Osvaldo Sargentelli, sambista, produtor, locutor e radialista, nasceu no Rio de Janeiro, em 8 de dezembro de 1924. Considerado o mestre das mulatas, um boêmio inveterado, dono de casas noturnas no Rio e São Paulo. Ficaram famosas as “Mulatas do Sargentelli”, lendárias bailarinas que desfilaram a beleza brasileira entre as décadas de 60 e 80, mexendo com a imaginação dos jovens e adultos da época, no Brasil e no exterior.
Sobrinho do compositor Lamartine Babo, era seu profundo admirador e curtia suas composições, desde as marchinhas de carnaval, às lindas canções e os hinos dos clubes do futebol cariocas. Em plena ditadura ele ousou fazer shows acompanhado por mulatas estonteantes. Seu grande sucesso foi o espetáculo “Sargentelli e as mulatas que não estão no mapa”, na década de 70.
Sargentelli amava o samba, era portelense, filho de Ogum, Iemanjá, Oxum e Oxossi. Era o rei do bate papo, da conversa de botequim, do samba da caixinha de fósforo, do bom humor, da irreverência. Era também botafoguense doente. Falar mal do Garrincha ou do Nilton Santos era xingar a mãe dele.
Quem tem mais de quarenta anos, ouvia rádio e assistia televisão estará lembrando dos programas “Viva meu samba” nos anos 50 e 60, pelas rádios, Mundial, Guanabara e Mauá, das entrevistas contudentes na TV, em que a voz de trovão imprensava políticos e gente famosas na parede, com perguntas picantes, ou de sua participação como jurado, “Gente Boa” no programa Flávio Cavalcanti, importou turistas e exportou a imagem do Rio e do Brasil levando seus shows à Europa, Estados Unidos, México, Caribe e América do Sul.
Sargentelli transitava por todas essas atividades com o mesmo talento, o mesmo bom humor e a mesma irreverência que fizeram dele, um carioca típico.
Sua casa de show Oba-Oba em Ipanema, entre outras que trabalhou, tornou-se uma ponte entre a cultura popular afro-brasileira, oriunda do centro. Zona norte, e dos subúrbios e da cultura da elite da zona sul, que recebeu de braços abertos aquela explosão de samba, fantasia, canto e da beleza da enchendo a casa de cariocas, brasileiros de todos os estados e turistas de todo o mundo.
Foi pioneiro em mostrar, que shows unicamente com mulatas, negros, caboclos e cafuzos, tinham energia, qualidade e profissionalismo suficiente para se apresentar em qualquer lugar, sem precisar contar com estrangeiros ou estrelas de fora.
Osvaldo Sargentelli faleceu aos 78 anos, em 12 de abril de 2002.
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