A parceria Toquinho & Vinícius iniciou-se com a canção “Como Dizia o Poeta”, apresentada pela primeira vez em setembro de 1970, durante uma temporada dos dois no Teatro Castro Alves, em Salvador. Na época foi realizada uma gravação improvisada para execução exclusiva na Rádio Difusora de São Paulo, tendo a música alcançado uma animadora repercussão entre os ouvintes.
Depois de fazerem mais duas composições, Toquinho conseguiu convencer Vinícius, com a ajuda de Gesse, mulher do poeta, a entregar-lhe uma letra que ele pretendia que fosse musicada por Dorival Caymmi. Então o compositor trabalhou dois meses para considerar pronta “Tarde em Itapoã”. “Quando ele ouviu, a princípio ficou meio indeciso. Achou boa, com uma certa dúvida. Começamos a cantá-la e as pessoas se apaixonavam pela música. Foi aí que ganhei Vinícius”, revela Toquinho no livro Vinicius sem ponto final, de seu irmão João Carlos Pecci.
Na verdade, a melodia do violonista caiu como uma luva na letra de Vinicius: “Um velho calção de banho / o dia pra vadiar / um mar que não tem tamanho / e um arco-íris no ar / depois, na Praça Caymmi / sentir preguiça no corpo / e numa esteira de vime / beber uma água de coco.” “Tarde em Itapoã” abriu o elepê Como dizia o poeta... música nova, que revelou o primeiro lote de canções interpretadas pelos dois e a cantora Marília Medalha.
Com a inclusão do Trio Mocotó foi criado o respectivo espetáculo, que depois da estreia em São Paulo, projetou pelo país o repertório da dupla, mantida em atividade até a morte do poeta em 1980.
Tarde em Itapoã (1971) - Toquinho e Vinícius de Moraes - Intérpretes: Toquinho, Vinícius de Moraes e Marília Medalha
LP Como Dizia O Poeta... Música Nova - Vinicius, Marília Medalha e Toquinho / Título da música: Tarde Em Itapoã / Vinícius de Moraes (Compositor) / Toquinho (Compositor) / Toquinho (Intérprete) / Vinícius de Moraes (Intérprete) / Marília Medalha (Intérprete) / Gravadora: RGE / Ano: 1971 / Nº Álbum: USLP 5352 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Samba / Bossa Nova / MPB.
Introdução: Am7 D7/9 Am7 D7/9 |--5-7-8-7-5-8-8-7-8 ---|---5-7-8-7-5-8-7-8-7-5--| |-7---------------------|-7----------------------| |-----------------------|------------------------| |-----------------------|------------------------| |-----------------------|------------------------| |-----------------------|------------------------| Am7 D7/9 Am7 Am7/G F#m7(5b) B7 Um velho calção de banho / o dia prá vadiar Em A7 Dm7 Bm7(5b) E7 um mar que não tem tamanho / um arco-íris no ar. Am7 D7/9 Am7 Am7/G F#m7(5b) B7 Depois da praça Caymi / sentir preguiça no corpo Em A7 Dm7 Bm7(5b) E7 e numa esteira de vime / beber uma água de côco. (**Refrão**) A7M Bm7 C#m7 Bm7 C7M É bom... passar uma tarde em Itapoã / ao sol que arde em Itapoã C6/9 Bm7 E7 Am7 D7/9 ouvir o mar de Itapoã / falar de amor em Itapoã. Am7 D7/9 Am7 Am7/G F#7/5b B7 Enquanto o mar inaugura / um verde novinho em folha Em A7 Dm Bm7(5b) E7 argumentar com doçura / com uma cachaça de rolha. Am7 D7/9 Am7 Am7/G F#7/5b B7 E com o olhar esquecido / no encontro de céu e mar Em A7 Dm Bm7(5b) E7 bem devagar e sentindo / a terra toda rodar. (**Refrão**) Am7 D7/9 Am7 Am7/G F#m7(5b) B7 Depois sentir o arrepio / do vento que a noite traz Em A7 Dm7 Bm7(5b) E7 e o diz-que-diz macio / que brota dos coqueirais. Am7 D7/9 Am7 Am7/G F#m7(5b) B7 E nos espaços serenos / sem ontem nem amanhã Em A7 Dm7 Bm7(5b) E7 dormir nos braços morenos / da lua de Itapoã. (**Refrão**)
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