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terça-feira, 18 de outubro de 2022

Mágoas de caboclo

Mágoas de caboclo (canção, 1936) - J. Cascata e Leonel Azevedo - Intérprete: Nelson Gonçalves

LP Cabocla - Trilha Sonora da Novela da Rede Globo / Título da música: Mágoas de Caboclo / J. Cascata, 1912-1961 (Compositor) / Leonel Azevedo (Compositor) / Nelson Gonçalves (Intérprete) / Gravadora: Som Livre / Ano: 1979 / Nº Álbum: 403.6187 / Lado A / Faixa: 6 / Gênero musical: Canção


----Am7------ E7------------- Am7
Cabocla seu olhar está me dizendo
----------C7 --------------F7
Que você está me querendo
------------------------E7----- A7
Que você gosta de mim
--------Dm7 ------Dm ----------Am7
Cabocla, não lhe dou meu coração
-------------------------B7
Hoje você me quer muito
---------E7 ---------------Am--- E7-- Am --F7
Amanhã não quer mais não


----------E7----------------------- Am
Não creio mais em amor nem amizade
----------------------E7----------------------- Am------ A7
Vivo só para a saudade que o passado me deixou

Dm7 --------------------------Am
A vida para mim não vale nada
-----------------------------Bb
Desde o dia em que a malvada
----------E7------------- Am----- E7
O coração me estraçalhou


--------Am-------- E7--------- Am
Às vezes pela estrada enluarada
-----------C7--------- F7---------------------- E7----- A7
Julgo ouvir uma toada que ela para mim cantava
------Dm7---------------------- Am7
Quando eu era feliz e não pensava
-------------------------------B7
Que a desgraça em minha porta
------------E7----------- Am
Passo a passo me rondava


----E7---------------------------- Am
Depois que ela partiu eu fiquei triste
------------F -----------E7
Nada mais pra mim existe
----------------------Am-------- A7
Vivo no mundo a penar
--------Dm7-------------------------- Am
E quando eu penso nela oh grande Deus

-----------------------Bb---- E7 ---Am
Eu sinto nos olhos meus triste lágrima a rolar

História joanina

História joanina (seresta, 1946 ) - Leonel Azevedo e J. Cascata - Intérprete: Nelson Gonçalves

Disco 78 rpm / Título da música: História joanina / J. Cascata (Compositor) / Leonel Azevedo (Compositor) / Nelson Gonçalves (Intérprete) / Gravadora RCA Victor / Número do Álbum: 800413 / Matriz: S 078453 / Data de Gravação: 25/03/1946 / Data de Lançamento: 1946 / Lado A / Gênero musical: Seresta



Foi uma noite de São João
Junto à fogueira
Que eu conheci a cabocla
Mais bela deste sertão
Seus olhos negros me olhavam
De tal maneira
Que não mais teve sossego
O meu pobre coração

Ajoelhei-me e implorei
Em doce prece
Que São João me fizesse
Feliz, junto ao meu amor
Que essa cabocla
Nunca mais me abandonasse
E que junto a mim ficasse
Me querendo com fervor

Mas, no outro dia, ela fez um juramento
Que jamais outro no mundo, o seu coração teria
Mas foi ingrata, lançou-me no esquecimento
Prendeu-se a outro caboclo
Só pra ver meu sofrimento

E agora, quando São João já vem chegando
Minh'alma fica penando
Nesta fria soledade
E São João, que a minha prece
Não ouviste
Vê, como me encontras triste
Soluçando de saudade

terça-feira, 11 de março de 2008

História joanina

Orlando Silva
História Joanina (canção, 1936) - J. Cascata e Leonel Azevedo - Intérprete: Orlando Silva

Disco 78 rpm / Título da música: História joanina / J. Cascata, 1912-1961 (Compositor) / Leonel Azevedo (Compositor) / Orlando Silva (Intérprete) / Gravadora: Victor / Gravação: 20/04/1936 / Lançamento: 06/1936 / Nº do Álbum: 34067 / Nº da Matriz: 80162-1 / Gênero musical: Canção


Foi uma noite de São João
Junto à fogueira
Que eu conheci a cabocla
Mais bela deste sertão
Seus olhos negros me olhavam
De tal maneira
Que não mais teve sossego
O meu pobre coração


Ajoelhei-me e implorei
Em doce prece
Que São João me fizesse
Feliz, junto ao meu amor
Que essa cabocla
Nunca mais me abandonasse
E que junto a mim ficasse
Me querendo com fervor

Mas, no outro dia, ela fez um juramento
Que jamais outro no mundo, o seu coração teria
Mas foi ingrata, lançou-me no esquecimento
Prendeu-se a outro caboclo
Só pra ver meu sofrimento

E agora, quando São João já vem chegando
Minh'alma fica penando
Nesta fria soledade
E São João, que a minha prece
Não ouviste
Vê, como me encontras triste
Soluçando de saudade



Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

De que vale a vida sem amor

Leonel Azevedo
De Que Vale a Vida Sem Amor (valsa, 1954) - Leonel Azevedo, J. Cascata e Sá Róris - Interpretação: Orlando Silva

Gravação original: disco 78 rpm / Título da música: De Que Vale a Vida Sem Amor / Cascata, J, 1912-1961 (Compositor) / Azevedo, Leonel (Compositor) / Sá Róris (Compositor) / Orlando Silva (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Copacabana, 1954 / Nº Álbum 5254 / Lado A / Gênero musical: Valsa.



No céu azul da minha louca fantasia
Ergui castelos de ilusões e de venturas
Cheios de esplendor

Em ânsias transportei minh'alma
Aos pés do eterno criador
Pedindo em doce prece
Para abençoar o meu sincero amor

Sonhando assim viver
Com isso longe do mundo
Sem ter no coração o espinho
De um pesar negro e profundo

Fugindo da realidade
Dessa vida cheia de amargor
Eu que sempre na vida
Fui um sonhador

Porém, o vendaval cruel
Do meu destino
Em breve destruiu
Meu sonho peregrino

E hoje sou a imagem triste
De um passado de recordação
De tudo nada mais existe
Só restam mágoas no meu coração

Ó Deus fazei cessar o meu tormento
Fazendo reviver meu sonho lindo, encantador
Pois eu tenho dentro d'alma
A luz do firmamento
E de que vale a vida sem amor....

quinta-feira, 27 de abril de 2006

Por ti

Leonel Azevedo
Por ti... (valsa, 1939) - Leonel Azevedo e Sá Róris - Intérprete: Orlando Silva

Disco 78 rpm / Título da música: Por ti / Leonel Azevedo (Compositor) / Sá Roris (Compositor) / Orlando Silva (Intérprete) / Orquestra (Acomp.) / Gravadora: Victor / Gravação: 28/04/1939 / Lançamento: 07/1939 / Nº do Álbum: 34455 / Nº da Matriz: 33067-1 / Gênero musical: Valsa


-------A ---------------Gb7 -----------B7
Por ti serei capaz de todas as loucuras
-------E7 -----------------------------A ------E7
Por ti enfrentarei o mar, o céu, a terra
--------A------------- Gbm----------- Dbm
E beberei da vida a taça de amarguras pelo teu amor
-------Ab7
Por ti farei da vida um céu
----------Dbm--------------- E7
Serei feliz ou morrerei de dor
--------A ------------------Gb7------- B7
Por ti transformarei a face do destino
-----------E7 ---------A------------------ A7
Em perólas de luz farei a negra escuridão
---------D ---------Dm --------A ----------Gb7
Por um sorriso teu darei a vida e morrerei
------Bm ----------------E7 -----------------A------ Db7
Feliz levando a tua imagem no meu coração
--------Gbm-------------------------------Ab7

Sem ti porém serei no mundo um condenado
----------Db7 ------------------------------Gbm
Um triste menestrel de um sonho apaixonado
-------Gb7
Tu és a primavera em flor
--------------------Bm
Tu és minha ilusão, minha ilusão de amor
---------Ab7
E eu sou o teu cantor, sem ti
--------------------Db7
Meu coração soluça e a vida um horror
---------Gbm ----------------------------Ab7
E quando lá no céu de estrelas constelado
------Em6 ------------------Gb7 --------------Bm
Brilhar com merencórea luz a lua na amplidão
--------------------------------------------------Gbm
Por certo que hás de ouvir meu canto amargurado
-------------------------Ab7 -----------Db7----- Gbm
Meu canto que é o gemido triste do meu coração



Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

quarta-feira, 26 de abril de 2006

Lábios que beijei

 Leonel Azevedo
É em 1937 que Orlando Silva se impõe como cantor, igualando-se aos maiores rivais. Para isso, concorre decisivamente sua gravação de "Lábios que Beijei", valsa de enorme sucesso num ano pródigo no gênero.

O disco que tinha na outra face o samba Um juramento falso, a composição jamais encontrou outro intérprete tão perfeito quanto Orlando, então com 22 anos. É tamanha sua integração na história-ação, que se poderia simbolicamente considerá-lo parceiro na autoria de Cascata e Azevedo. Aliás, essa dupla deve boa parte de seu êxito a que lançou várias de suas músicas.

O disco inicial de "Lábios que Beijei” com arranjo de Radamés Gnattali, destacando o naipe de cordas, movendo esse tipo de orquestração, que se tornaria a partir de então obrigatória na gravação do repertório romântico brasileiro.

Lábios que beijei (valsa, 1937) - J. Cascata e Leonel Azevedo - Intérprete: Orlando Silva

Disco 78 rpm / Título da música: Lábios que beijei / J. Cascata, 1912-1961 (Compositor) / Leonel Azevedo (Compositor) / Orlando Silva (Intérprete) / Gravadora: Victor / Gravação: 15/03/1937 / Lançamento: 03/1937 / Nº do Álbum: 34157 / Nº da Matriz: 80328-1 / Gênero musical: Valsa

D           G7          D               B7
Lábios que beijei   /      Mãos que afaguei
Em       A7      D      A7
Numa noite de luar, assim,
  D           E7            A                Gb7
O mar na solidão bramia  /   E o vento a soluçar, pedia
  Bm         E7          A7
Que fosses sincera para mim.

   D     G7        D                   B7
Nada tu ouviste    /     E logo que partiste
    Em          A7       D7
Para os braços de outro amor.
G         Ab0              D               B7
Eu fiquei chorando    /    Minha mágoa cantando
Em            A7        D      Gb7
Sou estátua perenal da dor.

 Bm          B7                  Em
Passo os dias soluçando com meu pinho
Gbm
Carpindo a minha dor, sozinho
Bm
Sem esperanças de vê-la jamais
           Bm6             Gbm
Deus tem compaixão deste infeliz
Db7
Porque sofrer assim
Em      Gb7
Compadei-vos dos meus ais.
Bm                        Em
Tua imagem permanece imaculada
Gb7                           Bm
Em minha retina cansada  /  De chorar por teu amor.
  Em                     Bm
Lábios que beijei   /   Mãos que afaguei
G7       Gb7               Bm
Volta! dá lenitivo  à minha dor.


Fonte: A Canção no Tempo - Vol. 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.

Juramento falso

Orlando Silva
Juramento falso, Um (samba, 1937) - J. Cascata e Leonel Azevedo - Intérprete: Orlando Silva

Disco 78 rpm / Título da música: Juramento falso / J. Cascata, 1912-1961 (Compositor) / Leonel Azevedo (Compositor) / Orlando Silva (Intérprete) / Orquestra Victor Brasileira (Acomp.) / Gravadora: Victor / Gravação: 15/03/1937 / Lançamento: 03/1937 / Nº do Álbum: 34157 / Nº da Matriz: 80327-1 / Gênero musical: Samba

Tom: E

         E7     A7
Um juramento falso  /
               D
Faz a gente sofrer
          Db7      
Um sorriso fingido /
                  Gbm
Dos lábios d’uma mulher
      G          Gm  
Quando se tem amizade /
  D                B7
Sofre-se dor de verdade
       E7              A7        D    D/Gb  F°
Sempre com os olhos fitos na felicidade.

        Em              A7                   D
E duro, é triste, é cruel / A dor de uma saudade
Gb7                                   B7
Quando se teve nas mãos  /   A felicidade
  (Bb7)            (Bb7)                       D
Foi um sonho que feneceu  /  Foi mais outra quimera
        B7     E7                 
Que se desfez     /  Eu já fiz um juramento
                 A7
E não amo outra vez.

 Em                    A7               D
Eu que sempre acreditei  /  Na possibilidade
    Gb7                                 B7
De ver passar este amor  /   Para a eternidade
(Bb7)                (Bb7)                     D
Quanto fui tolo, confesso  /  Isso é conto de fada
     E7                                                A7
É tapeação   /  O amor nunca existiu  / É interesse é ilusão


Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Apanhei um resfriado

Leonel Azevedo
Apanhei um resfriado (samba-choro, 1937) - Leonel Azevedo e Sá Róris - Intérprete: Almirante

Disco 78 rpm / Título da música: Apanhei um resfriado / Leonel Azevedo (Compositor) / Sá Róris (Compositor) / Almirante, 1908-1980 (Intérprete) / Conjunto Regional RCA Victor (Acomp.) / Gravadora: Victor / Gravação: 29/04/1937 / Lançamento: 06/1937 / Nº do Álbum: 34175 / Nº da Matriz: 80384-1 / Gênero: Samba choro

Intro: G Eb° D Bm Em A7 

G       B7             E7
Pelo costume de beber gelado
          A7                      D
apanhei um resfriado que foi um horror
  Bm                   F#m      
Porém com medo de fazer despesa,
        Db7                F#m              A7
isto é franqueza, não fui ao doutor pra me curar
      G       B7         E7
E tudo quanto foram me ensinando,
                      F#
eu fui tomando e cada vez pior
G              C°       D   
E quem quiser que siga o tratamento
Bm               E7        A7      D
pois se não morrer da cura ficará melhor
   F#7                          Bm
Tomei de tudo, escalda-pé, chá de limão,
                F#7
até xarope de alcatrão
          B7
E nada me faltou
                Bm
Tive dieta só de caldo de galinha,
                Db7            F#7
e o galinheiro da vizinha se evaporou
               F#7           Bm
E tive febre, tive tosse, dor no peito,
                 F#7
até fiquei daquele jeito
       B7
Sem poder falar

Em           Eb°           Bm
Mandei chamar, então, um especialista,
  Em                 Bm
que pediu dinheiro à vista
     Db7     F#7 B7    Bb7 A7 D
Prá poder me visitar

(A)

 F#7                            Bm
No bangalô, porém, choveu a noite inteira,
                 F#7
e eu debaixo da goteira
 B7
Sem ninguém saber
Em                           Bm
A ventania arrancou zinco do telhado,
                Db7                   F#7
e me deixou todo molhado, quase pra morrer
     Bm             F#7         Bm
Sá Guilhermina quis me dar um lenitivo,
                    F#7
e então me fez um curativo
B7
E eu fiquei jururu
 Em          Eb°              Bm  
E foi chamado, finalmente, um sacerdote,
        Em           F#7
prá me encomendar um lote
Bm   Db7     F#7    B7     Bb7 A7 D
De dez palmos no Caju

(A)
Instrumental: G  B7  E7  A7  D  Bm  F#m
Db7  F#m A7 D  G  B7  E7  A7  F#  G C°
D  Bm  E7  A7  D F#7  Bm  F#7  B7  Em
Bm  Db7  F#7  Bm  F#7  Bm  F#7  B7
Em  Eb°  Bm  Em  F#7  Db7  F#7  B7
Bb7  A7 D
(A)
Final: G Eb° D Bm Em A7 D


Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

terça-feira, 25 de abril de 2006

Mágoas de Caboclo

Orlando Silva
Mágoas de caboclo (canção, 1936) - J. Cascata e Leonel Azevedo - Intérprete: Orlando Silva

Disco 78 rpm / Título da música: Mágoas de caboclo / J. Cascata, 1912-1961 (Compositor) / Leonel Azevedo (Compositor) / Orlando Silva (Intérprete) / Conjunto Regional RCA Victor (Acomp.) / Gravadora: Victor / Gravação: 1936 / Lançamento: 1936 / Nº do Álbum: 34067 / Nº da Matriz: 80164-1 / Gênero musical: Canção


----Am7------ E7------------- Am7
Cabocla seu olhar está me dizendo
----------C7 --------------F7
Que você está me querendo
------------------------E7----- A7
Que você gosta de mim
--------Dm7 ------Dm ----------Am7
Cabocla, não lhe dou meu coração
-------------------------B7
Hoje você me quer muito
---------E7 ---------------Am--- E7-- Am --F7
Amanhã não quer mais não

----------E7----------------------- Am
Não creio mais em amor nem amizade
----------------------E7----------------------- Am------ A7
Vivo só para a saudade que o passado me deixou

Dm7 --------------------------Am
A vida para mim não vale nada
-----------------------------Bb
Desde o dia em que a malvada
----------E7------------- Am----- E7
O coração me estraçalhou

--------Am-------- E7--------- Am
Às vezes pela estrada enluarada
-----------C7--------- F7---------------------- E7----- A7
Julgo ouvir uma toada que ela para mim cantava
------Dm7---------------------- Am7
Quando eu era feliz e não pensava
-------------------------------B7
Que a desgraça em minha porta
------------E7----------- Am
Passo a passo me rondava

----E7---------------------------- Am
Depois que ela partiu eu fiquei triste
------------F -----------E7
Nada mais pra mim existe
----------------------Am-------- A7
Vivo no mundo a penar
--------Dm7-------------------------- Am
E quando eu penso nela oh grande Deus

-----------------------Bb---- E7 ---Am
Eu sinto nos olhos meus triste lágrima a rolar



Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

quinta-feira, 6 de abril de 2006

Leonel Azevedo

Leonel Azevedo (Leonel de Azevedo), compositor e cantor, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 12/8/1905 e faleceu em 16/10/1980. Cursou o primário na Escola General Mitre, no morro do Pinto, e em seguida chegou a estudar piano com uma prima, durante um ano.


Com a inauguração das rádios Sociedade e Clube do Brasil, passou a frequentar os programas dessas emissoras, onde ficou conhecendo vários artistas. Em 1925, estudando violão, fez suas primeiras tentativas como compositor. Em 1927 começou a trabalhar na Companhia Telefônica.

Compôs, em 1930, sua primeira música, que nunca chegou a ser gravada, Chora, coração, com a qual se apresentou como cantor na Rádio Educadora. Em 1935 foi aprovado em um teste na Rádio Philips e, a convite de Dario Murce, foi escalado para cantar no programa de Renato Murce, Horas do Outro Mundo, onde conheceu seu parceiro mais constante, J. Cascata, que se destacara com o samba Minha palhoça, cantado por Luís Barbosa no Programa Casé e gravado por Sílvio Caldas na Victor.

Nessa época, Cascata e ele foram transferidos para outro programa do mesmo produtor - Horas Sertanejas - e convidados a apresentar composições suas; daí nasceram suas primeiras músicas gravadas, Mágoas de caboclo e História joanina, que Orlando Silva lançou em 1936, em disco Victor, seguidas de outros trabalhos de grande sucesso, como o samba Juramento falso e a valsa Lábios que beijei, também gravadas por Orlando Silva, um ano depois.

Ainda em 1937 aproximou-se de outros compositores, como Sá Róris, com quem fez o choro Apanhei um resfriado, gravado por Almirante, o samba Eu vou dizer, gravado por Odete Amaral, a valsa Maria fulô, gravada por Gastão Formenti, ou como Luís Bittencourt, com quem compôs Lua triste, gravada por Sílvio Caldas. A marcha Não pago o bonde (com J. Cascata), gravação de Odete Amaral, fez grande sucesso no Carnaval de 1938. Em 1939 Carlos Galhardo gravou Quem foi (com J.Cascata).

Compôs em 1940 o samba Símbolo sagrado e a valsa Quero voltar aos braços teus (ambos com J. Cascata). Tentou uma vez mais o Carnaval, realizando, em 1942, com Sá Róris, Passo de avestruz, sátira do passo de ganso das tropas alemãs, gravada na Odeon por Almirante. Três anos depois, compôs com J. Cascata Ela vai voltar, gravada por Orlando Silva na Odeon.

Sua produção declinou depois da guerra, destacando-se sobretudo as regravações. Reapareceu com composições, em parceria com J. Cascata, interpretadas por Orlando Silva: a valsa Pedras dispersas, em 1952; o samba Escravo do amor, no ano seguinte, e a valsa De que vale a vida sem amor, em 1954. Pouco depois, Carlos Augusto gravou na Sinter o LP Músicas de J. Cascata e Leonel Azevedo, enquanto Orlando Silva e Sílvio Caldas relançariam vários sucessos seus na década de 1960.

Com a morte de J. Cascata em 1961, procurou novos parceiros, como Nelson França, com quem compôs Vamos sambar, gravado por Dilermando Pinheiro. Aposentado na Companhia Telefônica em 1962, e tendo abandonado suas atividades musicais, teve reunida sua produção inédita numa série de cinco LPs - Histórias de amor -, edição particular financiada por amigos.

Algumas músicas



Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

J. Cascata

J. Cascata (Álvaro Nunes), compositor, nasceu no Rio de Janeiro RJ, em 23/11/1912 e faleceu em 27/1/1961. Filho de Álvaro Nunes e Leonor Neves Nunes, nasceu no bairro de Vila Isabel, tendo crescido em ambiente musical, pois os irmãos tocavam e o pai cantava. A casa era frequentada por cantores e instrumentistas amigos da família, como Pedro Galdino, Pedro Flauta e o bombardino José Seixas, entre outros.


Em 1919, quando contava sete anos de idade, mudou-se com a família para o bairro de Abolição, perto do Meyer e no ano seguinte ingressou na escola pública. Gostando muito de música, aos dez anos já fazia suas primeiras tentativas como compositor, época em que também começou a interessar-se em aprender violão.

Em 1929, com a morte do pai, teve que arranjar emprego para auxiliar no sustento da família. Foi então convidado por um amigo a integrar como cantor o Conjunto Grupo do Mato, do qual faziam parte Luís Bernardes, Newton Teixeira, Valzinho, Euclides Lemos e Luís Bittencourt, entre outros. No entanto, insatisfeito com a posição de cantor no grupo musical, sentiu necessidade de tocar algum instrumento. Decidiu-se então a aprender violão com Jorge Seixas, que residia no subúrbio do Rocha, e para custear as aulas trabalhava como jogador no Carioca Futebol Clube, da Gávea.

Nessa época, resolveu mostrar ao professor de violão uma marcha-rancho que havia composto e que imediatamente agradou a Seixas e seus amigos. Sem ter um nome, a música transformou-se em grande sucesso no Carnaval de 1929, ficando conhecida como a "música do Cascata", apelido que lhe haviam dado em criança.

A partir de então, já conhecido como Cascata, aumentou muito seu círculo de amizades, freqüentando as rodas de samba, onde cantava e tocava ao lado de Noel Rosa, João Petra de Barros, Lamartine Babo e Ary Barroso, entre outros.

Recebeu convite de Cristóvão de Alencar para apresentar-se em rádio, estreando em 1931, ainda como Álvaro Nunes, no programa de Manuel Barcelos, da Rádio Cajuti. Logo depois, foi para a Rádio Clube do Brasil, de onde passou para a Rádio Philips, atuando no programa Horas do Outro Mundo, ao lado de Leonel Azevedo, que viria a ser seu grande parceiro. Por essa época, resolveu adotar um pseudônimo, e como já era chamado de Cascata pela família e conhecidos, só acrescentou o J, tornando-se J. Cascata.

Em meados de 1935, teve suas primeiras composições gravadas por Orlando Silva, seu grande amigo e vizinho, o samba Para Deus somos iguais (com Jaime Barcelos), na Victor, e a valsa O teu olhar, gravada por João Petra de Barros na Odeon. Em agosto do mesmo ano, ainda na Odeon, Sílvio Caldas gravou uma composição sua, que vinha alcançando sucesso em rádio pela voz de Luís Barbosa, o samba Minha palhoça.

Já considerado como um dos maiores compositores da época, deixou, com Leonel Azevedo, o programa Horas do Outro Mundo, transferindo-se para Hora Sertaneja, de Renato Murce, na mesma Rádio Philips. Nesse programa, passou a ser- lhes exigido que cantassem músicas de sua própria autoria, exigência responsável por uma das maiores duplas de compositores brasileiros. Em fins do mesmo ano, suas duas primeiras músicas, Mágoas de caboclo e História joanina foram apresentadas, tornando-se rapidamente conhecidas, assim como seus autores.

Em maio de 1936, Orlando Silva gravou-as pela Victor, além do samba Tristeza (com Cristóvão de Alencar). Mágoas de caboclo voltaria a ser gravada por Orlando Silva em 1942.

Em março de 1937, o mesmo cantor gravou mais duas composições da dupla que obtiveram grande êxito, o samba Juramento falso e a valsa Lábios que beijei, lançados em maio daquele ano. Já marcada pelo sucesso, a dupla lançou sua primeira composição carnavalesca, a marcha Não pago o bonde, gravada por Odete Amaral, em julho de 1937, para o Carnaval do ano seguinte. Nessa época, freqüentava meios artísticos e de sambistas cariocas, mas seus principais encontros aconteciam no quartel-general dos músicos de então, o Café Nice.

Temporariamente afastado de seu parceiro Leonel, compôs com Antônio Almeida, Bide, Sá Róris e Nássara, tendo feito grande sucesso em fins de 1938 com o samba-canção Meu romance, gravado por Orlando Silva. No mesmo ano, voltou à parceria com Leonel, que se manteve até 1940 com a mesma qualidade musical, embora não obtendo o sucesso anterior. Dessa fase só se destacaram Quem foi?, gravado por Carlos Galhardo em 1939, Quero voltar aos braços seus, lançado em disco por Orlando Silva no ano seguinte, e Símbolo sagrado, gravado por Sílvio Caldas ainda em 1940. Contudo, compondo separadamente com outros parceiros, tanto um como o outro obtinham sucesso, o que os afastou profissionalmente.

Em 1941, um dos maiores sucessos foi o seu samba Lágrimas de homem, gravado em março por Orlando Silva, tendo também alcançado êxito com Santo Antônio amigo (com Marino Pinto e Zé da Zilda), lançado em disco por João Petra de Barros.

Em 1942 e 1943, passou a dedicar-se somente ao seu clube de danças, em Irajá, e ao seu cargo de funcionário do Departamento de Saúde Pública. Como compositor, reapareceu em 1944 com o samba Não serás feliz, gravado por Orlando Silva na Odeon e, dois anos depois, pela mesma gravadora e cantor Ela vai voltar (com Leonel Azevedo).

Daí em diante, o cenário musical do país passou por modificações marcadas pelo baião e pelo bolero. Não mais como compositor, reapareceu mais tarde no Conjunto da Velha Guarda, reorganizado por Almirante em 1954 e com o qual gravou como cantor e ritmista dois LPs, pela Sinter. Apresentou-se ainda com o conjunto na boate Casablanca, época em que quase não compunha mais, datando suas últimas músicas, gravadas por Orlando Silva na Copacabana, dos anos de 1952 a 1954.

Reapareceu como compositor em 1955, com o hino Bem-vindos, congressistas (com Murilo Caldas), para a recepção aos participantes do Congresso Eucarístico Mundial, realizado em janeiro daquele ano no Rio de Janeiro. No ano seguinte o cantor Carlos Augusto lançou pela Sinter o LP J. Cascata e Leonel Azevedo na interpretação de Carlos Augusto.

Na última fase de sua vida, dedicou-se ao trabalho de assistente de direção artística da gravadora Sinter e, a seguir da Prestige, hoje extinta.

Algumas músicas








Obra completa

A que ponto chegaste (c/Leonel Azevedo), samba, 1949; Africana (c/Heitor dos Prazeres), marcha, 1940; Ali- babá num pangaré (c/Haroldo Lobo), marcha, 1940; Anastácio (c/Nássara), marcha, 1940; Anjo inspirador (c/Sá Róris), valsa, 1939; Ao cair da noite (c/Leonel Azevedo), valsa serenata, 1939; Até quando (c/Luis Bittencourt), marcha, 1958; A barba cresceu (c/Nássara), marcha, 1960; Bebida e trabalho (c/Nássara), marcha, 1959; Beijando as tuas mãos (c/E. Correia da Silva), valsa, 1949; Bem vindos, congressistas (c/Murilo Caldas), canção, 1955; Canção do peregrino (c/Murilo Caldas), 1955; Um chorinho pro Gilberto (c/Plínio Gesta), choro, 1960; A dança dos cossacos (c/Nássara), marcha, 1957; De que vale a vida sem amor (c/Sá Róris e Leonel Azevedo), choro, 1954; Depois que você me deixou (c/Nássara), marcha rancho, 1940; Desilusão (c/Leonel Azevedo), samba, 1940; Diga que você me deixou (c/Nássara), marcha-rancho, 1941; Disse um poeta (c/Nássara), samba, 1939; E frio ou quente? (c/Nássara), marcha, 1960; É o maior (c/Nássara), marcha, 1956, É o que ela quer (c/Luís Bittencourt), marcha, 1961; Ela vai voltar (c/Leonel Azevedo), samba, 1946; Escravo do amor (c/Leonel Azevedo e Lilinha Fernandes), samba, 1953; Eu e você (c/Jaime Barcelos), fox-canção, 1939; Eu já mandei (c/Leonel Azevedo), batucada, 1939; Eu, sempre eu (c/Alberto Rego), samba-canção, 1970; Eu sou capaz (c/Leonel Azevedo), samba, 1940; Fernandinho (c/Bento Ferreira Gomes), samba, 1958; Fiz este samba chorando (c/Leonel Azevedo), 1938; Foi um sonho (c/Roberto Martins), samba, 1939; História antiga (c/Nássara), marcha, 1939; História de amor (c/Humberto Porto), samba-canção, 1938; História joanina (c/Leonel Azevedo), canção, 1936; Jamais me apaixonei (c/Leonel Azevedo), samba-canção, 1954, Juramento falso (c/Leonel Azevedo), samba, 1937; Jurei, mas fracassei (c/Antônio Almeida), samba, 1938, Lábios que beijei (c/Leonel Azevedo), valsa, 1937; Lágrimas de homem, samba, 1941; Linda suburbana (c/Nássara), marcha, 1958; Longe, muito longe (c/Leonel Azevedo), samba, 1939; Mágoas de caboclo (c/Leone[ Azevedo), canção, 1936; Mágoas de um trovador (c/Manezinho Araújo), canção, 1938; Marcha de Copacabana, 1949; Marcha do chofer (c/Luis Bittencourt) 1958; Marchinha da “morango” (ciLuis Bittencourt) marcha, 1957; Maria (c/Leonel Azevedo), valsa, 1939; Maria Antonieta (c/Haroldo Lobo), marcha, 1939; Marmelo é fruta gostosa (c/Osvaldo Orico), samba, 1957; Meu romance, samba-canção, 1938; Minha história (c/Leonel Azevedo), valsa, 1935; Minha palhoça, samba, 1935; Na casa do seu Tomás (c/Nassara) marcha, 1939; Não chores (c/Leonel Azevedo), samba, 1937; Não foi o tempo (c/Leonel Azevedo), 1955; Não pago o bonde (c/Leonel Azevedo), marcha, 1937; Não serás feliz, samba, 1944; Não te quero bem nem mal (c/Leonel Azevedo), samba, 1953; Não voltarei atrás (c/Nássara), samba, 1956; Ninguém vem ouvir meus ais, samba, 1942; No fim do nosso amor (c/Roberto Martins), marcha, 1938; Para Deus somos iguais (c/Jaime Barcelos), samba, 1935; Pedras dispersas (c/A. Araújo e Leonel Azevedo), valsa, 1951; Pierrô moderno (c/Jaime Barcelos), marcha, 1938; Perdão (c/Leonel Azevedo), valsa, 1940; Perdido de amor (c/Nássara), samba canção, 1959; Poema de amor (c/Leonel Azevedo), samba, 1973; Pra esquecer (c/Luis Bittencourt), choro, 1958; Pra não sofrer (c/Luís Bittencourt), samba, 1959; Pra que velho quer broto (c/Helio Lobo), marcha, 1953; Pulo do gato (c/F. Correia da Silva), marcha, 1939; Quando ela passa (c/Luís Bittencourt), samba, 1960; Quanta saudade (c/Leonel Azevedo), samba, 1970; Quem é que não chora (c/Leonel Azevedo), samba, 1973; Quem espera sempre alcança (c/Leonel Azevedo), samba, 1941; Quem foi? (c/Leonel Azevedo) samba-canção, 1939; Quem será (c/Nássara), marcha, 1958; Quero voltar aos braços teus (c/Leonel Azevedo), valsa, 11940; Rabicho (c/Leonel Azevedo), samba, 1973; Rainha dos cabarés (c/Leonel Azevedo), samba, 1953; Refletindo bem (c/Nilson Batista), samba, 1940; Retratinho (c/Leonel Azevedo), samba, 1956; Revivendo (c/Leonel Azevedo), valsa, 1938; Sabe quem e? Você (c/Antônio Almeida), marcha, 1938; Saber (c/Leonel Azevedo), samba, 1953; Salve, marujo (c/Nassara), marcha, 1957; O samba é um lamento (c/Nássara), samba, 1959; Samba triste (c/Leonel Azevedo), samba-canção, 1938; Santo Antônio amigo (c/Zé da Zilda e Marino Pinto), samba, 1941; São dois loucos (c/Nássara), samba, 1958; Seja o que Deus quiser (c/Leonel Azevedo), samba, 1954; Símbolo sagrado (c/Leonel Azevedo), samba, 1940; Só ela (c/Leonel Azevedo), samba, 1940; Um sorriso... uma frase... uma flor (c/Leonel Azevedo), valsa, 1939; O teu olhar, valsa, 1935; Todos cantam seus amores (c/Leonel Azevedo), marcha, 1940; Trapeiro (c/Leonel Azevedo), samba, 1959; Tristeza (c/Cristóvão de Alencar), samba, 1936; Vai com Deus (c/Leonel Azevedo), samba-canção, 1953; Vai, meu samba (c/Leonel Azevedo), samba, 1940; Velhos tempos (c/Leonel Azevedo), samba, 1956; Você devia saber (clNássara), samba, 1958; Vou sair de Pai João (c/Leonel Azevedo), marcha, 1939.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.