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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Brancura

Brancura na Casa de Detenção - 1932
Brancura (Sílvio Fernandes), compositor e flautista, nasceu provavelmente em 1908 no Rio de Janeiro, RJ, e faleceu na mesma cidade em 1935. Ganhou o apelido dos amigos do Estácio por conta de sua cor negra reluzente.

Outra versão conta que, como era parceiro de Baiaco na jogatina e exploração das mulheres da Zona do Mangue, seu apelido veio daí: a maioria das mulheres da zona que explorava era branca, as "polacas".

É lembrado pela sua valentia e por não andar sem sua navalha, no melhor estilo da malandragem do Estácio dos anos 1920.

Desde jovem frequentava o Café Apolo e o Café Compadre, que eram os redutos de sambistas da época. Foi ali, naquele ambiente, que conheceu vários artistas com Noel Rosa, Mário Reis e Francisco Alves.

O produtor musical Fernando Faro confirma a fama de valente de Brancura: "Era bandido. Tinha sempre um 45 e uma navalha por baixo do terno branco linho 120. Monarco me contou que, uma vez, o Brancura chegou no samba e uma mulher falou: “Estão fazendo um trabalho contra você.” “Contra mim? Sou Brancura, nada me atinge.” Um mês depois, estava preso na Ilha Grande. Passaram uns anos e o Brancura voltou. Apareceu na Mangueira, quando a escola estava na quadra. Ele que era uma elegância chegou com short rasgado, camisa regata suja, um rato morto na mão. Fizeram até um samba: O Brancura Enlouqueceu."

Seus primeiros sambas gravados foram Coração volúvel e Mulher venenosa, lançados por Francisco Alves, pela Odeon, em 1929.

Em 1931, seu samba Deixa essa mulher chorar, obteve grande sucesso no carnaval. Foi gravado por Francisco Alves e Mário Reis, em dupla, pela Odeon. Teve muitos outros sambas gravados, entre eles: Sinto muito, gravado por Mário Reis, em 1932; Carinho eu tenho, gravado por Ismael Silva, no mesmo ano, assim como o samba Príncipe negro, gravado por Patrício Teixeira.

Em 1935, o samba Você chorou, foi gravado por Francisco Alves.

Obra

Carinho eu tenho, Coração volúvel, Deixa essa mulher chorar, Mulher venenosa, Príncipe negro, Samba de verdade (c/ Francisco Alves), Sinto muito, Você chorou

Fontes: Almanaque Brasil - Papo cabeça - Fernando Faro; Samba na Veia; Turma do Estácio; Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

quinta-feira, 17 de agosto de 2006

Deixa essa mulher chorar

Francisco Alves e Mário Reis (1931).

Deixa Essa Mulher Chorar (samba, 1931) - Brancura (Sílvio Fernandes) e Maciste da Mangueira - Intérpretes: Francisco Alves e Mário Reis

Disco 78 rpm / Título: Deixa Essa Mulher Chorar / Brancura (Compositor) / Maciste da Mangueira (Compositor) / Francisco Alves (Intérprete) / Mário Reis (Intérprete) / Orquestra Copacabana (Acompanhante) / Gravadora: Odeon / Nº do Álbum: 10715-a / Nº da Matriz: 3969 / Gravação: 09/09/1930 / Lançamento: 12/1930 / Gênero musical: Samba / Coleções de origem: IMS, Nirez.



Deixa essa mulher chorar
Deixa essa mulher chorar
Pra pagar o que me fez
Pra pagar o que me fez
Zombou de quem soube amar, por querer
Hoje toca a tua vez de sofrer

Não te lamentes
O mundo é mesmo assim
Chora, que eu já chorei
E tu zombaste de mim
Amei e não venci
Outro não amou, venceu
Foi protegido da sorte
Foi mais feliz do que eu
Oi, deixa essa mulher chorar

Estou bem feliz
Não me fazes mais sofrer
Agora sou eu quem diz
Que não quero mais te ver
Amar como eu te amei
Era para enlouquecer
Juro que nunca pensei
Que pudesse te esquecer
Oi, deixa essa mulher chorar



Fonte: Discografia Brasileira - IMS.