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Em dezembro de 1921 participou de um concurso realizado na escola de música, onde recebeu o primeiro lugar, porém não lhe foi concedido o prêmio, que consistia numa viagem à Europa, na afirmativa de muitos pelo fato de ser negra. Numa época em que ainda não existia a lei Afonso Arinos, a cantora não se abalou, pois somente a alta distinção conquistada no mais importante órgão oficial de ensino artístico da capital do Brasil lhe daria motivo justo de orgulho.
Em 1924 gravou seu primeiro disco, dois foxtrotes: Tudo à la garçonne, de Pedro Sá Pereira e La monteria, de J. Guerrero.
Em 1925 participou de festivais artísticos, dos quais o do Teatro Municipal de Niterói, onde cantou Tosca, de Puccini, Berceuse, de Alberto Nepomuceno e Schiavo, de Carlos Gomes, além de A despedida e Cantiga praiana de Eduardo Souto, com letras de Bastos Tigre e Vicente Carvalho, respectivamente.
Apresentou-se também no Cassino Copacabana Palace ao lado de Catulo da Paixão Cearense e Gastão Formenti. Nesse ano gravou a marcha Quando me lembro (Eduardo Souto e João da Praia), em dueto com o cantor Bahiano, que fez sucesso. No entanto seu maior êxito foi a marcha carnavalesca Dondoca (Freitinhas), em 1927, ao lado de J. Gomes Filho.
No início da década de 30, passou a se apresentar na Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, acompanhada pelo regional de Canhoto. Em 1932 casou-se com o violonista e compositor Donga (Ernesto Joaquim Maria dos Santos) e tiveram uma filha, Lígia.
Zaíra cantou ainda em vários coros de igrejas. Em seu livro Não acuso nem me perdôo, o embaixador Paschoal Carlos Magno considerava-a uma das maiores cantores negras do mundo.
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