Turíbio Santos |
Turíbio Santos, violonista e professor, nasceu em São Luís, Maranhão, em 07/03/1943. Filho de seresteiro e violonista clássico, em 1946 transferiu-se com a família para o Rio de Janeiro. Embora acompanhasse as aulas de violão das irmãs, só começou os estudos aos dez anos, com Antonio Rebelo.
Aos 12 anos conheceu Hermínio Bello de Carvalho (membro da diretoria da Associção Brasileira de Violão), que seria seu grande incentivador, e que na época produzia programas de rádio.
Em 1957 iniciou curso de aperfeiçoamento com o violonista uruguaio Óscar Cáceres, tendo também estudado com Edino Krieger. Em 1962 realizou em São Luís seu primeiro concerto, voltando a apresentar-se um mês depois no Rio de Janeiro, onde conheceu a esposa de Villa-Lobos, Arminda Villa-Lobos. Por seu intermédio, estreou em disco, com Doze estudos de Villa-Lobos. Em fins de 1963, integrando um conjunto de câmara, apresentou em primeira audição o Sexteto místico, de Villa-Lobos.
Em 1964 participou de um movimento liderado por Herminio Belo de Carvalho, pela integração da música erudita com a popular, exibindo- se em uma série de concertos, juntamente com Clementina de Jesus, Jacob do Bandolim, Paulo Tapajós e Araci de Almeida. Realizou também tournées, com Óscar Cáceres, pelo Brasil e Uruguai.
Em 1965, após obter o primeiro prêmio de interpretação no Concurso Internacional de Violão, promovido em Paris, França, pela O.R.T.F., estudou com Julian Bream (1923—), na Inglaterra, e com Andrés Segovia (1893—1 987), em Santiago de Compostela, Espanha. Ainda em 1965, nomeado professor de dois conservatórios municipais de Paris, fixou-se na capital francesa, passando a gravar para as etiquetas mais famosas da Europa e a apresentar-se como recitalista e solista de orquestras, nos grandes centros musicais da Inglaterra, Checoslováquia, Bélgica, Alemanha, Portugal, Mônaco etc.
Em 1972 apresentou-se no Brasil, acompanhando a cantora Elisete Cardoso nas interpretações da Seresta n°5, de Villa-Lobos, e do Azulão, de Jaime Ovalle e Manuel Bandeira, no Concertos para a Juventude, promovido pela Rádio M.E.C. Nesse mesmo ano participou de programa, com igual destaque, ao lado de Artur Rubinstein (1886—1982) e Leonard Bernstein (1918—1990), na famosa temporada musical do anfiteatro da Faculdade de Direito, de Paris.
Participou como professor e artista convidado do Centro de Cultura Musical e do Festival Internacional de Música, em Campos do Jordão SP (1973) e em São Paulo SP (1974). A 30 de outubro de 1973, apresentou-se no Hunter Coilege, de New York, E.UA. A 8 de janeiro de 1974 exibiu-se no primeiro concerto do 252 aniversário do Conselho Internacional de Música realizado no edifício da UNESCO, em Paris.
Em 1983 criou a Orquestra Brasileira de Violões e em 1985 foi nomeado diretor do Museu Villa-Lobos. Já gravou 41 LPs —muitos dos quais foram editados em CD — para várias gravadoras: RCA, Erato, Kuarup, Chant du Monde, Vison etc.
Pela Vison lançou em 1997 o CD Mistura amigos, gravado ao vivo, com choros e composições de Dilermando Reis, João Pernambuco, Guinga, Tom Jobim e outros. Em sua carreira, já foi acompanhado pelas orquestras Royal Philharmonic, English Chamber, National de France, Opéra National de Monte Carlo, J. F. Paillard, Pasdeloups e Coionne e outras. É membro fundador do Conseil d’Entraite Musicale da UNESCO.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira.
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