido por Flávio Cavalcanti, que o convidou para participar de seu programa Um Instante Maestro, na TV-Rio. Na televisão, conheceu o compositor Alcir Pires Vermelho, por meio de quem gravou um 78 rpm, na Polydor, que incluía Ouça (Maysa) e Foi a noite (Tom Jobim e Newton Mendonça). Essa gravação deu-lhe o título de cantor-revelação do ano, concedido pelos cronistas do Rio de Janeiro. O sucesso levou-o a abandonar a advocacia para dedicar-se somente à música.
Em 1958, lançou Oferta, sua primeira composição gravada, na Polydor. Em seguida, começou a viajar, apresentando-se em todo o Brasil, na Argentina e no Uruguai. Entre seus maiores sucessos, destacam-se Esmeralda (Fernando Barreto e Filadelfo Nunes), de 1960; Lembrança (versão de Serafim Costa Almeida), de 1962; Queria (Carlos Paraná), de 1964; Guarânia da saudade (Luís Vieira), de 1966; e Oração da Mãe Menininha (Dorival Caymmi), de 1973.
Com cerca de 25 LPs gravados, em diversas etiquetas, em 1975 lançou Meu canto de paz, álbum da RCA Victor que, além de músicas de compositores novos, incluiu composições antigas, como Arrependimento (Sílvio Caldas e Cristóvão de Alencar) e Cabelos brancos (Marino Pinto e Herivelto Martins).
Em 1993 gravou o CD Serestas brasileiras, do projeto Academia Brasileira de Música, da Sony. Entre outras faixas, o disco contém Esses moços (Pobres moços) e Nervos de aço (ambas de Lupicínio Rodrigues), Eu sonhei que tu estavas tão linda (Lamartine Babo e Francisco Matoso), Carinhoso (Pixinguinha e João de Barro), Assim como os rios bravios e Modinha.
Em 1997 regravou seus principais sucessos, entre eles Lembrança, Esmeralda e Guarânia da saudade, para a Polygram, que lançou o CD 20 Super Sucessos de Carlos José, no qual foram incluídas também versões para Olhos nos olhos (Chico Buarque), Naquela mesa (Sérgio Bittencourt) e Cabecinha no ombro (Paulo Borges), e duas músicas inéditas: Você é uma mentira (Joelma) e Menino de rua (J. Júnior).
Em 1999, organizou e estrelou espetáculo no auditório principal da Academia Brasileira de Letras, quando do lançamento das 14 canções do século XX e do livro "MPB - a história de um século", de R. C. Albin.
Ao longo de sua carreira, apresentou-se nos palcos de todo o Brasil, além de ter realizado shows em Portugal, México, Argentina, Uruguai, Paraguai e Equador.
Em 2014, aos 80 anos, voltou a gravar, lançando com o irmão e violonista Luiz Cláudio Ramos, o CD "Musa das Canções", apenas com voz e violão, no qual interpretou somente composições com nomes de mulher, como por exemplo, Odete, de Herivelto Martins e Waldemar de Abreu, o Dunga, cantada em dueto com Chico Buarque, Doralice, de Dorival Caymmi e Antônio Almeida, Laura, de João de Barro e Alcyr Pires Vermelho, em dueto com Jerry Adriani, Maria, de Ary Barroso, Ai que Saudades da Amélia, de Ataulfo Alves e Mário Lago, Esmeralda, de Filadelpho Nunes, seu primeiro grande sucesso, e Cantiga por Luciana, de Edmundo Souto e Paulinho Tapajós, além da inédita Celina, de sua autoria.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998; Dicionário Cravo Albin da MPB (atualização depois de 1998).