Começou a estudar solfejo e piano com Nicote de Andrade, em 1918, em Belém. Em seguida, fez cursos de violino, harmonia, composição e canto. Seu primeiro sucesso, Minha terra, é de 1923. Em 1929 ingressou no Conservatório Carlos Gomes, onde foi aluno de Filomena Brandão Baars e do maestro Ettore Bosio e de Beatriz Simões.
Em fins de 1933 transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde estudou piano, composição, orquestração e regência com Barroso Neto, Newton Pádua, Athur Bosmans, Lorenzo Fernandez e Outros. Dedicou-se especialmente à composição, sobretudo de canções, de inspiração folclórica principalmente amazônica, mas também indígena, nordestina e afro-brasileira.
Trabalhou em rádios, teatros e cassinos do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, além de haver realizado excursões por todo o Brasil, Argentina, Uruguai, França, Espanha e Portugal. Nessas viagens, apresentava-se com sua irmã, a cantora Mara Costa Pereira (Mara Henrique Ferraz, 1916—1975).
Durante alguns anos, no Rio de Janeiro, dedicou-se ao magistério e produziu programas para diversas emissoras, como a Rádio Roquette Pinto, de que foi diretor da seção de música orquestral. Por comissionamento do Itamaraty, realizou excursões artísticas pela França, Espanha e Portugal, em 1949 e 1955, e pelo Paraguai, Uruguai e Argentina, em 1953 e 1954.
Em 1956 gravou seu primeiro LP, com interpretaçao vocal de Jorge Fernandes. Em 1958, sua música-tema para Morte e vida Severina, poema dramático de João Cabral de Meio Neto (1920—), obteve o prêmio Jornal do Comércio, como o melhor do ano. Dirigiu por mais de dez anos o Teatro da Paz, de Belém.
Até 1967 trabalhou no Departamento de Cultura e no Teatro Municipal, do Rio de Janeiro. Em 1978 a Funarte publicou Waldemar Henrique: o canto da Amazônia, de José Claver Filho, volume 2 da Coleção MPB. Foi eleito em 1981 para a Academia Brasileira de Música.
Ao completar 80 anos, em 1985, foi homenageado em desfile de escola de samba, em Belém, cidade onde há um teatro que leva seu nome. Escreveu mais de 120 canções ao longo de sua carreira.
Obras
Abá-Logum, 1948; Abaluaiê, 1947; Adeus, 1961; Boi-bumbá, 1934; Cabocla malvada, 1932; Canção dos remadores, 1938; Cobra grande, 1934; Coco peneruê, 1934; Curupira, 1934; Essa negra fulô, 1935; Eu me agarro na viola, 1936; Matintaperera, 1933; Meu boi vai-se embora, 1936; Meu último luar, 1934, Minha terra, 1923; Morena, 1935; No jardim de Oeira, 1948; Rolinha, 1935; Sem seu, 1952; Senhora dona Sancha, 1932; Sonho de curumim, 1937; Tamba-Tajá, 1934, Trem de Alagoas, 1939; Uirapuru, 1934; A vela que passou, 1936.
CD
O canto da Amazônia, Projeto Uirapuru vol. 2, 1997, Secult Pará PA0010.
Algumas músicas
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998
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