Antenógenes Silva (Antenógenes Honório da Silva), instrumentista e compositor nasceu em Uberaba MG, em 30/10/1906. Filho de serralheiro e respeitado sanfoneiro de oito baixos, fez os primeiros estudos em sua cidade natal, chegando apenas ao segundo ano do grupo escolar. Aprendeu a tocar os oito baixos e aos 14 anos compôs a primeira música, com o nome da namorada.
Em 1927 mudou-se para Ribeirão Preto SP, e iniciou carreira artística; em 1928 estava em São Paulo SP, onde começou a tocar no Bar Excelsior e na Rádio Educadora Paulista. Em 1929 gravou dois discos na Victor paulistana, com o choro Gostei de tua caída e a valsa Norma, ambas de sua autoria.
Em 1933 mudou-se para o Rio de Janeiro RJ, assinando contrato com a Victor. Tornou-se nacionalmente conhecido e fez tournée em Buenos Aires, Argentina.
Em 1934 passou a gravar na Odeon. Como acordeonista, acompanhou vários artistas, nacionais e internacionais, e foi o primeiro a tocar música lírica no Teatro Municipal. Aprendeu harmonia, solfejo e orquestração, e teve aulas com Guerra Peixe. Prosseguiu os estudos interrompidos na infância e, em 1949, formou-se em química industrial.
Em 1957, na Alemanha, no festival de gaitas Honner, ganhou o primeiro prêmio tocando sanfona de oito baixos, sendo reconhecido como um dos melhores do mundo.
Entre seus maiores sucessos estão as valsas
Saudades de Matão (
Jorge Galati e
Raul Torres, com seu arranjo), em 1938, e
Ave Maria (
Erothides de Campos), com voz de
Augusto Calheiros, em 1939. E, entre suas composições, destacam-se
Pisando corações (com Ernani Campos), gravada com Augusto Calheiros, em 1936; as valsas
Uma grande dor não se esquece (com Ernani Campos) e
Santa Teresinha, gravada com
Gilberto Alves, em 1943;
Mês de Maria, em 1947, gravada com Alcides Gerardi; e muitas outras.
Conhecido como
O Mago do Acordeom, gravou, de 1929 a 1963, cerca de 162 discos em 78 rpm, com 324 músicas, e vários LPs. Manteve por muitos anos, no Rio de Janeiro, uma escola de acordeom para profissionais, com cursos de teoria, solfejo e harmonia.
Obras
Adeus mãezinha (com José Duduca de Morais), valsa, 1944;
Bebê chorão (com Irani de Oliveira), marcha, 1941;
O Carnaval é rei, s.d.;
Uma grande dor não se esquece (com Ernâni Campos), valsa, 1940;
Mês de Maria, valsa, 1947;
Pisando corações (com Ernâni Campos), valsa, 1936;
Santa Teresinha, valsa, 1944;
Saudades de Matão (com Jorge Gallati e Raul Torres), valsa, 1937.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 1998, SP.