segunda-feira, 24 de julho de 2006

Fado tropical


Fado Tropical (fado, 1973) - Chico Buarque e Ruy Guerra - Interpretação: Chico Buarque

LP Calabar, O Elogio Da Traição / Título da música: Fado Tropical / Chico Buarque (Compositor) / Ruy Guerra (Compositor) / Chico Buarque (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1973 / Nº Álbum: 6349 093 / Lado B / Faixa 2 / Obs.: Este disco foi proibido pela Censura e recolhido às lojas em seguida ao lançamento, com sua capa vetada. Foi então relançado, com outra capa, toda branca e com o título de Chico Canta.


Intr:Cm G Cm G Cm

    G                     Cm
Oh, musa do meu fado Oh, minha mãe gentil
   A#                             D#
Te deixo consternado No primeiro abril
    C7                      Ab
Mas não sê tão ingrata Não esquece quem te amou
     D7                                 G7
E em tua densa mata Se perdeu e se encontrou

    Ab                               G
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
 Ab                                G
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal

  G                           Cm
"Sabe, no fundo eu sou um sentimental
                              A#                       
Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dose de lirismo
            D#
(além da sífilis, é claro)
       C7                                            Ab 
Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, 
esganar, trucidar
       D7                                  G7
Meu coração fecha os olhos e sinceramente chora..."

     G                     Cm
Com avencas na caatinga Alecrins no canavial
  A#                        D#        
Licores na moringa Um vinho tropical
  C7                  Ab
E a  linda mulata Com rendas do Alentejo
   D7                               G7
De quem numa bravata Arrebato um beijo

    Ab                               G
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
 Ab                                G
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal

 G                         
"Meu coração tem um sereno jeito
     Cm
E as minhas mãos o golpe duro e presto
   A#
De tal maneira que, depois de feito
D#
Desencontrado, eu mesmo me contesto
         C7
Se trago as mãos distantes do meu peito
                         Ab
É que há distância entre intenção e gesto
                            D7
E se o meu coração nas mãos estreito
                                  G7
Me assombra a súbita impressão de incesto
                                Ab                         
Quando me encontro no calor da luta
                               G
Ostento a aguda empunhadura à proa
            
Mas o meu peito se desabotoa
                            Ab  
E se a sentença se anuncia bruta
                          
Mais que depressa a mão cega executa
                            G    
Pois que senão o coração perdoa"

   G                    Cm
Guitarras e sanfonas Jasmins, coqueiros, fontes
   A#                             D#
Sardinhas, mandioca Num suave azulejo
    C7              Ab
E o rio Amazonas Que corre Trás-os-Montes
  D7                         G7
E numa pororoca Deságua no Tejo

    Ab                               G
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
 Ab                                G
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal

    Ab                               G
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
 Ab                                  G
Ainda vai tornar-se um império colonial

    Ab                               G
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
 Ab                                G
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal

    Ab                               G
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
 Ab                                  G
Ainda vai tornar-se um império colonial

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