quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Stellinha Egg

Stellinha Egg (Stella Maria Egg), cantora, nasceu em Curitiba (PR) em 18/7/1914 e faleceu na mesma cidade em 17/6/1991. Cresceu influenciada pelo ambiente musical existente em sua família e aos cinco anos começou a cantar em festas da Igreja Evangélica.

Sua carreira profissional se iniciou na Rádio Clube Paranaense, em Curitiba. Venceu um concurso de melhor intérprete do folclore brasileiro e foi contratada a partir daí pela Rádio Tupi de São Paulo, para onde se transferiu logo depois. Na capital paulista trabalhou nas Rádios São Paulo e Cultura.

No início da década de 40, transferiu-se para a Rádio Tupi do Rio de Janeiro, onde se apresentou ao lado de Dorival Caymmi e Sílvio Caldas. Em 1944, gravou seu primeiro disco, pela gravadora Continental, interpretando a toada Uma lua no céu... outra lua no mar, de Jorge Tavares e Alaíde Tavares, e o coco Tapioquinha de coco, de Jorge Tavares e Amirton Valim.

No ano de 1945, casou-se com o maestro Lindolfo Gaya, que conhecera na Rádio Tupi, de São Paulo, e que a partir daí trabalharia nos arranjos de suas músicas, e de quem gravou, entre outras músicas, o samba Não consigo esquecer você, a toada Mais ninguém, parceria com Eme de Assis e o samba canção Um amor para amar.

Em 1949, gravou de Ary Barroso, o samba canção Terra seca. Em 1950, gravou o baião Catolé, de Humberto Teixeira e Lauro Maia. No mesmo ano, foi eleita no Congresso Internacional de Folclore, em Araxá, Minas Gerais, como a Melhor Cantora Folclórica.

Em 1952, gravou a rancheira Toca sanfoneiro, dela e Luiz Gonzaga, e a canção Luar do sertão, de Catulo da Paixão Cearense. Em 1953, gravou, de Dorival Caymmi, as canções O mar e Vento. Gravou também do mesmo autor, o samba canção Nunca mais. Em 1954, gravou ainda de Caymmi, os batuques Noite de temporal e A lenda do Abaeté.

Entre 1955 e 1956 excursionou à Europa, apresentando-se na URSS, França, Polônia, Finlândia, Itália e Portugal, acompanhada do maestro Lindolfo Gaia. Em 1956, gravou o xote O torrado, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas e o clássico baião Fiz a cama na varanda, grande sucesso de Dilu Melo. Em 1960, gravou na Odeon cantando com o Trio Yrakitan a limpa-banco Entrevero no jacá, de Barbosa Lessa e Danilo Vital.

Dedicada ao estudo e pesquisa do folclore brasileiro, gravou diversas composições de domínio público e folclóricas, tais como a toada Garoto da lenha de Angico, a toada Boi Barroso, Samba lelê, A moda da carranquinha, Cantigas do meu Brasil e outras. Gravou ainda o LP Luar do sertão, com composições de Catulo da Paixão Cearense, Ernesto Nazareth e Anacleto de Medeiros. Gravou diversos LPs dedicados a distintos aspectos da música popular e folclórica, entre os quais: Modas e modinhas, com modas de viola e modinhas, antigas e modernas; Vamos todos cirandar, com canções de roda; e Músicas do nosso Brasil, com canções tradicionais brasileiras.

Fonte: Cantoras do Brasil – Stellinha Egg.

Dança do Quilombo dos Palmares


Esta é a mais antiga canção conhecida no Brasil. Data de fins do século XVII (décadas de 1680, 1690) e é atribuída a membros do Quilombo dos Palmares. A letra foi extraída de um antigo disco 78 rpm da violeira nordestina Stefana de Macedo, gravado em Outubro de 1929.

Quilombos eram locais onde os escravos africanos refugiavam-se. Eram espécie de vilas formadas de escravos fugidos, aos quais mais tarde somaram-se vários tipos de personagens marginalizados pela sociedade da época. Várias cidades no Brasil são originárias de quilombos formados no período colonial e imperial.

Palmares é uma região localizada no interior do estado de Alagoas. O quilombo aqui mencionado foi arrasado pelo bandeirante Domingos Jorge Velho, em 1696. Mais tarde, surgiu a vila, depois atual cidade de Palmares no mesmo local.

Batuque (Dança do Quilombo dos Palmares) - Motivo popular - Intérprete: Stefana de Macedo

Disco 78 rpm / Título da música: Batuque (Dança do Quilombo dos Palmares) / Motivo popular (Compositor) / Stefana de Macedo (Intérprete) / violões (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Columbia, 1929 / Nº Álbum: 5093 / Gênero musical: Lundu.



Refrão

Folga nego, branco não vem cá
Se vié, pau há de levá

I
Sinhô já tá drumindo
Nego qué é batucá
Nego tá se divertindo
De minhã vai trabaiá (2x)

II
Nego geme todo dia,
Nego panha de sangrá
Dando quase seis da noite
Panha nego a batucá (2x)

III
As corrente tão batendo,
As brieta chocaiando
Sangue vivo tá corando,
E nego tá batucando (2x)

IV
Nego rachou o pé,
De tanto sapatiá
Tão cantando, tão gemendo,
Nego qué é batucá (2x)

V
Quando rompe a madrugada
Geme tudo nos açoite
Nego pega nas enxada
E o batuque é só de noite (2x)


Fonte: Portal Galego da Língua