quarta-feira, 24 de maio de 2006

Rua Augusta

Hervê Cordovil
Em atividade desde os anos trinta, quando se tornou parceiro de Noel Rosa (“Triste Cuíca”), e autor de vários sucessos na era do baião (“Pé de Manacá”, “Cabeça Inchada”, “Sabiá na Gaiola”) e do samba de boate (“Uma Loura”), Hervê Cordovil foi um dos mais respeitados maestros-arranjadores da Rádio e TV Record, ao lado de Gabriel Migliori, Renato de Oliveira, Ciro Pereira e outros.

Com a sua versatilidade, fez aos cinquenta anos “Rua Augusta”, para o repertório do filho Ronnie Cord, composição que focalizava a famosa passarela onde a juventude paulistana ia na época paquerar, bem no íngreme trecho que fica entre a avenida Paulista e a rua Estados Unidos. Além de endereço da boate Lancaster, “o templo do twist”, a Augusta era o centro dos “rachas”, motivo para a letra de Hervê: “Entrei na rua Augusta a 120 por hora / botei a turma toda do passeio pra fora / fiz curva em duas rodas sem usar a buzina / parei a quatro dedos da vitrina... Legal!”

A terceira estrofe da canção foi cortada pela censura: “Comigo não tem mais esse negócio de farda / não paro o meu carro nem se for na esquina / tirei a 130 a maior fina do guarda/ tirei o maior grosso da menina.”

Com uma harmonia muito simples, vinculada ao blues, “Rua Augusta” é considerada por Erasmo Carlos e Tony Campelo “o primeiro hino do rock brasileiro”. Foi o maior sucesso de Ronnie Cord (Ronaldo Cordovil), um dos ídolos do período pré-Jovem Guarda, que veio a falecer aos 46 anos em 6 de janeiro de 86 (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Rua Augusta - (rock, 1964) - Hervé Cordovil - Interpretação: Ronnie Cord

LP Rua Augusta / Título da música: Rua Augusta / Hervé Cordovil (Compositor) / Ronnie Cord (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Ano: 1964 / Álbum: BBL 1294 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Rock.

Intro: A E A

Subi a Rua Augusta a 120 por hora
Botei a turma toda do passeio pra fora
     D
Fiz curva em duas rodas sem usar a buzina
                           E
Parei a quatro dedos da esquina
 D
Hay, hay, Johnny
 A
Hay, hay, Alfredo
     A7                       E
Quem é da nossa gang não tem medo
 D
Hay, hay, Johnny
 A
Hay, hay, Alfredo
                 E             A (A E A)
Quem é da nossa gang não tem medo
 A
Meu carro não tem luz, não tem farol, não tem buzina
Tem três carburadores, todos os três envenenados
   D
Só para na subida quando acaba a gasolina
                           E
Só passa se tiver sinal fechado

 A
Subi a 130 com destino à cidade
E no Anhangabaú eu botei mais velocidade
     D
Com três pneus carecas derrapando na raia
                        E
Subi a Avenida Prestes Maia

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