À época da estréia do musical “Ópera do Malandro”, Chico Buarque descreveu e justificou o ambiente da peça em entrevistas a Isto É e Manchete: “Nós pegamos a Lapa, os bordéis, os agiotas, os contrabandistas, os policiais corruptos, os empresários inescrupulosos. (...) Tomamos como ponto de partida o que o italiano chama de Malacittá, o bas fond. Esta Lapa (que) começava a morrer era o prenúncio de uma série de outras mortes: da malandragem, de Madame Satã, de Geraldo Pereira, de Wilson Batista. Foi o fim da era de ouro do sambista urbano carioca.”
Essa história está contada na letra de “Homenagem ao Malandro”, uma das melhores composições do musical: “Eu fui fazer um samba em homenagem / à nata da malandragem / que conheço de outros carnavais / eu fui à Lapa e perdi a viagem / que aquela tal malandragem não existe mais...” E prossegue, retratando o “novo” malandro, “o malandro profissional”, “oficial”, “candidato a malandro federal”, arrematando: “Mas o malandro pra valer / — não espalha — / aposentou a navalha / (...) / até trabalha / mora lá longe e chacoalha / num trem da Central...”
“Homenagem ao Malandro” é um samba rasgado, com direito a solo de trombone do grande Maciel, breques e uma adequada interpretação de Chico Buarque. No álbum duplo do musical, só lançado em dezembro de 79, este samba é cantado pelo malandro Moreira da Silva, que vive assim o personagem João Alegre (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).
Homenagem ao malandro (samba, 1978) - Chico Buarque - Intérprete: Chico Buarque
LP Chico Buarque / Título da música: Homenagem Ao Malandro / Chico Buarque (Compositor) / Chico Buarque (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1978 / Nº Álbum: 6349 398 / Lado A / Faixa 5 / Gênero musical: Samba.
Tom: C Intro: F7M Fm7 E7(13) E7(b13) A7(9) A7(b9) Dm7 G7(b9) C7M C#m7(b5) Dm7(b5) D#m7(b5) Em7(b5) A7(b13) D7(13) Eu fui fa...zer um samba em home...nagem D7(b13) Dm7 G7(b9) C6(9) À nata da malandragem, que conheço de outros carnavais C#m7(b5) Dm7(b5) D#m7(b5) Em7(b5) A7(b13) D7(13) Eu fui à Lapa e perdi a viagem, D7(b13) Dm7 G7(b9) C7M(9) Que aquela tal malandragem não existe mais A7(13) D7(9) G7(13) Agora já não é normal, o que dá de malandro regular profissional C7M(9) A7(13) Malandro com o aparato de malandro oficial, D7(9) G7(13) Malandro candidato a malandro federal, C7M(9) Gm7 C7(9) Malandro com retrato na coluna social; F7M D7(9) Malandro com contrato, com gravata e capital, Dm7(9) G7(13) Que nunca se dá mal C#m7(b5) Dm7(b5) D#m7(b5) Em7(b5) A7(b13) D7(13) Mas o ma...landro para valer, não espalha, D7(b13) Dm7 G7(b9) C6(9) Aposentou a navalha, tem mulher e filho e tralha e tal C#m7(b5) Dm7(b5) D#m7(b5) Em7(b5) A7(b13) D7(13) Di ... zem as más línguas que ele até trabalha, D7(b13) Dm7 G7(b9) C7M(9) Mora lá longe e chacoalha num trem da Central A7(13) D7(9) G7(13) Agora já não é normal, o que dá de malandro regular profissional C7M(9) A7(13) Malandro com o aparato de malandro oficial, D7(9) G7(13) Malandro candidato a malandro federal, C7M(9) Gm7 C7(9) Malandro com retrato na coluna social; F7M D7(9) Malandro com contrato, com gravata e capital, Dm7(9) G7(13) Que nunca se dá mal C#m7(b5) Dm7(b5) D#m7(b5) Em7(b5) A7(b13) D7(13) Mas o ma...landro para valer, não espalha, D7(b13) Dm7 G7(b9) C6(9) Aposentou a navalha, tem mulher e filho e tralha e tal C#m7(b5) Dm7(b5) D#m7(b5) Em7(b5) A7(b13) D7(13) Di ... zem as más línguas que ele até trabalha, D7(b13) Dm7 G7(b9) C7M(9) Mora lá longe e chacoalha num trem da Central
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