Mostrando postagens com marcador horacio campos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador horacio campos. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Dentinho de ouro


Araci Cortes
Dentinho de Ouro (samba-canção, 1931) - Henrique Vogeler e Horácio Campos

Um dos mais interessantes discos da gravadora Brunswick é o samba-canção Dentinho de ouro, uma esplêndida interpretação de Araci Cortes. Seus autores são compositores dos mais famosos: Henrique Vogeler, músico completo, professor do Conservatório, autor de Linda flor (Ai, Ioiô) com Luiz Peixoto e Marques Porto, e Horácio Campos, autor dos versos de A voz do violão, que Francisco Alves imortalizou.

Disco 78 rpm / Título da música: Dentinho de ouro / Gênero musical: Samba canção / Intérprete: Cortes, Araci / Compositores: Vogeler, Henrique - Campos, Horácio / Gravadora Brunswick / Número do Álbum: 10148 / Data de Gravação: 1929-1931 / Data de Lançamento: 1931 / Lado B:



Quanto tu me sorris / Meu amor, meu querido
Sinto uma coisa aqui / Mexer bem, em mim

O seu dente de ouro / Começa a brilhar
A brilhar... a brilhar / Eu não olho pra ele
Ele pega a me olhar...

No que tu me sorris / Começa a brilhar
A brilhar... a brilhar / Viro a cara pro lado
Ele pega a me olhar...

Horácio Campos

Furnandes Albaralhão
Horácio Campos (Horácio Mendes Campos), violonista, compositor, escritor, poeta e libretista de teatro de revistas, nasceu e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, RJ (1902 - ant. 1964). Ficou conhecido pela composição A voz do violão, canção composta em 1928 para a revista Não é isso que eu procuro, apresentado no Teatro João pela Companhia de Jardel Jércolis.

Não alcançou inicialmente grande sucesso, e acabou sendo musicada novamente por Francisco Alves que se empolgou pelos versos que ficou conhecendo através do diretor da companhia Jardel Jércolis e Chico acabou gravando a canção no mesmo ano, fazendo então com que alcançasse sucesso.

Foi gravada por Francisco Alves quatro vezes, tornando-se uma das composições mais emblemáticas do "Rei da voz" que a lançou em disco pela primeira vez em 1928, sem que aparecesse o nome do autor dos versos, que apresentou uma reclamação à Odeon. Só então Francisco Alves fez então uma segunda gravação incluindo seu nome na parceria. Essa canção foi ainda regravada por Francisco Alves em em 1929, 1939 e 1951.

Em 1931, Araci Cortes gravou o samba-canção Dentinho de ouro, parceria com Henrique Vogeler.

Em 1953, A voz do violão foi regravada em ritmo de baião por Mário Gennari Filho em interpretação ao acordeom em disco Odeon. Em 1954, durante o encerramento do Festival da Velha Guarda, no Parque do Ibirapuera, a canção foi tocada por todos os violonistas que se apresentaram no evento com um arranjo de Pixinguinha, sendo em seguida cantada por todos os artistas que participaram do mesmo evento. No mesmo ano, foi regravada ao violão por Luiz Bonfá.

Em 1956, A voz do violão foi regravada em ritmo de bolero por Pascoal Melilo ao saxofone e seu conjunto. Em 1960, foi relançada na Odeon por Luiz Bonfá e Norma Sueli. Em 1961, foi regravada duas vezes na gravadora Copacabana, por Romeu Fernandes e por Inezita Barroso.

Em 1981, a canção, com Francisco Alves, foi relançada na voz de Gilberto Alves no LP O fino da seresta volume 2. Em 2004, a canção foi regravada por Maria Lúcia e Toneco da Costa em CD no qual realizaram um diálogo entre violão e voz, além de a apresentarem no show Canções de Antigamente, no Café Concerto Majestic da Casa de Cultura Mário Quintana.

Obra

A voz do violão (c/ Francisco Alves), Dentinho de ouro (c/ Henrique Vogeler), Luizinha (c/ Henrique Vogeler), Os 18 de Copacabana (c/ Henrique Vogeler). 

Quem é Furnandes Albaralhão?

Horácio Mendes Campos publicou, em 1930, o livro de humor Caldo Berde em que apresenta sátiras, paródias de sonetos famosos e pensamentos com linguagem macarrônica, bem à moda do pré-modernista Juó Bananere. Alguns trechos de seu livro foram reproduzidos na revista A Pomba na década de 60.

"Horácio Campos é um dos muitos colaboradores quase ignorados de uma das várias fases de A Manha, o jornal humorístico e satírico de Aporelly. Na A Manha, na mesma fase em que êle, escreveu também Saul Borges Carneiro, com o nome de Barão d'Ascurra. Em outras fases — diga-se incidentemente — também na mesma fôlha humorística escreveram José Lins do Rêgo, Valdemar Cavalcanti, Rubem Braga, Joel Silveira, Carlos Lacerda, o organizador desta antologia, etc.

Usando o pseudônimo de Furnandes Albaralhão, Horácio Campos fazia, com muita arte, o suplemento lusitano de A Manha, escrevendo paródias de poetas portuguêses e brasileiros e composições de sua inteira inspiração. Chegou a reunir parte delas num livro delicioso, publicado com o título de Caldo Berde. Foi, em relação aos portuguêses, o que era Juó Bananere em relação aos italianos. Tendo desaparecido ainda moço, seu livro, nunca mais reeditado, é hoje uma verdadeira raridade bibliográfica, tanto mais que nem a Biblioteca Nacional dêle possui exemplar" (R. Magalhães junior in Antologia de Humorismo e Sátira, Ed. Civilização Brasileira, 1957, p. 309).

Fonte: Caldo Verde.

segunda-feira, 3 de abril de 2006

A voz do violão


Em julho de 1928, a Companhia Trololó, de Jardel Jercolis, estreou no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro, a revista Não É Isso Que Eu Procuro. Muito ruim, a peça saiu logo de cartaz, deixando, porém, uma canção, "A Voz do Violão", da maior importância no repertório de seu criador, Francisco Alves. Esta composição nasceu quase por acaso, a partir de uns versos de Horácio Campos, libretista da peça, que chegaram ao conhecimento de Chico através de Jardel. Entusiasmado com o poema, o cantor pegou o violão e só sossegou quando dias depois aprontou a melodia, por sinal muito boa.

Aliás, em que pese o fato de ter comprado sambas no início da carreira, Francisco Alves deixou algumas boas canções realmente de sua autoria. "A Voz do Violão" foi gravada comercialmente por Alves quatro vezes: a primeira na Parlophon, em 1928, e as três seguintes na Odeon, sendo a última em 1951. Há ainda uma quinta gravação, realizada num programa da Rádio Nacional que foi editada em disco pela empresa Collector's.

A voz do violão (valsa-canção, 1928) - Francisco Alves e Horácio Campos

Disco 78 rpm / Título da música: A Voz do Violão / Francisco Alves (Compositor) / Horácio Campos (Compositor) / Francisco Alves (Intérprete) / Piano, violões e violino (Acomp.) / Gravadora: Parlophon / Nº do Álbum: 12823-a / Nº da Matriz: 1895 / Lançamento: Setembro 1928 / Gênero musical: Canção Brasileira / Coleções: Nirez, Humberto Franceschi, IMS D


------------E ------------B7-------------- E------- D7(3a.casa)--- Db7----------- Gbm
Não queiras, meu amor, saber da mágoa/Que sinto quando a relembrar-te estou
-----A --------------Ebo ----B7 ----------E------ D7------ Db7
Atestam-te os meus ---olhos rasos d’água
------Gb7 ------------B7----------=- E
A dor que a tua ausência me causou.

-----E ----------B7------------- E---------D7--------------- Db7-------------- Gbm
Saudades infinitas me devoram, / --Lembranças do teu vulto que . . . nem sei!
------------A -------Eb0----- B7----- E -D7--Db7 ------Gb7-------- B7----------- E
Meus olhos incessantemente choram /---- ------As horas de prazer que já gozei

-------Ab7------------------------ Dbm-------- Gb7----------- B7------ E
Porém neste abandono interminável / No espinho de tão negra solidão
---------D7------------ Db7--------- Gb7 -----------Ebo---------- B7---------- E
Eu tenho um companheiro inseparável /---- Na voz do meu plangente violão

--------E ---------B7------------- E------- D7 ---------Db7---------- Gbm
Deixaste-me sozinho e lá distante, / Alheio à imensidão de minha dor,
--------A ---------Ebo---- B7 -----------------E D7 Db7 -------Gb7-------- B7------ E
Esqueces que ainda existe um peito amante / --Que chora o teu carinho sedutor

--------E---------------- B7--------- E--- D7------------- Db7------- Gbm
No azul sem fim do espaço iluminado / ------Ao léo do vento se desfaz
--------A ------Ebo----- B7------- E -D7- Db7 ----------Gb7---------- B7--------- E
A queixa deste amor desesperado /------- Que o peito em mil pedaços me desfaz
(estribilho)



Fonte: A Canção no Tempo - Vol. 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.