segunda-feira, 24 de abril de 2006

Minha Palhoça

Sílvio Caldas
Todas as delícias da vida campestre - o pomar, o riachão, a passarada, a fonte ao pé do monte - são aqui oferecidas à mulher amada, para ela trocar a cidade pelo sertão. Mas, por via das dúvidas, o convite é reforçado com a promessa de alguns bens da civilização - um rádio, uma Kodak... - pois, afinal, conforto nunca faz mal a ninguém.

Seguindo a linha "rancho-fundo", tão em moda na época, "Minha Palhoça" consagrou-se como um dos melhores sambas do gênero, enriquecendo simultaneamente o repertório de dois cantores: Luís Barbosa, que o popularizou no rádio, e Sílvio Caldas, que a gravou. Curiosa a história de Luís Barbosa. Considerado por muitos o grande sambista de sua geração, teve a carreira quase restrita ao rádio, gravando somente 21 discos.

Minha Palhoça (samba, 1935) - J. Cascata - Intérprete: Sílvio Caldas

Disco 78 rpm / Título da música: Minha palhoça / J. Cascata, 1912-1961 (Compositor) / Sílvio Caldas (Intérprete) / Choro Odeon (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Gravação: 09/08/1935 / Lançamento: 10/1935 / Nº do Álbum: 11271 / Nº da Matriz: 5117 / Gênero musical: Samba Coleções: IMS, Nirez

D7M           A7             D7M
Mas se você quisesse, morar na minha palhoça
                       A7
 – Lá tem troça e se faz bossa –
  D7M     Eb°                  Em7
Fica lá na roça, à beira de um riachão 
– E à noite tem violão –
F#7                              Bm7
Uma roseira, cobre a banda da varanda e
    B7               E7          Db7
Ao romper da madrugada, vem a passarada, 
         A7
  abençoar nossa união.
  Em                               A7                           
Tem um cavalo, que eu comprei à prestação 
                         D
  e que não estranha a pista 
Tem jornal; lá tem revista.
  D7                            G
Uma Kodak para tirar nossas fotografias 
– Vai ter retrato todo dia –
 Gm                                 D7M
Um papagaio, que eu mandei vir do Pará.
Bm             Em7              A7               D7M
Um aparelho de rádio batata,  e um violão que desacata.
                           E7
Meu Deus do céu que bom seria…
 D7M      A7              D7M
Mas se você quisesse, morar na minha palhoça – 
                       A7
 Lá tem troça e se faz bossa –
    D7M      Eb°               Em7
Fica lá na roça, à beira de um riachão 
– E à noite tem violão –
F#7                            Bm7
Uma roseira, cobre a banda da varanda e 
   B7                   E7
Ao romper da madrugada, vem a passarada
   Db7             A7
   abençoar nossa união.
      Em                           A7
Tem um pomar, que é pequenino, é uma beleza 
                   D
   - É mesmo uma gracinha – Criação, lá tem galinha – 
   D7                                     G
Um rouxinol, que nos acorda ao amanhecer – 
Isso é verdade, podes crer – 
   Gm                       D7M
A patativa quando canta faz chorar,
Bm              Em7            A7             D7M
Há uma fonte na encosta do monte, a cantar – chuá… chuá…


Fontes: A Canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Vol. 1 - Editora 34; Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

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