Carlos Poyares (Carlos Câncio Poyares), instrumentista, nasceu em Colatina ES, em 5/12/1928. Neto de maestro e sobrinho de violonista, aprendeu com a mãe, concertista, as primeiras noções de flauta e, aos cinco anos, ganhou uma flautinha de lata. Mais tarde, estudou teoria com Orlando Silveira e aprendeu a tocar com o maestro Cícero Ferreira. Aos oito anos mudou-se com a família para Vitória ES. Depois fugiu de casa para trabalhar num circo, onde foi, entre outras coisas, trapezista, motociclista e come-fogo, sem nunca deixar a flauta de lata. Afastando-se do circo, integrou como flautista um regional na Rádio Espírito Santo, da capital capixaba.
Em 1953 transferiu-se para o Rio de Janeiro, atuando na Rádio Clube do Brasil e depois em diversas emissoras, até que, em 1957, foi para a Rádio Mayrink Veiga, na qual substituiu o flautista Altamiro Carrilho, no Regional do Canhoto. Atuou no regional durante vários anos, ficando na Mayrink Veiga até seu fechamento, em 1964.
Nas décadas de 1950 e 1960 trabalhou como ator e flautista em nove filmes. Em 1965 trabalhou com o grupo Opinião, no show O samba pede passagem, atuando depois em outros espetáculos, além de apresentar-se em boates cariocas e paulistas. No mesmo ano, lançou pela Philips o LP Som de prata, flauta de lata, elogiado pelo crítico Sérgio Porto e premiado como o melhor do ano com a Medalha Estácio de Sá, oferecida pelo jornal Correio da Manhã, do Rio de Janeiro. Na gravação, que teve acompanhamento do Regional do Canhoto, executava em sua flauta de lata peças difíceis e requintadas, que exigiam malabarismos do instrumentista. Fez ainda acompanhamento em vários LPs, embora seu nome não figure em nenhum deles.
No início da década de 1970, passou a atuar em shows da boate paulista Jogral, acompanhado pelo Regional do Evandro. Paralelamente, começou a dar aulas em cidades do interior de São Paulo.
Em 1975 gravou com destaque três LPs: Brasil seresta, com o Regional do Evandro, lançado em abril pela Marcus Pereira; Pixinguinha de novo, ao lado do flautista Altamiro Carrilho, interpretando inéditos de Pixinguinha, também pela Marcus Pereira, em maio; e, pela mesma gravadora, novo LP com o nome Som de prata, flauta de lata, em que era acompanhado pelo Regional do Evandro, com destaque para as faixas Malandrinho (Altamiro Carrilho), Matuto (Ernesto Nazareth), André de sapato novo (André Vítor Correia), Margarida (Patápio Silva), Urubu malandro (Lourival Carvalho e João de Barro) e Doce de coco (Jacob do Bandolim).
Em 1979 gravou o LP duplo A real história do choro, para a Continental, baseado em pesquisas que realizara nos últimos anos. Em 1981, a Warner lançou o LP A música dos Beatles no choro brasileiro.
Manteve constante atividade fonográfica durante toda a carreira, gravando muitos discos, além dos citados, em várias gravadoras. Em 1994 excursionou pela Europa juntamente com um conjunto de choro, apresentando-se na França, Espanha, Holanda e Portugal.
CDs: Píxinguinha de novo (c/Altamiro Carrilho), s.d., Discos Marcus Pereira 0031; Uma chorada na casa do Six, 1997, Kuarup K086.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.
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