sexta-feira, 8 de dezembro de 2006
Altamiro Carrilho
O instrumentista e compositor Altamiro Carrilho (Altamiro Aquino Carrilho) nasceu em Santo Antônio de Pádua, RJ, em 21/12/1924. Ainda menino, começou a tocar numa flautinha de bambu. Concluiu apenas o curso primário, pois, quando tinha nove anos, seu pai ficou muito doente e ele precisou trabalhar numa tamancaria para ajudar a família.
Aos onze anos empregou-se como prático de farmácia, passando a tocar tarol na Banda Lira de Árion, formada quase que por inteiro de seus parentes. Em 1940 mudou-se para Niterói RJ com a família, continuando a trabalhar em farmácia e passando a estudar música a noite, com o flautista amador Joaquim Fernandes. Por essa época, começou a freqüentar, no Rio de Janeiro RJ, os programas de rádio dos flautistas Dante Santoro e Benedito Lacerda, e, com uma flauta de segunda mão, iniciou suas apresentações em programas de calouros, conseguindo tirar o primeiro lugar no programa de Ary Barroso.
Sua grande capacidade de improvisação chamou a atenção de muitos artistas, o que o levou a participar de vários grupos. Estreou em disco em 1943, participando da gravação de um 78 rpm de Moreira da Silva, na Odeon.
Em 1946 integrou o conjunto de Ademar Nunes, na Rádio Sociedade Fluminense; um ano depois, entrou para o conjunto de César Moreno, tocando nas rádios Tamoio e Tupi; e, em 1948, passou a fazer parte do conjunto de Rogério Guimarães, na Radio Tupi. No ano seguinte, gravou na Star seu primeiro disco, Flauteando na chacrinha, choro de sua autoria.
Em 1950 formou conjunto próprio para tocar na Rádio Guanabara, onde permaneceu até maio de 1951, quando foi convidado a integrar o Regional do Canhoto, substituindo Benedito Lacerda. O regional tocava na Radio Mayrink Veiga e acompanhava, em gravações, cantores como Orlando Silva, Vicente Celestino, Sílvio Caldas e outros.
Apareceu, em 1951, no filme Mulher do Diabo (direção de Milo Marbisch), e formou em 1955 a Bandinha de Altamiro Carrilho, com ele na flauta ou flautim, e mais acordeom, pistom, clarineta, tuba, bateria e pratos. Um ano depois, a bandinha já gravava seu maxixe Rio antigo, que fez grande sucesso.
De 1956 a 1958, a bandinha ganhou prestígio e popularidade com seu programa Em Tempo de Música, na TV Tupi. Em 1957 deixou o Regional do Canhoto, sendo substituído por Carlos Poyares. Na década de 1960, passou grandes períodos excursionando pelo exterior: em 1963, apresentou se em Portugal, Espanha e França; em 1964, na Inglaterra (onde gravou para a BBC), Alemanha, Líbano e Egito; em 1966, na então URSS; em 1968, no México, onde ficou um ano; em 1969, nos EUA.
Com a redescoberta do choro a partir da década de 1970, tornou-se um dos flautistas mais requisitados, como solista e como acompanhante em gravações de choro e samba tradicional.
Apesar de ser músico popular, tocou, em novembro de 1972, no Teatro Municipal, do Rio de Janeiro, o Concerto em sol, de Wolfgang Amadeus Mozart (1756—1791). Nos anos de 1974 e 1975, fez o arranjo musical e o acompanhamento dos discos 100 anos de música popular brasileira 1, 2 e 3, da série MPB 100 ao vivo — Projeto Minerva, lançados pela Tapecar.
Em 1977 lançou pela Philips o LP Antologia da flauta. Em 1985 participou do álbum triplo Velhos sambas... Velhos bambas, produzido pela FENAB, e, dois anos depois, acompanhou Elisete Cardoso em sua tournee pelo Japão.
Em 1997, a gravadora Tom Brasil lançou a série Música Viva, incluindo o CD Brasil musical, com Arthur Moreira Lima. Toca vários tipos de flauta e já gravou 69 discos.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.
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